Fanfics Brasil - Capítulo 6 - Diminuindo danos da chuva Uma herança para dois - Ponny, AyA

Fanfic: Uma herança para dois - Ponny, AyA | Tema: rebelde, rbd


Capítulo: Capítulo 6 - Diminuindo danos da chuva

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Alfonso observou Anahí sair de seu escritório. Ela tinha, nos lábios, o mesmo sorriso meio irônico que carregava quase sempre. Apesar disso, também havia certa tristeza em seus olhos e Poncho reconhecia isso, porque, por mais distantes que fossem hoje, ele a conhecia há muitos anos. 


Ele recostou-se em sua cadeira e pensou em sua relação com Anahí. Era difícil, para ele, compreendê-la e ainda mais difícil tolerar a alegria e as emoções exageradas dela. Annie fazia com que Alfonso se lembrasse de uma versão dele que não existia mais e isso o deixava irritado de uma forma que ele não podia explicar. 


Anahí era extravagante em todos os sentidos. Seus cabelos cacheados eram volumosos e, como se não fosse o suficiente, ela vivia trocando a cor, colorindo e descolorindo incansavelmente. Além disso, Annie era alta e espalhafatosa, não chegava a nenhum lugar sem ser percebida e, quando não era vista, era ouvida, porque falava alto e ria mais alto ainda. Em resumo, ela era o extremo oposto do jeito contido de Alfonso.


Mas havia algo em Anahí que irritava Alfonso mais do qualquer coisa, ela olhava para ele com aqueles grandes olhos cor de mel de um jeito irritante, como quem sabe muito, como quem enxerga através da armadura emocional que ele teve tanto trabalho para construir. Poncho não podia deixar de pensar em tudo o que Annie sabia sobre ele, em tudo o que ela já havia visto e ouvido, em como ele havia chorado no colo dela, tão vulnerável e aberto. Depois de tantos anos, pensar assim poderia parecer bobagem, mas após perder Angélica e seus pais, Anahí era a última testemunha de tudo o que ele já havia sido um dia.


Alfonso abriu a gaveta onde havia guardado a carta de Angélica. Talvez, lendo aquilo, ele poderia finalmente entender como sua irmã esperava que ele e Anahí convivessem em paz sob o mesmo teto. Ele pegou o envelope e acariciou seu nome escrito com a letra de Angel, aquela letra que era tão linda e delicada quanto ela. 


Poncho abriu o envelope com cuidado e receio, era estranho pensar que ali estavam as últimas palavras que ele receberia da sua irmã. Ele respirou fundo e retirou a carta do envelope, então sentiu seus olhos encherem de lágrimas. Sentimentos, tantos sentimentos que só faziam mal e o derrubavam, todos viriam à tona com aquela carta, mas ele sentia que precisava ler, necessitava daquelas palavras como um último suspiro de uma vida que não voltaria a existir.


 


Meu amado Poncho,


Se você está lendo esta carta, eu já parti, então, imagino que você só ouça uma pessoa chamar você assim, Annie. Eu sei o quanto ela adora chamar você dessa maneira, na maior parte do tempo, porque gosta de vê-lo irritado. De qualquer forma, fico feliz que ainda exista alguém para lembrá-lo que, antes de ser Alfonso, o advogado sério e bem sucedido, você é Poncho, aquele cara que amava ir à praia, assistir a filmes de ação, jogar videogame e implicar comigo e Annie. Esse ainda é você, maninho, não se esqueça disso!


Sabe, Poncho, você sempre foi meu irmão mais velho, irritante, implicante e protetor, mas, quando nossos pais partiram, você passou a ser tão paternal, controlando tudo e tentando não deixar faltar nada para mim. Isso deve ter sido tão cansativo para você… E eu sou grata por você ter cuidado tão bem de mim, mas, em alguns momentos, eu só senti falta do meu irmão. 


