Fanfic: Danos colaterais: permita-se amar! | Tema: original, romance
(Aurora)
Natan se afastou de mim e não fomos para o nosso andar habitual. Seus olhos se mantiveram na porta metálica na qual se abriu no térreo. Tentei não pensar muito no fato de estar indo seja lá pra onde for com o namorado da minha amiga, isso era perturbador.
Isso me fudia, pois teria que mentir.
-Preciso de café, se importa de fazer uma parada em algum lugar? Dormi apenas duas horas essa noite. -disse antes de abrir a porta para mim.
Me sentei no assento e achei bizarro Natan fechar a porta para mim. Não estava acostumada com isso.
-Está com fome? -perguntei o vendo dar nos ombros.
-Um pouco. -respondeu tirando algo de trás das costas.
Natan tirou uma arma de fogo de suas costas, me fazendo pular no assento, busquei pela trave da porta e notei que Natan as trancou.
-Ta doida? - perguntou em um tom suave.
-Voce tem uma arma!-falei apontando para a sua mão.
-Tenho várias. -sussurrou.
-Quero sair do carro. -falei o vendo gargalhar.
-Eu não vou fazer nada contra você, besta. -disse rindo e a guardando ao seu lado da porta.
-E porque voce tem uma arma? -perguntei ainda assustada.
Ele revirou os olhos e sorriu, um sorriso como se me dissesse sua tola.
-Digamos que eu vejo o seu pai todos os e que eu sei de todos os podres dele, acha que eu deveria andar só com a fé no senhor? perguntou. -Ele não pensaria duas vezes antes de enfiar uma bala na minha testa se soubesse das coisas que eu sei.
Fazia sentido, relaxei no banco o vendo ainda se divertir com o meu surto.
-O que voce sabe? -perguntei.
Ele negou com a cabeça, nao iria me dizer nada.
-Docinho, é melhor nao saber. -disse em tom de sarcasmo.
Natan ligou o carro e me olhou de canto de olho, talvez a minha reação com a arma deveria ter o deixado de bom humor.
Eu era ridícula.
-Thomas tem uma? -perguntei de uma forma tímida.
-Por que? Achou sexy? -debochou com um ar de flerte.
Senti o meu rosto corar e comecei a rir.
-Nao, mas pelo o que você diz… isso tudo é meio perigoso. -falei o vendo sorrir.
-Eu tenho porte de arma, o Thomas não. -Fez uma pausa enquanto cuidava do trânsito. -Já te contei que a minha família praticamente inteira é da área jurídica e tenho uns primos da polícia, foi fácil arrumar um porte e posse de arma.
Foi quando entendi algumas coisas, essa era a razão pela qual era mais fácil ele ser castigado pela máfia do meu pai do que o Thomas.
- Roberto está à procura de um sucessor para os negócios, ele aposta no Thomas. -Natan olhou fixamente para os meus olhos e desviou. -E voce? E uma ótima fachada, saiu melhor que a encomenda. -seus olhos se concentraram no caminho, porem continuou. -Voce conseguiu fama no ramo da arquitetura, voce é foda e preciosa de mais para aquele velho filho da puta.
Pisquei algumas vezes e engoli em seco.
-É impressão minha ou você, Thomas e a Rebeca é tipo… a resistência? -perguntei o vendo dar nos ombros.
-Básicamente. -disse respirando fundo. -Eu nao sou a pessoa que iria contar essas coisas para você, isso é o máximo que vamos conversar.
Bufei e encostei a cabeça na janela.
-Vou levar voce para tomar um cafe. -disse em deboche.
-Ja pode dizer que saiu comigo. -debochei.
Ele sorriu.
-Sim e espalhar que foi uma bosta. -disse lançando um olhar. -E que te dei um fora.
Comecei a rir.
Era nostálgico lembrar das vezes que ele me chamou para sair, isso acabou se tornando uma brincadeira.
Natan me levou em uma padaria que servia café e outras coisas, não seria um tipo de local que entraria, mas não deveria julgar um livro pela capa, não é mesmo? O segui pelo local, Natan parecia estar escolhendo a mesa prefeita e isso estava me irritando, por fim escolheu a do canto do estabelecimento.
A padaria era modesta, porém notava que havia um cuidado dos proprietários, tudo estava arrumado, as mesas eram cuidadosamente arrumadas com pano de mesa em um tom de marfim.
Meu amigo tirou o celular do bolso e relaxou na cadeira.
-Voce esta cansado. -falei o vendo fechar os olhos.
-Estou. -disse abrindo os olhos lentamente e direcionando o seu olhar para o meu. -Nada que um final de semana dormindo não resolve.
-Bom dia, senhor. -disse uma menina parando ao nosso lado.
Se ela tivesse mais de 15 anos era muito.
Seu cabelo estava em um rabo de cavalo e usava uniforme da empresa.
-Vou querer um café… forte… dose dupla… sem açúcar. -pediu para a menina.
Ela anotou no bloquinho e me olhou como se esperasse o meu pedido.
-Por enquanto nada. -Falei.
-Negativo. -disse Natan rindo. -Um café de pessoas normais para ela e pão de queijo.
Sorri para a mesa sem reação pois fazia anos que não comia pão de queijo e parece que sabia disso.
Respirei fundo tentando organizar a minha mente, então o olhei.
-Natan. -o chamei o vendo tirar o olhar da garota que se afastou após anotar o pedido.
-Por que nao me conta… o que está acontecendo… o que aconteceu. -me sentia nervosa, uma parte de mim não queria realmente saber.
