Fanfics Brasil - Continuação... O BOSQUE

Fanfic: O BOSQUE | Tema: Um menino do interior que adora lendas amazônicas vai estudar na capital e é desafiado pelos colegas


Capítulo: Continuação...

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Continuação...


Pedrinho e Maria combinaram de pegar Daniel em sua casa pois o menino do interior não sabia andar pela cidade e nem tinha noção onde era esse tal bosque. Depois de terem apanhado o seu novo amigo em sua casa, os três desbravadores partiram sem demora para o ponto de encontro. Chegando lá na frente da portaria, vislumbraram Clarinha sentada sozinha esperando alguém do grupo chegar. Quando o grupo se encontrou, a primeira pergunta foi sobre o paradeiro de Luisinho, quem ainda não havia chego.
-Será que aquele medroso do Luisinho desistiu? ¬-perguntou Maria.
-Se ele não vir, nós vamos dar um samba nele dentro da sala de aula ou na hora do recreio! -alertou Pedrinho.
-Em quem vocês querem dar um samba já? -indagou uma voz surgindo de repente.
-Luisinho?! -todos exclamaram surpresos ao verem seu amigo aparecer e se juntar ao grupo.
-Pronto, eu acho que não falta mais ninguém! -falou Clarinha e todos concordaram.
-Vamos logo entrar! -apressou Pedrinho.
E no momento que o grupo de cinco crianças se aproximavam da portaria do famoso Bosque Rodrigues Alves, com o qual o menino do interior se maravilhava, pois lembrava muito as matas ao redor de sua cidade. Eles ouvem gritos chamando o nome de cada um deles. Os gritos ficavam mais altos a cada instante e todos olharam para trás no intuito de verem quem os chamava:
-Ei, esperem por mim!
-Marquinhos?! O que você faz aqui? -indagou Luisinho ao menino que chegava perto deles depois de correr e gritar bastante.
-Eu quero ir com vocês! -falou o menino de forma ofegante.
O grupo ganhou mais um integrante para participar de sua aventura, Marquinhos quem ouvira falar do plano dos amigos pelos corredores da escola e na hora decidiu que não ficaria de fora dessa experiência emocionante. A ideia de Luisinho era esperarem todos escondidos na gruta aguardando os portões se fecharem e todos os visitantes e funcionários irem embora. Depois que escurecesse, eles iam acender uma fogueira, contar algumas histórias e depois partirem de volta pra casa pulando o muro dos fundos. Todos concordaram. Uma vez lá dentro das dependências do bosque, o grupo decidiu dar uma volta e mostrar o lugar para o seu amigo do interior enquanto os portões não se fechavam e a noite ainda não surgia. E, portanto, o passeio ocorreu bem animado.
A tensão tomou conta dos amigos quando eles perceberam que os visitantes já tinham ido embora e que os funcionários checavam todos os setores do bosque para ver se não havia mais ninguém para que os portões fossem totalmente fechados. Luisinho chamou todos para a famosa Gruta do Inferno, um monumento de pedra que mais parece as ruinas de um castelo antigo, onde podiam se esconder facilmente até a hora que eles haviam combinado de irem embora. Escondidos nos escombros da gruta que fica próximo ao lago do jacaré, o grupo de meninos e meninas ficam em profundo silêncio e passam despercebidos da vistoria do funcionário que fiscaliza a área antes de encerrar seu turno. Os portões são finalmente fechados e os amigos permanecem dentro do bosque como haviam combinado, e agora, sem o risco de serem apanhados pelos funcionários do bosque, eles passeiam livremente pelos caminhos da floresta com a satisfação de seus planos estarem dando certo. Sem demora, a noite iria cair e eles teriam esta história mais emocionante para contar ao restante dos amigos da escola.
-Às nove horas da noite vamos todos ir embora. Até lá já tivemos tempo o suficiente para mostrarmos nossa coragem, vocês não concordam? -indagou Luisinho aos seus amigos que acenaram afirmativamente com as suas cabeças.