Então, não se preocupe em entregar o mundo para Sofia, simplesmente esteja ali. Não se preocupe em ser perfeito para ela, seja imperfeito mesmo, mostre que é humano, que ela pode se identificar com você. 


Ser mãe foi uma das coisas mais assustadoras que eu já fiz, minha missão mais radical, mas eu tive menos medo por saber que você e Annie estariam comigo. Vocês nunca soltaram a minha mão e, quando eu descobri que estava doente e que não duraria muito, eu senti mais medo do que nunca, eu não conseguia pensar em deixar Sofia sozinha. 


Mas, mais uma vez, saber que você e Annie estariam por perto me deu um pouco de paz. Você pode não enxergar, mas vocês dois formam uma boa dupla. Sofia tem sorte, ela pode ter o melhor dos dois mundos, o equilíbrio entre a emocional e o contido, a extrovertida e o reservado, a escandalosa e o silencioso…


Além disso, querendo ou não, nós sempre fomos uma família. Você sabe que nunca vai se livrar de Annie e ela sabe que nunca se livrará de você. Só espero que não estejam brigando muito por aí…


Anahí quer bem a você e mais bem ainda a nossa pequena Sofia. Ela é a melhor amiga que alguém pode ter e você sabe disso. Ela sempre esteve por perto quando nós precisamos e, se você se esforçar, vai se lembrar disso. 


Por fim, eu estou morta, então, sinto que tenho o direito de fazer duas coisas: agradecer e pedir. 


Primeiro, quero agradecer por tudo o que você é para mim e para Sofia. Por estar lá quando precisamos, por ser meu porto seguro tantas vezes, por segurar a minha mão até os últimos minutos, por existir.


Segundo, quero pedir que vá à praia e leve Annie e Sofia com você. Minha peixinha Anahí não pode ficar muito tempo longe do mar e você também não deveria. Você sempre amou a praia e eu quero sol e água com sal pra vocês três.


Também quero te pedir que faça alguma coisa idiota. Pelo menos uma vez por semana, faça algo que julga ser bobagem, algo que não faz desde a infância. Viva enquanto pode! Viva cada detalhe da sua vida! Aliás, comece curtindo bastante o baú dos tesouros que, agora, é todinho seu.


Por fim, Poncho, meu irmão amado, não fuja do sofrimento, permita-se sentir. Sei que você vem fugindo de seus sentimentos desde que perdemos papai e mamãe, mas isso não é bom. Eu vivi uma boa vida e fui fiel a tudo o que senti. Permita-se! Sofra! Ame! Ria! Chore! Você faz tudo o que pode por todos, faça algo por você também.


Amo você para sempre.


Angel.


Alfonso esfregou os olhos marejados tentando controlar as lágrimas que tentavam rolar pelo rosto. Angel tinha sempre razão em tantas coisas e isso era tão irritante e desesperador. Ela não estava ali. Ela nunca mais estaria ali e o mundo era menos interessante por isso.


No andar de cima, Annie rolava na cama sem conseguir dormir. A carta de Angelique, sob a cabeceira, parecia gritar para ser lida. Anahí sentou na cama, acendeu o abajur e pegou o envelope nas mãos. Depois, respirou fundo e sentiu as lágrimas brotarem antecipadamente em seus olhos. Às vezes, ela se odiava por não conseguir mascarar seus sentimentos.


- Vamos lá, Angel… - Annie disse para o envelope em suas mãos. - Faça-me chorar.


Anahí abriu o envelope com cuidado e tirou a carta de dentro dele. Tocar nas letras de Angelique dispostas sobre o papel parecia com a sensação de estar perto dela mais uma vez.


 


Annie, minha peixinha,


Nós prometemos que estaríamos juntas para sempre, eu só não sabia que o meu pra sempre duraria tão pouco. Tá… Pode rir, eu estou mesmo tentando usar um humor meio sinistro. Essa sempre foi nossa forma de tentar suportar algumas dores. E, eu juro, algumas delas não seriam possíveis de suportar sem você.


