Fanfics Brasil - Capítulo 13 - Garotas só querem se divertir Uma herança para dois - Ponny, AyA

Fanfic: Uma herança para dois - Ponny, AyA | Tema: rebelde, rbd


Capítulo: Capítulo 13 - Garotas só querem se divertir

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Se Anahí soubesse que Ana ficaria tão feliz ao ouvir que ela sairia com eles naquela noite, talvez cogitasse antes a hipótese de comparecer ao aniversário do professor de educação física. A verdade é que, desde a doença de Angelique, a professorinha evitava, ao máximo, sair. Quando não estava no trabalho, permanecia ao lado da melhor amiga, aproveitando cada segundo que ainda possuía ao lado dela.


Depois da partida de Angel, as coisas só pioraram. Annie não sentia vontade de ir a lugar algum e, além disso, sentia uma dor imensa no peito sempre que precisava se afastar de Sofia. Neste momento, não era diferente, ela sentia uma angústia enorme por deixar a menina, mas, pela primeira vez, parecia que aquele era o certo a se fazer pelo bem da própria afilhada e de Poncho, por quem, fosse como fosse, ela nutria um carinho enorme.


Então, pelo bem de todos e felicidade geral da nação, Anahí tentou pensar apenas na alegria de Ana por sair com ela, no quanto seria interessante ver os colegas fora do trabalho e no e em como seria bom para Sofia conviver mais com a sua futura tia. Além disso, focou em sua imagem no espelho, tão diferente de como se via desde a partida de Angelique. Desde lá, não se arrumava para sair à noite e quase não se maquiava. Era preciso admitir, ela gostava de se ver assim, arrumada.


 Desceu as escadas com cautela, não queria chamar a atenção de Sofia e atrapalhar o filme. Prestou tanta atenção à sala, cuidando para não atiçar a menina, que não se deu conta de que acabaria por trombar em quem vinha da cozinha.


- Caramba, Anahí, quase derramei os refri…


 A frase morreu nos lábios de Alfonso assim que ele pôs os olhos em Anahí. O vestido cor de rosa que se ajustava até a cintura para se abrir, levemente, nos quadris em uma saia mais curta do que ele gostaria que fosse, fazia com que ele lembrasse da adolescente apaixonante e apaixonada pela Barbie que ela fora um dia. Ao mesmo tempo, o decote em formato de coração fazia com que ele recordasse que Annie havia crescido e, talvez por isso, mexesse ainda mais com ele do que nunca. Poncho estava constatando que, agora, era melhor em esconder seus sentimentos, mas não necessariamente imune a eles.


- Desculpe. - Annie sussurrou. - Estava distraída tentando não chamar a atenção de Sofia.


Alfonso não queria parecer tolo, mas a boca de Anahí estava coberta por um batom com um belo tom de rosa que fazia com ela parecesse ainda mais carnuda e interessante. Desde o quase incidente na cozinha, quando ele ousou abrir uma fresta da porta do passado, ele se sentia assim, atraído por Annie de um jeito que, desde os 16 anos, ele não se permitia sentir. 


            Anahí era tão única que isso quase assustava Alfonso. Seu jeito era único. Sua gargalhada era única. Sua força era única. E, como se não fosse suficiente, tudo em sua aparência também era único. O corpo cheio de curvas, as pernas enormes, a altura, o cabelo encaracolado que nunca parecia igual ao dia anterior, os fios meio castanhos e meio acobreados… Nada em Annie era simples e discreto, ela era grande, de todas as formas possíveis e, talvez por isso, Alfonso passava a sentir que faltava algo quando ela não estava.


- Tudo bem. - ele respondeu assim que recobrou a consciência. - Aonde exatamente você vai? 


Era impossível, para Alfonso, não demorar o olhar nas pernas de Anahí. Eram tão compridas e ele sabia que ela as odiara durante boa parte da infância e adolescência. Por isso, ver que, agora, ela as ostentava em um vestido curto e sapatos pretos com saltos bem altos era só uma prova da mulher empoderada que ela havia se tornado. E, mesmo que nunca admitisse, ele adorava o fato de estar criando Sofia ao lado de uma mulher tão segura de si.


- É aniversário de um dos professores da escola. Vamos a um barzinho. 


- Precisa que eu te busque?


- Alfonso! - ela sorriu. - Eu já sou uma mulher. Você ficará com suas meninas. O uber foi mais um marco da independência da mulher não motorizada. 


- Compartilhe a viagem comigo então.


- Compartilho a viagem com Ana, ela estará no bar.


- Compartilhe a viagem comigo, Anahí. Não seja teimosa.


- Ok, Ponchito. - ela respondeu revirando os olhos. - Agora, se me dá licença, o meu uber chegou.


Com um sorriso no rosto e lançando um beijo no ar, Anahí foi sumindo do campo de visão de Alfonso, deixando, nele, a certeza de que morar com ela era mesmo uma péssima ideia. 


