Fanfics Brasil - Capítulo 11 - INACREDITÁVEL Uma herança para dois - Ponny, AyA

Fanfic: Uma herança para dois - Ponny, AyA | Tema: rebelde, rbd


Capítulo: Capítulo 11 - INACREDITÁVEL

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Era manhã de sábado e o sol entrava por quase todas as janelas da casa, exceto no escritório, onde Alfonso permanecia trancado em meio a pilhas de documentos. A agência que ele havia erguido juntamente com Christopher, seu sócio, estava, finalmente, dando frutos.


Alfonso estava na área de direito tributário e a agência seria voltada, sobretudo, para atender empresas. Para Poncho, era perfeito, porque ele conseguia, de uma só vez, dedicar-se ao direito e cuidar da parte jurídica da empresa de móveis da família. 


Quando Tereza e Paulo, seus pais, faleceram, Alfonso e Angelique herdaram suas partes na empresa. Angel ainda era muito jovem, então, Poncho acabaria ficando responsável pelo que fosse dos dois, mas aquele não era seu objetivo, ele queria seguir seu próprio caminho. Então, ele afastou-se da parte administrativa e passou a vigiar os números, mesmo à distância.


Naquela manhã, Alfonso estava submerso em uma montanha de impostos, juros e tarifas, era muito trabalho, mas seu trabalho era como um vício e nada conseguia tirá-lo dali, nem mesmo sua noiva com quem ele parecia passar cada vez menos tempo. Apesar de toda essa concentração e dedicação, os pensamentos de Poncho foram interrompidos por um som que invadia todo o escritório. “Isso é loucura!”, ele pensou, a voz de Ariana Grande invadia o ambiente como se a cantora estivesse ali.


Alfonso jogou a caneta sobre a mesa com raiva e afastou-se bufando. Andou até a varanda, tentando entender de onde vinha aquele som que, para ele, parecia ensurdecedor, e deparou-se com Annie, trajando um roupão rosa, estampado de gatinhos, e tentando encher o que parecia ser um flamingo gigante, igualmente cor de rosa, enquanto remexia o corpo ao som de Positions. 


- O que significa isso, Anahí?


Annie virou-se para Alfonso, que agora já estava bem perto dela, com os olhos arregalados e o flamingo inflável na boca. O cinto frouxo fazia com que o roupão ficasse entreaberto, o que dificultava a postura irritadiça de Poncho. Além disso, ela parecia adorável com aqueles cachos rebeldes caindo por todo o lado e aquele flamingo gigante.


- Oi! - Anahí abaixou o flamingo inflável e abriu um sorriso. - Você estava trabalhando? - ela parecia confusa ao olhar a roupa dele.


- Estava tentando, Anahí.


- O tom da sua voz sugere que eu sou o motivo de não conseguir. -  ela coçou a cabeça e mordeu o lábio inferior.


- Você, a Ariana Grande… - Poncho apontou para o som com uma mão, enquanto cobria o ouvido com a outra.


- Ei! Você conhece música pop! - Anahí exclamou com uma piscadela, enquanto dava um tapinha no ombro de Poncho.


- Eu conheço, Anahí… Moro com você.


- Sabia que Sofia gosta de Ariana Grande?


- Sofia? Sofia não tem idade pra gostar de Ariana Grande.


- E você não tem idade para estar enterrado no escritório em um dia de sol, mas o que se pode fazer, não é mesmo?


- Anahí! Eu não tenho tempo para as suas palhaçadas, pode só abaixar isso que você e Sofia chamam de música?  


- Aff! - Annie revirou os olhos e foi até o som, abaixando a música. - Pronto, senhor! Agora, já que se afastou do escritório, que tal me ajudar a tentar tirar a pequena deprimida do quarto?


- Sofia? 


- E quem mais seria?


- Ela ainda não quer sair do quarto?


- Ué… - Annie deu de ombros. - Eu faço o que posso, mas ela é teimosa como o tio.


- Bobagem. - Alfonso sorriu com a ideia de que a sobrinha parecia com ele. - Vou até lá falar com ela.


- Ótimo! - Annie sorriu. - Vou logo atrás de você.


Assim que chegou diante da porta do quarto de Sofia, Anahí deu duas batidinhas na porta e abriu devagar, dando espaço apenas para colocar a cabeça na fresta e chamar pela menina. 


