Fanfic: Namorado Por Acaso - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Senti meu peito apertar com uma emoção nova, algo que há muito tempo não sentia. Esperança? Esperança de me tornar uma profissional melhor, esperança de poder conciliar as duas coisas que eu mais queria? Esperança, sim, era isso. Peguei o celular novamente e liguei para Annie, sabendo que ainda era horário comercial em Nova York.

— Annie, querida. Oi!

— Dul! Ah, que bom que você me ligou. Advinha onde estou agora?

— Onde?

— No seu novo apartamento em Nova York. Já está tudo arrumadinho. Fizemos como combinamos e mantivemos os móveis. A sua cama nova deve chegar essa semana. Sua assistente maravilhosa! Quase roubei ela para mim.

— Não faça isso. — Eu ri. — Não vivo sem a Zoraida.

— Está tudo pronto, só esperando você chegar. — Escutei os passos de Annie, os saltos batendo no piso do meu novo apartamento.

— Mal posso esperar para voltar — murmurei. — Escuta, estou te ligando porque me veio um pensamento na cabeça. Quando estávamos no resort, você disse que era advogada da Belinda. Mas você não é da mesma área dos meninos, é?

— Oh, não. Não sou. Eu me especializei em Direito Empresarial.

Abri um largo sorriso.

— Annie, você gostaria de me ajudar com umas coisas? Eu quero abrir uma empresa, coligada à minha, e não faço ideia de como fazer isso. Não sei como começar, e nem sei se o que eu quero fazer já existe.

— Espera, deixa eu me sentar. — Annie arrastou uma cadeira e suspirou fundo. — Certo, do que você precisa?

—  Eu quero  abrir  uma  consultoria para resorts e hotéis, tendo a minha melhor amiga como sócia...

Contei superficialmente a história, e ela ouviu tudo com atenção, sem fazer sequer um comentário. Quando finalizei, pude ouvir o sorriso em sua voz.

— Isso significa que você, hipoteticamente, passaria mais tempo em Nova York, caso desse certo?

— Sim, eu poderia ter uma agenda mais espaçada, viajar só algumas vezes no ano, e não o ano inteiro. Isso seria...

— Ai, meu Deus.

— Não conta para o Alexander. Quer dizer, eu quero ver primeiro se é possível, ver quantas pessoas eu teria, o salário que elas receberiam, como isso tudo funcionaria. É muito mais do que carimbar o passaporte.

— Eu conheço um administrador fantástico, Dulce. Que poderia ajudá-la nisso. E, para a sua sorte, no final do ano ele se mudará para Nova York.

— Sério? Quem?

— Christian Uckermann.

— O primo dos meninos?

— Sim! Ele está vindo para Nova York, sabe. Se você quiser, posso te passar o telefone dele. Vocês podem ir conversando por WhatsApp.

— Annie, isso seria magnífico.

— Estou te enviando o número dele agora. Me passa também o da Maite. Eu vou marcar uma reunião com ela.

— Isso está acontecendo? Em poucas horas...

— É só o primeiro passo, Dul. — Annie riu. — Acredite, vai dar mais dor de cabeça do que parece. Ainda assim, estou com você.

— Eu nem sei como te agradecer.

— Agradeça abrindo a empresa dos seus sonhos.

Sorri.

— Obrigada.

— Vamos conversando conforme vou descobrindo como vamos proceder. Christian, sem dúvida, vai te passar uma visão mais prática da coisa. No entanto, o que eu puder fazer, estarei por aqui. Enquanto isso, vai pesquisando e estudando as possibilidades.

— Farei isso.

Annie suspirou fundo.

— Estou feliz de ter conhecido você.

— E eu de ter conhecido você.

— Te vejo em Nova York? — perguntou.

— Sem dúvida. Estou indo para a Bolívia agora. Assim que pisar nos Estados Unidos, quero te ver.

— Vou te levar direto para o seu apartamento. Está realmente lindo. Um beijo, Dul.

— Beijo, Annie.

Desliguei o telefone, meus dedos tremendo. Eu sabia o que era isso. A inevitável certeza de estar no caminho certo.

“Os Incas eram engenhosos, Mi Vida. Machu Picchu é divino! Precisei te mandar um postal daqui, mesmo que soubesse que, quando a caixa chegasse, provavelmente eu já estaria na Bolívia. Tem uma foto minha também, lá em Machu Picchu. Espero que não ria. Tem uma lhama do meu lado! surreal. E eu estou vermelha como um pimentão, culpa do sol. Falando em sol, a moeda deles se chama nuevo sol. Não parece mágico?

Ah, espero que goste da lembrança que te enviei.

Ele se chama Ekeko e comprei no resort em que me hospedei.

Sei que ele tem um bigode esquisito, uma bocona aberta e uma expressão divertida, mas traz abundância e boa fortuna. Temos que dá-lo de presente para quem desejamos que seja feliz e que tenha muito sucesso. Essa é a primeira lembrancinha que te mando, estou tão empolgada por isso, espero que guarde em algum lugar especial.

Sinto sua falta todos os dias.

Sua,

Dulce Saviñón.”