Christopher
Durante toda a viagem até o parque Xcaret, tentei ignorar o que estava queimando o meu peito. Mágoa. Não fazia o menor sentido. Escondi muito bem de Dulce essa merda, e não entendia por que estava tão devastado.
Quer dizer, no que eu estava pensando quando tive a ideia de torná-la minha namorada de mentira? Achei que não ia misturar as coisas? Acreditei que era intocável? Eu soube que Dulce era atraente desde o segundo em que botei meus olhos nela. E conheci sua personalidade nos dias subsequentes. Ela é linda, divertida, doce, sexy, dedicada... agora, eu não poderia tê-la. Nem de mentira.
Nem de verdade.
Porque Dul deixou bem claro que não havia espaço em sua vida para nada, nem ninguém.
Oito meses, porra.
Isso era tempo demais, mas quem poderia culpá-la? Fora que era um looping. Acabava um ano, começava o outro.
— Qual passeio vocês querem fazer primeiro? — Annie perguntou, empolgada.
Olhei para Dulce, e ela parecia totalmente alheia aos meus pensamentos, enquanto caminhávamos com Poncho e Annie, já na entrada do imenso parque. Os três engataram em uma conversa, e eu simplesmente não ouvi, porque sentia que não tinha conversado com Dulce direito, e queria entender por que eu estava tão decepcionado com o fim disso tudo, sendo que eu...
Sabia que ia chegar ao fim.
Quais foram as expectativas que eu criei e nem sei?
— Está tudo bem por você, hermano? — Poncho indagou.
— Aham — respondi, seja lá o que ele estivesse perguntado.
Poncho caminhou com Annie na frente, e entramos em um local com chão cimentado e céu aberto. Pavilhão das Borboletas, li, conforme íamos em direção ao caminho estreito.
Dios, eu tinha que tentar cumprir o que falei para Dulce. Aproveitar as quarenta e oito horas, o momento que teríamos. E aquilo não era uma despedida. Ainda a veria, certo? Tínhamos o passeio de moto, em Nova York.
Dulce não ia embora para sempre.
Eu só não a veria todos os dias.
— Olha, Mi Vida... — Dulce me chamou, sussurrando, enquanto esticava ao máximo seu braço, com cuidado.
Uma linda borboleta vermelha e preta pousou sobre Dul. Grande, as asas bem abertas, fechando e abrindo delicadamente. Ela encarou a borboleta, perplexa, e eu automaticamente puxei o celular do bolso, para tirar uma foto sem flash. Bati no exato momento em que Dulce abria um sorriso. Envolvida pela floresta, árvores por todo lado, um habitat natural exclusivamente dedicado às borboletas.
A foto ficou linda.
Ela voou e Dulce riu.
— Quer ver? — perguntei, encarando Dul.
Suas bochechas estavam vermelhas, o cabelo preso em um rabo de cavalo, os olhos lindos brilhando como o céu de poucas nuvens.
Ela se aproximou de mim, e mostrei a foto. Enquanto estava parado ao lado de Dulce, uma borboleta azul pousou na minha mão. Tão grande quanto a que pousou em Dulce; era como se elas estivessem acostumadas a se relacionar com os turistas. O que era bonito e, cara, diferente. Parecia que estávamos em um bosque das fadas.
— Não se mexa — avisou. — Eu vou pegar o seu celular e tirar a foto.
Dulce tirou delicadamente o celular da minha mão, e a borboleta azul mal se mexeu quando dobrei o braço e o coloquei bem perto de mim. Dul mudou o sentido da câmera para uma selfie, e me vi com a borboleta entre meu indicador e o polegar, na altura do peito, com Dulce ao meu lado, segurando a câmera, e envolvi seu ombro com meu braço livre.
Por um segundo, só curti as nossas diferenças pela imagem do celular. Meu cabelo preto e o dela castanho. Seus olhos tão claros e os meus cor de mel. Sua pele branquíssima em contraste ao bronzeado natural da minha. E a borboleta ali, como se fizesse pose. Sorri, me esquecendo da frustração de não poder ver Dulce todos os dias.
Admirei a borboleta e, depois, Dulce.
E entendi.
Assim como as borboletas, pensei, eu tinha que deixar Dulce vir até mim, quando quisesse, dentro da sua liberdade. Eu só precisava estar ali para quando ela quisesse pousar em meus braços.
Virei o rosto para Dul, enquanto ela ainda segurava o celular, e me abaixei lentamente até nossos narizes se tocarem. A borboleta voou para o meu ombro, entre Dulce e mim, não querendo nos deixar. Dulce inspirou fundo, as pálpebras se fecharam e seus lábios vieram de encontro aos meus, do jeitinho que eu queria que ela fizesse. Levei sorrateiramente o meu dedo para a câmera e sorri contra sua boca quando pressionei o botão, para termos uma foto desse momento.
A borboleta voou, como se tivesse cumprido sua missão.
Os olhos de Dulce se abriram suavemente.
Ela imediatamente olhou para a câmera, a foto do nosso beijo e a borboleta bem entre nós dois. Seus olhos lindos ficaram emocionados e eu puxei seu queixo para mim e beijei mais uma vez, suavemente, sua boca.
— Vamos, casal? — Annie gritou, nos chamando à distância.
— É melhor nós irmos — sussurrei para Dulce.
Ela piscou, incerta por um segundo ou dois.
— Vamos — murmurou.
