Fanfic: Namorado Por Acaso - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Como diz a amorinhas Binha, estou sendo muito soberana hoje. Então me valorizem!!!

— Acho que você já pode contar para o seu Alexander quando vê-lo — Annie apontou, com um sorriso no rosto.

— Eu definitivamente vou fazer isso.

— Venha, nós vamos te levar para o seu já mobiliado e lindo apartamento.

— Espero que goste — Poncho falou.

— Acho que vai sim. E o que você acha, Annie?

— Dul vai se apaixonar! — Annie comemorou.

Franzi as sobrancelhas.

— Tem alguma coisa que vocês não estão me contando?

—  Sim —  Maite  disse  ao  mesmo tempo em que Poncho e Annie disseram “Não”.

Arregalei os olhos.

— Me conta, Maite!

Ela fez um gesto nos lábios, como se estivesse passando um zíper neles.

— Maite prometeu para mim que não contaria. — Poncho sorriu.

Semicerrei os olhos.

— Vocês estão roubando a minha melhor amiga.

Os três riram da minha cara, e fiquei pensando no que tinham aprontado. Quando já estava no carro com eles, na escuridão da madrugada de Nova York, rumo a Midtown, senti meu coração leve pela primeira vez em semanas.

Annie, Poncho e Maite engataram uma conversa, e eu comecei a mexer no celular. Fui verificar as redes sociais e o meu Instagram. A última foto que postei, com Kevin, me fez perceber que ainda... Droga. Eu não tinha postado nenhuma foto com Alexander. Decidi fazer isso e escolhi uma que eu adorava. Seus lábios no meu sorriso, o beijo na boca, a borboleta no ombro dele, o cenário inesquecível atrás de nós. Pensei na legenda e imediatamente a escrevi:

“Da Oceania à América: eu e você.”

Marquei ele no Instagram. Ele ainda devia estar dormindo, mas, sem dúvida, quando acordasse, ia ver.

— Dulce, chegamos — Annie avisou.

Eu já tinha visitado muito rapidamente, mas, dessa vez, pude prestar a devida atenção. Um arranha-céu estava à minha frente, tão alto que eu não conseguia ver o céu noturno sobre ele, apenas infinitos andares. O prédio era moderno, vidro misturado a uma estrutura bem clean, que as ruas iluminadas e agitadas me permitiram enxergar bem, ainda que fosse madrugada. Mas aquele edifício era a cara de Nova York. Saímos do carro. Eu me sentia meio área, Maite tagarelava alguma coisa sobre darmos festas de arromba, Poncho falava das utilidades como piscina, academia, sauna... e Annie ficou apenas em silêncio, me observando processar tudo.

Aquela era a minha nova casa. Recebi as chaves de Poncho, embora faltasse assinar alguns papéis.

Eu estava quase certa de que ele e Annie me venderam por um valor bem abaixo do mercado, porque aquele prédio era um absurdo. Era tão difícil conseguir um apartamento em Nova York, imagine um assim.

— Vocês me venderam pela metade do preço? — precisei perguntar. Eu estava com isso na cabeça desde que o pela  primeira  vez,  mas,  agora, prestando atenção em tudo, era realmente... demais.

Poncho deu de ombros.

— Te vendi pelo preço que paguei, nem um centavo a mais. Comprei na planta e sei que o prédio está supervalorizado agora, mas não me interessava extorquir ninguém. Eu fiz o que achei ser justo, Dul. Já tenho uma casa linda agora com Annie, e esse dinheiro do apartamento vai para a nossa poupança.

— Estamos tranquilos financeiramente — Annie garantiu.

— É realmente lindo aqui — Maite observou.

Fiquei sem palavras quando chegamos ao trigésimo andar. Fizemos silêncio porque era de madrugada e eu tinha uma vizinha, mas assim que entramos... Eu quase gritei de emoção. Conforme combinamos, eles deixaram a mobília, e só trocamos a cama de casal, claro. Poncho tinha um gosto fantástico e exótico. As paredes eram coloridas e bem decoradas, do jeitinho que eu gostava. Inúmeras prateleiras já estavam com as minhas peças do antigo apartamento, as lembranças que eu trazia de cada lugar que visitava. O mapa-múndi estava na sala, com os alfinetes intactos.

Eu precisava aumentar o salário da Zoraida ou promovê-la. As almofadas que eu gostava... tudo ela trouxe.

— Isso é tão lindo.

— Está tudo arrumadinho. — Annie ficou orgulhosa. — Sua assistente foi ímpar, Dulce. Ela contratou os melhores. E eu indiquei um decorador. Não que ele tivesse muito o que fazer, mas ele reajustou os móveis. Espero que tenha gostado.

— Deus, nem sei como agradecer. Eu sinto que é a minha casa.

— Seja bem-vinda, Dulce. Espero que seja tão feliz aqui quanto eu fui — Poncho falou.

Envolvi Poncho e Annie em um só abraço, agradecendo mil vezes por terem feito tanto por mim. Maite se jogou no sofá e abraçou uma almofada, sorrindo.

