Fanfic: Namorado Por Acaso - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Bom diaa 

Dulce

Christopher: Quem disse que eu não estou aí? ;)*

Mensagem de Christopher para Dulce

***

Sexo por vídeo é gostoso. Essa interessante descoberta repetimos por longos dias. Além de eu perceber que ver, em vídeo, ele se masturbando, me excitava além da explicação. Cada vez ele se soltava mais, se entregando para mim. A mão pesada no...

— Dul, você está aí? — Maite perguntou do outro lado.

— Ai, desculpa. — Pigarreei. — Alexander acabou de me mandar uma mensagem e eu me distraí.

— Uma mensagem? Com nudes? — Maite jogou.

— Não. Sem fotos. Só a minha imaginação indo longe. Sabe o que ele digitou? “Quem disse que eu não estou aí?”.

— Acho que relacionamento à distância é uma tremenda preliminar. Quando vocês se encontrarem, é capaz de transarem no estacionamento do aeroporto.

Comecei a rir.

 — Você é maluca.

— O quê? Eu já fiz. É uma delícia. Falando em delícia, Christian, o primo gostoso do seu namorado gostoso, tem um cérebro tão bom quanto o corpo.

— Ah, é? — perguntei, curiosa. — E como você sabe que ele tem um corpo gostoso?

— Ele só posta foto sem camisa no Instagram.

— Hum, você está seguindo-o, então...

— Ele é o nosso futuro administrador, Dul. — Quase pude ver Maite revirando os olhos. — E está na Espanha, por enquanto.

 — Curioso você dizer que relacionamento à distância é uma preliminar “tremenda”, quando você tem conversado bastante com o primo gostoso do meu namorado gostoso.

Maite gargalhou.

— Só sobre negócios. E é por isso que elogiei o cérebro dele. No grupo que ele criou comigo, você e Annie, Christian disse várias coisas interessantes. Depois dá uma olhada.

— Eu vou ver isso agora.

Tirei o celular da orelha e coloquei no fone, deixando as mãos livres. Procurei o grupo. Assim que achei seus nomes, cliquei e peguei a conversa no meio.

Christian: Vamos ver a parte financeira para o investimento. Tente ir falando com consultores que você conhece. Sabe que seus próprios clientes pagam o salário exorbitante que você e Dulce recebem.

Maite: O que quer dizer?

Christian: Eu quero dizer que o salário de um consultor de viagens é bem alto, mas não é do bolso de vocês que isso terá que sair, quando abrirem a empresa. Se vocês conseguirem os clientes para eles, pedindo uma porcentagem desse recebimento, eu tenho certeza de que qualquer consultor aceitaria. Vocês não? Ter uma carteira de clientes fixos, sem precisar ficar se esforçando para encontrar um sheik árabe... caralho, parece um sonho. E o melhor de tudo: eles vão receber sempre quantias gordas. Vocês só vão precisar... do quê? Uns 20% disso? Com cinco consultores para cada uma, é como se vocês tivessem feito uma viagem sozinhas, sem precisar sair do lugar. Depois quero fazer as contas direito, mas fala sério. Nunca pensaram nisso?

Maite: Eu acho que eu quero o seu cérebro pra mim.

Christian: Corazón, quando eu chegar em Nova York, a primeira coisa que vou fazer é me reunir com você e Dulce. ;) Tenho ótimas ideias para a consultoria dos resorts, que Dulce quer aplicar, deixa só eu ter um tempo com vocês.

Maite: Hummmm.

Acabei sorrindo e digitando.

Eu: Christian, você está contratado.

Ele estava online e vi que começou a digitar.

Christian: Ah, é? Meu salário é gordo, hein? Quero uma porcentagem nisso tudo também.

Eu: Se você fizer esse negócio rodar, primo Uckermann, o mais justo que eu posso fazer é te dar um salário fixo + porcentagem.

Christian: Porra, vou fazer as contas logo.

Eu: hahaha. Não fale para o Alexander, tá?

Christian: Relaxa, a surpresa do meu primo vai ser por sua conta.

— E como estão as coisas em Nova York? — perguntei para Maite, ciente de que ela estava ainda esperando por mim na linha.

— Almocei com Annie hoje; ela é ótima. E o seu namorado está prestes a ganhar um caso. Poncho ligou para a Annie, contando a novidade.

— Ah, eu sei. Morro de orgulho dele um sentimento tão bom, Maite.

— Deus, você tá muito apaixonada.

 Ri.

— É.

— E como está o Brasil?

Suspirei, vendo o Cristo Redentor pela janela. A noite estava estrelada e tudo naquele lugar parecia o paraíso.

— Esse resort é um absurdo. Estou apaixonada. Kevin vai ficar louco quando eu contar as novidades.

— Você sabe que ele que quer dormir com você, né?