Eu sei que você sempre dizia ter tido sorte por eu, mesmo popular, ter escolhido você como melhor amiga no Ensino Fundamental. Mas, Annie, você foi minha sorte, eu achei minha alma gêmea tão facilmente e nossa amizade foi uma das coisas mais lindas que a vida me deu. Que sorte a nossa!


Amiga, você se tornou parte de mim, passou a ser minha família e minha companheira pra tudo. Mesmo em meio ao medo de partir e deixar minha pequena Sofia, penso que ela terá você e Poncho e meu coração se enche de paz. Aliás, obrigada por adotar minha filha como sua e aceitar essa empreitada que é criar uma criança.


Eu sei que nada é fácil. Principalmente desde que descobrimos minha doença. Nós mudamos de casa, de rotina, de vida. Você teve que reaprender a viver com o Poncho todos os dias e eu sei que as diferenças entre vocês parecem cada dia maiores, mas não são. Acredite ou não, ele ainda é aquele cara que salvou você na praia. 


E antes que você ache que coloquei você e Poncho na mesma casa por um ano para ensinar alguma espécie de lição, esqueça! Não foi isso. Eu, sinceramente, só estou pensando em Sofia e no que é melhor para ela. E o melhor para a nossa pequena é estar com seus padrinhos, aqueles que sempre foram sua família. Só tendo os dois juntos, ela poderá enfrentar melhor todas as dores que virão quando eu me for.


Mas, Peixinha, eu sei o quanto você gosta de cuidar das pessoas e fico feliz, porque sei que Sofia estará em boas mãos. Apesar disso, eu imploro, não deixe de cuidar de você. Volte a ir à praia, porque eu sei o quanto você sente falta do mar. Compre presentes para você, saia sozinha, viva! E, principalmente, permita-se amar.


Eu sei que seu pai deixou feridas abertas e que, mesmo depois disso, você também quebrou a cara uma ou outra vez. Também sei que, algumas vezes, eu mesma te aconselhei a desistir dos relacionamentos, mas eu mudei de ideia. Annie, viver é quebrar a cara e eu daria tudo para quebrar a cara mais algumas vezes. Então, ouça os conselhos de uma moribunda e permita-se.


Você é a pessoa mais linda, livre e louca que eu conheço. Você é muito em tudo e isso assusta os covardes, mas você encontrará gente corajosa pela frente. Continue sendo do jeito que é, intensa e exagerada como sempre foi, fazendo com que a gente se sinta amado só de estar perto de você. 


Não se limite para caber em lugar algum, porque você é gigante e não há nada de errado nisso, muito pelo contrário. Eu sei que você já quis ser menor, menos espalhafatosa, menos estabanada e mais delicada, mas isso é porque você não percebeu o quanto é encantador apreciar a sua existência. Brilhe, transborde, ouse!


 Você deixou a minha vida mais bonita a cada dia que esteve nela. Aliás, iluminou a vida de toda a nossa família sem fazer esforço e eu te amo por isso. Obrigada por cada dia da nossa amizade e por me dedicar tanto amor. 


Amo você além da eternidade. Serei sempre sua anja,


Angel.


As lágrimas rolavam pelo rosto de Anahí e molhavam o papel. Ela colocou a carta novamente dentro do envelope e o depositou sobre a cabeceira. Depois, deitou seu corpo na cama e deixou o choro tomar conta de tudo até que o cansaço a dominasse e fizesse com que ela adormecesse.


No dia seguinte, Annie levou Sofia à escola. Depois, voltou para casa afim de organizar algumas coisas antes de ir para o trabalho.


Assim que chegou a casa, Anahí ouviu vozes alteradas tomarem conta do lugar. Não foi difícil reconhecer que os gritos pertenciam, principalmente, a Dulce, noiva de Alfonso, e Annie não pôde deixar de ouvir o que ela dizia.


- Isso tudo é uma loucura, Alfonso! Eu não posso viver assim!


- Você está parecendo uma louca, Dulce! O que está havendo com você? - Embora em um tom um pouco mais baixo, Alfonso também gritava.


