Fanfic: Namorado Por Acaso - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Hoje é o dia da despedida!!! Vamos começar cedo?

Até o sol se pôr, cariño.

Enviado por Christopher para Dulce, junto com um buquê de rosas vermelhas.

***

Christopher

Aquele era o dia mais importante da minha vida. Eu sabia que seria desde o instante em que me ajoelhei e pedi para Dulce se casar comigo. Era o nosso primeiro passo rumo ao que tínhamos certeza, era a confirmação e a promessa de incondicionalmente amá-la. E de garantir isso a Deus e a todos os convidados.

Engoli em seco, abrindo um sorriso nervoso, encarando o meu reflexo no espelho. Eu queria surpreendê-la, então, meu terno de três peças era cor de vinho, misturado com preto. A camisa social era branca e a gravata, da mesma cor do terno, assim como o colete. Dulce gostava de mim em vermelho, então, que fosse uma variação, no dia em que prometeria amá-la para sempre.

É, eu fiz um pedido digno de Dulce Saviñón.

E, depois dele, levou seis meses para chegarmos até aqui. Nós simplesmente planejamos e fizemos acontecer. A escolha de como seria, de onde seria, tudo parecia já existir dentro de nós dois. Enquanto nos envolvíamos com isso, Dulce e Maite deram duro em sua empresa, que estava crescendo. Eu morria de orgulho da minha mulher por ter conseguido conquistar tantos sonhos. Tivemos que enfrentar alguns instantes de ausência por isso, Dul viajou por várias semanas, mas não da mesma forma de antes.

Era nas despedidas e nos reencontros que reforçávamos a nossa certeza.

Lancei um olhar para a vista, abrindo um sorriso pelo mar estar brilhando em contraste ao céu azul. Moon Palace, em Cancun, havia mudado um pouco desde a última vez que estivemos aqui. Os conselhos de Dulce foram bem recebidos. Ainda assim, a vibe era a mesma, este foi o lugar em que me apaixonei por Dulce, e este seria o lugar em que a tornaria a senhora Uckermann.

Eu e Dulce alugamos o espaço presidencial para o casamento, a casa de vidro seria o destino final, um que nunca tivemos a chance de aproveitar. Mas, bem, teríamos quinze dias inteiros para descobrirmos antes de irmos para a lua de mel. Ideias deliciosas sobre finalmente curtir o seu corpo naquela piscina multicolorida preencheram meu cérebro. Tomá-la em meus braços, como minha esposa, hum...

Poncho veio atrás de mim, me arrancando dos pensamentos. Ele abriu um largo e orgulhoso sorriso através do espelho, e mexeu no nó da minha gravata. Meu irmão era melhor nisso do que eu. Poncho desfez o que eu tinha feito e começou de novo.

— Chegamos até aqui. — Poncho ajeitou meu colarinho, a gravata desfeita, e cruzou as duas partes, espiando pelo espelho para ver se fazia certo.

Inspirei fundo.

— Chegamos até aqui, hermano.

Poncho continuou, atento a cada detalhe, cruzando e fazendo as voltas.

— Nervoso?

 — Porra...

Meu irmão riu e finalizou o nó com um puxão suave. É, me observei, estava bem melhor. Ajeitei-a até chegar bem rente ao pescoço.

— Já estive na sua pele — meu irmão disse.

Virei-me para ele.

— Eu não sei se é por todas as idas e vindas que tive com Dulce, mas só vou me acalmar quando puser meus olhos nela.

— Não é pelas idas e vindas, hermano. Até os quarenta e cinco do segundo tempo, o medo de Annie desistir e me deixar foi real.

 Estreitei os olhos.

— Annie jamais te deixaria.

Poncho riu e me encarou como se estivesse dizendo: sério?

— E você acha que Dulce te deixaria? Porque eu não imagino ela subindo em um cavalo branco e fugindo com o príncipe da Inglaterra.

— Tudo pode acontecer — resmunguei.

— Não com Dulce.

— Estoy enloquecido...

A porta se abriu em um rompante, e meus primos entraram. Eles, junto com Poncho, eram meus padrinhos. Abri um sorriso para eles quando os filhos da mãe pareceram emocionados ao me ver. Os Uckermann tinham um coração quente, ninguém poderia negar isso. Já vestidos com ternos pretos completos, estavam prontos para a cerimônia.

— Eu vou te perdoar por não ter despedida de solteiro só porque vi sua cara de apaixonado, Christopher — Christian falou quando se aproximou e riu. — Caralho, você tá um verdadeiro Uckermann.

— Ele quis dizer que você tá agradável de ver. — Tomás abriu um malicioso sorriso.

