Fanfic: Danos colaterais: permita-se amar! | Tema: original, romance
Não que quisesse ser o centro das atenções, mas era inevitável.
Coloquei um vestido longo preto, com as costas nuas e uma fenda na coxa direita, o colo era alto para não ficar tão vulgar. Era simples. Coloquei um par de brincos de cristais rosados, meu cabelo amarei em um rabo de cavalo alto e assim esperava me esconder pelas sombras, talvez isso nao aconteceria.
Olhei para a minha imagem no espelho, eu tinha olhos castanhos claros, quase em um tom de verde, enquanto meu cabelo era de um tom de castanho escuro, quase que preto.
-Esta linda… -Marina me analisou enquanto eu passava rimel. -Sexy.
Dei risada.
-Juro que estou tentando me manter neutra para não chamar a atenção. -falei e a vi revirar os olhos.
-Querida, tu ficou fora por 5 anos. -ela fez uma pausa.
Seu vestido era curto de um tom de vermelho vivo, lindíssimo, talvez pegaria emprestado um dia.
Eu sabia que a merda estava feita, no entanto, eu não sabia como as coisa poderiam ser pior do que estava imaginando. Talvez eu esteja sendo ingênua.
-Acho bom descer cedo, as pessoas já vão ver você e se acostumar. -sugeriu Marina passando os dedos pelo cabelo para os ajeitar.
-Boa ideia. -sair da frente do espelho. -Meu pai… nao acha que está atrasado?
Marina juntou a sobrancelhas e concordou.
-Homens de negócios, deve esta em alguma reunião. -deu nos ombros e concordei.
Não seria a primeira vez que meu pai se atrasaria para alguma festa. Desci as escadas acompanhada por Marina e apontou os fotógrafos na entrada.
-Temos que registrar esse momento antes de vim um monte de gente perto de você. -disse rindo.-Precisamos de fotos boas para fazer a sua imagem de mulher elegante, vamos aproveitar a chance.
-Voce esta saindo melhor que a encomenda. -pisquei para ela.
A decoração era de rosas brancas e cristais, era a cara da Rebeca. Os fotógrafos sabiam quem eu era, talvez por ordem da minha mae.
-Senhorita Aurora, podemos? -perguntou o fotógrafo mostrando a câmera.
Era isso que a minha mãe queria, seria isso que me tornaria.
-Caro, onde acha melhor? -perguntei o vendo sorrir.
-De frente para a escada, por favor. -disse.
Notei a movimentação de pessoas, elas me olhavam e sussurravam algo para a pessoa do lado.
-Ok. -arrumei o meu cabelo.
Distancie as minhas pernas, para que a fenda fizesse seu trabalho, uma mão na cintura e outra rente ao corpo.
-Aurora, faz uma de lado. -Marina sugeriu após o fotógrafo tirar a foto.
-Faço quantas a senhorita quiser. -brincou o fotógrafo se ajeitando para a próxima.
Fiz a posse que Marina sugeriu, ajeitei o meu vestido e antes de olhar para a câmera, vi o par de olhos azuis, ele estava a poucos metros, com a sua irmã mais nova ao seu lado e o seu melhor amigo, Natan. Os dois me olharam e pareciam que viam um fantasma, Taila me olhou desconfiada. Sorri para eles, um sorriso calmo e tímido, o aproveitei para a foto. Voltei o meu olhar para o fotógrafo.
Foi segundos, porém notei que Thomas não estava muito feliz em me ver.
Me despedi dos fotógrafos e caminhei ate a Marina, ela havia puxado o Natan para uma conversa, olhei para ela que não se incomodou com a minha presença. Ele me olhou e sorriu, um sorriso aberto de como sempre dava.
-Atrapalho? -perguntei o vendo negar.
-Nao, Aurora. -ele se aproximou para um abraço. -Os ares europeus te fizeram bem.
Brincou me soltando e segurou a cintura da Marina, de uma forma muito íntima para o meu gosto, olhei um pouco desconfiada.
-Depois conversamos. -ele piscou para nós duas. -Você está ótima!
Disse nervoso antes de se afastar.
-Thomas não estava com ele? -perguntei a vendo concordar.
-Ele deve ter ido atrás da Rebeca. -disse calmamente.
-Rebeca? -perguntei vendo um garçom se aproximar com uísques.
-Eles namoram. -disse estranhando o meu espanto.
-Senhoras? -o garçom ofereceu a bandeja.
Peguei um copo e o levei para a boca, o líquido queimou ao descer, fechei os meus olhos sentindo a sensação.
-A quanto tempo? -questionei engolindo a mágoa.
-Alguns anos, o Natan ate comentou que o Thomas vai pedi ela em casamento hoje. - a voz da Marina estava lenta e tudo começou a girar de forma lenta. -Voce não sabia?
-Voce nao me disse… minha mae nao me disse… ninguem me disse. -as palavras saiam, mas o nexo faltava.