- Sosô! - Annie chamou, mas a afilhada permaneceu deitada de costas para a porta. - Ei! - ela continuou chamando, agora já dentro do quarto. - Eu não estou sozinha. Saia dessas cobertas! 


A crianças virou-se na direção da porta, abaixando a coberta o suficiente apenas para olhar desconfiada, verificando se Anahí dizia a verdade sobre estar com mais alguém.


- Tio? - a menina finalmente sentou-se na cama. - Não está trabalhando?


- Eu ia trabalhar de casa, mas soube que a senhorita ainda estava na cama a uma hora dessa e tive que vir ver se isso era verdade. - Alfonso aproximou-se da sobrinha, sentando na beirada da cama.


- É… - Sofia deu de ombros. - Não tenho vontade de sair daqui, tio.


- Mais o dia está tão bonito, Sosô… Vai perder um dia de sol trancada no quarto?


- Mas, titio, você não fica todos os dias de sol trancado no escritório? - Sofia perguntou enquanto olhava para o tio atentamente, com seus grandes olhos castanhos pesando sobre ele;


- Eita! - Anahí gritou, segurando um sorriso e recebeu, de Alfonso, um olhar reprovador.


- Mas, eu já sou um adulto, pequena, preciso trabalhar.


- Hum… - a menina entristeceu novamente. - Então, eu me sinto adulta. - respondeu cobrindo novamente o rosto com a coberta.


- Sosô… - Poncho passou a mão pelos cabelos. - Saia dessas cobertas! Vamos conversar, menina. - ele puxou a coberta da sobrinha até ver novamente o rostinho dela. - Você tem razão, nenhum de nós deveria perder o dia de sol. Vamos! Troque de roupa! Sua dinda e eu faremos companhia a você e vamos, juntos, aproveitar a tarde de sol e a piscina. Vou providenciar também todo sorvete que nós pudermos comer. Que tal?


- Sorvete? - a menina descobriu um pouco mais o corpinho. - De chocolate? - ela perguntou animada.


- Claro! - Poncho abriu um sorriso. - De chocolate! Vou mandar alguns e-mails e avisar que não trabalharei pelo resto do dia. Enquanto isso, a senhorita vai se trocando. Pode ser? 


- Sim, senhor! - Sofia já estava em pé sobre a cama, batendo continência para o tio.


- Você pode ajudar a Sosô, Anahí? - foi a primeira vez que ele a incluiu na conversa. Até então, ela estava recostada no batente da porta, olhando com carinho para a interação dos dois. 


- Ham? - a pergunta de Alfonso fez com que Annie despertasse. - Claro! Vamos, pequenina, vamos colocar um biquíni nesse corpinho e muito protetor solar. 


Não demorou muito até Sofia estar na área da piscina, acompanhada por Anahí e seu roupão de gatinhos, feliz ao ver o flamingo gigante que a madrinha havia enchido para ela. Quando Annie chegou à varanda e não viu Alfonso, temeu que ele pudesse dar um bolo na menina, mas logo suas preocupações se dissolveram, o rapaz chegava com um prato cheio de melancias.


- Ei! - Sofia colocou as mãozinhas na cintura. - Isso não é sorvete de chocolate!


- Ah! - Poncho fingiu surpresa. - Não é? - perguntou rindo, enquanto a sobrinha fazia cara de brava. - Está muito cedo para o sorvete de chocolate. - disse apertando o nariz da menina. - Vamos, primeiro, forrar essa barriguinha com frutas. Toma, minha pequena sereia! Leve o pratinho até a mesa e coma ao menos uma fatia antes de começarmos a brincar.


Sofia afastou-se com o pratinho de melancia, mas os olhos de Anahí permaneciam fixos em Poncho. Eles não tinham muitas interações leves, era raro ver o advogado sorridente, animado e carregando pratinhos com frutas cortadas. Ainda mais raro que isso, era ver aquele homem fora do escritório, de bermuda e sem camisa em plena luz do dia. Além disso, a noite anterior, a proximidade, a sensação de que ele também sentia a atração que existia entre eles… Tudo era muito recente e fresco na mente de Anahí. Para piorar, Poncho era uma presença marcante, tinha postura, carregava um sorriso irônico nos lábios e um olhar desconcertante, entretanto, mais que qualquer uma dessas coisas, quando estava assim mais relaxado e menos sisudo, ele lembrava o cara que um dia protagonizou todos os seus sonhos de adolescente e ela sentia que voltava a ser aquela mesma garota, a garota que, na noite anterior, adoraria ter se perdido nos braços de Alfonso. Mas, como ele mesmo lembrara na noite anterior, aquela conexão entre eles já na existia mais, nunca voltaria a existir.