— Ah, é. Porque ninguém aqui vai dizer que você está bonito, claro — Geovani acrescentou.

— Seus filhos da mãe. Como estão as coisas?

— Dei uma espiada na Dulce. — Christian arregalou os olhos. — A sua noiva...

— Não fala que dá má sorte — Tomás resmungou.

— Como ela está? — perguntei, meu coração apertado, precisando saber.

— Sua futura esposa está inacreditável — Christian garantiu.

— Realmente linda — Geovani assegurou.

— Espetacular. Eu aposto cinquenta dólares que Christopher vai chorar. — Tomás riu.

— Ele vai chorar porque ele é o meu irmão — disse Poncho, e bateu no meu ombro. — Ver Annie caminhando até mim foi como se o mundo finalmente fizesse sentido. É uma emoção que não dá para descrever.

— Nunca vou passar por isso — Tomás pensou alto.

— Nem eu — Foi Christian.

— Jamais — prometeu Geovani.

Eu e Poncho rimos porque nós dois sabíamos que a gente não escolhe amar, simplesmente acontece.

— E as alianças? — perguntou Poncho.

— Estão com Dulce. — Balancei a cabeça, rindo. — Ela não quis arriscar.

— Mulher esperta — Tomás elogiou.

De repente, o silêncio imperou. Encarei meus primos e meu irmão, todos sangue do meu sangue, e dei um passo à frente.

— Obrigado por estarem aqui hoje.

— Sempre — os quatro prometeram ao mesmo tempo.

Sorri.

— Vamos casar Alexander Christopher, mujeres! — Poncho me puxou, tirando-me do quarto.

Estava na hora de ter Dulce em meus braços.

Dulce

— Obrigada, mãe. — Segurei a caixa que recebi dela, piscando freneticamente para não estragar a maquiagem. Alexander foi terrível. Ele preparou presentes a cada hora durante todo o dia, até o instante em que eu sairia do quarto.

— O que será que é desta vez?

— Ele não me deu nenhuma pista, querida. Só estou cumprindo ordens. — Piscou.

Maite se sentou ao meu lado, empolgada.

— É o último! Então, deve ser especial.

Abri a tampa, nervosa.

Havia uma série de cartões postais, vários destinos para todos os cantos do mundo.

Ah, Alexander...

— Acho que ele está me convidando para viajar com ele — murmurei. — Deixe-me ver.

— Eu gosto desse menino — mamãe elogiou.

— Mentira! — Maite gritou, pegando os postais. — Que hombre... — brincou, em espanhol.

Sorri para elas e encontrei a carta de Alexander, sua letra masculina e inclinada apertando meu coração.

No momento em que te conheci, eu soube que estava entrando em uma aventura, porque você é assim, Dulce. Você é uma viagem às cegas que descobri ser o melhor destino que eu poderia ter.

Hoje, e para sempre, eu escolho me aventurar.

Eu escolho viajar em você e com você.

Então, vem se aventurar comigo? Todos esses lugares têm sabor de liberdade, têm sabor de nós dois. As passagens estão compradas para todos os destinos que cabem nesta caixa. A cada ano, teremos uma viagem, e eu vou me casar com você, daqui para frente, em todos os cantos do mundo que visitarmos juntos.

Seu, da Oceania à América,

Alexander C.

— O quê? — sussurrei.

— Amiga, tem várias coisas escritas atrás dos postais, em línguas distintas. Você viu? São frases. E eu acho que... — Maite se interrompeu.

As lágrimas começaram a descer assim que peguei um dos postais.

Berlim, Alemanha: Willst du mich heiraten?

Paris, França: Veux-tu m’épouser?

Madrid, Espanha: ¿Quieres casarte conmigo?

Atenas, Grécia: Thélete na me pantrefteíte?

— Ele está me pedindo em casamento de novo. — Ofeguei e encarei minha mãe. — Em todos os lugares do mundo!

Vi os olhos dela, iguais aos meus, se arregalarem.

— Ele não fez isso!

— Ele fez. — Eu ri, em um misto de felicidade e surpresa.

— Puta que pariu! — Maite riu e se levantou. — Meu Deus, isso é...

Também me levantei, sentindo meu coração ir até o céu.

— Eu não acredito nisso...

— Não chora, pelo amor de Deus! Droga, Dulce — Maite reclamou. — Ainda bem que a maquiagem é à prova d’água, mas vou ter que reforçar o pó e o iluminador. Todo o contorno que eu fiz...

— Ele é tão...

— Ele é o homem da sua vida — mamãe disse, e pude ver as lágrimas nos olhos dela também. — Oh, filha. Isso é o que você merece. Um amor incondicional. E Alexander realmente é tão...