-Aurora… -ela me segurou pelo ombro. -Voce é a garota misteriosa?
“Natan estava ao lado de Rael, meu irmao trazia os seus amigos quando eu trazia as minhas amigas para a piscina.
-Eu ja falei pra ele trazer essa menina. -Rael disse para Thomas que engoliu em seco.
Estava do outro lado com Vitoria e Marina, ambas pareciam desinteressada na conversa.
-Ela é timida. -disse Thomas olhando para mim que estava deitada na beira da piscina.
Fechei os olhos enquanto caminhava a minha mao pela agua.
-Nem eu que vou a irma dele sei, amorzinho. -Disse Vitoria folheando uma revista.
-A garota misteriosa do Thomas… -Natan debochou e pulou na agua.
Estava ignorando eles ate que senti a mao de Natan na minha.
-E ai, princesa… que tal um cinema? -perguntou me fazendo me sentar com as pernas na água.
Natan colocou a mao na minha perna.
-Ei, tira a mao da minha irma! -Rael disse em voz alta.
-Entao, eu posso . -Thomas ameaçou o meu irmao e sorriu. -Afinal, voce namora a minha irmã gemea.
-Nao sou propriedade de ninguem. -falei incomodada. -Tenta na próxima, Natan.
-Ela ta certa. -Thomas cutucou o meu irmão.
Rebeca passou por onde estava o Thomas e o Rael.
-Oi Rebeca. -Thomas usou o seu tom charmoso pra me incomoda mais ainda.
-Thomas. -disse sorrindo.
Entrei na piscina pra disfarçar o meu incômodo.
-Calor ne. -falei ao lado de Natan.
Thomas me fuzilava com os olhos.”
-Se eu dizer nao, estou mentindo. -falei me lembrando do ciúmes que Thomas tinha.
-Ai caralho. -sussurrou respirando fundo.
-Depois de quase 7 anos descobri quem é a garota. -Marina parou um garçom, tirou o meu copo da minha mao. -Uisque.
Disse entregando o copo cheio.
Nos olhamos e tomamos o uisque ao mesmo tempo.
-Porra. -sussurrou Marina me analisando. -Voce ficou 2 anos com ele e foi pra Europa?
-Marina. -fiz uma pausa e a encarei. -Eu estou sóbria para falar disso.
-E eu pra ouvi sobre…
Antes de irmos para o quintal, a assessora da minha mae me chamo.
-Aurora, sua mae quer fala com voce. -sussurrou em meu ouvido.
Ela me conduziu ate o escritório e encontrei a minha mae dando água para o meu pai.
-Seu pai… chegou um pouco alterado. -minha mae usava um vestido em um tom de vinho, seus olhos o olhava com vazio.
-Quer que eu chame alguem? -perguntei vendo o meu pai parecer que iria dormir a qualquer momento.
-Nao! -ela me olhou. -Rita vai trazer um cafe para ele. Thomas vai entrar com a Rebeca. E voce vai fazer um discurso.
Dei risada.
-Mae, a gente nunca se deu bem. -debochei.
Rebeca… Thomas… Meu Deus, que noite!
Observei a minha mae direcionar o seu olhar vazio.
-Faça o seu melhor… nao me envergonhe Aurora! -notei que suas mãos tremiam e la estava a minha antiga mae. -Voce vai ir la, fazer o seu papel. Eu so tenho vocês duas… seu irmao nos abandonou e em voce investir tempo e dinheiro.
-Dona Elena? -aquela voz.
-Thomas, me ajude a convencer essa…
-Eu faço! -falei olhando para ela que estava indo em direção a porta atrás de mim.
-O Rael poderia estar aqui…. aquele garoto… -toda vez que meu pai bebia falava do Rael.
-Santo Deus. -bufei e me virei.
Thomas estava com aquele olhar de quem dizia “que merda”, respirei fundo, fechei os olhos e caminhei para sair dali. Eu havia entendido, ele nao me queria ali. Eu nao pensei que o iria ver tao cedo… eu nao treinei para lidar com aquele olhar matador dele.
Segui pelo corredor ate que senti uma mao segurar o meu pulso.
-Voce esta bem? -me virei e por um segundo me reencontrei com o Thomas que conhecia.
-Ta tudo meio bosta. -falei fechando os olhos, escutei sua risada baixa e calma, por um segundo eu era a Aurora de anos atrás. -Você nao deveria esta preocupado comigo.
Eu tinha consciência da tristeza da minha voz, mas queria ser sincera… comigo mesma e pela primeira vez com ele.
-Eu sei... -disse finalmente soltando o meu pulso. -Eu so pensei… -seu olhar estava em sua mao, ele nao me olhava nos olhos.
-Eu sei, Thomas. -sussurrei.
-A gente precisa conversar, como gente grande. -disse finalmente olhando nos olhos.
-Ta. -falei sentindo a frieza dos seus olhos. -Nao me trata como se eu fosse a sua pior ex namorada, eu nunca ocupei esse papel.