- O que está havendo comigo? Parece que não tenho noivo, Alfonso, é simplesmente isso. Você mal tem tempo para mim e agora vai brincar de casinha com outra mulher. Era temporário. Tudo era temporário. Mas agora você me diz que, por pelo menos um ano, você vai morar com outra e dividir uma criança com ela. Como quer que eu me sinta?


- Não dificulte as coisas, Dulce! Eu não vou morar com outra. É só a Anahí. Ela já vive aqui.


- E você nunca me perguntou como eu me sentia com relação a isso, Alfonso! Nunca! Nunca quis saber se eu me importava com alguma coisa. 


- Porque isso não deveria ser da sua conta. - ele respondeu e Annie mordeu os lábios angustiada, pensando no quanto devia ser horrível para alguém ouvir uma coisa assim.


- Tem razão, Alfonso! - Dulce pareceu ainda mais alterada. - Nada disso é da minha conta.


         Annie ainda estava no primeiro andar, no início da escada, mas pôde ouvir quando a porta do quarto abriu, mesmo que o cômodo ficasse no andar superior. Depois, ouviu a porta do quarto bater e correu para esconder-se na cozinha, temendo ser acusada de espionagem.


         Mesmo na cozinha, Annie manteve total atenção e conseguiu ouvir o som dos saltos descendo as escadas apressadamente. Era Dulce, ela pensou. Mas não ouviu uma segunda pessoa descer. Deduziu, então, que Alfonso não a seguiria. Mesmo triste e irritada, a noiva de Poncho não seria consolada por ele e aquilo fez Anahí perder qualquer indício de simpatia que pensara ter recuperado por ele no dia anterior.


           Sem pensar direito, Annie seguiu suas emoções, como quase sempre fazia, e foi atrás de Dulce que, a esta altura, já estava no jardim. 


         Dulce tinha por volta de 30 anos, mas aparentava ser ainda mais jovem. Seus belos olhos pretos redondos e delicados conviviam harmoniosamente com seus cabelos ondulados e castanhos que caíam pelos ombros como cascatas.


      Annie, secretamente, invejava Dulce por ser tão delicada. A noiva de Alfonso era pequena, não devia medir mais que 1,60 e tinha a cintura fina e os quadris largos na medida certa, nada era exagerado.        


      Anahí costumava pensar que Dulce poderia ser contratada para atuar como uma das princesas da Disney, talvez a Bela, já que estava mesmo namorando uma Fera que, aparentemente, não tinha coração.


       Para completar, Dulce era rica. Ao que tudo indicava, tinha uma família difícil e confusa, mas quem não tinha? De qualquer forma, Annie pensava que não seria mal ter uma família louca que, pelo menos, tivesse algum dinheiro. Diferentemente do seu pai que, além de péssimo, não havia deixado sequer uma pensão. 


   Considerando o quanto era bonita e rica, e por tomar como referência algumas das ex-namoradas de Alfonso, Annie esperava que Dulce fosse insuportável, mas não era. Na verdade, ela parecia não se dar conta de sua beleza e vivia com Alfonso em um relacionamento que era muito menos do que ela merecia. Além disso, poderia até ser a imaginação de Anahí, mas ele não parecia estar apaixonado pela noiva.


   Como se não bastasse, além de rica e bonita, Dulce era advogada também e havia se formado em uma das melhores universidades do país. E, caso tudo isso ainda não fosse suficiente, ela utilizava parte do seu tempo para advogar gratuitamente para mulheres vítimas de violência. 


    Anahí odiava gostar de Dulce. Ela achava a noiva de Poncho gentil, doce e agradável e, em muitos momentos, desejava ser amiga dela e fazia de tudo para que a jovem advogada se sentisse bem.


    Apesar disso, Annie tentava estar o mais longe possível quando Dulce se trancava no quarto com Alfonso ou quando eles tinham seus raros momentos de afeto. Na verdade, na maior parte do tempo, Anahí agradecia por Poncho não parecer muito adepto a demonstrações públicas de carinho.


