Fanfic: Felicidade - Vondy | Tema: Dulce, Christopher, Romance, novela

Srta. Dulce, ainda há algumas coisas que gostaria de saber antes que tomemos qualquer decisão. Preciso de alguém que possa começar imediatamente, na segunda -feira .
Enquanto falava o conde havia se aproximado da lareira e agora estava de costas para Dulce, o que a deixava mais relaxada.
Sua mente tinha se tornado caótica quando seus olhos deram com o original de uma pintura, exposta sobre a lareira, e que havia visto certa vez, muito tempo atrás.
Daquela distância não era possível ler a assinatura na tela, mas também não seria necessário. Sabia quem era o pintor pelo estilo único, inconfundível e brilhante. E o nome do artista era Uckermann!
Uckermann! Sim, claro! Oh, naturalmente!
Enquanto fitava o quadro, em sua cabeça começaram a desfilar diversas cenas. o artigo que havia lido na revista. as informações que ele dava. As fotografias, várias fotografias! De repente, tudo pareceu fazer sentido como um quebra-cabeça no qual se encaixa a última peça! Anne levantou devagar da cadeira e, quando falou, sua voz era quase um sussurro.
- Meu Deus! Você é cego! - Imediatamente percebeu que não devia fazer um comentário como aquele, mas tudo que desejava deixar claro era que conhecia a identidade do conde, que admirava muito seu trabalho. - Eu. eu sinto muito, sr. conde, mas é que admiro demais o seu trabalho. Tenho uma reprodução de um de seus quadros An Orchad in Versailles, e queria dizer que. - Calou-se outra vez, sentindo-se uma idiota. O quadro a que se referia era o último pintado por uckermann antes que a terrível tragédia se abatesse sobre ele, roubando sua visão e roubando ao mundo um artista de valor incomparável.
Tornou a sentar na cadeira, lembrando das coisas que dissera, coisas que nunca teria dito se soubesse que ele era cego.
O conde também não parecia muito à vontade; apertava uma mão contra a outra como se estivesse nervoso. Os outros entrevistados não o tinham reconhecido nem a seus quadros, e ele pensara estar a salvo disso.
Era um tolo. Tolo por correr o risco de ser reconhecido, algo que lhe traria somente dor e mágoa. Mas jamais aconteceria outra vez! Naquela noite ia tirar da casa todos os seus quadros, todos eles!
O problema mais imediato era aquela garota sentada na poltrona. Seria uma pena deixá-la partir, uma garota que falava em caminhar pelo jardim quando a primavera chegasse. Mas ela não poderia ficar! Tinha-o reconhecido, admirava seu trabalho e não poderia suportar a compaixão que ela sentiria. Era necessário se livrar dela. Agora!
Dulce se perguntava por que ele não dissera quem de fato era, nem fizera qualquer comentário sobre sua cegueira. Mas, olhando-o durante aquele momento de silêncio, compreendeu várias coisas a seu respeito. Ser reconhecido como pintor era a última coisa que o conde desejava. Não pareceu chocado quando ela se referiu ao fato de ser primeiro capítulo deste romance e ter de interromper o trabalho para achar uma secretária não foi bom para mim, nem para meu livro. Suponho que estaria livre para.
O conde continuou a falar, mas Dulce simplesmente deixou de ouvir - cego, mas sim quando falou de seus quadros. E isto dizia tudo que precisava saber: a carreira dele como pintor nunca mais deveria ser mencionada!
Quanto à cegueira, era algo que certamente já havia superado há muito tempo. Portanto, não precisava se sentir embaraçada pelo que dissera. Fora ele mesmo quem a induzira a se comportar e falar de maneira espontânea e natural.
Como lhe dizer que compreendia seus sentimentos? Dulce tinha um enorme respeito pelo conde, não só como um homem que passara por algo doloroso, mas como artista.
Quer conseguisse o emprego ou não, precisava terminar a entrevista da melhor maneira. O que sua intuição lhe mandava dizer havia lhe parecido brutal a princípio, mas agora tinha certeza de que estava correto. Respirando fundo, começou a falar num tom profissional, sem deixar transparecer na voz nenhum traço de emoção.