Fanfics Brasil - Bad Day On Rainy Days

Fanfic: On Rainy Days | Tema: One Direction, Harry Styles


Capítulo: Bad Day

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Quando Amanda abriu os olhos naquela manhã fria, percebeu que seria um dia ruim.


Despertar não era a pior parte, mas sim levantar: arrastou-se para fora da cama com dificuldade, tropeçando numa camiseta no chão e se xingando mentalmente. Não podia culpar Fluffy, afinal, era apenas um mísero hamster que dormia tranquilamente em sua gaiola, coberto pela serragem.


Era, de fato, um dia ruim.


Não apenas por seu cabelo estar totalmente desalinhado, sua calça favorita estar molhada ou uma garoa fina estar caindo lá fora, mas sim pelo conjunto. Decidiu prender os cabelos no típico rabo de cavalo, rezando para que não enchessem seu saco no trabalho e voltou para o quarto, deixando a toalha sob a cadeira e procurando algo confortável para vestir.


Optou por uma calça preta, uma blusa vermelha e um casaco. Que mal havia? Estava fadada a passar oito horas e meia sentada numa cadeira assinando conhecimentos de embarque, emitindo documentos e advertindo clientes, dizendo diversas e diversas vezes que não podia simplesmente fazer o navio ir mais rápido.


Já vestida, desejou a Fluffy um bom dia e saiu do quarto batendo a porta com força, indo em direção a cozinha. Não era uma fã de café, mas tomava todas as manhãs com dois cubos de açúcar. Foi um ritual que adotou pelas manhãs em busca de algo que fosse aumentar seu ânimo, mesmo que no começo fizesse algumas caretas, acabou se acostumando.


Se não tomasse seu precioso – e ruim – café de manhã, ficava irritada pelo resto do dia.  


Verificou as notícias, mas estava mais concentrada em repassar mentalmente tudo que precisava fazer no escritório, afinal, era sexta-feira, e não estava afim de ficar até mais tarde.


Planos para uma sexta? Claramente não.


Jogou seu celular na bolsa marrom, bem como sua necessaire roxa e calçou os sapatos, pegando o guarda-chuva perto da porta e finalmente saindo de casa, marchando para mais um dia. O escritório não ficava longe, por isso, numa caminhada de apenas dez minutos já estaria pronta para começar oficialmente o dia.


Mas era um dia ruim.


Na caótica cidade de Londres, onde tudo é para agora, com ruas cheias, escritórios lotados e uma diversidade cultural imensa, Amanda construiu seu lar. Nascida em Oxford, saiu cedo de casa para morar com sua única tia que realmente se importava com ela: Helena.


Na caótica cidade de Londres, num cruzamento a míseros dois minutos de seu trabalho, um carro passou em alta velocidade em uma poça d’água, a deixando completamente molhada.


Era um dia horrível.


Xingou mentalmente a pessoa, que sequer buzinou lhe pedindo desculpas! Respirou fundo, contou até cinco, amaldiçoando até a terceira geração do infeliz que conseguiu acabar com seu dia – e suas roupas – sem pestanejar.


Valeria a pena voltar para casa? Mas estava tão perto do trabalho... preferiu ir, afinal, o casaco foi o mais ferido pela água, e o poncho preto, que mantinha guardado na última gaveta de sua mesa, poderia ser a solução para que não ficasse tremendo de frio pelo resto do dia.


Foi o que pensou.


Adentrou no prédio e apertou diversas vezes o botão para o sétimo andar, mas, dessa vez, o elevador demorou mais do que de costume. Tremendo, agradeceu mentalmente quando ele apareceu, e pôde se enfiar no canto do elevador e ali ficar.


Mas, antes do elevador subir, a porta abriu novamente.


– Mas que porra... – sussurrou quase inaudível, se arrependendo rapidamente quando percebeu que era Ramon.


– Bom dia Amanda! – o homem a cumprimentou, entrando no elevador e mantendo uma distância razoável da menina. Pode perceber que ele a analisava de cima abaixo, e isso a deixou extremamente frustrada, afinal, não estava com vontade de responder pergunta alguma.


– Bom dia, Ramon. Para saciar sua curiosidade, um carro acabou fazendo esse acidente. – sorriu amarelo, rezando para que o elevador chegasse logo ao andar do escritório e ela se visse livre desse constrangimento.


Ramon era lindo. Amanda sempre sentiu uma atração descomunal pelo homem, mas nunca o disse, afinal, ele era incrível demais para estar com alguém como ela, pelo menos era assim que pensava.


Amanda nunca foi acostumada com felicidade.


O típico barulho que ela odiava, mas que foi como uma salvação naquele momento, a despertou do pesadelo. Com um aceno, saiu do elevador às pressas, deixando um Ramon um tanto confuso. A porta se fechou e, com isso, o homem seguiu em direção ao seu andar.


A mulher atravessou a recepção e desejou um bom dia para Maria, sua colega. Não demorou para que chegasse em sua mesa e, finalmente, se visse livre do casaco molhado.


– Parece que alguém está tendo um dia ruim, não? – Dereck arrastou a cadeira até seu lado, mas não obteve resposta. A morena apenas abriu sua bolsa e pegou os fones de ouvido, bem como o celular – grossa...


Era um dia ruim.


