Fanfic: Namorado Por Acaso - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Demorei, mas cheguei!!

Dulce

Meu coração, após tantos orgasmos, que pareciam mais como duzentos, ainda batia como um louco enquanto observava Alexander jogado na minha cama, sobre lençóis vermelhos, com aquele rostinho de quem vai aprontar uma. Deus, valeu a pena surpreendê-lo, porque esse homem com tesão e com saudade... era uma mistura tão boa. O filme pornô foi uma ótima vingança para quem me fez ficar a noite inteira acordada no resort. E o toque da toalha... ah, digamos que eu sou um pouco criativa.

— Sem cócegas!

— Então, vai me contar?

Ele abriu um sorriso malicioso. Umedeci a boca, já com saudade da sua.

Seus olhos cor de âmbar eram mais claros pessoalmente do que através da câmera do celular, e os seus cabelos negros foram beijados pelo suor. O corpo todo bronzeado e tatuado, com uma camada brilhosa de calor, os músculos saltados pelos exercícios que fizemos, e as veias que desciam estrategicamente para lá.

Ele era lindo demais.

— No resort, Annie me disse que tinha um apartamento para vender...

Alexander dobrou o braço e deitou de lado, apoiando a cabeça na mão para me ouvir. Ele sorriu em vários momentos, conforme ia contando que Annie e Poncho omitiram que eu tinha justamente ele como vizinho. Que me deixaram visitar o apartamento quando, claramente, Alexander não estava por lá. Expliquei que não tive como fechar negócio indo várias vezes ao prédio, apenas uma única vez, e fiz quase tudo à distância. Contei do momento em que o vi indo correr de manhã e a ideia que tive de surpreendê-lo, da mesma forma que fui pega desprevenida.

— Voltei antes para tentar te surpreender, mas, quando vi que éramos vizinhos e nenhum de nós sabia sobre isso, veio a ideia genial de fazer uma mega surpresa.

— Então, somos vizinhos de novo — Alexander constatou, passeando os nós dos dedos pela minha bochecha. — Só que uma vizinha de casa, já que mora aqui, não estamos mais em um resort.

— Não estamos. — Sorri.

— Isso é tão gostoso. E, cara, Poncho e Annie estavam confiantes de que isso ia dar certo. Se a gente não tivesse se rendido em Cancun, provavelmente... como  vizinhos  de  novo...  ia  ser  meio inevitável.

Eu ri.

— Eles são espertos.

Alexander deu de ombros.

— Eu juntei aqueles dois quando não queriam ver que estavam apaixonados um pelo outro. Acho que mi hermano e Annie quiseram retribuir o favor.

— Temos cupidos.

Alexander abriu um lento sorriso.

— Não que a gente precise mais. — Ele umedeceu os lábios vermelhos dos meus beijos. — E sobre a faixa na sua cama?

— Maite vai viajar para os outros lugares por mim. Ela sabe que eu quero estar com você e que dói essa distância toda. Então, minha melhor amiga se ofereceu. Eu só vou tirar o final do ano para ir a Paris e Londres, mas só quinze dias fora.

— Oh. — Decepção cruzou o olhar de Alexander. — Então, não é uma solução permanente. É só para alguns meses. Desculpa, nossa, por causa da faixa, por um momento, eu pensei...

— Tem mais coisa.

Por mais que eu quisesse criar raízes agora, jamais teria pensado nisso se não o conhecesse. Era por Alexander que eu queria ter um futuro e foi por causa dele que eu enxerguei o resort em Cancun de forma diferente, abrindo portas para eu conseguir ver um novo ramo. Tudo o que aconteceu depois na minha vida, todas as coisas boas, vieram por causa de Alexander. E o fato de termos um rótulo, e de ele dizer que me amava, e da sua clara decepção por me querer por mais tempo, me deu segurança de contar absolutamente tudo.

Eu sorri tão verdadeiramente que senti meu peito se iluminar.

— Enquanto estávamos em Cancun, o dono do resort disse que eu tinha uma espécie de talento para enxergar seu negócio de forma que pudesse ajudá-lo. E que isso deveria se estender para outras pessoas. Para você saber, eu mostrei os pontos que poderiam melhorar, que vi que realmente poderiam tornar o resort um sucesso. — Sorri. — Esse insight só aconteceu porque eu vivi aquela experiência com você e...

Foi mais uma história que Alexander me deixou contar sem me interromper. Seus olhos brilharam conforme fui dando todo o crédito a ele, pela experiência que vivemos, e que Alexander despertou uma coisa em mim que eu nem sabia que existia. Ele franziu o cenho quando eu disse que estava incerta se realmente era boa nisso, e meio que deixei a ideia de lado até ouvir a mesma coisa depois. Os olhos de Alexander foram suavizando à medida que ele foi entendendo o que aquilo significava.

— Não quis te contar antes porque eu não tinha certeza se daria certo.

— Eu poderia ter ajudado você.

— Mas tive ajuda de muitas pessoas que você conhece. — Sorri.