Sem demora o céu começa a perder seu brilho, os meninos percebem que os pássaros deixam de voar para se abrigarem por entre os galhos das árvores e um zumbido de uma cigarra ecoa por entre o verde do bosque anunciando o fim do dia. Mas antes que a noite caísse por completo por sobre os olhares encantados do grupo, um assobio bem peculiar faz calar o barulho de todos os bichos na floresta, era o inigualável canto do uirapuru. Os meninos apostam com as meninas para ver quem encontrava primeiro o pequeno pássaro cantador, mas o cantor alado sabe muito bem como se esconder. Após seu canto, um silêncio sepulcral tomou conta da mata, era a noite que chegava para comandar as horas a partir daquele momento até o raiar de um novo dia. O grupo tratou de fazer uma roda bem longe da gruta a qual eles acharam muito medonha quando escureceu de verdade, fizeram então sua roda em um espaço aberto perto do Jardim Sensorial, que é uma espécie de jardim que contém inúmeras plantinhas medicinais e de cheiro que fazem parte da flora amazônica.
-Vocês trouxeram lanternas? -perguntou Pedrinho ao tirar a sua lanterna da mochila, seguido dos outros que também mostravam as suas.
Luisinho sugeriu que todos colocassem no centro da roda aquilo que haviam trago para a aventura, enquanto Maria foi perto das arvores para apanhar alguns gravetos para fazer a fogueira. Daniel, como já havia passado por isso antes nas matas da sua cidade, puxou uma caixa de fósforo para acender o fogo sem dificuldades. Biscoitos, refrigerante, fogueira acesa e ninguém para atrapalhar a aventura do grupo infantil que tentava mostrar uns aos outros quem não estava com medo. Tudo pronto, tranquilo e calmo, não fosse alguns zumbidos peculiares de bichos dormindo e o movimento de outros animais noturnos, mas nada disso assustava o garoto do interior, já o restante do grupo não tirava os olhos da mata ao seu redor. Depois do lanche nos primeiros minutos tenebrosos da aventura, Clarinha decidiu quebrar o silêncio:
-Daniel, você não está com medo também?
-Quem está com medo aqui Clarinha? Só você! Eu não estou! -protestou Luisinho antes que Daniel respondesse:
-Não muito! Eu estou acostumado com esses barulhos que os bichos fazem à noite. Esta floresta se parece muito com as matas da minha cidade, mas eu sei que eu realmente não conheço este lugar. Apesar de ser um espaço cercado por muros e grades, minha vó sempre dizia que nunca devemos desrespeitar a floresta.
-Você quer dizer que a gente enfureceu a mãe natureza ficando aqui durante a noite?
-Ahahaha, o Marquinhos já vai se borrar de medo! E a gente nem começou a contar as histórias de visagens. -Ironizou Maria.
-Verdade Marquinhos, ninguém te convidou! Você veio porque quis, então não vai dar uma de bebê chorão!
-Luisinho, deixa o menino em paz! -interrompeu Clarinha -Você também está com medo! Todos nós estamos!
-Pessoal, vamos nos acalmar e começar a contar as histórias! Quem quer ser o primeiro? -perguntou Daniel na tentativa de pôr fim a discussão entre o grupo.
-Eu vou ser o primeiro! -esbravejou Luisinho -Eu que inventei esta aventura, portanto serei o primeiro a contar minha historinha. E vai ser a melhor de todas! A mais horripilante! A mais assustadora! A mais...
-Para Luisinho que eu já estou ficando com medo. -Reclamou Clarinha sentando-se ao lado de Daniel e pegando na sua mão.
Depois de acalmados os ânimos, as historinhas de terror começaram a ser contadas uma a uma, um após o outro tentava descrever a história mais cabeluda e apavorante que a do colega. Sendo assim, história após história, o tempo foi passando e cada vez mais ficava tarde da noite, porém, as narrações ficavam cada vez mais emocionantes e ninguém queria perder nenhum detalhe ou muito menos demonstrar medo ao coleguinha do lado. Era uma competição velada sobre quem era o melhor contador de histórias e quem era o mais corajoso, e a disputa ia esquentando até que o mais novo da turma, Marquinhos, pediu pausa para o pipi. Todos exclamaram juntos sua vontade de ir ao banheiro e cada um foi para um lado. Não demorou muito para que um a um do pessoal do grupo retornasse à roda junto da fogueira depois de terem aliviados suas bexigas, as meninas obviamente foram juntas e retornaram juntas, porém, foram as que mais demoraram para regressar. Portanto, o grupo já estava aliviado e sem demora a narração assombrosa foi reiniciada.
Era uma narrativa mais escabrosa que a outra, haviam até efeitos sonoros feitos com a boca para dramatizar ainda mais o conto, enquanto caretas enfeitavam o suspense. Às vezes as caretas eram tão estranhas que o grupo caía na gargalhada, então o riso e a brincadeira corriam soltos no meio da roda daquela garotada, até que algo estranho aconteceu, e clarinha foi a primeira a notar:
