Fanfics Brasil - Segundo dia de lua cheia Lua Cheia

Fanfic: Lua Cheia | Tema: Lobisomem


Capítulo: Segundo dia de lua cheia

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Assim que amanhece a mãe do menino chamado de burro está desesperado, seus dois amigos contam chorando que eles se perderam no bosque, uma equipe de buscas, formado por moradores locais e policiais adentra no bosque.
Os dois meninos se desculpam com a mãe do garoto perdido:
- Ele só queria brincar com vocês, por que são sempre malvados com ele?
- Nos desculpe, nunca mais vamos provocar ele, prometo.
A equipe de busca olha para o céu aliviada, a tempestade ainda não chegou, na noite passada caiu só uma nevasca, um menino acostumado com o clima saberia se virar.
Um dos policiais se afasta, rumo a uma clareira, próximo ao pé da montanha, quando criança ele e seus amigos se escondiam em pequenas grutas por ali.
O cenário é todo branco, límpido, em meio ao deserto monocolor uma mancha vermelha chama a atenção do policial, que não consegue conter sua emoção, enquanto corre até a mancha rubra.
Os demais ouvem o apito do policial, primeiro veio o alívio (o menino foi encontrado) depois o temor, tem algo de muito estranho naquele apito, está oscilando em frequência e tom, quem o soa não parece satisfeito.
O policial se encontra no meio da mancha vermelha, perto dele o trenó do menino, com um braço decepado, o homem assopra o apito contendo suas lágrimas.
Do céu um pássaro observa o chão tomado pelo branco, uma grande mancha vermelha, com um ponto azul no centro, dos arredores outros pontos se aproximam, diminuindo a velocidade quanto mais perto da mancha eles chegam.
Dentro da casa Tsukino acabara de acordar, ainda preguiçosa se levanta da cama apenas de camisola e calcinha,enrrolada no edredon.
Na cozinha ela liga a televisão, sem prestar muita atenção no que assiste, ela quer algum barulho para acordar.
Na tela uma repórter local mostra a fotografia do menino morto na noite anterior, Tsukino prepara seu arroz matinal, quando sua atenção é tragada pelo noticiário:
- ...o menino foi dilacerado na noite anterior, a polícia não quis se pronunciar, mas moradores falam de um urso.
Alguns moradores começam a falar:
- Está acontecendo de novo, um mês atrás vários animais foram mortos, no sétimo dia duas crianças morreram.
- O que é essa besta que está nos ameaçando?
- É um Youkai, precisamos ir para o templo fazer oferendas, ele está nervoso conosco.
- É a lua cheia, o Youkai está atacando na lua cheia.
Tsukino pega seu celular e checa em que ciclo lunar ela está “lua cheia”, é o segundo dia de sete, imediatamente a garota se lembra da noite anterior e do rugido que ouviu e começa a falar sozinha.
- Youkai, uma lenda tem todo esse poder, poderia até parar uma guerra, como eu coloco isso no mangá? Talvez em um sonho com um Yokai sábio? Não, parece idiota.
Enquanto pensa em como terminar a sua história sem um grande clichê, a garota olha pela janela, observando algumas árvores distantes, ela sussurra: “um urso pode muito bem viver aqui.
Ela larga tudo e corre até o rádio de ondas curtas, localizado em um cantinho, na sala andar térreo, ao lado do equipamento ela confere o seu número de identificação 338 e a frequência da polícia:
- 338 chamando a polícia de Hokkaido, câmbio! 338 chamando a polícia de Hokkaido, câmbio! 338 chamando a polícia de Hokkaido, câmbio!
Na delegacia um policial atende o rádio.
- Aqui é a polícia de Hokkaido, Fale 338 câmbio.
Tsukino apoia o quadril no aparador do rádio, segurando o microfone perto da boca.
- Meu nome é Tsukino Sakura, estou na casa da montanha, soube do ataque do menino e que pode ter um urso aqui perto, câmbio.
- Infelizmente encontramos o menino morto, mas nada indica que foi um urso, câmbio.
- Bom… isso piora o cenário, se não foi um animal pode ter sido uma pessoa, câmbio.
- Se preferir posso enviar um homem ai, para olhar em volta, cambio.
- Seria ótimo, muito obrigada. Câmbio.
- Aguarde que logo estarei ai, câmbio desligo.
Tsukino fica aliviada com a prestatividade da polícia local, mas logo percebe seus trajes (camisola e calcinha) e corre para o quarto para se trocar.
Uma hora mais tarde o policial está na porta da casa dela, Tsukino o recebe, devidamente vestida, o convidando para entrar
- É bom ver o rosto com quem estive falando a distância.
- Tsukino Sakura, a autora de mangás?
- Isso mesmo - ela sorri encabulada - o seu nome é?
- Kobayashi, sargento Kobayashi ao seu dispor. Sou um grande fã.
- Pensei que meu público fosse diferente - os dois começaram a rir.