Pierce The Veil tocava enquanto a menina começava mais um dia no Comércio Exterior. Com mãe e pai médicos, todos acreditavam a menina seria uma renomada cardiologista, seguindo a linhagem da família. Talvez, seu irmão morto fosse ser o orgulho de seus pais, coisa que a menina não conseguiu. Nunca foi fã da medicina, apesar de achar uma profissão linda, não combinava com ela.


Com sete anos, sonhava em ser uma vendedora de cachorro quente; com quinze, jurava que seria professora, mas aos dezessete descobriu que queria embarcar no comércio exterior. Seus pais nunca foram a favor, mas que poder tinham sobre ela? A negligenciaram a vida inteira.


Ela embarcou de cabeça em seu sonho, e conseguiu. Era feliz com o que fazia, apesar do stress diário e uma quantidade absurda de trabalho, seu trabalho a deixava feliz, e não conseguia se imaginar fazendo outra coisa.


No meio de despachos de documentos e emissão de faturas, mal viu o tempo passar, e quando a fome apertou, percebeu que já estava na hora do almoço. Levantou a cabeça e viu que o escritório estava praticamente vazio, e com certeza iria se deparar com filas imensas para entrar nos restaurantes.


Talvez hoje devesse almoçar algo na cafeteria.


Era uma cafeteria simples, com um jardim bonito na frente e um cappuccino sensacional. Talvez um cheesecake fosse um almoço gostoso, mas nada saudável. Entre 30 minutos e fila e o cheesecake, já estava pensando se escolheria o de blueberry ou de chocolate.


A cafeteria não era tão perto do escritório, o que lhe custou uma caminhada de quinze minutos, mas valeram a pena assim que chegou. O cheiro adocicado e o sorriso terno da atendente até a fizeram esquecer que era um dia ruim.


Pelo menos não tinha perdido nenhum conhecimento de embarque.


Mas decidiu parar de pensar nisso.


– Boa tarde... eu gostaria de um cheesecake de blueberry e um chá de camomila, por gentileza – Amanda pediu confiantemente a combinação que não parecia apetitosa aos olhos da atendente, que nada disse, apenas registrou o pedido e pegou o cartão, efetuando o pagamento.


Agradeceu e guardou o cartão na bolsa, analisando o pequeno café e vendo que seu lugar favorito estava ocupado.


Só havia uma mesa disponível, de frente para a janela.


Amanda odiava sentar-se de frente para a janela.


Relutante, caminhou até a mesa e se sentou, escondendo suas mãos dentro do poncho e tentando se aquecer um pouco. Uma chuva fina caía, e pôde perceber algumas pessoas xingando na rua por não terem levado guarda-chuva.


Pareciam até turistas.


Perdida em pensamentos, batucava os dedos sob a mesa enquanto esperava seu fatídico e infantil almoço. Quando um atendente timidamente cortou seus pensamentos, sorriu feliz ao pensar no cheesecake de blueberry, mas assim que olhou a bandeja, sua felicidade fora por água abaixo.


– Desculpe senhorita, temos apenas uma fatia do cheesecake de blueberry e está reservada, por isso, trouxe-lhe duas fatias do cheesecake de morango, espero que goste! – sorriu torto e deixou a xícara e o prato na mesa.


Era, de fato, um péssimo dia.


Amanda tomou a xícara em suas mãos e bebericou um pouco do chá de camomila, rezando para que ele levasse em boa todas as energias ruins que aquele dia despejava nela. Era, de fato, uma pessoa azarada.


Talvez seus pais estejam por trás disso.


Comeu o doce lentamente, intercalando entre responder a estagiária sobre alguns documentos que havia chegado ao escritório e comer. Quando o prato estava limpo e a xícara vazia, arrumou os talheres e respondeu a estagiária novamente, quando o típico barulho da porta indicava que mais um freguês havia entrado.


Involuntariamente inclinou a cabeça para o olhar, e pelo pouco que conseguiu ver, percebeu que era um homem bonito.


– Boa tarde, vim buscar o que havia deixado reservado...


– H, certo? Cheesecake de blueberry e Expresso sem açúcar?


– Exato.


Desgraçado.


Foi exatamente isso que Amanda pensou. Ela não o conhecia, como poderia achar isso dele? Mas foi o que fez, e não se arrependia. O rosto bonito não iria mascarar o ódio que estava sentindo.


Mas ele era bonito, muito bonito.


Não queria se estressar mais, por isso, se levantou e marchou para fora do estabelecimento, abrindo o guarda-chuva amarelo que carregava. Seu celular vibrou e, enquanto xingava Giulia mentalmente, ouviu o barulho da porta abrindo.


Talvez estivesse muito curiosa, ou fosse apenas sua mania de observar tudo por conta de um medo irracional. Qual seja a resposta, apenas olhou, dando de cara com o homem que conseguiu acabar com sua única felicidade do dia.


Que estava sem um guarda-chuva.


A chuva se fez mais forte e percebeu que ele respirou fundo e arrumou a touca que usava, que deixava alguns cachos de fora. Apesar de ser uma carrasca, Amanda também era humana, e por mais que o homem não merecesse, caminhou até ele e dividiu o guarda-chuva.


Talvez tivesse agido num impulso, já que não tinha coragem de virar para o encarar.


– Ahm, obrigado.... – a voz grossa do homem lhe retirou do transe, e involuntariamente virou para o encarar.


Olhos lindos.


Tão lindos quanto o mar. 



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Autor(a): stylesway

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