Narrei toda a ajuda de Annie e Poncho, além de Christian, que se mudaria para Nova York para administrar a minha empresa. Alexander ficou chocado. Percebi quando ele soltou um palavrão e resmungou sobre Christian e Poncho terem escondido tudo direitinho, mas, conforme eu narrava mais, em seu olhar, eu via surgir uma felicidade genuína, um orgulho tão gostoso.

 — Maite vai ser a minha sócia, e não tive tempo nem de ver como estão as coisas, mas essa empresa me permitirá ficar mais em Nova York, contratando pessoas para viajarem por mim. Viajarei ocasionalmente para prestar consultoria para os resorts e hotéis, mas em grande parte do tempo estarei aqui.

Vi a emoção tomar seus olhos. Senti o meu coração acelerar em resposta e passei a contar todo o resto com um sorriso no rosto, assistindo Alexander sorrir largamente de volta, como se eu tivesse acabado de dizer que ganhamos na loteria.

— Você tá falando sério? Vai abrir um escritório em Nova York e permanecer por mais tempo? Eu... — Alexander balançou a cabeça, meio rindo, meio chocado. Ele piscou várias vezes, e foi tão doce ver um homem tão gostoso confuso, que acabei rindo dele. — Porra, Cariño!

Ele subiu em cima de mim, como um leão atrás da presa. Eu ri, de felicidade pura pela reação de Alexander, sentindo-me completa pela primeira vez em um longo tempo. Talvez, eu nunca tivesse me permitido sentir, me escondendo em tantas viagens com medo de amar, quando, na verdade, se apaixonar era a melhor coisa que poderia me acontecer.

— Dios, mujer —  sussurrou contra meus lábios. — Você gosta de aprontar umas boas comigo. Quando disse que tinha uma surpresa para mim, eu jamais chutaria que seria poder viver uma vida com você, de não ter que passar por esse distanciamento sempre. Foi uma tortura amar você, querer você e saber que estava tão longe de mim. Eu trabalhei no automático, e tudo o que eu queria era falar com você no fim do dia, te ver através da câmera. Mas eu faria isso, Cariño. Se você continuasse dessa forma. Eu lutaria por você todos os dias até tê-la em meus braços.

Sua declaração me fez compreender o quanto ele se entregava quando estava apaixonado. O quanto a sua devoção era bonita, o quanto ele fazia questão de dizer, sem remorso, tudo o que sentia, sem aquela coisa de que homens são frios. Não, Alexander era quente, sua voz era um incêndio e todas as palavras que ele dizia me atingiam direto no coração.

— A sua ausência me fez entender que eu nunca poderia ter vivido aquela experiência com você sem me envolver. Me fez entender que eu nunca havia me apaixonado dessa forma. Trinta e um anos, e amando como se fosse a primeira vez. — Alexander respirou no meu rosto, seus olhos cor de mel brilhando para mim, como um doce sob o sol. — Não sei o que eu faria se você tivesse dito não quando te perguntei se continuaríamos com isso. Eu já estava envolvido àquela altura, e já sabia que era a coisa mais forte que já senti em toda a minha vida. Cariño, eu falei sério quando estava mergulhado em você meia hora atrás. Yo te amo. E saber que você quer dar esse passo por nós, de se manter em Nova York, de tentar uma nova empresa porque realmente sente...

— Que em seus braços é o meu lugar — respondi, emocionada demais para não o interromper.

Alexander sorriu, um sorriso tão sincero e apaixonado, que eu queria guardá-lo para sempre em algum lugar.

— Você me deixa louco de felicidade.

Inspirei seu perfume e o cheiro suave de suor limpo.

— Só de felicidade?

— Digamos que meu pau também é feliz.

Eu ri.

— Alexander Christopher!

Ele quase ronronou contra a minha pele.

— Eu te prometo algumas coisas, Cariño.

— O quê?

Ele piscou, malicioso, o quadril já se movendo para ficar no meio das minhas pernas.

 — Eu vou te amar, todos os dias, como se fossem despedidas e reencontros. Eu vou fazer valer a sua estadia fixa em Nova York, te ajudando no que precisar, na sua vida profissional e pessoal. E, se você não conseguir dormir mais por ser a minha vizinha, eu serei o único culpado, porque certamente vou te causar insônia. Na sua cama. Na minha.

— Hum... estou gostando dessas promessas.

— É o nosso novo acordo — sussurrou. Seu membro pesou entre minhas coxas, e eu gemi.

— Também vou continuar te dando presentes vermelhos. — Alexander agarrou o lençol e, sem aviso, entrou em mim. — Embora eu queira te foder também em lençóis azul Tiffany.

Exalei fundo.

— Vamos comprar todas as cores de lençóis possíveis — prometi, arfando.

— Ah, vamos sim. Porque você fica muito gostosa de azul. E toalhas, Cariño. — Alexander embalou um ritmo, arranhando meu rosto suavemente com a barba. — Um conjunto de toalhas.

— Vão todas cair no chão...

Ele me deu um meio sorriso safado, rebolando dentro de mim.

— Exatamente.