— Eu vou te visitar tanto que você vai enjoar da minha cara — prometeu.

Nós ficamos juntos por mais uma hora, conversando até o céu clarear. Annie disse que precisava ir embora, porque Poncho teria uma reunião importante de manhã. Agradeci por terem ido me buscar no aeroporto e por todo o resto. Sinceramente, a gratidão não poderia ser colocada em palavras. Maite também se despediu, com beijinhos e um abraço forte, prometendo que me visitaria no dia seguinte, porque hoje eu tinha que dar um jeito de surpreender Alexander.

A ideia de como eu ia fazer isso ainda não tinha surgido.

Quer dizer, eu apareceria no escritório dele? Era o único endereço que eu tinha. Seria bom fazer isso, né? Simplesmente aparecer lá? Verifiquei a agenda compartilhada de Alexander comigo, para saber como estariam as coisas para ele hoje. Seu dia estava quase livre, exceto pelas três da tarde, quando ele tinha uma reunião com um tal de Jonas.

Decidi tomar um banho. Assim que cheguei lá, vi que tudo estava organizado. Meu Deus, Zoraida era mesmo magnífica. Peguei roupas limpas e itens de higiene na mala enquanto deixava a banheira enchendo. E... acho que, assim que coloquei o pé na água, caí de amores por aquela banheira com hidromassagem. Fiquei uns quarenta minutos lá, apenas submersa, sentindo cada músculo relaxar com os jatos quentes por toda a minha coluna, pernas, coxas e pés. Meu celular vibrou na borda de mármore e eu sequei rapidamente as mãos para ler o que tinha chegado.

Era um comentário de Alexander na nossa foto do Instagram.

“Em Nova York, existe um cara apaixonado por você. Estou te esperando embarcar direto para os meus braços. Os melhores sete dias que teremos juntos. Eu prometo isso a você, Cariño.”

Ele estava acordado. Sorri. E era tão bonitinho. Ele mal sabia que ia me ver ainda hoje e que não teríamos só sete dias.

Surpresas são tão legais.

Saí do banho, enrolei uma toalha no corpo e fui até a sala. Pensei em procurar nos armários se a minha assistente tinha me deixado pelo menos uma cápsula de café, quando ouvi uma música alta no corredor. Em seguida, uma voz masculina resmungando alto um “Porra”.

Tipo, quase um grito.

— Annie não disse que eu tinha uma vizinha? — sussurrei para mim mesma. — Talvez seja o namorado dela, ou algo assim.

Curiosa, fui pé ante pé até a porta e espiei no olho mágico.

O vizinho, ou namorado da vizinha, era alto, bronzeado e muito forte. Vi isso porque estava sem camisa, só com uma bermuda branca de tecido leve. Estava ocupado, de costas para mim, tentando colocar o celular no suporte enrolado em seu forte bíceps. Típico de quem corre ouvindo música no parque logo cedo. Pelo menos, parecia que ele ia para uma corrida. Tênis esportivos, boné, e havia uma tatuagem que pegava a parte de trás do seu ombro que...

Espera.

Eu conheço essa tatuagem.

Ele virou de lado, sem saber que estava sendo observado, e meu coração... parou de bater.

Arfei.

Aquele não era o namorado da vizinha.

Aquele era o meu namorado.

Abri os lábios, em um misto de choque e felicidade, assistindo Alexander tão perto de mim. Meu primeiro impulso foi tocar na maçaneta, os batimentos alcançando o céu pela saudade, meu corpo inteiro respondendo à visão daquele homem, meus olhos se enchendo de emoção, mas algo me fez parar.

Porque uma nova ideia veio tão forte quanto um insight genial. Assisti ele sair, despreocupado, até sumir do olho mágico.

Peguei o celular e liguei para Annie.

— Você esqueceu de mencionar que o meu vizinho é o meu namorado? — cochichei, por mais que Alexander estivesse longe o suficiente.

Meu coração ainda estava trotando, e minha respiração, rasa. Annie gargalhou do outro lado da linha.

— Sabia que você ia adorar esse apartamento! Poncho e Christopher dividiam o mesmo andar. E eu omiti porque quis te surpreender. — Ela soltou um grito, chamando Poncho. — Dulce descobriu que Christopher é, mais uma vez, vizinho dela, amor!

Escutei a risada do meu cunhado à distância.

— E aí, ela gostou?

— Você, Poncho e Maite são terríveis. Se eu gostei? Fale para o Poncho que eu não enfartei e, graças a Deus por isso; meu coração está em dia.

— A propósito, o seu namorado não sabe que você é a mais nova vizinha dele.

 — Sério? — Meu queixo caiu.

— Escondemos tudo de vocês porque, ah, é divertido e... — Annie se interrompeu. — Espera, por que você está me ligando justo agora? Não abriu a porta para ele e gritou um tchadãm?

Ri.

— Não é só vocês que gostam de uma boa surpresa. Eu tive uma ideia. E é a seguinte...