Fanfics Brasil - Capítulo 8 - Lembranças da Tempestade Uma herança para dois - Ponny, AyA

Fanfic: Uma herança para dois - Ponny, AyA | Tema: rebelde, rbd


Capítulo: Capítulo 8 - Lembranças da Tempestade

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O som de ambulâncias. Carros passando de um lado para o outro. A escuridão. A sensação de vazio e desespero. Sangue. Mais sangue. O telefone estava em suas mãos, mas parecia impossível discar, os dedos estavam imóveis. Alfonso acordou em um sobressalto. De tempos em tempos, ele sonhava com o acidente dos pais e era horrível.


O pequeno frigobar que ficava em seu quarto continha garrafinhas de água, mas ele sentia que precisava de álcool. Talvez, um bom whisky daqueles que ficavam no bar suspenso da cozinha. Alfonso levantou, vestiu uma calça de moletom cinza, calçou seus chinelos e encaminhou-se para a cozinha. Mas, assim que chegou ao cômodo, paralisou ao ver Anahí, usando nada além de um baby doll rosa, na ponta dos pés, alcançando uma garrafa de vinho.


- Precisa de ajuda?


A voz de Alfonso fez com que Anahí se assustasse, acabando por se escorar na pia da cozinha. Ele não pôde deixar de reparar que, com o susto, a respiração dela se intensificava, fazendo com que os seios parecessem ainda mais visíveis dentro do decote. Alfonso precisou desviar o olhar e evocar outras imagens que o ajudasse a desviar a atenção do corpo de Annie.


Anahí, por sua vez, não conseguia emitir qualquer som além da respiração ofegante que ela fingiu ser consequência do susto. Ela havia sonhado com Alfonso. Sonhos muito parecidos com os que ela tinha quando estava caidinha por ele. Depois daqueles sonhos absurdos, que provavelmente eram consequência da bandeira branca da paz que eles haviam erguido, Annie só conseguiu pensar em beber para esquecer cada cena e anestesiar cada vontade.


- Assustei você? - Alfonso interrompeu o silêncio que já era desconfortável.


- Eu não esperava que estivesse acordado.


- Não consegui dormir. - Alfonso respondeu sem tirar os olhos de Annie. - Quer ajuda? - ele apontou para o vinho.


- Acho que alcanço. - Annie ficou novamente na ponta dos pés e alcançou a garrafa. - Uma das poucas vantagens de ser uma mulher tão alta… - ela deu um sorriso de lado.


- Você nunca gostou muito de ser tão alta, não é? - Alfonso caminhou até a garrafa de whisky, pegando a bebida e um copo.


- Estou mais acostumada. - Anahí sorriu enquanto caminhava para o balcão com a garrafa de vinho. 


- Teve problemas para dormir também? - Alfonso sentou-se em uma das cadeiras, de frente para Annie.


- Digamos que sim. - ela deu um gole no vinho. - Sonhos perturbadores.


- Pesadelos?


- É… Por aí…


Eles beberam por um tempo em um silêncio quase absoluto. Quando se conhece alguém por tantos anos e passa por tantas coisas ao lado da pessoa, o silêncio deixa de ser incômodo e as palavras nem sempre são essenciais. 


Enquanto bebia, Annie tentava não olhar para Alfonso e seu corpo nu da cintura para cima. Não era a primeira vez que ela o via assim. Na verdade, ela já o havia visto em trajes menores durante todos aqueles anos de convívio, mas, mesmo quando estava aparentemente recuperada dele, havia um leve arrepio na nuca. Além disso, aquele momento era diferente, ela havia acabado de sonhar com ele, era estranho vê-lo assim, ao vivo.


Alfonso , por sua vez, já havia tomado algumas doses de whisky e sentia-se cada vez mais envolvido pela mulher diante dele. Da primeira vez que o acidente dos seus pais tirou o sono dele, era Annie quem estava ao seu lado, acolhendo, consolando, dando colo. Na época, pareceu imensamente fácil abrir-se para ela, mas, no dia seguinte, a realidade o atingiu como um soco. Ele era um homem de 19 anos com uma irmã mais nova, uma namorada, propriedades e uma empresa para cuidar, não era possível continuar desabafando com uma garota de dezesseis anos. 


