Fanfic: Beyond Life - Portiñon | Tema: Rebelde; Portiñon

Cidade do México

Horas antes do acidente

Anahi Point Of View

Sabe quando você começa a sentir que algo está prestes a acontecer? Eu não sou alguém supersticiosa e nunca fui de acreditar nisso. Mas hoje algo estava diferente, nunca tinha sentido algo tão ruim como estou sentindo agora. Talvez seja coisa da minha cabeça, mas não sei, algo está estranho. Estou dirigindo a mais ou menos 15 minutos, já estávamos deixando a capital e seguindo para a casa de praia dos meus pais. Durante todo o trajeto eu olhava para o rosto sereno da minha namorada, ela olhava pela janela e sorria com a paisagem. Eu não conseguia tirar os olhos dela, eu prestava atenção na estrada e ao mesmo tempo a assistia.

- O que é que você tanto me olhar? - Falou rindo.

- Como sabe que estou te olhando? - Sorriu e a olho rapidamente.

- Posso estar com o rosto meio virando Any, mais eu sinto seu olhar sobre mim – Me olha –

- Estava te admirando – Digo – Está tão linda.

- O que é que hoje você está assim, toda galanteadora e romântica? Aconteceu alguma coisa? - Pergunta.

- Sei lá, amanheci assim – Sorriu e olho para a estrada – Sabe quando você amanhece feliz, se sentindo completa e realizada?

- Hum – Me olha como se intensivasse a continuar falando.

- Então, estou me sentindo assim – Sorriu – Você me faz se sentir assim – Levo minha mão até sua perna e lhe faço um carinho.

- A recíproca é verdadeira, desde que lhe conheci eu me sinto dessa forma – Diz – As vezes eu sinto como eu se eu já lhe conhecesse de outras vidas sabe?

- Sei – Afirmo – Eu também me sinto assim – A olho – É como se nossas almas já tivesse se encontrado.

- Isso – Segura minha mão e me faz um carinho de leve – Exatamente isso, como um encontro de almas.

Apenas sorriu e volto a olhar a estrada, ficamos em silêncio e voltamos para o que fazíamos antes. Dulce encosta a cabeça na janela e fecha os olhos cantarolando uma música qualquer em inglês. E eu? Eu estou aqui que nem uma trouxa a admirando, sem conseguir tirar meus olhos dela, é como se eu não devesse fazer isso, eu sinto como se eu fazer eu vou perdê-la a qualquer momento e isso faz com que meu coração se comprima por dentro.

- Já estamos saindo da cidade, pra onde você está me levando Anahi? - Me olha curiosa.

- Pra um lugar especial, já estamos chegando – Digo rindo – Hoje a noite é só nossa e quero que você aproveite cada segundo dela.

- Ô dona mistério – Ri – O que está aprontando?

- Relaxa amor – Sorriu – Estamos indo para o paraíso – Digo rindo – Essa vai ser uma noite inesquecível.

- Anahi – Fala como se tivesse me repreendendo por não contar a ela pra onde vamos.

- Deixa de curiosidade amor – Gargalho – Já estamos perto, só tenha um pouco de calma.

Ela suspira em frustração e eu acabou rindo da carinha dela.

- Não ri – Faz bico.

- Eu não consigo controlar meu riso com você fazendo essa carinha – Digo, olho para a estrada e volto a olhar pra ela rapidamente – Já estamos chegando, prometo que esse mistério todo vai ser compensado com a surpresa – Lhe faço um carinho no rosto e pego sua mão levando até a minha boca pra lhe dar um selinho – Agora desamarra essa carinha.

- Okay dona Anahí – Ri.

- Ótimo, assim tá melhor – Sorriu.

Dias atuais

Cidade do México

Dulce Point Of View

Depois de receber aquela notícia entrei em estado de dormência, eu não conseguia falar nada. Eu não fazia nada, eu apenas chorava. Estava deitada na cama em posição fetal, chorava como nunca tinha chorado na vida. Eu não conseguia acreditar que a Any tinha me deixado, ela não tinha esse direito, não tinha!

Me falaram que eu tinha ficado dormindo por mais de uma semana e que fazia cinco dias que a Any tinha me deixado, mamãe falou que ela ainda lutou por um tempo. Ela não queria se entregar, mas seu estado era critico demais.

Eu não conseguia imaginar como minha vida seria a partir de hoje sem ela ao meu lado, como é que alguém pode simplesmente não estar mais aqui? Como ela não estar mais aqui?

A dor no peito me sufoca, eu quase não consigo respirar. É impossível respirar sabendo que não a terei mais comigo.

Meus amigos estavam lá foram, queriam falar comigo. Mas eu simplesmente ignorava, eu não queria ninguém me consolando, me dizendo que tudo ficaria bem. Porque eu sei que nada ficará bem, não tem como ficar bem. Ela me deixou, eu não tenho mais ela ao meu lado. Como seguir em frente depois disso? A Anahi sempre foi meu porto seguro, sempre foi o meu alicerce, ela é a minha metade, a minha alma gêmea, ela é o amor da minha vida. Deus não tinha o direito de levá-la agora, não podia ter feito isso comigo, com ela, com a gente.

