Fanfic: Namorado Por Acaso - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Contagem regressiva pro fim... Não estou pronta pra isso...

Christopher

Cariño: Você comprou lençóis azuis Tiffany!

Eu: Advinha, então, o que teremos esta noite? ;)

Troca de mensagens entre Dulce e Christopher.

***

No final de semana após a chegada de Dulce, soube que tínhamos um jantar marcado com a família Saviñón, que descobri ser divertida, boa de papo e um casal que gostava de cerveja preta artesanal, além da mamãe Saviñón ser capaz de assar uma carne com um nome de uma pessoa, mas que era a melhor coisa que já comi na vida. Fui apresentado como namorado, e sua mãe me recebeu com um carinho imenso, como se me conhecesse por toda a vida, enquanto seu pai queria saber se eu apreciava uma boa cerveja e qual era a minha profissão.

No jantar, percebi que a família da Dulce era pequena, mas extremamente apaixonada, e seus reencontros eram tão bonitos quanto os que tive com Dulce. Era a certeza de um amor que existia e perdurava, não importava o quê. Ver as carícias do pai de Dulce em sua mão e o beijo na testa de sua mãe me deixou um pouco nostálgico e com saudade dos meus pais. Naquela noite, quando já estávamos sozinhos no meu apartamento, Dulce beijou as tatuagens com os nomes das pessoas que perdi, dizendo que ela os amava, mesmo sem conhecê-los, só pelo fato de terem criado homens como eu e Poncho.

Isso, mierda, me fez amá-la sobre os lençóis como se eu nunca pudesse demonstrar o suficiente.

A empresa de Dulce começou a engatinhar um tempo depois. Fomos ver lugares para o escritório, junto com Maite, e descobrimos que o prédio em que eu e Poncho trabalhávamos estava alugando salas já mobiliadas.

Fechamos negócio quando Maite disse que era perfeito. Então, as meninas conseguiram o lugar certo. A assistente de Dulce, Zoraida, foi promovida logo depois a consultora de viagens, afinal, a garota fez o impossível por Dulce quando ela estava fora, incluindo arrumar o apartamento dela.

Nos tornamos vizinhos de casa, de emprego e parceiros de vida porque, por Dios, a gente morava no mesmo corredor. Eventualmente, uma peça de roupa minha foi para lá e a dela, para cá. Quando percebemos, estávamos quase morando juntos, usando o corredor como uma passagem para um ambiente e outro.

Três semanas depois de Dulce chegar, percebi que íamos direto para um relacionamento mais sério e rápido, porque não éramos mais crianças e tínhamos certeza do que sentíamos. Morar junto foi consequência de não aguentarmos ficar um sem o outro, o que, francamente, apimentava ainda mais as coisas.

Escolhemos, em uma reunião em particular na nossa cama, o nome da empresa de Dulce. Era algo que ela disse que segurou para poder fazer comigo. Repassando a nossa história, percebemos que havia uma palavra que nos conectava, uma constatação de que os dois enfrentaram, em diferentes áreas da vida, algo que nos trouxe um para o outro.

Liberdade.

— A verdadeira liberdade é podermos estar onde queremos estar — me contou naquela noite. — Com quem queremos estar, e, o mais importante, podendo fazer o que realmente vem dos nossos corações.

Freedom se tornou o nome da empresa dela e de Maite. Eu e Dul fomos até o escritório, colocamos o logo na porta, feito pela Creatus Design, e sorrimos, porque esse era um recomeço, cheio de esperança, expectativa e planejamento.

Christian mostrou que era um administrador filho da mãe de tão bom. Mesmo à distância, organizou toda a empresa até conseguir vir morar nos Estados Unidos.

É, o tempo passou entre meus dedos, como se eu quisesse agarrá-lo e não fosse capaz. Ganhei muitos casos com Poncho, nosso escritório bombou e me encheu de trabalho até o pescoço. Nos dias estressantes, Dulce era o meu ponto de paz, e eu era o dela. Em incontáveis vezes, amei seu corpo. Em outras, presenteei-a com tudo o que merecia. Compramos lençóis e toalhas, e eu não sabia o que fazer quando meu coração apertou ao olhar o calendário.

Dulce tinha que ir para Londres e Paris.

Quinze dias sem ela. Eu teria que me acostumar com isso, já que passei meses amando-a, beijando-a, convivendo com Dulce, sem nunca ter o suficiente. Mas me apaixonei por ela sabendo do seu senso de responsabilidade, e eu não era um filho da puta que fazia chantagem emocional, do tipo: fica, vai ter bolo.

Nem fodendo.

Se sobrevivemos a noventa dias, quinze ia ser moleza. Maite retornou um pouco antes de Dulce ir, e descobri que aquela menina maluca e com um coração enorme era realmente uma amiga e tanto.

Agradeci o que ela fez, por cobrir a agenda de Dulce, permitindo que eu pudesse estar com ela. Maite deu de ombros e disse: Dulce faria o mesmo por mim.

Sim, ela faria.

Dulce passou todas as coordenadas para Maite antes de viajar. As duas já tinham cinco consultores no mundo, e isso só ia crescer. Eu podia ver que as duas tinham paixão pelo trabalho, por tudo que faziam, e me senti meio orgulhoso por perceber o quanto Dulce batalhava pelas coisas que amava.

Ela se vestia de liberdade e lutava com leões. Aquela mulher era uma força na natureza.

Ajudei Dul a fazer as malas, a levei ao aeroporto, desejando uma ótima viagem e beijando sua boca intensamente e sem vergonha da plateia. Surpreendentemente, desta vez, não houve lágrimas, nem coração apertado. Então, entendi que o meu medo inicial foi muito idiota. O cenário havia mudado. Eu nunca mais me despediria de Dulce, com a incerteza dançando em minhas veias. Era a certeza, a absoluta constatação, de que aquela mulher era minha, e que eu era dela.

Não mais ao acaso.

Por escolha.

E sempre que Dulce voltasse, eu estaria de braços abertos para recebê-la.

Por mais que, dessa vez...

Sorri quando ela virou as costas para mim, acenando e desaparecendo para embarcar.

— Eu te amo, Alexander! — gritou, sorrindo.

— Te vejo em breve — prometi.

Porque, dessa vez, as coisas iam ser, de fato, diferentes. Novamente, eu tinha dois caminhos a seguir. Mas eu sabia exatamente qual eu queria.