-Talvez seja por isso… voce sempre foi um talvez. -disse se afastando e me deixando naquele canto frio… sozinha…
Voltei para Marina que me olhava confusa.
-Minha mãe quer que eu faça um discurso porque meu pai está muito bêbado. -falei sem mencionar a minha DR rápida com Thomas.
-Puta que pariu. - disse me encarando. -Sabe o que vai dizer?
-Que eu a odeio. -brinquei a vendo rir. -Se o Rael estivesse aqui já estaria tudo resolvido.
Respirei fundo.
Em um passe de mágica, Natan apareceu do nosso lado. Ele me perguntou se estava bem e fiz que sim.
-Beba, so nao fale merda. - sussurrou o Natan me dando um copo de uísque para que eu parecesse uma garota despojada.
Algo me dizia que o Natan sabia de tudo. Talvez, seja por isso que Thomas e Natan ainda eram amigos.
O álcool havia me tirado a trave e lá estava eu na pista montada para dança e na qual aconteceria as homenagens. Eu seria a primeira, puta que me pariu. Rebeca estava na mesa da frente ao lado do digníssimo senhor filho da puta de olhos azuis. Me sentia como se estivesse no casamento deles e eu era a madrinha, ai que pesadelo.
Estava com o copo na mao, olhando para todos.
-Boa noite! -falei vendo a luz branca parar sobre mim. -Implorei para o papai me conceder a honra de fazer uma homenagem para você, infelizmente nao tem espaço na programação para mais um discurso. A mãe surtaria se passe do cronograma dela. -fiz uma pausa ouvindo alguns risos, Rebeca me analisava e Thomas nem olha para mim. -Enfim, nao temos uma relaçao de irmas saudaveis. E voce tambem nao é minha irma… de sangue! -engoli em seco e tomei o meu uisque. -Entao Rebeca, somos so nos duas. -falei a vendo se interessar pelo o que estava falando. -Eu sei que vim sem avisar ninguem… so mamae sabia e espero que tenha gostado da minha presença… irma.
Esse era o final do meu discurso… me afastei do microfone, porém o álcool falou mais alto, minha cabeça estava a mil.
-Ah, antes que esqueça... -voltei para o microfone vendo a Marina fazer sinal de não com a cabeça, a ignorei. -Rebeca, eu não poderia desejar ninguém melhor pra você a não ser o Thomas. -ele levantou olhar. -Ele…é bom e velho amigo e espero que sejam felizes.
Rebeca sorriu e pegou no joelho dele que deu um leve sorriso.
Sai da pista e fui abraça-la, tomei o resto do meu uisque e deixei em uma das mesas no caminho ate eles.
Ela me abraçou fazendo o teatro prefeito que a minha mae queria.
-Falsa. -ela sussurrou.
-Foi de coração, vagabunda. -sussurrei de volta.
Thomas me olhou.
-Nao vai me abraça, cunhadinho? -debochei o vendo me abraçar.
O seu cheiro era uma droga e o meu vício adormecido acordou.
Voltei para o lado dos meus amigos de festa. Natan perguntou se queria sair dali, mas a Marina disse o que eu iria dizer.
-Vamos terminar essa palhaçada. -disse ela me fazendo rir. -Se ele pedi ela em casamento voce é passado… agora se nao pedi, voce incomoda.
Natan olhou para ela e negou.
-Ele vai pedi. -Natan me olhou. -Nao é um secreto para mim...sei faz um tempo, mas voce nao precisa ve isso.
Natan confessou e me analisou vendo negar.
-Preciso tira o band-iad. -sussurrei.
Ele tinha razao, nao precisava me castigar.
-O que dizer sobre voce? Voce me tirou de um limbo que resolvi enfrentar sozinho, era doloroso aonde estava, voce me tirou de la. -Thomas dizia para ela e a cada palavras ele me quebrava, ele me socava varias e varias vezes, apenas assistia. -Eu nao sabia que precisava de voce até perde algo…-Thomas caçou o meu olhar. - E de voce fiz de minha, fiz o nosso sentimento se tornar amor, transformei eu e voce, em nós… -Thomas pausou e desviou o olhar.
Estava com uma taça de champanhe nas mãos e a girava e fingia que nada estava acontecendo eu estava vazia por dentro, destruída.
-Quer se casar comigo? -entao ele perguntou e desviou o olhar para mim.
Tomei o champanhe enquanto me encarava.
Ergui a taça fingindo felicidade.
Autor(a): surtada13
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
(Thomas) Estava martelando a cabeça á dias para aquele discurso, pedi ajuda até para Taila que de mau gosto me ajudou, mas olhando para ela, eu sabia que seriam palavras vazias. Naquele momento cai na real, Rebeca era uma boa versão de esposa que meu pai adoraria que ficasse, mas nao era a pessoa que eu queria. No fim, nunca sei o que quero e qua ...
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