Por algum motivo, naquela noite, apenas com uma das luzes da casa acesa e tantas doses de whisky em seu organismo, Alfonso sentia um desejo enorme de falar com ela, se expor, deixar que alguém cuidasse dele como ela cuidou naquela noite.


 No fim das contas, como sempre, Angelique estava certa, Annie o fazia lembrar da pessoa que ele um dia foi, do Poncho, do cara antes de todas as perdas e responsabilidades. Alfonso lembrou-se da carta da irmã e sorriu, deixaria para racionalizar melhor no dia seguinte, quando houvesse menos álcool em seu corpo. Naquele momento, ele só queria deixar as máscaras caírem por um instante. Além disso, era ainda mais difícil pensar claramente com aquele perfume bom de hidratante que vinha daquela garota descabelada.


- Está sorrindo… O whisky está contando alguma piada? - Annie sorriu de lado.


- Pensava em como já fomos diferentes um com o outro. - ele respondeu colocando o copo sobre a bancada.


-  Ah é? - Annie ergueu uma das sobrancelhas. - Nós já fomos pessoas diferentes. Bem diferentes. Principalmente você.


- Eu sei… - Alfonso olhava para o copo à sua frente. - Muita coisa mudou. - ele tomou mais um gole.


- Eu sei. Às vezes, eu acho que você nem se lembra de quando ainda nos dávamos bem. - Anahí disse sorrindo, antes de dar mais um gole no vinho.


- Eu lembro. - Poncho colocou o copo novamente sobre a bancada. - Eu ainda me lembro daquela noite, Annie. A noite em que você foi meu porto seguro.


Alfonso não olhou para Anahí, mas não precisava. Ele disse o apelido dela e aquilo era mais do que o coração de Annie conseguia aguentar sem vacilar. Era como se o tempo voltasse e as coisas deixassem de ser tão terríveis como passaram a ser desde que os pais de Alfonso e Angelique partiram.


Depois, como se adivinhasse que os olhos de Annie estavam repletos de lágrimas causadas por aquelas lembranças, Alfonso alcançou a mão dela que estava sobre o balcão e a apertou.  Annie sentiu sua boca secar e uma das lágrimas escapou pelo olho, rolando pelo seu rosto.


 


 


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Autor(a): maryannie

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- Aquele dia parece tão turvo agora… - Anahí disse com dificuldade. - Você me ouviu. Me ouviu com a mesma paciência que você tinha para as histórias repetidas dos meus pais. - ele levantou a cabeça para olhar para os olhos marejados de Annie. - Me consolou, reavivou boas lembranças, me deu colo e me fez dormir. - ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



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  • justlary Postado em 09/11/2024 - 20:21:48

    Queria tanto mais capitulos

    • maryannie Postado em 19/11/2024 - 17:14:16

      Desculpe o sumiço. Voltei!

  • justlary Postado em 21/09/2024 - 02:05:06

    Continua

  • justlary Postado em 18/09/2024 - 00:30:41

    Posta mais

  • justlary Postado em 18/09/2024 - 00:30:27

    Comecei a ler hoje e já to viciada

  • beatris_ponny Postado em 19/08/2024 - 22:23:20

    Mulher cadê vc

  • beatris_ponny Postado em 12/08/2024 - 09:35:07

    Posta mais, ansiosaaaaa

    • maryannie Postado em 19/11/2024 - 17:14:37

      O trabalho me consumiu, mas eu voltei!

  • beatris_ponny Postado em 29/07/2024 - 01:13:02

    Olaaa voltando a ler e aguardando novos capítulos

  • keka785 Postado em 09/07/2024 - 11:37:15

    Essa fic é adaptada de algum livro?? Esperando os próximos capítulos...

    • maryannie Postado em 15/07/2024 - 20:37:33

      Oiii! A fic é minha 🥰 Vou postar ainda hoje

  • mileponnyforever Postado em 21/06/2024 - 23:14:49

    Aguardando o próximo capítulo!

  • ItsaPonnyWorld Postado em 11/08/2022 - 16:39:21

    Meu deus,como você para justo nessa parte? Pelo amor de Deus volta e termina isso .Aahhh amando essa fic.


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