Fanfic: Namorado Por Acaso - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Boa tarde amoraaaaas!

Christopher

Eu: Queria ter dito antes, enquanto você ainda estava nos meus braços, mas, Dios. Acho que não aguento nem mais um dia. Eu te amo, Dulce.

(Mensagem não enviada de Christopher. Falha na conexão).

— Distraído, hermano?

Tentei enviar a mensagem de novo, mas a minha internet caiu. Talvez não fosse o momento. Talvez, eu precisasse dizer isso pessoalmente.

Lancei um olhar para o meu irmão.

— Falta um dia para Dulce chegar. Acho que não vou conseguir dormir esta noite. Porra, você tem noção?

— Sei que está ansioso para vê-la. — Poncho se sentou à minha mesa e roubou minha maçã, abocanhando-a em seguida. Todo mundo roubava as minhas frutas, porra. — Correu de manhã? Exercícios ajudam com a ansiedade.

— Corri quase dez quilômetros, Poncho. E não ajudou. Eu mal consigo ficar com a bunda nessa cadeira.

Meu irmão riu.

—  A  propósito, tenho uma notícia para você. Sua nova vizinha já está no apartamento. Depois te apresento a ela.

— Aham — murmurei, distraído, pegando o celular para ver se a internet tinha voltado e se Dulce tinha dito alguma coisa. Ela enviou um ponto de interrogação.

Eu: Desculpa, minha internet caiu.

Cariño: O que ia me dizer?

Eu: Amanhã eu te conto.

Cariño: Isso não se faaaaaaaz, meu Deus! Eu sou de sagitário! Aliás, qual é seu signo? Acho que nunca perguntei.

Sorri.

Eu: Escorpião com ascendente em touro e lua em leão. Annie fez o meu mapa astral algum dia aí.

Cariño: Tá explicado o porquê de você ser tão intenso!

Eu: Hahahaha. Tá explicado, é?

Cariño: Ô se tá.

Eu: ;)

— Christopher?

— Oi.

— Que horas você volta pra casa mesmo? — Poncho perguntou, terminando de comer minha maçã. Ele jogou o que sobrou do caule na cesta de lixo e eu semicerrei os olhos.

— Você tá me devendo outra maçã, hermano — resmunguei. Poncho abriu um sorriso sacana. — Depende da nossa reunião. Acho que vou embora junto com você, umas sete da noite. Por quê? Quer passar lá?

— Não, é só pra saber mesmo.

Estreitei o olhar.

— Precisa de mim aqui no escritório até mais tarde?

— Não, não.

— Certeza?

— Absoluta. É só a reunião mesmo.

— Tudo bem. — Me recostei na cadeira e relaxei as pernas. Um pensamento veio na minha cabeça, algo que eu queria conversar com Poncho há um tempo. — Christian te disse que já é certo que ele virá para Nova York no final do ano? Em quatro meses, o cara vai se mudar. Já conseguiu um emprego, mesmo à distância.

— Ah, eu sei. Annie está ajudando o Christian nisso — Poncho respondeu, mas algo em sua voz soou meio... hesitante.

— Ela não te contou?

— Annie me disse algo sobre o Christian, mas achei que ela estava vendo um lugar para ele morar, não um emprego.

— Pois é.

Observei meu irmão. Ele não estava me olhando diretamente e era típico de quando estava me escondendo alguma coisa.

— Você tá me escondendo algo, né?

 — Estou. — Ele riu e foi sincero. — Mas não me peça para contar, porque não vou.

— Carajo, hermano.

— Algunas cosas necesitamos descubrir por nuestra cuenta.

Pegou o porta-retratos com a foto de Dulce em Machu Picchu e abriu um sorriso.

— Dul é corajosa. Ela tirou uma foto com uma lhama. Essa porra cospe na nossa cara.

Eu ri.

— Ela me contou que estas estão acostumadas com os turistas.

—  Ainda  assim...  ousada  —  meu irmão pensou alto.

Lembrei do sexo por telefone e abri um sorriso de canto de boca.

— Ah, sim. Ela é muito ousada.