— Nem me fala. Você lembra da briga que disse para você que tive com o Alexander?

— Sim.

— Foi por causa do Kevin.

 — Mas você cortou o Kevin?

— Claro!

— Ah, mas é fofo, vai? Alexander sentir ciúmes.

— Ele morre.

— Agora falta pouco para você voltar, Dul. Sei que só vai passar uma semana aqui e depois vai viajar de novo, mas... nesses três meses, já demos bastante andamento na nossa empresa. — Maite fez uma pausa. — E eu queria te fazer uma proposta.

Me sentei na cama e cruzei as pernas.

— Uma proposta?

— Sei que você está firme e forte aí no Brasil, fazendo e acontecendo, conquistando tudo o que sonhou. Mas, quando veio a ideia da empresa, eu senti... senti que era isso que você queria fazer, entende? Eu senti o seu desejo de estabilidade.

Pisquei, ainda sem entender Maite.

— Sim, mas... por que está dizendo isso?

— Você vai passar uma semana com Alexander e depois, meses fora. Voltar e ficar outra semana com ele e, novamente, meses fora. Sei que a empresa é uma ideia maravilhosa, mas ela só poderá acontecer ano que vem. Até porque Christian não fará uma mudança definitiva para os Estados Unidos até ter tudo pronto. E a empresa também só poderá se solidificar se você estiver em Nova York. Eu já fiz a minha parte aqui, mas falta você.

— O que eu preciso fazer? Posso tentar à distância.

— Não mais à distância, Dul.

— Eu não tenho alternativa, amiga.

— Mas eu tenho.

Se meu coração pudesse parar, aquele seria o momento.

— O que está dizendo? — murmurei.

— Eu posso viajar por você. Minha agenda está livre, esqueceu? Eu faço o mesmo que você. Grécia, Jordânia e Itália, que são seus próximos destinos mais longos, eu poderia fazer e você poderia começar a abrir a empresa daqui, além de poder ficar com Alexander. No final, ainda tem França e Inglaterra. Você pode encaixar na sua agenda. Mas precisa priorizar o que realmente importa, amiga. É a empresa e o Alexander? Porque, se for, eu compro as minhas passagens e vou antes que você possa piscar uma segunda vez. Agora, se estiver incerta do que quer, ou se quiser continuar viajando, ainda que saiba que seu coração dói de saudade, bem, é por sua conta e risco, embora tenha certeza de que vou respeitar seu espaço. De qualquer forma, o dinheiro das viagens que eu fizer seria seu, caso diga sim. Tenho o suficiente para comprar umas cinco casas, investir na bolsa, comprar carros e viajar pelo mundo. E nem tenho onde gastar.

Eu não soube o que responder. O choque de sua proposta revirou o meu estômago. Meus dedos tremeram ao segurar o celular. Pude ouvir a respiração da minha melhor amiga do outro lado, e meu coração apertou. Ter essa profissão poderia ser cruel quando se quer criar raízes. Maite também sabia disso. Viajar pelos quatro cantos do mundo a impediu de namorar sério, e vem sendo assim desde que a conheci. Maite aproveitava a vida, é verdade, mas ela nunca teve tempo de parar e simplesmente ser a namorada de alguém.

Eu tentei, e não obtive sucesso. Porque os relacionamentos terminavam antes mesmo de eu entender que tinham começado. Basicamente, ser uma consultora de viagens exigia liberdade. Uma que Maite ainda não queria abrir mão, mas eu sim. Engoli em seco.

— Você faria isso por mim?

— Você faria também, se estivesse no meu lugar? — ela rebateu, e pude ouvir a diversão em sua voz.

Droga, sim. Eu faria qualquer coisa pela felicidade da Maite.

— Você sabe a resposta.

— Então, está combinado? — Maite deu um gritinho do outro lado da linha.

 — Amiga, eu acho que... acho que sim.

— Então termina o que tem de fazer aí e volta para os Estados Unidos e para o seu homem. Aliás, pense em uma surpresa bem boa para ele. Não diga o horário do seu voo, diz que atrasou. Não sei, se vira!

Eu ri, emocionada. Pensar em ver Alexander... nossa, tão pouco tempo passou e parecia um ano inteiro.

— Você vai estar aí quando eu voltar?

— Sim! Só... volte para o Alexander, Dul.

— Amo você, Maite.

Ela suspirou.

— Você é uma irmã para mim.

— Eu sei.

— Te amo, querida. Tenha bons sonhos.

Desliguei e observei o aparelho com metade da bateria restando. Lágrimas desceram pelo meu rosto. Eu não fazia ideia do motivo de estar chorando, até entender que o choro veio junto com um sorriso. Eu estava chorando de felicidade porque poderia voltar para casa. Além disso, a empresa encaminhada, então... Eu finalmente poderia ser feliz.