Fanfic: Minha Companhia Noturna. | Tema: Gravity Falls, Reverse Falls
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— Quer dizer que recorreu para uma dimensão humana qualquer? Que desesperado. É tão revigorante ver você decair dessa forma. — Debochava a jovem castanha.
— Era o último lugar que vocês me procurariam — Will diz, completamente exausto.
— E nem me encontrariam se não fosse pelo informante de vocês que é funcionário do Bebê do Tempo. — O azulado continuou a fala, mas de forma vitoriosa.
— Parece que vocês se tornaram bem próximos daquele bebê, não é mesmo? — Will aproveita para retrucar o deboche dado mais cedo.
— Você sabe muito bem que estamos fazendo isso para colocarmos as mãos na fita do tempo. — A jovem castanha responde sussurrando, mas com uma fúria e frieza bem expressivas. Logo, tratou de bater as mãos na mesa em que o azulado estava repousando os braços, a castanha se aproxima mais e mais de Will. E logo, continua:
— Então, não estrague os nossos planos com ESSAS FUGAS INÚTEIS E QUE NÃO IRÃO CHEGAR A LUGAR NENHUM. — A jovem diz tão alto a parte da fuga que assustou o pobre Will, que começou a se encolher e chorar.
— E-eu nun-nunca irei pa-parar de ten-tentar fugir. — O pobre Will gagueja todas as palavras, tentando tirar coragem de onde nem sabia.
— Pois saiba que sempre iremos encontrá-lo. Não importa aonde esteja, Will Cipher, iremos sempre achar você. — Agora foi a vez do jovem castanho se pronunciar. A voz dele era grossa e ríspida, carregada de frieza (tudo piorava com aqueles olhos sem vida que o homem tinha, mas eram azuis tão bonitos), fez com que o azulado se arrepiasse de medo.
— Mestre Gleeful, poderia me recordar? Já faz milênios desde a última vez que me disseram o motivo de tanta perseguição. — Will indaga, ainda não acreditando que havia se esquecido.
— Porque, além de ser o nosso escravo independente, você é a fonte dos nossos poderes. Se você ficar longe, nós ficamos fracos. Vai me dizer que esqueceu até disso? — A jovem castanha responde, dando informações demais e logo foi acertada na cabeça, pelo seu irmão.
— É claro que ele se lembra, Mabel, não gaste sua saliva com essa nojeira azul. — O jovem Gleeful diz, saindo da sala.
Mabel, aproveitando estar sozinha com Will, logo se aproxima novamente do azulado, deixando seus rostos bem próximos.
— Você tem sorte de estar preso agora na prisão do tempo. Pois se estivesse na minha, já seria um bom brinquedinho para mim, como nos velhos tempos. — Diz risonha e dando um sorriso macabro logo em seguida.
Will se encolhe novamente, sentindo o seu corpo tremer e suar frio.
Ele já era acostumado com essas coisas: o sentimento de desespero e agonia.
Pôde até sentir suas lágrimas novamente.
Salgadas como sempre.
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Alguns dias depois.
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Will consegue escapar e foge para uma dimensão cheia de flores e árvores de grande porte. Ele não conseguiu evitar de deitar naquele belo "tapete" florido.
No momento em que aquele doce aroma chegou em seus pulmões, o azulado sentiu paz. Logo, acabou ficando reflexivo.
"Mabel Pines iria gostar desse lugar."
O azulado riu com o pensamento que surgiu depois de se lembrar do moletom que aquela humana usava, havia belos desenhos de flores.
Até que passou uma ideia boba na mente de Will.
"Preciso retribuir o que ela fez por mim."
Se levantou para colher algumas flores. Ele se sentia em divida com aquela humana.
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Algumas horas depois.
Já em outra dimensão.
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Will chega na frente da casa da jovem humana, bisbilhotando todas as janelas em busca de achar o quarto de Mabel. Mas acabou percebendo que todos os outros quartos estavam completamente desocupados.
Quando ele a encontra, vê deitada na cama, de costas para a janela e para ele.
Havia um lindo relógio de gato no criado-mudo, marcando 2 da manhã.
"Droga... voltei bem tarde."
Ele deixou as flores na cama, perto dos possíveis pés de Mabel, com cuidado para não acorda-la.
—Fada? É você mesmo? — Diz a garota que, até então, não havia pegado no sono e nem parecia que faria tal coisa.
Nessa forma humana, é fácil ter um sentimento de assusto para o azulado, como aconteceu agora. Mas ele logo se recompôs.
— Ah... Por que a senhorita está acordada em uma hora dessas? — Will pergunta, ele achou muito estranho, afinal, crianças humanas são tão 'fracas' que precisam dormir de noite.
— Você veio! — Diz sorridente, sem nem um pingo de sono, ignorando a pergunta do azul.
— ... — O azulado ficou alguns segundos pensando, até que percebeu. — Senhorita, como você não notou? — Will pergunta, fazendo com que Mabel fizesse uma careta confusa.
"Eu mudei minha forma, para que ela se sentisse mais confortável e não me achasse um brinquedo falante..."
"Como ela não percebeu?"
"Espere... Ah, ela está drogada de novo..."
— Esqueça o que eu disse. — Respirou fundo e pegou as flores para dá-las a Mabel. — Eu trouxe-as para a senhorita. — Diz gentilmente.
Mabel, toda animada, pega as flores e a mão de Will para leva-lo para a cozinha. Correndo, claro.
"E agora?!"