***
Logo depois das borboletas, fomos para o aviário, e araras pousaram em nossos ombros, para tirarmos fotos com elas. Eram amigáveis, livres, viviam em um ambiente aberto e, assim como as borboletas, tinham uma floresta só para elas. Vimos tucanos, e eu tirei fotos de Dulce e Annie alimentando-os.
Horas mais tarde, já tínhamos almoçado, conhecido os aquários e passeado por toda a parte zoológica do parque. Acabamos indo para um rio subterrâneo, e eu e Poncho quisemos aprontar com as meninas, virando o bote. Caímos todos juntos e rimos tanto delas, que devemos ter ganhado uma passagem direto para o inferno. Mas elas nos ferraram de volta, quando nos empurram de um tobogã altíssimo. Quando juntava nós quatro, era simplesmente a melhor coisa. Me sentia bem, em família mesmo, como se Dulce tivesse que participar do universo Uckermann. Quando o passeio estava acabando e já pensávamos em voltar ao resort, envolvi o braço em torno dela, e dei um beijo em sua testa. Nós tínhamos simplesmente esquecido do tempo e, quando me dei conta, já eram quatro horas da tarde.
— Caralho, meu celular ficou lotado de fotos. — Poncho riu. — Dá pra fazer um álbum.
— Me passa, amor. Eu vou enviar tudo para Dulce também — Annie disse.
— Você tem o telefone dela? — indaguei, curioso.
— Claro — as duas disseram juntas.
— E, então, Dul, você vai nos encontrar em Nova York? — Poncho indagou, lançando um olhar para mim.
Ela nem hesitou.
— Sim, vai ser um prazer.
— Dul não sai mais da minha vida. — Annie sorriu. — Não importa para onde você vá, querida. Sempre te receberei de braços abertos.
Annie tirou Dulce de mim e começou a caminhar na frente. As duas conversavam, sorrindo. Poncho se aproximou de mim e me cutucou com o braço.
— Hermano.
— Diga. — Encarei o rebolar de Dulce, imerso demais nela.
— Dulce nos deu um presente de casamento: um cartão de acesso à área presidencial do resort.
Dulce não havia me contado. Abri um sorriso. Era a cara dela pensar em Poncho e Annie curtindo aquele lugar.
— Foi bom o que ela fez, hermano, de verdade, e achei que poderia retribuir o favor. Descobri um lugar interessante aqui em Cancun, e pensei em vocês. Lá é lindo durante o dia. — Poncho parou na minha frente e estendeu uma chave e um papel. — Aqui estão as coordenadas do lugar. É só colocar no GPS.
— É sério?
— Sim. Vá com Dulce. — Ele sorriu. — Leve-a lá e você vai entender o motivo de eu ter feito isso. É um hotel especial e romântico.
— O que está dizendo, hermano? Poncho apoiou a mão no meu ombro.
— Você é um dos caras mais fodas que conheço. Profissional, dedicado, coração bom. Eu me orgulho de ser seu irmão. E por isso mesmo digo: você merece ser feliz. O que o amor fez contigo não foi justo, mas talvez... — Ele direcionou o olhar para Dulce, para depois voltá-lo para mim. — Talvez você tenha uma segunda chance. E sei que é fodido porque Dulce viaja como louca, mas se uma coisa eu aprendi com Annie foi que não devemos atrasar o inevitável. Levei bastante tempo para entender o que sentia por ela. Não cometa o mesmo erro que eu. E, se não for para ser, apenas aproveite o momento. Um dia de cada vez, Christopher. Você e Dulce merecem isso.
Umedeci a boca e encarei a chave e as coordenadas.
— Tem certeza disso?
— Sim, hermano. — Arqueou as sobrancelhas. — E você, tem?
— Vocês vão ficar aí parados mesmo? — Annie gritou lá da frente.
Meus olhos encontraram os de Dulce.
Ela sorriu para mim.
— Tenho — respondi.
Este autor(a) escreve mais 14 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)E se eu disser que já passamos da metade da história? Ainnn, acaba nãaaao! Dulce — Então, por que pegamos outra rota? — indaguei, e ele sorriu, atento à estrada. — Não estamos indo para o resort. — Ah, é? — perguntei, curiosa. — Uhum. — Os dedos dele ficaram mais firmes no v ...
Aaaaaaa nossa senhora do coraçãozinho acelerado, ele é tãoooooooo romântico! Tô apaixonadaaa ❤
Conselho de amiga ariana: vai transar. Lidamos com o coração partido depois. || Como ariana digo que é realmente um conselho que eu daria hahhahaa
Aiii cara, tão perfeito! Continuaaa amoreee S2
Essa conversa vai render muitas coisas ...
Continuaaaa
Siiim
fogo*
Esse fogo deles... aí ai
volteeeeei... mas minha gente que fofo foi aqueles dois? ADOREEEEI. agora espero que ucker dê um basta na berlinda, dios!! tô amando, posta maaaais
Belinda precisa urgente de um freio
Espero que essa conversa...não seja um desastre pro nosso casal.... Posta mais... Seja soberana e nos presentei com mais uns capítulos....
Serei soberana hahaha
Finalmente ele vai conversar com a múmia... Espero de coração que a Dulce não veja e dê em merda... Posta mais!!!!
Ele precisa dar um ponto final nessa bruacaaaa
Essa conversa com Belinda ...
Ela tá precisando de um freio