Fanfic: Danos colaterais: permita-se amar! | Tema: original, romance
( Aurora)
Estava no balcão da cozinha com os meus antigos lápis de cor, eram tão velhos e gastos, naquela manhã acordei com a sensação ruim no peito, mal conseguia sair da cama, quase como um bico de depressão.
Meus traços eram amadores, havia perdido o jeito, desenha projetos não eram tão detalhista como o rosto do Thomas.
Sim, um dia no passado, eu o desenhei, para sempre tê-lo para mim.
-Você tem jeito para isso. - disse Rebeca atrás de mim.
Nao que tínhamos virado melhores amigas, porém havia um respeito entre nós.
Olhei para ela que usava um vestido de um tom de vinho, quase roxo, um salta alto preto de tiras, eu nao precisa nem perguntar para onde ela estava indo, nao era idiota de fazer tal pergunta.
Respirei fundo tentando não me abater com a imagem dos dois juntos, eu precisava ser madura, entender que a minha chance passou e eu era lembrança, talvez uma saudade, mas nunca serei o agora dele, o fato dele ter tentado me beijar só levanta duas hipóteses: a primeira era que ele sente falta do passado e a segura era que o seu caráter havia mudado.
-Não precisa puxar o meu saco. -falei a vendo rir.
-Eu entendo disso. -disse apontando para o papel no qual desenhava o vaso de rosas que estava na cozinha. -Nao menospreze o meu trabalho.
Ela sorriu indicando que estava no mínimo brincando.
Olhei para o papel e bufei.
-Amanhã terei que ir na empresa. -disse a ela, seus olhos voltaram para o papel.
-Amanhã posso ficar com a tia. -ela me olhou e chegou mais próximo do balcão. -Voce não precisa ficar o tempo todo com a tia, podemos contratar uma enfermeira pelo menos por meio período.
Concordei e a olhei.
-Eu perdi 5 anos longe dela. -mencionei. -E agora… ela vive no mundinho dela.
-Por enquanto ela ainda se lembra de você, de mim… ate mesmo do Rael. -disse se afastando de mim.
Na última crise , o médico identificou indício de Alzheimer, no entanto iria fazer exames para ter certeza.
-Obrigada. -sussurrei a vendo se assustar aquela minha atitude. -Talvez ela nao seja tao vítima como achamos, mas ela é a minha mãe e você cuidou dela. -revirei os olhos e sorri. -Talvez nunca seremos amigas, mas eu gosto disso.
-Esquece, nunca seremos amigas. -disse sorrindo. -Ah se alguem pergunta… estou com o Thomas.
-Meio obvio. -sussurrei sem que ela conseguisse ouvir.
Nao estragaria aquele momento, me mantive com o olhar no papel.
-Pelo visto só será eu. -falei olhando a enorme cozinha.
Dispensei os empregados do turno da noite, meu pai que se fodesse por ai para comer, minha mãe estava sedada e já havia jantado o que Rosalie havia preparado para ela.
Estava sozinha.
Eu sempre estive sozinha.
(Thomas)
Natan foi o primeiro a chegar, meu melhor amigo parecia exausto e sem paciência, um dos defeitos do Natan era a falta de paciência, quem o via de bom humor, nao sabia que a sua face poderia mudar a qualquer momento.
-Preciso de cafe. -disse irritado e indo em rumo da cozinha.
Ele me olhou de canto buscando alguma objeçao minha, no entanto nao era idiota para cair em seu truque de quem queria desabafar.
Rebeca chegou e sorriu.
-Espero que seja importante. -disse ao entrar. -Natan.
-E ai ruiva. -disse de costas para ela.
A cozinha do meu apartamento era junto com a sala, então Rebeca se aproximou da mesa e se sentou.
-Vai sai com a Fernanda? -perguntei a vendo fazer que sim.
-Foi de partir o coração quando disse que ia vim para cá. -disse bufando.
-Falando nisso, voce poderia dizer a ela… que a gente nao tem nada. -falei a vendo arregalar os olhos.
-Quer que eu faça o que? -disse rindo.
-Espera! -Natan serviu o cafe em uma caneca e nos olhou. -Desde quando voces sao amigas?
Natan parecia confuso e soltei um riso baixo com o seu jeito de quem nao entendia mais nada.
-Nao. Somos. Amigas. -Rebeca fechou os olhos e respirou fundo. -Porque nao fala você?
Engoli em seco e me sentei na mesa com ela.
-Ela nao vai acreditar em mim. -falei a vendo dar nos ombros.
-E que ele tentou beijar ela e ela deu piti por sua causa. -Natan resumiu, escorando as suas costas no armário da cozinha.
Rebeca olhou para o Natan e depois para mim.
-Voce é um idiota. -disse como se tivesse gosto em dizer aquilo.
-Por favor, Rebeca. -pedi pegando em suas mãos.
Natan se divertia às minhas custas, o fuzilei, porém parecia não fazer efeito qualquer tentativa de intimidá-lo.
-Vou pensar no seu caso. -disse puxando as maos e me olhando de cima para baixo.
-Obrigada. -sussurrei.
-Entao, eu gosto muito de voces, mas estou morto de cansaço, entao que caralho estou fazendo aqui? -Natan respirou fundo controlando a sua impaciência.
-A gente precisa achar o Rael. -falei vendo Rebeca e Natan trocar um olhar.
-Roberto vai saber… nao vai da certo. -Natan me olhou, seus olhos ganharam uma expressão de seriedade.
-E se for Aurora? -Rebeca sugeriu me olhando.