***

Me envolvi com o trabalho e as horas passaram mais rápido do que eu esperava, atenuando um pouco a ansiedade. Maddy me atualizou sobre alguns casos e Poncho fez comigo a uma cansativa reunião, que terminou quase seis e meia da noite, estudando as leis e vendo o que poderíamos fazer no caso Downhill. Estávamos mentalmente cansados quando nos despedimos. Subi na moto, com o estômago roncando, já pensando no que ia jantar no caminho até em casa.

Parei em um lugar que gostava antes de chegar ao meu bairro. Os tacos do Senhor Germand eram maravilhosos e, o melhor, saudáveis. Comi uns três, que, graças a Deus, me deram energia para o final da noite. Antes deles, eu era um zumbi se movendo com a cabeça na lua. Revigorado, cheguei em casa, afrouxei a gravata e só então percebi que Dulce estava especialmente quieta quando não vi nenhuma nova mensagem.

Deveria estar envolvida em seu retorno.

Pronto. Toda  a  ansiedade  que  se  escondeu enquanto eu estava trabalhando veio com força. Tirei a camisa social, a calça e fui para a ducha, esperando que isso reduzisse a expectativa de reencontrar Dulce amanhã. Não deu certo. Desliguei o chuveiro, me sequei e vesti só uma boxer. Regulei o ar-condicionado e abri um bocejo, me jogando no sofá. Liguei a televisão e coloquei a série da Dulce para assistir, mas minhas pálpebras foram se fechando antes que eu pudesse perceber.

***

Pulei, despertando abruptamente, sentado e arfando.

— ¿Qué mierda es esa? — resmunguei, ouvindo vozes altas demais.

 Meio atordoado, demorei a entender que tinha dormido no sofá e que o som não vinha do meu apartamento. Franzi o cenho, perdido no instante seguinte que meus olhos se abriram. Jamie e Claire, de Outlander, estavam se beijando na televisão, mas, definitivamente, Claire não estava pedindo para Jamie meter fundo em lugar algum.

— Mete fundo! Oh, sim. Oh, sim. Mais forte. Vai, vai, bem aí... Uuuuuuh — a voz feminina gemeu alto.

— Delícia de boceta — o cara rebateu.

— Me foooooooooode! — gritou.

— Mas não é isso que ele está fazendo? — Balancei a cabeça, tentando entender de que lugar do inferno aquele casal havia saído.

Eles eram bem vocais e...

“A propósito, tenho uma notícia para você. Sua nova vizinha já está no apartamento. Depois te apresento a ela.”

Oh, merda. Me lembrei. Poncho tinha avisado. Literalmente, fodeu.

— Me foooooooode! — urrou de novo.

— Engole esse pau, suga ele todo. Goza nesse caralho!

Pisquei e bocejei. Que gente criativa.

Procurei o celular no sofá, perdido entre minha bunda e o estofado. Havia só uma mensagem de Dulce.

Cariño: Já pegou no sono, Mi Vida?

Ela estava online.

Eu: Acordei agora. Advinha? Tenho novos vizinhos e eles fodem cantarolando.

Cariño: Como assim?

Segurei o botão que iniciava uma gravação.

— Oh, sim. Sim. Sim. Fundo. Vai. Duro. Meeeeeete!

— Poooooooorra! — gritou.

Enviei o áudio pra Dulce.

Cariño: HAHAHAHA!

Eu: Você ri? Eu tinha conseguido finalmente apagar. Estava ansioso pra te ver e achei que não ia conseguir dormir. Os vizinhos são muito filhos da mãe. Porra!

Cariño: Ah, tadinho. Também não consigo dormir. Ansiosa para ver você. Hum, e sobre os vizinhos... Talvez devesse bater na parede e ver se eles param.

Eu: Vou tentar.

Olhei a hora no celular. Dios, era uma da manhã. No que esses vizinhos novos estavam pensando? Que o mundo havia se partido ao meio e só restavam eles na Terra?

 —  Bate,  bate,  bate!  Assim,  assim, assiiiiiiiiiiiiim.

Eles estavam fazendo um bolo ou algo do tipo? Em seguida, veio um estrondo alto, que se tornou repetitivo. Era como se... a cabeceira estivesse batendo na parede. Ou, melhor, como se o apartamento deles fosse capaz de derrubar o prédio inteiro.

— Sim. Sim. Sim!

— Você é deliciosa!

— Não para. Não para. Fode essa boceta com força!