Natan desvia o olhar e tocou alguns dedos na mesa de madeira, os batendo calmamente.
-Nao sou a melhor pessoa para isso. -disse sem me olhar.
Soltei um riso sarcástico.
-Deixa eu adivinhar, ficou decidido em uma reunião que seria o Thomas a me contar? -perguntei o vendo soltar o ar.
-Falando assim, ficou até ridículo. -disse riso baixo e se ajeitando. -Ele tem mais intimidade com você.
-A gente até pode tentar manter uma conversa, mas tudo termina onde a gente começou, querendo ou não parece que essa merda está toda ligada. -sussurrei alterando o meu estado de espírito, de calma para irritada. -Eu nao sou propriedade dele para que ele decida o que eu preciso ou não saber e como vou saber.
Natan juntou as sobrancelhas confusamente.
-Nao me trate como se eu estivesse dono. -falei irritada, encostei as costas na cadeira e cruzei os braços. -E ela tá com a Rebeca.
Natan riu e se aproximou de mim, inclinando o seu corpo pela mesa.
-Nunca que te tratei como uma propriedade exclusiva do Thomas, estamos aqui não estamos? -questionou com um ar de arrogância -Eles no máximo tem uma amizade. -disse rindo. -Confia em mim, mas sobre os dois eu não te contei nada.
-Como é? -Pisquei algumas vezes.
-É um acordo entre eles. -disse voltando a ficar sério.
Notei que a garota havia voltado com os nossos pedidos.
-Obrigada. -falei a vendo partir para a próxima mesa.
Natan começou tomar o seu café como se eu tivesse deletado a outra parte da conversa, ele jogou algo para que me sentisse satisfeita, mal ele sabe que não me satisfazia tão fácil e rápido.
-Posso escolher quem ira me contar o que eu preciso saber. -falei o vendo me encarar.
-O que voce sabe? -Natan inclinou o corpo e olhou no fundo dos meus olhos. -Cada pergunta respondida, voce me deve algo.
-Isso é injusto! -falei o encarando. -Tem tanto medo do Thomas assim?
Parecia que tinha tocado uma ferida do meu amigo , ele respirou fundo.
-O que voce sabe? -me perguntou.
-Que meu pai tem uma máfia que faz tráfico de órgãos e pessoas, muitas contas no exterior, provavelmente ele matou os pais da Rebeca para ficar com a herança da garota, que deu um sumiço no meu irmão em razão dele denunciar e ter engravidado a Vitória que fugiu por ser ameaçada. -sussurrei o vendo prestar atenção em minhas falas.
-Sabe ate de bastante coisa. -disse me analisando. -Seu pai faz parte de uma máfia internacional, basicamente eles se chamam como os setes, em tradução livre. -debochou. -Existem algumas operações internacionais tentando pegar essa quadrilha, Rael descobriu isso e nos contou.
-Porque eles se chamam de os setes? -perguntei.
-É meio óbvio, são sete líderes espalhados pelo mundo. -ele me olhou e soltou o ar.
Mordi os lábios e o encarei.
-Porque ninguém prendeu o meu pai? -perguntei o vendo dar nos ombros.
-Eu não sei, mas a federal está monitorando todos nós, a cada passo. -disse em um sussurro cansado. -Deste que Rael denunciou, nasceu a operação na tentativa de incriminar o seu pai de algum dos seus crimes, nós três estamos cooperando com qualquer prova. Seu pai é muito rico e qualquer sinal de ameaça ele pega o primeiro voou pra puta que pariu e some.
Fiz uma pausa.
-Então o Thomas é tipo um espião? -perguntei o vendo dar nos ombros.
-Seu namoradinho se propôs a isso, ser o sucessor. -disse olhando para os seus dedos. -Eu fui contra, mas ele faz o que quer.
-Pera, isso tá rolando desde de quando o Rael sumiu? -perguntei tirando um pedaço do pão de queijo e o levando para a boca.
-E anos trabalhando nisso, minha filha. -debochou me fazendo rir.
Foquei em meu café, minha mente estava a mil, observei como o Natan olhava diversas para a janela, meu instinto me dizia que talvez fomos seguidos.
-Fomos seguidos? -perguntou o vendo concordar. -Ai meu Deus.
Natan sorriu e pegou na minha mão.
-Confia. -piscou e fez sinal para a garota. - Eles já foram.
Eu confiava nele? Sim.
-O que você tem com a Marina? - perguntei o vendo rir e soltar a minha mão.
-Mudança drástica de assunto. -disse olhando para o nada e se voltando para mim. -Qual é? Sério que você vai me encurralar na parede?
Dei nos ombros e olhei ao redor.
-Quero saber se não é um babaca. -falei.
Natan se afastou e negou com a cabeça.
-Sou um babaca para você? - perguntou olhando fixamente. -Por ser sincero com ela.
Engoli em seco.
-Aurora, somos adultos. -disse tirando o cartão da carteira e fazer sinal com a mão para a garota trazer a conta. -Nao posso prometer o mundo se não é o que eu sinto. Sim, eu gosto dela, mas amor é um sentimento e uma palavra que não será dito por mim em vão.
Autor(a): surtada13
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
(Aurora) Natan pagou a conta enquanto a minha mente girava. Era tudo muito intenso, perigoso e extremamente complicado, mas tentar desviar o assunto não ajudou a me esquecer quem meu pai era… quem ele sempre foi, enquanto eu era protegida pelo meu irmão e posteriormente por Thomas. Então aquilo era novo. Respirei fundo ...
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