— Perfeito? Insuperável? Inacreditável? — Maite sorriu, completando por mamãe e me dando uma colher de chá. Minha melhor amiga se aproximou, me abraçando. Ela beijou minha testa, tomando todo o cuidado do mundo com o penteado elaborado. — Agora faltam oficialmente trinta minutos para você entrar naquele elevador e caminhar até o espaço presidencial. Senta essa linda bunda aí, que eu preciso terminar de te maquiar.

Annie abriu a porta, com um sorriso imenso no rosto. Ela, Maite e Maddy, a secretária do Alexander, que se tornou uma amiga incrível, além da nova consultora da Freedom, Zoraida, minha ex-assistente e amiga, eram as minhas madrinhas, e eu não poderia ter escolhido melhor. Era uma mais maravilhosa do que a outra.

— Ah, falta pouco para você descer. As meninas já estão te esperando e... — Annie se aproximou e fez um biquinho.

— Você chorou?

— Culpe o seu cunhado. Ele me pediu em casamento em todos os lugares do mundo.

Annie arregalou os olhos.

— Os Uckermann são uns cretinos românticos! — Riu.

— Eles são — Maite comentou, passando o pincel no meu rosto. Annie veio para atrás de mim na cadeira, ajeitando o véu. — Mas todos os homens são assim. No fundo, há sempre romance na cretinice.

— Não posso negar, até o seu pai é assim, Dulce. — mamãe adicionou, fazendo todas nós rirmos.

 A porta se abriu de novo, interrompendo as risadas, e um homem entrou. Abri um sorriso para ele porque tê-lo ali significava que as coisas tinham definitivamente se resolvido.

— Posso avisar a Belinda que a noiva não fugiu em um Mustang? — perguntou, sorrindo.

— Avise-a que estou perfeita e descerei em vinte minutos.

— O seu noivo já está te esperando.

— Não diga estas coisas porque as noivas começam a chorar! — Então, Belinda entrou, repreendendo o marido. Ela deu um beijo nos lábios dele e sorriu. — Parece que tenho que te explicar tudo sobre casamentos, como se nunca tivéssemos feito isso antes.

— Amor, é mais complicado do que parece.

— Bobagem.

Sim, ninguém leu errado. Eu quis Belinda, a ex do Alexander, organizando o meu casamento porque, além de ser uma excelente profissional, ela nunca mais havia tratado Alexander, em todos os encontros ocasionais que tivemos, como nada além de uma conhecida. Ela foi super respeitosa.

Pudemos fechar esse ciclo.

Belinda estava feliz, tinha conseguido salvar o casamento, e realmente amava o marido com todo o coração. Ela me contou que, após conversar com Alexander, foi como se uma venda saísse dos seus olhos e ela enxergasse o que estava errado. Belinda me agradeceu pelo voto de confiança e a segunda chance que dei a ela. Foi quando eu disse: Na verdade, se não fosse você, o meu casamento não estaria acontecendo. Contei tudo. O namoro por acaso, até o instante em que percebemos que a mentira se tornou verdade. Pude ver a surpresa mudar para felicidade quando Belinda me abraçou e disse que desejava que eu realmente fosse feliz com Alexander.

— Vamos, vamos! — Maite terminou de passar os pincéis no meu rosto. Ela deu uma boa analisada em mim, os olhos brilhando diante do vestido estilo sereia, cheio de transparência, branco como a neve, e sexy no maior estilo “vou ser a esposa do Alexander”.

É, ele merecia.

Fui me conferir uma última vez no espelho, e mamãe ajeitou o véu. Ela trocou olhares comigo pelo espelho, toda a emoção e o orgulho em seu lindo rosto. Segurei sua mão, que foi parar no meu ombro, tentando não me emocionar mais uma vez.

— Você é a noiva mais linda que eu já vi.

— São seus olhos, mamãe.

A maquiagem estava perfeita, delicada, exceto pelo batom vinho; minha maneira de ousar um pouquinho. A decoração do casamento era vinho e nude, e tão a cara do Alexander que não poderia ser de outra maneira. Exalei fundo, me virando para elas, sentindo os batimentos tão acelerados que pensei que meu coração poderia sair do corpo. A porta se abriu mais uma vez, e papai entrou. Ele abriu um sorriso imenso, já tinha me visto de noiva, mas a cota de lágrimas ainda não havia acabado, quando o vi derrubar mais um par delas, indicando que estava na hora.

— Eu preciso entregar o meu bebê para um homem de um e noventa. Você vem ou vai fugir? — brincou, sorrindo.

— Eu vou, pai.

Ele colocou seu braço em posição.

Eu mal podia esperar para ver Alexander de noivo.