- Você comeu algo? 


- Ham? - Annie despertou de seus devaneios.


- Perguntei se comeu alguma coisa.Tem fruta o suficiente pra você.


- Também só posso brincar depois que comer? - ela perguntou sorrindo.


- Com certeza! - ele apertou a bochecha dela de um jeito que fazia quando eram crianças.


- Eu já sou uma mocinha, Ponchito.


- Eu sei, Anniezita, mas Sofia precisa de bons exemplos. - ele cruzou os braços e piscou para ela.


- Certo… Vamos às frutas então! 


Anahí caminhou até Sofia e despenteou os cabelos ondulados da pequena antes de sentar-se com ela à mesa e enfiar uma fatia de melancia na boca. Era um pesadelo para Alfonso! Como se não bastassem todas as lembranças que a noite anterior trouxeram à tona, agora ela estava ali, com aquele roupão que teimava em abrir só pela metade e, assim tão espalhafatoso, rosa choque e felpudo como a própria Anahí, parecia mais erótico que qualquer lingerie sexy. Para piorar, como se quisesse provocar o pobre homem, Annie se lambuzava com a fruta do mesmo jeito que fazia quando eram adolescentes e ela voltava sempre com a roupa manchada por sua total incapacidade de comer doces sem se sujar, aquela era uma viagem torturante no tempo para a época em que ele sofreu por sentir algo estranho pela melhor amiga da sua irmã caçula.


-E você, Poncho? - Anahí o chamou, fazendo com que ele saísse de seu devaneio.


- Eu. 


- Venha comer sua dose de frutas ou não vamos deixar você tomar sorvete de chocolate.


- Certo… - Alfonso sorriu e caminhou até a mesa, pegando sua própria fatia de melancia. - Morango.


- Ham? - Bárbara parecia confusa. 


- Também temos sorvete de morango.


Alfonso não sorriu ao falar do sorvete de morango. Na verdade, ele manteve sua expressão séria, mas sorvete de morango era tudo de mais atencioso que ele fazia por ela quando eram adolescentes. Era a única hora em que ela se permitia sonhar que Poncho sentisse algo a mais por ela, quando ele ignorava até os desejos de Angelique e optava pelo sorvete de morango, como se a vontade de Anahí fosse tudo que importasse. Annie sentia que era adolescente novamente, tentando interpretar cada atitude dele. Então, como se lesse sua mente, ele completou.


-Sim, eu lembro, sempre foi seu favorito. Você merece sorvete de morango.


- Olha… - Anahí riu sem graça e tentou, como sempre, disfarçar seus sentimentos com humor. - Devo ter sido mesmo uma boa garota pra merecer sorvete de morango.


- Eu fui uma boa garota! - Sofia gritou sorrindo. - Mereço sorvete de chocolate.


- Todo sorvete de chocolate que aguentar.


- Desde que ela almoce direitinho, né, Tio Poncho?


- Claro, dinda Babi, acho que ela sabe disso. 


- Eu sei, eu sei… - Sofia revirou os olhos. - Frutas e almoço antes do sorvete. - ela fez cara de nojo.


- Olha, Poncho, revira os olhos e faz careta… Acho que temos uma adolescente.


- Não! Cedo demais pra uma adolescente. Nada de adolescentes aqui. 


Alfonso começou a fazer cócegas em Sofia que gargalhava. A menina conseguiu se desvencilhar do tio e saiu correndo, pulando na piscina, com o tio logo atrás.


-Cuidado com os pulos, seus sapecas! Não destruam o flamingo que eu assoprei sozinha. 


A manhã passou voando. Alfonso pediu o delivery e os três almoçaram juntos à beira da piscina. Depois de comerem, Poncho permaneceu sentado à mesa, conferindo alguns e-mails pelo celular, enquanto Anahí e Sofia, sentadas na beirada da piscina, com as perninhas dentro d'água, se enchiam de sorvete.


-Você fez mesmo algo lindo, minha irmã… - Alfonso disse a si mesmo enquanto observava a sobrinha concentrada no sorvete.