-Gente, onde está o Marquinhos?
-Ninguém viu para onde ele foi? -indagou Daniel.
-Eu acho que ele não voltou desde a pausa para o xixi! -informou Maria.
-Caramba, vamos ter que encontra-lo logo, pois já passou da hora da gente ir embora daqui! -relatou Pedrinho olhando para o seu relógio de cor verde.
*O grupo então se dividiu nas buscas do seu amiguinho sumido. Pedrinho e Maria foram para um lado enquanto Daniel e Clarinha foram para o outro, Luisinho decidiu ficar perto da fogueira caso Marquinhos voltasse e não encontrasse ninguém, talvez ficasse desesperado.
*Pedrinho olhou novamente para o seu relógio e viu que as horas já passavam das onze da noite, então ficou preocupado, ainda não haviam encontrado Marquinhos. Onde será que ele se meteu?
*Depois de muita procura, finalmente Daniel encontra seu amigo desmaiado na frente da gaiola da cobra, era a maior sucuri que Daniel já havia visto na vida, ela o encarou, mas o menino do interior desviou seu olhar com medo dos que ouvira falar dos mais velhos sobre o encanto das serpentes. Daniel chamou Clarinha e juntos tentaram levantar seu amigo que aos poucos reanimava-se. Quando Marquinhos acordou e se viu nos braços de seus amigos, começou a gritar:
-Ela falou que a gente precisa sair daqui logo!
-Ela quem? -espantaram-se os dois, Daniel e Clarinha.
-Ela! -apontou marquinhos para a grande sucuri -vamos embora daqui Daniel e rápido.
-Ele deve estar delirando de tanto medo.
-Não Clarinha, ele está encantado!
-Encantado?! -espantou-se a menina.
-Sim, meus avós sempre me falaram que as cobram encantam as pessoas. -concluiu o menino do interior sobre as crendices dos antigos.
Os três amigos retornaram ao local da fogueira onde permaneceu Luisinho calado esperando pelo resto do grupo. Ele logo se alegrou de ver que Daniel e Clarinha encontraram Marquinhos, mas percebeu que ele não parava de falar que alguém havia dito para ele que todos estavam correndo grande perigo e que precisavam fugir de imediato dali. Ele está delirando! Pensou Luisinho, mas que também concordou que tinham que sair dali logo, ou então tomaria uma surra daquelas da sua mãe. Enquanto davam água para aquele que estava desaparecido tomar, Pedrinho e Maria retornaram de sua busca e logo ficaram contentes ao ver que estavam todos reunidos novamente, e que o susto havia passado afinal. Porém, quando Pedrinho olhou para o seu relógio e viu que os dígitos indicavam que já era meia-noite naquele exato instante, algo ruim começou a acontecer. Um vento gelado passou por entre eles e apagou a fogueira, um silêncio apavorante tomou conta de tudo, nem ao menos o canto dos sapos podia se ouvir. Todos se entreolharam espantados sem entender o que realmente estava acontecendo, até que Marquinho foi para o meio do grupo e gritou:
-Ela me avisou que a gente tinha que ir embora logo daqui! Vamos logo pessoal, eu estou com muito medo.
-Ela quem? -indagaram juntos Luisinho, Maria e Pedrinho.
-Ele acha que a sucuri falou com ele. -completou Clarinha.
Todos caíram na gargalhada ao ouvir a explicação do seu amigo sumido, menos Daniel que acreditava que seu amigo estava sob os encantos da serpente, porém não deu muito crédito ao seu aviso sobre os perigos que eles estavam correndo. Portanto, chamou todos do grupo e alertou que deviam sair logo dali mesmo devido ao horário e o grande perigo que cada um deles corriam ao chegar em casa tarde da noite. E assim, a turma juntou suas coisas e saiu em direção do caminho que levava ao portão central, no entanto, de repente, os caminhos haviam sumido e a mata parecia que tinha se fechado em cima deles. Um vento gélido passou por entre o grupo e todos se olharam com espanto, enquanto um silêncio tenebroso só era cortado pelo barulho do vento nos galhos das árvores, galhos estes que agora saltavam aos olhos num espectro ameaçador, nem parecia mais aquela meiga floresta de antes. Uma voz que gaguejava quebrou o silêncio:
-A cobra havia me avisado que devíamos ter ido embora daqui antes da meia-noite! -sentenciou Marquinhos enquanto Pedrinho olhava no seu relógio confirmando as horas daquele instante.


Continua...



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Autor(a): Mauro Celso

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