Fanfic: The Greatest Win | Tema: Hot, Comédia, Original, Esportes, Futebol Americano

O pessoal dos Rams estava realmente fazendo de tudo para que ninguém desconfiasse da mídia minha contratação. Todos já sabiam que meu contrato com os Vikings havia acabado, mas também sabiam que diversos times estavam interessados - inclusive os próprios Vikings. Nesse tipo de situação, o mais comum é o jogador simplesmente barganhar por um contrato ainda melhor e ficar no mesmo time. 

Esse não é o meu caso. Pode ser estranho, considerando o quão ruim os Rams eram na minha infância, mas sempre foi meu sonho jogar nesse time. Meu avô havia jogado lá e me levado para todos os jogos possíveis enquanto eu crescia. Eu vi o time mudar de base pelo que pareceu ser um milhão de vezes, eu vi o time perder um zilhão de vezes, mas minha vontade apenas aumentava. Por conta ou inspiração do meu avô? Não sei dizer, mas eu conseguia pensar nas palavras dele com perfeição nesse momento: Os Rams só precisam de mais um Nightingale para voltar a sua época de glória. 

Pensando bem, talvez ele dissesse aquilo para deixar claro sua frustração porque meu pai decidiu ser médico, ao invés de levar o futebol americano à sério. Como criança, entretanto, eu sempre levei aquelas palavras como meu destino. Eu precisava jogar nos Rams, eu levaria o time à glória. Exatamente por isso que eu dediquei minha vida ao esporte. Eu curti, bebi, me diverti, mas nunca por muito tempo, nunca perdendo o foco. As pessoas acham que eu já tive dezenas de namoradas, mas eu sinceramente nem consigo me lembrar da última vez que eu saí com uma mulher sem ser por jogada de marketing. 

Era uma vida cansativa, solitária e dolorida, sinceramente. Ainda assim... Nada disso importava. Agora eu havia conseguido ser contratado, os Rams já eram um time decente e eu estava confiante de que poderia levá-los à conquista de um SuperBowl. Talvez não esse ano, mas em breve. 

Olhei pela janela e vi que estávamos chegando na sede em Agoura Hills e arrumei meu disfarce, que incluía uma ridícula peruca loira. Ninguém acreditaria que aquele cabelo era real, mas eu sabia que a peruca era longa o suficiente para esconder meu rosto. Ajeitei o boné, as roupas e então dei uma última olhada no meu reflexo na tela do celular. Irreconhecível. Ótimo. 

O motorista levou o carro até a porta dos fundos, seguindo as instruções dadas pelo time e poucos minutos depois, eu consegui entrar. 

"Alguém te viu?" Uma voz feminina perguntou. Curta e grossa. 

Nada de boas vindas, nada de como foi sua viagem. 

"Não se preocupe. Somente um paparazzi, mas o máximo que ele pode ter conseguido foi uma foto dos meus lindos cabelos loiros." Só que não. Eu respondi de forma educada, retirando os apetrechos malucos daquele disfarce aos poucos. Somente quando terminei, busquei pela dona da voz. Uma loira. Bonita. Alguns anos mais velha do que eu provavelmente. 

"Uh. Você é realmente bonito." Ela soltou involuntariamente a julgar pela expressão constrangida em seu rosto agora. Eu sorri e estendi minha mão.

"Obrigado, senhorita. Jake Nightingale. Qual o seu nome?" Agradeci e vi seu rosto enrijecer, sua expressão estoica mais uma vez. 

"Eu sou Taylor Jackson e você está atrasado. Vamos logo." Mais uma vez, curta e grossa. Taylor virou-se de costas e começou a caminhar sem nem mesmo apertar minha mão de volta. Dei com os ombros e "guardei" a mão no bolso de minha calça social, antes de segui-la. Eu nunca havia entrado naquele prédio, então decidi prestar atenção no caminho.

Aqueles seriam os últimos minutos de silêncio do meu dia e eu nem sabia disso.

Entramos na sala de conferência e o lugar foi à loucura. Eu estava acostumado com isso, mas não significava que eu gostava desse tipo de situação. Segui Taylor até a mesa na extremidade oposta da sala de conferências, cumprimentei o GM do time, o técnico e me sentei na cadeira reservada para mim. Os jornalistas ali dentro já estavam enlouquecendo, o barulho era ensurdecedor e os flashes me cegavam. Contudo, quando o GM dos Rams pegou o microfone e anunciou que eu era o novo Wide Receiver do time, eu nunca estive mais feliz.

Tão feliz que eu comecei a alucinar. 

Sim, alucinar. 

Como? Bem, do outro lado da sala, ao lado de Taylor estava a mulher perfeita. A mulher dos meus sonhos. Literalmente.

Há anos, meus sonhos giram em torno dessa mulher. Alguém que não poderia possivelmente ser real. Era fruto da minha imaginação e, ainda assim, ali estava ela.