     Não era ciúme, pensava Anahí, mas ela estava há tanto tempo sem ninguém que, de certa forma, era inegável que estava um pouco amarga. Mesmo assim, ela estranhava o jeito seco de Alfonso já que, há alguns anos, quando Annie ainda nutria algum sentimento por ele, eram inúmeras as demonstrações de afeto, entre ele e Nathália, que ela era obrigada a presenciar.


   Mas com Dulce não era assim e Annie, em muitos momentos, sentia compaixão por aquela pobre menina rica. Além disso, especificamente naquela discussão, Anahí também sentia culpa, pois, de qualquer modo, era ela o centro da briga.


  - Dulce! - Anahí chamou pela jovem que olhou para trás com os olhos encharcados pelas lágrimas.


    - Anahí? - o rosto avermelhado denunciava que Dulce estava envergonhada e confusa. - Não sabia que você estava em casa.


   - Acabei de chegar. - Annie aproximou-se de Dulce. - Venha! Sente-se! - Anahí a acompanhou até o banco que ficava sob uma das árvores do jardim. 


       - Eu… - a moça sentou-se ao lado de Anahí. - Eu não quis me exaltar.


      - Eu sei. Mas não precisa se preocupar comigo, porque você não conseguiria competir comigo em escândalo nem se quisesse. - Anahí sorriu e fez Dulce sorrir também.


        - Eu não sou assim.


        - E eu não sei? - Annie repousou sua mão sobre a mão da outra. - Estou há meses aqui e mal ouço sua voz. Fique tranquila.


         - O que você ouviu?


       - Alfonso costuma dizer que sou intrometida e… Quer saber? Não gosto de dizer isso, mas ele tem razão. Eu não pude deixar mesmo de ouvir as coisas que você disse. - Annie deixou escapar um sorriso travesso.


         - Anahí, eu não tenho nada contra você, não me leve a mal. Mas algumas coisas difíceis.


        - Ei, Dulce. - Annie apertou a mão da jovem advogada. - Eu sei que não tem nada contra mim, mas é mesmo uma situação muito louca. Não sei como reagiria se estivesse no meu lugar. E, se quer saber, eu culpo unicamente o Alfonso por não ter tido sensibilidade ao falar com você. 


          - Na verdade, eu não deixei ele falar muita coisa antes de começar a gritar, mas é que nós estamos planejando o casamento, sabe? E eu sei que preciso ser compreensiva, não faz muito tempo que a Angélica partiu, talvez seja egoísta da minha parte, mas estou confusa sobre qual é o meu lugar no meio disso tudo.


        - Eu entendo. Estamos todos confusos. Mas, olha, que tal fecharmos alguns acordos… - Annie colocou a mão sob o queixo em sinal de reflexão. - Posso prometer nunca andar em trajes menores pela casa. - ela começou fazendo as duas rirem. - Não, sério. Eu juro! Até para ir à piscina, prometo que vou de roupão e só tiro lá. 


       - Ah, Annie… - Dulce secou as lágrimas sorrindo. - Só você…


     - Você é uma boa pessoa, Dulce. - Annie piscou para ela.


    - Obrigada. - Dulce sorriu. - O problema nunca foi você, querida. Me desculpe, de verdade, por eu fazer parecer que foi. 


       - Tudo bem. - Annie sorriu com sinceridade.


      No mesmo momento, um toque de celular interrompeu o silêncio. Dulce começou a revirar a bolsa atrás do toque, terminando por tirar dali o aparelho com o nome de Alfonso na tela. 


          - É ele. - Dulce mostrou a tela para Annie 


          - Ótimo! - Annie sorriu e levantou-se para permitir a privacidade de Dulce, mas a jovem segurou a mão de Anahí, fazendo com que ela permanecesse no banco.