           Assim que Annie chegou ao bar, percebeu que não se lembrava da última vez que havia saído apenas para se divertir. Inevitavelmente, acabou por lembrar Angelique e tudo o que viveram juntas ao longo de tantos anos de amizade. Que falta ela fazia!


            -Amiga, nem acredito que você veio! - o abraço apertado de Ana fez com que Anahí despertasse de seja pensamentos.


             - É… Nem eu acredito…


             - O que te fez mudar de ideia?


             - Alfonso precisava de um tempo com a noiva, Sofia precisa conhecer Dulce melhor e Dulce, por sua vez, precisa estar longe da minha presença, sentir que tem espaço naquela casa.


             - Você é uma boa feminista, amiga! - Ana ergueu o copo de cerveja sinalizando um brinde para Anahí.


              - Então, onde está o meu prêmio?


              - Que tal o aniversariante que não tira os olhos de você?


              - Para você, Ana, todo mundo tem uma queda secreta por mim.


              - Qualquer homem que não tenha uma queda pelas minhas amigas é um idiota.


               - Você está bêbada, professora! - Annie afirmou e as duas riram. - Venha! - Anahí chamou oferecendo o braço para Ana. - Preciso chegar ao seu nível alcoólico e lembrar que ainda sou jovem.


             - Jovem? Vamos precisar beber bastante então.


             - Você deveria ser minha amiga, Ana! - Annie simulou um semblante ofendido.


            - Eu sou. E muito! - a professora de artes piscou para Anahí, enquanto sinalizava para o bar, pedindo uma cerveja.


            - Por que sinto que está tramando algo?


           - Eeeeu? - dessa vez, foi Ana quem simulou o semblante ofendido.


           - Annie! Você veio mesmo! - Gabriel, o professor de educação física, interrompeu a conversa das duas amigas, cumprimentando Annie com um beijo no rosto.


                - Sim. - Anahí respondeu com um sorriso. - Aqui estou.


               - Ana disse que você viria, mas eu não acreditei. É difícil você sair com a gente… Esse é um baita presente de aniversário.


                 - Não, não. Presente de aniversário será uma rodada de chopp que você vai me deixar pagar para você. - Annie sorriu fazendo sinal para o bar e pegando algumas cervejas.


                  - Ok! - Gabriel sorriu. - Eu posso aceitar isso, mas, deixa eu te ajudar a levar. Vamos para a mesa. Quero que conheça minha irmã.


       Na mesa, Anahí encontrou Diego, professor de geografia por quem Ana tinha uma paixonite, além de Bete, professora de história, Juca, amigo de infância de Gabriel e, claro, Laila, irmã caçula de Gabriel, acompanhada de seu namorado, Fábio.


       - Então, você é a Annie. - Laila perguntou assim que Gabriel apresentou as duas. - Meu irmão fala muito de você.


              - Minha irmã exagera bastante. - o professor de educação física interrompeu a irmã e Anahí se questionou se ele estava mesmo vermelho ou era a luz do bar. 


               - Eu nunca exagero, Gabriel. Eu trabalho em uma editora, Anahí. Ando precisando de gente boa para trabalhar comigo e meu irmão mencionou você. 


                     - Uau… Sério?


                  - Sério. Vou pedir pro Gaby me passar seu telefone. Assim, não precisamos ficar falando de trabalho no bar. O que acha?


               - Acho uma ótima ideia, Laila! Obrigada.


           A noite correu de maneiras muito diferentes para Alfonso e para Anahí. A professora, já alegrinha pelo álcool dançava na pista, voltando a curtir seus resquícios de juventude. Agora, já era impossível não perceber os olhares incessantes de Gabriel para ela e, fosse pelo álcool, pela emoção de estar festejando, por carência ou mesmo por atração física, Annie sentia-se tentada a corresponder.


Em casa, o filme já havia acabado e o advogado, agora, colocava Sofia para dormir, enquanto a noiva aguardava na sala. A menina havia perguntado algumas vezes pela madrinha, mas parecia mais confortável com a presença de Dulce. Apesar disso, Alfonso parecia irritado. A saída de Anahí havia sido uma surpresa e ele sentia um estranho gosto amargo na boca. De qualquer forma, achava toda aquela história um absurdo, mesmo sem entender direito o porquê.


Já eram quase três da manhã quando Alfonso ouviu o portão destrancar. Ele já havia mandado mais de cinco mensagens para Anahí, perguntando onde ela estava e a que horas voltava, todas sem resposta. Além disso, não havia compartilhado a viagem do uber com ele. Era demais! Poncho podia sentir a irritação queimar sua pele.


Gabriel achou que a melhor opção era que ele acompanhasse Ana e Annie até em casa. No mesmo táxi, ele deixou a professora de artes e, depois, seguiu para a casa de Anahí. Assim que chegaram, não foi difícil identificar que Annie não estava assim tão bem para caminhar sozinha até a porta de casa.