- Se me permite vou olhar ao redor da casa.
Assim Kobayashi procura pelos locais mais prováveis para um urso percorrer, enquanto Tsukino tem uma ideia e sobe as escadas correndo, murmurando sua ideia para não esquecer: “a princesa aceita se casar com o vilão, a fim de evitar a guerra, este descobre a identidade do cavaleiro da Lua e revela para a princesa, com dor e ódio no coração aceita se casar. Isso achei meu climax”.
Kobayashi vaga pelo bosque, ele encontra uma clareira e algumas ovelhas pastando, são animais raros no Japão, se concentrando principalmente em Hokkaido.
Longe dos animais ele avista uma cabana, seu sexto sentido entra em alerta, com cuidado o policial vai até o casebre.
Dentro móveis abandonados e uma lareira que parece ter sido usada muito tempo atrás. A cabana possui dois quartos, se é que podem ser chamados assim. Ao sair da cabana se depara com um cachorro, atrás dele dois adolescentes, assustados com a presença do policial.
- Boa tarde - Kobayashi toma a iniciativa - as ovelhas são suas?
- Não, mas fomos contratados para cuidar delas. Algum problema?
- Acho que não, estou fazendo a ronda.
- A ronda? Aqui? Na montanha?
- Tem alguma coisa a ver com o menino morto? - o outro adolescente se manifesta.
- Vocês sabem de alguma coisa?
- Só o que saiu nos noticiários, Nós moramos na vila, somos irmãos, subimos aqui com as ovelhas porque é mais sossegado.
As crianças ficam brincando com as ovelhas - o outro garoto volta a falar - querem passar a mão e puxar a lã.
- Entendo - Kobayashi tenta ser amigável - E essa casa? Conhecem o dono?
- Está abandonada, anos atrás o pastor das ovelhas morava aí, você lembra o nome dele, irmão?
- Não, ele era velho e corcunda, jogava pedras na gente, dizia que não entendíamos o coração das ovelhas, ele morreu anos atrás.
- Por isso trazem as ovelhas aqui?
- É um bom pasto, só isso.
Kobayashi se aproxima dos irmãos e entrega um cartão de visitas para cada um deles.
- Se virem ou ouvirem alguma coisa chamem a polícia, o cartão tem a frequência de ondas curtas, caso o telefone não funcione.
- Senhor policial… o senhor acha que foi um urso?.
- Um Yokai, eu e meu irmão pensamos que sim, ele tem vergonha de falar.
- Eu não acredito em yokais, mesmo se existirem não são tão perigosos como uma pessoa.
- Eu estava ajudando nas buscas, vi o corpo do menino, uma pessoa não fez aquilo, é impossível.
Kobayashi não sabe o que dizer, no fundo ele concorda, mas não quer falar a respeito, seria irresponsável espalhar boatos, então de forma silenciosa se despede dos dois e volta para a casa na montanha.
Minutos depois Tsukino atende a porta sorridente, Kobayashi fica sem jeito.
- Então?
- Nenhum rastro, seja lá o que for não parece estar por aqui.
- Obrigada, fico aliviada, desculpe tê lo feito vir até aqui.
- Não se desculpe, estamos aqui para isso.
Os dois ficam em silêncio, o policial toma a frente.
- Encontrei dois garotos pastorando ovelhas, eles parecem ser boas pessoas, mas eu trancaria todas as portas.
- Obrigada, eu vou trancar.
- Bom, eu preciso ir, qualquer coisa é só chamar.
- Espere!
Tsukino estende a mão e entrega um mangá para ele, que abre a primeira página encontrando um autógrafo com dedicatória.
- Você disse que era meu fã, achei que fosse gostar.
- É maravilhoso, muito obrigado.
Os dois se despedem, Kobayashi volta para a viatura, Tsukino para seu escritório, ela olha no relógio do celular, quase cinco horas, está começando a escurecer.
Quatro Horas
A tempestade de neve se aproxima, as ovelhas estão em seu cativeiro, o vento forte faz com que elas se agitem, ou é isso que os humanos pensam, as ovelhas possuem um sexto sentido para predadores.
Tsukino pinta um quadro do mangá com nanquim, na cena uma chorosa princesa retira a máscara do Cavaleiro da Lua, paralizado e sem reação.
Novamente ela ouve o rugido uivo, dessa vez abafado pela ventania da tempestade, as luzes piscam.
Uma solitária ovelha corre em meio a nevasca, sentindo o predador se aproximar, um rastro de sangue faz o traçado montanha acima.
Dentro da casa a luz acaba, logo o gerador automático começa a funcionar, Tsukino pega seu celular e percebe que está sem roteador, o sinal está muito fraco.
Perto da casa a última ovelha é devorada por uma criatura cinza, de quase três metros de comprimento e mais de 200 quilos, O canídeo come apressado a carne da ovelha, enquanto dá algumas olhadas para a luz que sai da janela da casa.



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Autor(a): diegot

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