— Fica aqui. — Diz a castanha, deixando ele sentado na cadeira da cozinha. — Pois hoje é noite de bolo quente! — Fala enquanto começava a preparação. Will acabou deixando um suspiro de alívio passar.
"Ela é muito... fofa e estranha, mas não é perigosa, ainda bem."
Inconscientemente ele começou a fuçar informações sobre o corpo dela (Não de uma forma suja).
Logo os olhos azuis brilhantes voltaram.
"17 anos... um alto índice de drogas anticonvulsivantes e não dorme faz dias."
"Ela não me parece uma criança normal."
"Mas... o que será que é normal para humanos?"
— Se ficar entediado, pode andar pela casa! — Mabel diz, ao perceber os olhares profundos de Will sobre ela.
— Mas eu não quero incomodar. — Diz já fuçando a cozinha, se contradizendo. A castanha dá um risinho baixo.
— Quem é esse? — Will indaga curioso, sobre o porta retrato que encontrou.
— Ah, esse é meu irmão, Dipper. — Ela diz com uma expressão que o azulado nunca viu, ela parecia triste? — Ele é incrível! Inteligente e maduro, sempre foi melhor que eu em tudo. — Ela parecia feliz por ele, mas, ao mesmo tempo infeliz por si mesma. — Ele acabou pulando alguns anos no colégio, então já se formou e trabalha um 'pouco muito' longe daqui. — Diz suspirando.
— Entendi... — Responde baixo, olhando para a estante de troféus que ficava no corredor entre a cozinha e a sala de jantar. — E esse Mason? Ele ganhou muitos troféus. — Diz espantado com tantos prêmios.
— Ah, é o nome verdadeiro do Dipper! — Diz da cozinha, rindo um pouco.
"Que confuso."
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Alguns minutos depois.
Já na cozinha.
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— O seu noite de bolo quente está delicioso! — Will diz, com a boca cheia de bolo de chocolate.
— É apenas bolo! — Mabel comenta, rindo um pouco, fazendo com que o azulado fique vermelho de vergonha por ter errado o nome do prato.
— Sabe... senhorita... — O Cipher precisava perguntar, mas não sabia como.
— Ei, você ficou curado dos machucados! Que bom. — Diz alegremente, deixando um pouco de farelo de bolo na boca.
— Sim. Muito... obrigado pelos curativos. — Will desiste.
— O que você queria me dizer? Antes de eu te interromper. — Mabel diz baixo, concentrada no seu copo de leite.
— Por que você... — "...está drogada?" Ele pensou, mas era indelicado demais. — ...está sozinha em casa? — Decide começar com o mais fácil.
— Minha mãe viajou. — Respondeu calmamente, mas com uma estranha voz. — Já faz alguns meses. — Termina.
— Por que tanto tempo? — A curiosidade do azulado falava mais alto, ele sabia que os humanos crianças eram muito dependentes dos seus progenitores.
— E-eu não acho que e-ela goste muito de mim. — Diz com um sorriso, com lágrimas se formando nos olhos. — Pelo menos não desde quando o papai faleceu. — Agora as lágrimas rolavam pelas suas bochechas já vermelhas.
Will fica petrificado, sem saber o que fazer. Até que consegue sair de seu choque para consolar a menina.
— Aqui. Tome um lencinho. — Diz enquanto estende o seu macio lenço azul.
— Obrigada. — Pega o lenço. — Está tudo bem. — Funga o nariz. — Eu tenho a Wendy, uma moça que vem limpar a casa e fiscalizar os meus remédios. — Diz dando um sorriso fraco.
"Droga, eu fiz o único ser vivo gentil comigo chorar e ela nem me bateu por isso."
"Preciso fazer algo."
— Seu sorriso é lindo demais para ser escondido por essas lágrimas malvadas. — Will diz gentil, lentamente encostando sua testa com a dela. — Olhe só como você está quente. Que tal ir dormir agora? Deve estar cansada. — Assim que terminou de dizer, Mabel ficou ainda mais vermelha e quente. Será que ele não sabe sobre um limite de aproximação corporal?
— É me-melhor eu dormir mesmo. — Mabel diz isso, mas ela mesma não vai conseguir depois do que aconteceu (já se esquecendo completamente de ter chorado a poucos segundos atrás).
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Depois de algumas louças lavadas.
No quarto de Mabel.
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— Boa noite, senhorita. Muito obrigado mais uma vez. — Will se despede, dando um beijo na costa da mão de Mabel, que estava deitada na cama.
— Você vai voltar amanhã? — Ela pergunta atropelando as palavras, sem nem raciocinar o que o azulado tinha falado.
"Ela quer que eu volte? Mas eu a fiz chorar."
"..."
—Não vejo porquê não. — Will responde, dando um sorriso encantador.
Ele pôde vê-la sorrir.
Ela ficou animada de novo.
Sem entender o motivo, o coração humano do azulado começou a acelerar.
"Os humanos são tão estranhos."
Pensou antes de dar uma última olhada na gentil humana que já estava em um profundo sonho.
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Notas da autora:
Obrigada por lerem até aqui!
O que vocês acharam?
O que será que vai acontecer?
Escovem os dentes,
Não arrumem brigas,
Se hidratem.
Até algum dia.
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Autor(a): Cereja Pines
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∴ Cena anterior: ∴ — Boa noite, senhorita. Muito obrigado mais uma vez. — Will se despede, dando um beijo na costa da mão de Mabel, que estava deitada na cama. — Você vai voltar amanhã? — Ela pergunta atropelando as palavras, sem nem raciocinar o q ...
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