Neguei.
-É perigoso. -falei.
-Foi ela que te pediu isso, nao foi? -Natan me fuzilou. -Então, deixa ela ir.
-Meu tio não irá fazer nada com a Aurora. -Rebeca analisou todos os trejeitos do meu rosto. -Para de protegê-la.
-Concordo com a Rebeca. -Natan parecia frio e calculista.
-Você só está concordando porque está irritado. -falei me levantando.
-Sim. -confessou rindo. -Mas é aceitável ela ir, do que você.
-Ele não vai fazer nada com ela, Aurora é uma celebridade no mundo da arquitetura, uma bela fachada para as empresas e tals. -Rebeca parecia mais calma dali.
-Nao. -falei os vendo negar com a cabeça.
-Thomas. -Natan me olhou irritado.
-E se fosse a Marina? -contra -ataque.
-Sabe qual é a nossa grande diferença? -disse colocando a xícara na pia. -Eu deixo a Marina viver a própria vida, não construo um mundinho perfeito só para ela. Agora, a Aurora está perdida e tendo que lidar com o fato do pai ser um cuzão, que a mãe é doida e sem saber se o irmão está vivo tudo ao mesmo tempo. -Natan respirou fundo. -Talvez vocês estivessem juntos se não a colocasse nesse mundinho.
Meus olhos o seguiram sair sem se despedir.
Olhei para Rebeca e analisava as unhas.
-Eu sei que você concorda com ele. -Suspirei e sentei novamente na cadeira.
-Em partes. -disse levanto o seu olhar até o meu. -Natan nunca amou ninguém, pelo menos não do jeito que amamos. Eu vejo em você que a ama, mas se continuar assim irá sufocá-la, ela é livre, você sabe melhor que ninguém que ela deve escolher se quer ficar ou não. -Rebeca chegou em um ponto que me machucava. -Ela te pede a verdade e você a ignora. O Natan está certo, é injusto ela passar por tudo isso em alguns dias.
Bufei e joguei a cabeça para trás.
-Natan sempre disse isso, mas ela… estava tão contente em ir viajar. -relembrei a vendo juntar as sobrancelhas.
-Ela mentia como você mentia para ela. -Rebeca se levantou. -Eu entendo que queria proteger ela de todo mal que existe. -Ela respirou como se buscasse palavras para não me ferir mais. -Mas esse relacionamento de vocês só houve mentiras e mais mentiras, o que vocês têm de real, Thomas?
A fuzilei com o olhar.
Ela era dura comigo, precisava disso.
-Eu sei que tem algo de real. -não havia dúvidas nisso.
-Segue o seu coração, eu não irei te impedir como antes. -seus olhos eram tristes e um sorriso calmo.
(Aurora)
Não era o local no qual queria estar, para ser honesta ficar em casa chorando era melhor, porém tinha que manter a minha pose de garota má, eu estava me afastando cada vez mais das pessoas ao meu redor, uma das soluções que encontrei para organizar a minha mente.
Meu coração gritava após anos, eu precisava do meu irmão, sabia que estava vivo e pelas circunstâncias tudo mudaria em questão de dias, horas… dependia do humor do meu pai.
Entrei no elevador e olhei Natan fazendo sinal para segurar o elevador enquanto corria.
Foi o que eu fiz.
Natan era um cara alto, seu cabelo era um loiro claro sem ser dourado, sua barba estava presente como se não houvesse tempo para fazer, seus olhos eram um enigma a parte, às vezes me lembrava um tom de mel, que passeava pelo verde entretanto, ele se tornava um castanho claro, era uma loucura.
Sorri tentando não parecer uma louca tentando descobrir a cor dos seus olhos.
Ele sabia que não estava bem, o observei apertar o botão para que o elevador não subisse.
-Ei. -falei assustada o vendo dar um leve sorriso de canto, como se me desafiasse. -Eu nao to para gracinhas hoje, eu tô exausta…
-Quer ver o seu irmão, Aurora? -perguntou de um jeito brincalhão e seu sorriso aberto me fez paralisar.
-Como é? -sussurrei confusa.
-Escuta docinho, eu te levo até o Rael, mas terá que fazer algo por mim. -sussurrou e deu uma piscada um pouco provocativa.
Será que estou assinando um acordo com o Diabo?
-Você sabe onde ele está? -Perguntei o vendo concordar e colocar a mão na parede fria e a usá-la para me deixar imovel, entre nós havia um espaço respeitoso, mas me incomodava.
-Eu te levo. -disse olhando em meus olhos.
-Qual é a pegadinha? -perguntei me encostando na parede.
-O Thomas não pode saber, na verdade ninguém pode saber. -disse me analisando. -Será um segredinho nosso.
-Não é apenas isso, eu te conheço. -Falei suspirando.
-Eu te levo lá e você fica me devendo um favor e quando eu cobrar, você irá fazer. -disse sério e engolindo em seco.
Definitivamente estava fazendo um acordo com o Diabo e eu estava louca para assinar.
-Então, senhor advogado, onde assino? -falei o vendo dar uma risada.
Ele estendeu o seu dedo mindinho da mão livre e me olhou encaixar o meu dedo no dele, selando o acordo.
Autor(a): surtada13
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
(Aurora) Natan se afastou de mim e não fomos para o nosso andar habitual. Seus olhos se mantiveram na porta metálica na qual se abriu no térreo. Tentei não pensar muito no fato de estar indo seja lá pra onde for com o namorado da minha amiga, isso era perturbador. Isso me fudia, pois teria que mentir. -Pre ...
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