Os raios de sol faziam as ondas dos cabelos de Sofia parecerem ainda mais brilhantes. O castanho claro quase loiro deixava evidente o quanto a pequena estava se tornando uma versão ainda mais encantadora da mãe. Estava comprovado, aquele era seu ponto fraco, Soso, a menina tagarela cheia de perguntas e dores era o centro do mundo de Alfonso.


Para Poncho, estar ali com Sofia e Anahí era, ao mesmo tempo, familiar e estranho. Aliás, estar com Annie era familiar e estranho desde que a vida o obrigou a não ser mais o cara popular que um dia ele foi. Quando, aos 16 anos, você precisa entender que diversão e estudos nunca poderiam ter sido prioridades, é o momento de repensar seus conceitos e sua personalidade. Um Poncho, que um dia existiu, ficou para trás, mas foi difícil abrir mão dele e cada vez que ele ficava perto de Annie parecia tentador recuperar aquele cara.


Por outro lado, Sofia era a maior razão para Alfonso seguir em frente, buscando o equilíbrio entre o homem sério e focado que ele era e o rapaz bem humorado que ele um dia fora. Sua sobrinha lhe trazia paz, equilíbrio, foco e vontade de ser o melhor possível. Já Anahí trazia, a ele, receio, dúvidas sobre si mesmo, medo de estar vivendo uma fraude.


Encantado, admirando a sobrinha que, agora, sorria ao lado de Annie, Alfonso resolveu tirar uma foto. Com crianças, ele estava percebendo, registrar momentos era muito importante, pois o tempo passava voando e cada dia representava uma nova descoberta. Por isso, mesmo que Poncho não fosse de usar as redes sociais, naquele momento pareceu correto publicar a fotografia em seu perfil. Sofia era a melhor coisa do mundo e ele queria que o mundo todo soubesse disso.


Dulce mal acreditou quando, ao passear pelas redes sociais, se deparou com uma publicação de seu noivo, o cara mais "low profile" que ela conhecia. A foto era mesmo linda, Sofia sorria com o rosto iluminado pelo sol e os pezinhos dentro da piscina. Ao lado da menina, pouco visível, era possível ver o corpo de uma mulher trajando biquíni. Apesar de a criança cobrir boa parte da imagem feminina, não era difícil reconhecer os cabelos encaracolados de Anahí.


_______________


Sofia e Anahí atacavam Poncho com uma pistola de água, enquanto ele tentava responder à altura. Os jatos trocados iam em maior quantidade na direção do advogado, provocando gargalhadas nele mesmo, na sobrinha e em Annie. Dulce, de pé, olhava chocada para aquela cena sem saber como interromper ou se interrompia.


- Eu precisava mesmo ver isso com meus próprios olhos! - ela disse finalmente, em um tom de voz alto o suficiente para que todos a escutassem.


- Dulce? - Bento respondeu ainda com um sorriso no rosto que foi se desfazendo aos poucos, enquanto ele percebia que sua noiva não parecia nada feliz.


- Você é mesmo inacreditável, Alfonso!



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Autor(a): maryannie

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Dulce parecia desnorteada quando virou as costas para Alfonso e desapareceu em direção ao interior da casa. Anahí permanecia em silêncio, ela conseguia imaginar a tristeza e a mágoa que existiam dentro da noiva de Poncho naquele momento. A pequena Sofia, por outro lado, parecia confusa, tentando entender porque, de repente, toda a brincadeir ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 35



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  • justlary Postado em 06/12/2024 - 14:09:20

    Continua

  • justlary Postado em 06/12/2024 - 14:09:09

    Finalmente o primeiro beijo

  • beatris_ponny Postado em 04/12/2024 - 16:34:57

    Nossa graças a deus vc voltou e continuou a história kkkk Manda mais por favor

  • justlary Postado em 23/11/2024 - 14:17:12

    Finalmente a Dulce percebeu se tocou e terminou com ele

  • justlary Postado em 23/11/2024 - 14:16:32

    Que bom que você voltou

  • justlary Postado em 09/11/2024 - 20:21:48

    Queria tanto mais capitulos

    • maryannie Postado em 19/11/2024 - 17:14:16

      Desculpe o sumiço. Voltei!

  • justlary Postado em 21/09/2024 - 02:05:06

    Continua

  • justlary Postado em 18/09/2024 - 00:30:41

    Posta mais

  • justlary Postado em 18/09/2024 - 00:30:27

    Comecei a ler hoje e já to viciada

  • beatris_ponny Postado em 19/08/2024 - 22:23:20

    Mulher cadê vc


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