- Eu acompanho você, bebinha! - Gabriel sorriu e a abraçou de lado, fazendo com que ela se apoiasse nele.


- Você é mesmo um homem muito gentil. - Anahí respondeu sorrindo. - E gato! - Ela completou.


- Vou pedir que você repita isso amanhã, sóbria.


- Ei, mas eu já estou sóbria.


- É claro que está!


Eles entraram pelo portão e Gabriel caminhou com Annie pelo jardim, até chegar à porta da casa. Anahí passou o chaveiro de gatinho para o professor que tentava, entre todas aquelas chaves, descobrir qual abria aquela porta. Entretanto, não foi preciso, a maçaneta girou e a imagem de um homem alto e com cara de poucos amigos surgiu no batente.


- Quem é você? - a voz de Alfonso pegou Gabriel de surpresa.


- Annie e eu trabalhamos juntos. Achei melhor vir com ela até em casa.


- Parece que deixou que ela bebesse bastante..


- Eeeei! - Annie acenou na frente do rosto dos dois. - “Ela” está aqui e não precisa que os rapazes falem como se falassem de uma criança.


- Eu acho melhor você entrar e tomar um banho, Anahí.


- E eu acho melhor você cuidar da sua noiva, Alfonso! - ela o encarou, tentando ficar da altura dele.


- Não é hora para isso, Anahí! Já são três da manhã e Sofia está dormindo. 


- Hum… - A simples menção ao nome de Sofia fez a Annie retroceder. - Obrigada pela carona, Gaby! - ela agradeceu com um sorriso e deu um selinho no professor que demorou a processar o que estava acontecendo. Depois, sumiu para dentro da sala.


- Obrigada por trazê-la. - Alfonso agradeceu entre dentes antes de bater a porta da sala. - O que você pensa que está fazendo? - ele perguntou voltando-se para Annie que, agora, bebia água na cozinha.


- Estou me servindo de um copo com água. Você quer?


- Mal se aguenta de pé. - ele respondeu pegando a garrafa de água das mãos dela e devolvendo à geladeira. - Já imaginou se Sofia vê você nesse estado.


- Não acho que seja um horário adequado pra Sofia ver coisa alguma. Ela está acordada?


- Claro que não.


- Então, Ponchito… Não encha o meu saco e me deixe dormir.


- Você me tira do sério, Anahí! Quem era aquele cara?


- Um amigo da escola, o aniversariante.


- Como você deixa um cara qualquer trazer você para casa?


- Ora, ora, Alfonso… - ela sorriu e apoiou a mão esquerda no ombro dele. - Não acha errado um homem noivo ter ciúmes de outra?


- Não seja estúpida. Não se trata de ciúmes. 


Alfonso tirou a mão de Annie de seu ombro, mas o movimento fez com que a professora se desequilibrasse e ele precisasse segurá-la pela cintura.


- Engraçado… - agora, a boca de Anahí estava a centímetros da dele. - Eu olho para o seus olhos, Alfonso, e só vejo ciúmes e uma vontade louca de me beijar.


- Algumas vontades nunca podem passar disso.


- É… Você é muito bom em fugir de mim, né?


- Desde os dezesseis anos. 


- Espero que ainda seja bom em me ver com outros também.


- Não precisa fazer isso na minha casa, Anahí.


- Preciso se eu morar aqui.


- Amanhã conversamos. - Ele a suspendeu e a pegou no colo. - Agora, você precisa dormir. 


Annie achou engraçado ser carregada daquele jeito e começou a rir, arrancando uma bronca de Alfonso. Assim que chegaram ao quarto, Poncho a deitou na cama e tirou seus sapatos.


- Trate de descansar.


- Vou sonhar com você. - ela piscou para ele, virou para o lado e adormeceu, deixando Alfonso ali, parado e sem palavras, como ela quase sempre o deixava.



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Autor(a): maryannie

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 35



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  • justlary Postado em 06/12/2024 - 14:09:20

    Continua

  • justlary Postado em 06/12/2024 - 14:09:09

    Finalmente o primeiro beijo

  • beatris_ponny Postado em 04/12/2024 - 16:34:57

    Nossa graças a deus vc voltou e continuou a história kkkk Manda mais por favor

  • justlary Postado em 23/11/2024 - 14:17:12

    Finalmente a Dulce percebeu se tocou e terminou com ele

  • justlary Postado em 23/11/2024 - 14:16:32

    Que bom que você voltou

  • justlary Postado em 09/11/2024 - 20:21:48

    Queria tanto mais capitulos

    • maryannie Postado em 19/11/2024 - 17:14:16

      Desculpe o sumiço. Voltei!

  • justlary Postado em 21/09/2024 - 02:05:06

    Continua

  • justlary Postado em 18/09/2024 - 00:30:41

    Posta mais

  • justlary Postado em 18/09/2024 - 00:30:27

    Comecei a ler hoje e já to viciada

  • beatris_ponny Postado em 19/08/2024 - 22:23:20

    Mulher cadê vc


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