Fazia uma semana que isso tinha acontecido e pra mim era como se tivesse sido ontem. Pra mim era como se tivesse feito apenas algumas horas desde que entramos naquele carro rumo a não sei onde que ela me levaria. Minha mãe tentou conversar comigo, me dizer alguma coisa sobre aquele dia, mas eu simplesmente pedi que me deixasse sozinha. Eu não queria saber de mais nada agora, eu só queria chorar. Chorar por ter perdido quem eu amava, chorar por ter pedido a minha amiga, a minha namorada, meu porto seguro, a minha alma gêmea. Eu não conseguir nem me despedir dela, eu não pude olhar para seu rosto pela última vez, eu não pude dizer o quanto a amava, eu simplesmente não pude gravar cada detalhe do seu rosto.

- Volta pra mim, Any – Pedi, simplesmente pedi. Não sei se alguém me ouviu, não sei se ela me ouviu. Mas eu precisava pedir, eu queria um milagre. Eu necessitava de um milagre – Por favor – Supliquei – Trás ela de volta.

Cidade do México

Horas antes do acidente

Anahi Point Of View

Faltava apenas mais alguns quilômetros e logo estaríamos em casa. Conversávamos animada, Dul as vezes tentava jogar um verde pra ver se eu dizia o que estava preparando. Ela ainda não tinha reconhecido o caminho, não tinha parado para ver que estávamos indo em direção a casa de praia, mas eu sei que ela é esperta e logo se daria conta do caminho.

- Amor, por favor me diz – Fala com a voz dengosa.

- Dizer o que Dul? – Digo rindo.

- Pra onde você está me levando amor? - Me pergunta toda animada.

- Calma – Sorriu – Deixa de ser curiosa e apressada, já estamos chegando.

- Você está me deixando nervosa – Sorri lindamente – Sério, desde de ontem você está toda misteriosa.

- Eu já lhe disse, é uma surpresa meu amor – Desvio o olho da estrada para olhar aquela ruiva linda ao meu lado – Você vai gostar – Sorriu.

- Hum, o que você aprontou senhorita Anahi Portilla? - Diz rindo – Não gosto de mistério.

- Tenha paciência, você vai ver que vai valer apena – Sorriu e disfarçadamente levo a minha mão ao bolso da minha calça, sentindo o volume que a caixinha de veludo proporcionava, sorrir de canto. A Dulce vai ter um troço quando perceber o que está acontecendo, vai ser quase uma cena de filme, ela nem imagina que nos aguarda – Não fica brava – Volto a olhá-la – Deixa essa curiosidade de lado, é por pouco tempo e garanto a você que valerá ... - Não pude concluir a minha fala, fui interrompida por um grito da Dulce.

- Anahi o carro – Gritou.

Aquela frase ficou martelando em minha cabeça, foi tudo muito rápido. Eu não tinha muito o que fazer, o caminhão vinha na nossa direção e em alta velocidade. Ele tinha acabado de fazer uma ultrapassagem, eu não tinha pra onde puxar o carro. De um lado vinha outros carros e do outro era uma vala, se eu puxasse a gente cairia naquele buraco. Olhei para ela que estava assustada e com o rosto manchado de lágrimas, eu segurei sua mão com força e apertei. Eu tinha que proteger ela, sempre fiz isso e hoje não seria diferente. Seja o que Deus quiser, mas eu vou te proteger a Dulce. Puxei o máximo que pude o carro, ficando de lado praticamente. Eu sabia o que viria a seguir, o caminhão vinha na minha direção. O impacto seria todo ao meu lado, mais não me importava. Eu ia protegê-la até o fim, eu tinha que fazer o que estava ao meu alcance. Agora eu sei que aquela dor em meu peito era um aviso, um aviso que eu ignorei. Por isso aquele sentimento de perda que sentia dentro do carro. Por isso aquela vontade de passar o tempo todo olhando para a minha ruiva, eu estava me despedindo dela e não sabia.

Eu tinha planejando a melhor noite das nossas vidas, hoje era pra ser um dia incrível e inesquecível pra nós duas. Mas infelizmente não pensei que o destino pudesse interferir, que ele brincaria assim com a gente, não pensei que algo assim pudesse acontecer. Eu não imaginaria que a gente ia terminar em uma situação como essa, quem imaginaria? Segurei sua mão com força e sussurrei um "Eu te amo" e logo depois sentir o impacto e uma dor dilacerante ultrapassou meu corpo, as lágrimas descia sem controle pelo meu rosto. Eu sentir o carro virando, ouvi a batida do teto no chão, sentia o sangue escorrendo pelo meu rosto, eu tentava olhar pra ela mais não conseguia. Sentir mais outra pancada e logo depois tudo foi se tornando vazio.

continuaaa