Fanfics Brasil - Capítulo 01 - parte 3 O Gosto do Pecado

Fanfic: O Gosto do Pecado | Tema: AyA / Ponny


Capítulo: Capítulo 01 - parte 3

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 Alfonso franziu a sobrancelha. Era verdade. Ficava enfurecido só em pensar que alguém poderia se aproveitar de Anahi. Não queria que outros homens a tocassem.


 — Eu trucidaria o homem que tentasse despi-la, e isso é um fato — confessou.


 — Coitado do meu futuro marido! — suspirou. — Imagine a cena: chamar a polícia em plena noite de núpcias...


 — Você ainda é muito nova para pensar em casamento — Alfonso rebateu.


 — Terei vinte e um anos daqui a três meses. Minha mãe linha a mesma idade que eu, quando nasci — lembrou.


— Tenho trinta e oito anos e nunca me casei — replicou. - Há muito tempo pela frente. Não é preciso apressar-se para casar antes de conhecer alguma coisa sobre o mundo — completou, com convicção.


 — Acha que isto seria possível? Tenho certeza de que você não permitiria. 


 Alfonso encarou-a.


 — O problema é o tipo de vida que você está tentando conhecer. Shows de strip- tease masculinos! Não tem vergonha?


 — Eles não iam tirar toda a roupa — Anahi assegurou. — Só a maioria.


— Por que você decidiu ir ao show justamente nesta noite?


 — Não tinha nada melhor para fazer — respondeu. — Além do mais, Misty já assistiu ao show e disse que é excelente...



— Misty Davies — resmungou. — Já disse que não aprovo sua amizade com essa herdeira caprichosa. É muito mais velha que você, outro tipo de mulher, sofisticada e...


 — Não é para menos! — Anahi interrompeu. — Não há nenhum guardião despótico determinando o que ou como ela deva ser.


 — Uma mulher que não respeita o próprio corpo, isso sim.



— Pode falar o que quiser. Pelo menos Misty não desmaiará ao ser despida pelo marido na noite de núpcias. Eu nunca tinha visto um homem nu, até que Misty me mostrou aquela revista... — falou, irritando ainda mais Alfonso.


 — Que horror, você não deveria pôr os olhos nesse tipo de revista.



— Por que não? — perguntou, fingindo ingenuidade. Alfonso procurava as palavras.



— Bem... porque não!


— Os homens comem com os olhos esse tipo de revista — explicou. — Se nós mulheres podemos ser exploradas, por que não os homens?


 Já praticamente fora de si, Alfonso falou em voz alta:


 — Por que não mudamos de assunto?



— Tudo bem — Anahi concordou. Já estava indo longe demais. Na verdade, ficara satisfeita com o resultado da conversa. Ela conhecia o estilo duro e contido de Alfonso e sorria ao vê-lo alterar-se. Ele podia não estar apaixonado por ela, mas o truque dera certo: ela chamara a atenção daquele homem distante.


 — Não compreendo essa fascinação por homens nus. — Balançava a cabeça, refletindo. — Não sei o que acontece com você.



— Frustração — Anahi replicou. — Acontece quando uma mulher fica muitas noites seguidas sozinha, em casa.


 — Nunca impedi que você fizesse seus programas — Alfonso se defendeu.



— Claro que não. Você simplesmente passa dias fazendo comentários arcaicos sobre sexo antes do casamento.


 — Não são arcaicos — respondeu, rápido. — Muitos homens concordariam comigo.



— Então você também deve ser virgem, não é mesmo, Alfonso?


 Os olhos de Alfonso faiscaram.



— Acredita mesmo que sou virgem? — perguntou, em um tom que ela nunca escutara, com profunda ironia.


 De repente, sentia-se jovem demais. O vigor da voz e a arrogância do olhar de Calhoun fizeram-na parecer estúpida por ter perguntado aquilo.


 É claro que não era virgem.



— Pergunta idiota — murmurou.


