Fanfic: Namorado Por Acaso - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

1000 comentários? Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh Vcs são incriveis demaaais!

Minha primeira adaptação de 2021 no topo do ranking. Cara, tô sem palavras!

Dulce

Depois do susto, todas as experiências coloridas que tive em Lima se transformaram em tons de cinza. Eu estava feliz avaliando resorts e estudando viagens para outras pessoas até entender que aquilo não era a minha completa felicidade. Maite falou que eu deveria reduzir a minha agenda. Você está rica o suficiente, ela disse. Mas eu não conseguiria contrabalancear os meus clientes, querendo estar em Nova York, sem perdê-los. A sensação veio com força para mim. Eu queria continuar viajando, mas também queria ter um espaço para viver, para Alexander, para Maite, para Poncho e Annie, que, como Alexander, não deixavam de me mandar mensagens diariamente. Para os meus pais, que, embora fossem tão independentes, eu sabia que sentiam minha falta.

Era difícil estar longe de tantas pessoas que eu amava, e eu queria criar raízes.

Por Deus, eu mal consegui ver o apartamento que comprei de Poncho. Sabia que Zoraida, minha assistente, estava cuidando de tudo, mas eu não tinha tempo nem para fazer a minha própria mudança? O lugar era lindo, o funcionário do Poncho me ajudou a visitá-lo, e eu o comprei, mas quando teria tempo de deitar na minha própria cama? De sentir que aquele apartamento novo era o meu lar?

Fiquei angustiada.

O dono do resort abriu um sorriso para mim, trazendo-me de volta à realidade.

— Você viu realmente os pontos que faltam. Já pensou em trabalhar com isso?

Pisquei, sentindo o coração acelerar.

— Como?

— Em ajudar os resorts a criarem coisas mais atrativas. Você é boa, Dulce.

 A conversa com o senhor Avila, do resort de Cancun, atingiu-me bruscamente. Como um sinal do universo, eu senti os pelos do meu braço subirem.

— Como eu poderia fazer isso?

— Bem, eu conheço alguns resorts que adorariam ouvi-la.

Era como se eu tivesse outro senhor Avila na minha vida. Pisquei, surpresa. E me sentei.

— Vou te passar o telefone da minha filha, Marieta. Ela é visionária como você. Talvez, se tivesse gente em cada canto do mundo, pudesse ter consultores de viagens e de resorts trabalhando para você.

— Isso parece... Promissor?

— Vamos passear mais um pouco, sinto que ficou abalada com a ideia.

— Não é isso. É só que alguém já me falou a respeito disso antes.

O homem abriu um largo sorriso e deu de ombros.

— Algumas coisas são para ser, sabe.

Depois do cruel ataque ao centro de convenções W&W, a reunião foi remarcada para outro horário possível, no meu último dia em Lima. Eu estava me despedindo daquela cidade, naquela noite, com o tempo muito apertado. Não consegui, de toda forma, remarcar meu voo. Minha próxima viagem era para a Bolívia, que ficava com a minha menor parte da agenda. Já no Brasil, meu próximo destino, eu tinha que avaliar muitos resorts, então deixei-o com grande parte do meu tempo. Ainda assim, a conversa com o dono do resort peruano não saiu da minha mente, nem quando eu me despedi dele, muito menos quando estava no aeroporto, prestes a pegar meu voo para a Bolívia. Comecei a conversar com Maite, pelo celular, matando o tempo de espera do voo.

 Eu: Amiga, você acha que seria loucura abrir uma empresa de consultoria turística?

Maite: De onde veio essa ideia?

Expliquei brevemente e ela imediatamente respondeu.

Maite: Nossa, duas pessoas falando a mesma coisa para você e parecendo tão promissor assim? Por que não começou a ver isso antes?

Eu: Porque... eu não quero deixar de ser uma consultora de viagens.

Maite: E você precisaria deixar de ser? Pode dividir a sua agenda para fazer as duas coisas. Contratar consultores para viajarem por você. Ter seus funcionários. E, ainda assim, prestar consultoria para hotéis e resorts.

Eu: Odeio me lançar em algo que não sei.

Maite: Então, não se lance sem ter certeza. Enquanto estiver viajando, vá fazendo contatos, assim, discretamente. Eu posso tentar daqui também.

Eu: Como está a sua agenda?

Maite: Livre até o final do ano. Coisa que você deveria ter feito também. Você se afoga em trabalho, Dul. Agora que encontrou Alexander, precisa ser um pouco egoísta, sabe?

Eu: Eu não sei... não quero fazer isso só porque tenho vontade de estar em Nova York.

Maite: Cala a boca. Olha o susto que você tomou em Lima, Dul. E se você ficará mais rica assim e tiver a chance de firmar laços pela primeira vez na vida, por que está vendo isso como algo ruim?

Não soube o que responder. Simplesmente olhei para o aeroporto, vendo o fluxo de pessoas tão certas quanto ao seu destino, e eu sem saber o que fazer com o meu. A voz do senhor Avila veio na minha cabeça, quase como se pudesse ouvi-lo ao meu lado.

“Me avise se mudar de ideia quanto a enxergar sua profissão por outra ótica. Você mataria dois coelhos com uma cajadada só. E, sem dúvida, teria mais tempo para você, porque o dinheiro viria em dobro e, talvez, pudesse contratar pessoas para serem consultoras de viagem. Poderia capacitá-las para isso.”

Eu poderia ganhar mais dinheiro, sem precisar viajar tanto?

Maite: Amiga, você ainda está aí?

Não sei quanto tempo passou sem eu responder, mas, quando ela enviou a mensagem, havia diversos prints. Maite conversara com vários consultores de viagem, que teriam interesse em trabalhar... para mim.

Maite: Você é famosa por conseguir deixar todos os seus clientes satisfeitos. As pessoas sabem e respeitam isso. Acho tão legal. Nunca tinha perguntado para os nossos colegas, mas... o que você acha? A ideia ainda parece muito louca? Ter duas empresas, ao invés de uma? Poder trabalhar de Nova York e simplesmente mandar na porra toda?

Eu: Não sei como eu daria conta. Um pensamento surgiu antes que eu pudesse freá-lo.

Era isso. Simplesmente... isso. Não havia dúvida.

Eu: A não ser que tivesse uma sócia pessoa de cabelos negros como a noite.

Maite: AH, PARA!

Eu: Estou falando sério!

Maite:  Eu vou te abraçar e te estrangular quando você pisar em Nova York de novo. Não necessariamente nessa ordem.

Eu: Fiquei empolgada, de verdade.

Maite: E eu? Acho que conseguimos. É sério. Eu acho que a gente consegue.

Eu: Vou conversar com as pessoas durante a viagem e te mantenho informada.

Maite: Também vou dar os meus passinhos por aqui.

Eu: É louco demais o que estamos pensando?

Maite: Eu não sei, mas sei que eu sinto que... é isso.

Eu: Eu também! Vamos nos falando.

Maite: Tudo bem. Amo você.

Eu: Também te amo.