Fanfic: Uma herança para dois - Ponny, AyA | Tema: rebelde, rbd

- Dulce? Está tudo bem?

- Precisamos conversar? - ela ignorou a pergunta dele. 

- Claro. Entra. - ele deu espaço para que ela passasse. - Quer conversar no quarto ou no escritório. 

- Eu… - Dulce olhou ao redor e seus olhos se demoraram sobre a imagem de Anahí adormecida no sofá. - Prefiro o escritório.

Alfonso e a noiva caminharam em silêncio até o cômodo onde ele passava a maior parte do tempo. Ele deixou que ela entrasse primeiro, entrando logo depois e fechando a porta atrás deles.

- Sente-se, Dulce. Você quer uma água? Um suco? Um café?

- Eu não quero nada, Alfonso! Nem mesmo me sentar.

- Certo… - ele a examinou com atenção tentando encontrar alguma pista do que estava acontecendo. - Pode dizer então. O que houve?

- Eu traí você.

- O quê? O que quer dizer com isso?

- Eu beijei outro homem.

- Beijou? Quem?

- Isso não importa, Alfonso.

- Foi apenas isso? Um beijo?

- Não teve sexo, se é o que quer saber.

- Entendo… Não precisa ficar assim, Dulce. - ele se aproximou e segurou  a mão dela. - Esse tipo de coisa acontece.

- Acontece? Aconteceu com você?

- Comigo? - ele deu um meio sorriso. - Em que momento, Dulce? Entre o trabalho e Sofia, mal tenho tempo para comer.

- Só por isso?

- Claro que não, meu bem. - ele acariciou a mão dela. - Temos um compromisso.

- Só por isso? - ela sorria, mas o sorriso não chegava aos olhos.

- Aonde quer chegar, Dulce?

- Quero chegar à paixão, Alfonso! Ao fogo que eu vi em seus olhos no momento em que Anahí desceu as escadas vestida como a versão tupiniquim da Barbie curvilínea.

- Do que é que você está falando? - ele parecia surpreso e tenso. - Não há nada…

- Entre você e ela. Eu sei. Você luta tão bem contra o que sente por ela que eu acho que acredita na própria mentira. E Anahí, por outro lado, é certinha demais para se envolver com um cara comprometido.  

- Dulce, você não está dizendo coisa com coisa…

- Então diz, Alfonso. - ela segurou o rosto dele com as duas mãos. - Diz que me ama, que é apaixonado por mim, que sou sua mulher!

- Você será minha mulher, Dulce! Estamos noivos.

- Não é um papel que diz que sou sua mulher, Alfonso! É o olhar, o toque, a conexão, a paixão…

- Paixão, Dulce? - Poncho deu um sorriso sarcástico. - Paixão não dura, é ilusão.

- Pois, eu quero essa ilusão. Pelo tempo que for. Quero uma paixão que, com o tempo, se transforme em amor, forte o bastante para deixar brasas possíveis de se reacender. E eu sei que, se quero viver isso, não será com você.

- O que quer dizer com isso? - ele parecia confuso. - Está terminando comigo?

- Não… - ela disse entre lágrimas. Depois, selou seus lábios com um beijo. - Estou nos libertando.