 Alfonso acelerou mais o carro. Por alguma razão, ficara perturbado com o fato de Any saber algo sobre sua vida particular. Provavelmente sabia mais do que ele gostaria. A convivência com Misty Davies era uma boa forma de informar-se. Freqüentando os mesmos locais da cidade que Alfonso, Misty tivera oportunidade de encontrá-lo com uma ou duas companheiras ocasionais. Ele torcia para que Misty não tivesse dado com a língua nos dentes, apesar de achar praticamente impossível. No caminho de casa, reinava um silêncio frio entre os dois.


 — Como você descobriu onde eu estava? — perguntou Anahi, tentando iniciar novamente a conversa.



— Na verdade, eu não sabia, meu bem — confessou. Aquele tom carinhoso soava tão natural vindo de Alfonso. No entanto, não conseguia imaginá-lo na boca de outro homem.


 — Estava passando por acaso e vi você na fila do teatro. Eu havia ligado para Justin e ele me disse que você havia ido a uma exposição de arte...


— Deve ser o destino.


 — O destino não é a única forma de encontro entre duas pessoas — comentou, com uma voz baixa demais para ser ouvida.


 Estavam agora na pequena estrada que levava à enorme residência estilo espanhol dos Ballenger. No caminho, passaram pela mansão colonial dos Jacobs, que ficava ao final de uma estradinha asfaltada, em que cavalos árabes pastavam entre carvalhos antigos. Não havia muita grama, pois ainda fazia frio nesta época do ano. Um pouco de neve caíra na noite anterior, enfeitando a paisagem.


 — Ouvi dizer que os Jacobs estão com problemas financeiros — comentou Anahi, reticente.
 Calhoun virou-se para ela.


 — Desde a morte do velho sr. Jacobs, no último verão, estão quase falidos. Tyler pediu muitos empréstimos para ver se consegue mudar a situação. O pai deixou muitas dívidas. Para Tyler, perder a fazenda será um golpe duro em seu orgulho.


 — Também para Shelby, não? — indagou Any. 


 Alfonso fez uma careta.


 — Jamais mencione o nome dessa mulher na frente de Justin.


— Não me atreveria. Ele fica uma fera, não é mesmo? — brincou.


 — Acho que não é assunto para brincadeiras — disse ele, com voz firme.


 — Por que você voltou tão cedo? — Anahi perguntou, para mudar de assunto.


 — Tenho um radar aqui na cabeça — brincou. — Tinha o pressentimento de que você não estaria em casa com Justin, assistindo a um velho filme no vídeo.


 — Pensei que você só voltaria amanhã.


 — Aí decidiu sair para ver alguns homens musculosos sem roupa, não é?



 — Deus sabe que tinha boas intenções. Só queria me instruir um pouco. Agora morrerei sem saber como é, graças a você!


 — Dane-se.


 Alfonso sorriu da reação de Anahi. Ela divertia-o mais que qualquer outra mulher. Naquele dia não conseguira tirá-la dos pensamentos. Talvez fosse a idade, pensou. Estava sozinho havia muito tempo, e as mulheres com quem saía não o satisfaziam plenamente. Mas Any era quase sua irmã, e ele deveria lembrar-se disso. Não devia vê- la como mulher.
 


Justin estava no estúdio quando eles chegaram à mansão, observando as ilustrações de um livro. Quando levantou a cabeça, olhou para os dois com expressão de surpresa.


 — Como foi a exposição? — perguntou a ela.



— Não era exatamente uma exposição — Alfonso disse, com frieza. — Era um show de strip-tease para mulheres.


 O lápis que Justin segurava parou de repente no ar. Ficou chocado ao ouvir aquelas palavras. No fundo, também para ele Any ainda era uma menina.


 — O quê? — Justin perguntou.



— Um show só com homens — Anahi explicou. — Uma espécie de show de variedades.


 — Um show erótico, isso sim! — Calhoun exclamou, com faíscas nos olhos.


 — Any! — Justin ralhou.



— Tenho quase vinte e um anos, um emprego respeitável, dirijo meu próprio carro. Tenho idade suficiente para casar e ter filhos, portanto, posso fazer o que quiser e quando quiser. É meu direito.


 Justin colocou o lápis sobre a mesa e acendeu um cigarro.Alfonso e Anahi observavam-no, mas ele os ignorava.