           - Estou no seu jardim. - respondeu Dulce ao telefone antes de desligá-lo. - Ele queria saber onde estou. - ela voltou-se para Annie sorrindo.


       - Vamos entrar então? Vocês precisam conversar.


        Antes que Annie terminasse de falar, Alfonso caminhava para o jardim a passos largos. Ela viu Dulce olhar timidamente na direção dele e virou-se para vê-lo ainda mais lindo sob o sol. Ela precisava, urgentemente, parar de achar Alfonso bonito.


         - Não sabia que estava em casa, Anahí. - apesar de dizer quase o mesmo que Dulce disse ao ver Annie, o tom de voz de Alfonso era muito mais rude.


            - Cheguei agora pouco.


       - E já veio conversar com minha noiva…


 - Sim. Estava conversando com ela e vou poupá-lo de me chamar de intrometida. Sim, eu cheguei a ouvir uma coisinha ou outra, mas não quis interferir negativamente.


     - Anahí só quis me tranquilizar, Alfonso 


     - Tranquilizar? - ele ergueu a sobrancelha aparentando desconfiança.


     - Sim. Eu percebi que é bobagem me preocupar com vocês dois sob o mesmo teto, vocês se conhecem desde sempre. Eu sei. E…


    - Bem, eu vou interromper vocês apenas para me despedir. Preciso organizar minhas coisas e ir trabalhar. Foi um prazer, Dulce.


       - Obrigada mais uma vez, Anahí.


   Annie seguiu para dentro da casa, enquanto Dulce contava para Alfonso sobre tudo o que conversou com Anahí. Poncho ouviu atenciosamente cada palavra da noiva e sentiu certo carinho por toda a delicadeza de Annie para com ela.


     Alfonso sabia que deveria ter agido com mais delicadeza e gentileza com Dulce, mas algo nele o impedia. Naquele momento, todas as reclamações e preocupações da noiva envolvendo o casamento e o relacionamento dos dois pareciam tão tolas que o irritavam.


     Além disso, Alfonso sentia uma angústia cada vez maior pela ideia do casamento. O que ele sentia por Dulce não era, nem de longe, o que ele um dia imaginou sentir pela sua futura esposa. Mas ele já não era mais o mesmo e, portanto, era comum que não sentisse mais as mesmas coisas.


       Apesar disso, a carta de Angelique e a convivência forçada com Anahí faziam com que ele se sentisse cada vez mais confuso entre o Alfonso que ele era e o Poncho que ele um dia fora.



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Autor(a): maryannie

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 Naquele dia, Annie agradeceu pelo seu trabalho. Quando estava em sala de aula, ela se esquecia de qualquer coisa ruim que pudesse assolar sua mente. Anahí entrava na escola e era seguida por alunos ansiosos pelas suas aulas, seus papos e seus conselhos. Gente que sentia o quanto ela era apaixonada pelo que fazia.          ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 35



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  • justlary Postado em 06/12/2024 - 14:09:20

    Continua

  • justlary Postado em 06/12/2024 - 14:09:09

    Finalmente o primeiro beijo

  • beatris_ponny Postado em 04/12/2024 - 16:34:57

    Nossa graças a deus vc voltou e continuou a história kkkk Manda mais por favor

  • justlary Postado em 23/11/2024 - 14:17:12

    Finalmente a Dulce percebeu se tocou e terminou com ele

  • justlary Postado em 23/11/2024 - 14:16:32

    Que bom que você voltou

  • justlary Postado em 09/11/2024 - 20:21:48

    Queria tanto mais capitulos

    • maryannie Postado em 19/11/2024 - 17:14:16

      Desculpe o sumiço. Voltei!

  • justlary Postado em 21/09/2024 - 02:05:06

    Continua

  • justlary Postado em 18/09/2024 - 00:30:41

    Posta mais

  • justlary Postado em 18/09/2024 - 00:30:27

    Comecei a ler hoje e já to viciada

  • beatris_ponny Postado em 19/08/2024 - 22:23:20

    Mulher cadê vc


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