Fanfic: O meu papai Noel | Tema: Vondy, Rebelde

-Vovô, o que trouxe para mim esse ano?

Atravessei a sala rapidamente enquanto agarrava as pernas do homem de vermelho parado ao lado da árvore de Natal e ouvia um sonoro “ho! ho! ho!”. Passos vindos da escada despertaram a minha atenção, e enquanto vovô Nicolau virava tirando os últimos três presentes da sacola, Christian e Christmas paravam ao meu lado estendendo as mãos ansiosos.

-Oram vejam só, parece que por aqui ninguém dormiu esse ano.

-Ora papai, sabe que desde que criaram consciência sobre a noite de Natal, eles só dormem depois da sua chegada. – Meu pai falou enquanto descia os degraus da escada.

-A cada Natal vocês parecem ainda maiores – ele comentou em meio a um resmungo enquanto empilhava as três caixas nas mãos – vamos ver, Christ?

-Sim, vovô? – ela se aproximou sorrindo

-Você foi uma boa menina esse ano?

-Sim, sim, sim – Christ sorriu animada – a melhor – piscou

Mas um Ho! Ho! Ho! Saiu da garganta do bom velhinho ao depositar uma das caixas nas mãos da mais velha, que imediatamente se afastou para perto do sofá, depositando a caixa ali em cima e puxando o laço vermelho com rapidez.

-E você Christopher? Como se comportou esse ano?

-O que tem escrito no livro das crianças? – semicerrei os olhos encarando-o

-Bem – ele apoiou os presentes em um só braço e com o outro levou a mão ao queixo como se puxasse pela memória – lá fala sobre algumas notas baixas, também sobre o dia em que você e Christian soltaram Corredora e Dançarina para dar uma voltinha – pausou – quase esqueci do dia em que você amarrou o sapato de dois dos duendes causando uma queda em ambos, há e teve aquele dia... – fiz uma careta

-Já chega vovô, já entendi – suspirei – ganho presente ou não?

Vovô suspirou me entregando a segunda caixa e me olhando com um olhar de repreensão enquanto eu me sentava ao lado de Christ.

-Vovô, será que podemos pular toda essa parte do “você foi um bom menino esse ano? ” – Ouvi a voz de Christian falar – sabe como é né? Talvez eu tenha exagerado um pouquinho nas brincadeiras, ou pregado algumas peças por aí, há, mas quero lembrar que não colei nenhuma vez esse ano, fiz provas compartilhadas com Mary e me sai bem na maioria, faltou apenas português, inglês, italiano, turco, francês...

-Tudo bem Christian, já entendi – ele suspirou – foi por um tris em? Espero que se comporte melhor próximo ano.

O som das passadas de Christian apressadas chegaram aos meus ouvidos enquanto ele sentava ao meu lado e sorria animado.

Abrimos juntos nossos presentes, enquanto Christmas olhava uma das revistas que vovô trazia para ela.

A primeira coisa que puxei da caixa foi um MP3 acompanhado dos fones e carregador, em seguida o skate que tinha pedido ao papai e por último um gorro de papai Noel, levantei meu olhar vendo vovó se aproximar sorrindo, ela tomou o objeto das minhas mãos e colocou em minha cabeça.

- Parece que alguém cresceu, os 10 anos de um menino é muito importante, principalmente quando ele será o futuro do Natal – piscou – seu treinamento vai começar Chris e esse ano você poderá fazer sua primeira entrega de presente – ela pediu que eu me aproximasse e eu o fiz sentindo o olhar dos meus irmãos, de vovô e papai queimarem sobre mim – aqui – me entregou uma caixa – O presente da Annie, você o entregará.

Olhei para a caixa em minhas mãos e para todos naquele ambiente, eu começaria a me preparar para assumir algo que eu ainda não sabia se queria, eu não tinha como saber na verdade, só tinha 10 anos recém completos. Caminhei a passos lentos até a escada e comecei a subi-la, sabendo que todos me acompanhavam.

Anahí era a caçula da família, vovó e vovô tiveram dois filhos, Victor – o meu pai – que teve três filhos com Alexandra – minha mãe -, Christmas, a mais velha, tinha completado 13 anos em março daquele ano, eu e o caçula, Christian que fez 8 em agosto. Já Annie é filha do tio Henrique, ele casou há três anos com a tia Marichelo, que morreu em maio daquele ano dando luz a gorducha Anahí de 7 meses.

Ainda receoso, parei em frente a porta rosa no fim do corredor, bem ao lado do meu quarto, girei o trinco com cuidado e me aproximei do berço, a loirinha ressonava tranquila e aquele com toda certeza era o segundo melhor som vindo dela – a primeira era a risada – porque com toda certeza, ela acordava o Polo Norte inteiro quando começava a chorar.

Depositei o pequeno embrulho ali e lhe beijei a testa, saindo devagar do quarto.

É, parece que não foi tão mal assim e talvez eu realmente fosse gostar de fazer isso para o resto da minha vida daqui alguns anos.      

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"O meu papai Noel"

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