 — Isso soa como uma declaração de guerra — Justin salientou. Anahi ergueu o queixo.


 — É isso mesmo. — Virou-se para Alfonso: — Se você não parar de me envergonhar na frente de todo mundo, vou morar com a Misty.


 Ao ouvir aquilo, Alfonso quase saiu fora de si.



— De jeito nenhum. Você jamais vai morar com aquela mulher!


— Se quiser, vou sim.



— Será que vocês não poderiam ... — iniciou Justin, calmamente.


 — Só por cima do meu cadáver! — Alfonso reagiu, aproximando-se. — Misty está acostumada a ambientes péssimos.
— ...tentar se entender — completou Justin.


— Vive cercada de pessoas. E freqüenta a sociedade. — Enquanto falava, Anahi não tirava os olhos de Alfonso.
— Será que vocês... — Justin tentava de novo.
— É uma cabeça-de-vento excêntrica! — Alfonso insistia.


— ...não podem chegar a um acordo? — Justin ergueu a voz, levantando-se da cadeira.


 Os dois gelaram com a reação inusitada de Justin. Nunca gritava, nem quando estava nervoso.



— Não agüento mais essa discussão — Justin disse, tapando os ouvidos com as mãos. — Agora escutem. Essa briga não vai levar a nada. Além disso, Maria e Lopez entrarão a qualquer momento na sala para saber que gritaria é essa.


 Antes que ele terminasse, dois velhinhos surgiram, apreensivos.


 — Vejam só o que conseguiram fazer! — Justin reclamou.


 — O que significa todo esse barulho? — perguntou Maria, ajeitando a longa saia preta e olhando ao redor, preocupada. — Pensamos que algo terrível estava acontecendo.
— Ay de mi Outro terremoto. — Lopez balançou a cabeça e olhou para Abby. — O que você fez dessa vez, niñita?


 — Nada — respondeu secamente. — Nadinha.



— Ela foi a um show erótico de homens! — Alfonso acusou.


— Não fui, não! — protestou, ruborizada.


— A que ponto chegamos!


 Maria pôs as mãos na cabeça e saiu da sala resmungando em espanhol, seguida por Lopez. Os dois, casados havia mais de trinta anos, estavam na casa há duas gerações. Na verdade, já faziam parte da família.


 — Mas eu não fui! — Anahi chamou por eles.



 Dirigiu o olhar para Alfonso, que estava em um canto da escrivaninha. Fitava-a satisfeito e já não parecia perturbado.
— Viu o que você fez? — reclamou Anahi.


— Eu? — Alfonso perguntou friamente. — A curiosidade extravagante é só sua. — Extravagante? — retrucou. — Vá em frente. Diga que você nunca foi a um show erótico.


 Alfonso sentia-se desconfortável com aquela pergunta.


— É diferente.
— Claro que é. As mulheres são objetos sexuais, mas os homens não, certo?


— Agora ela pegou você — Justin brincou.


 Alfonso fitou os dois, deu as costas e saiu da sala.


 Anahi comemorava, sentindo que ganhara pelo menos uma batalha. Porém, havia pouco consolo em seu triunfo. Seu intuito de fazer com que ele percebesse que ela crescera não fora atingido.
 Porém, em vez de ficar deprimida com a situação, Any deu um sorriso luminoso. Era preciso pensar em algo para mudar essa situação. E breve.


 


 


Fim do primeiro capítulo. Espero que gostem!



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Autor(a): petrovaescritora

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 Anahi resolveu não aparecer para o café naquela manhã. Estava irritada com a atitude de Alfonso. Ele não a queria, mas era tão possessivo que não permitiria nenhum homem por perto.  Um homem como Alfonso, rico e atraente, poderia ter qualquer mulher. Não queria uma mulher como Anahi, simples e nada sofisticada. Ela ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • maryannie Postado em 09/12/2020 - 00:10:13

    Posta mais!!!!

    • petrovaescritora Postado em 02/01/2021 - 14:58:52

      Postado ;)

  • ana Postado em 01/12/2020 - 20:59:20

    Oie. Posta mais

    • petrovaescritora Postado em 02/12/2020 - 11:29:51

      Oie, postado ;)


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