Fanfics Brasil - Capítulo 19 Felicidade - Vondy

Fanfic: Felicidade - Vondy | Tema: Dulce, Christopher, Romance, novela


Capítulo: Capítulo 19

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Já fazia um mês que morava no solar quando um inesperado encontro ocorreu, dando-lhe a certeza de que todo o tempo havia sido ouvida pelo conde, apesar de sua aparente distância e frieza. Eram nove horas da noite, Dulce havia saído para caminhar no jardim. O céu estava repleto de estrelas e uma imensa lua cheia começava a nascer no horizonte. Ela sentiu o aroma dos cigarros do conde antes de perceber sua presença. Virou-se e viu Christopher sentado com as pernas esticadas à sua frente, uma mão dentro do bolso da calça, perdido em seus pensamentos.


Muitas vezes o encontrara assim na biblioteca, o olhar fixo na distância, sem poder escapar daquela escuridão que eternamente o envolvia. Sabia que nessas horas ele não pensava sobre o livro, pois longos minutos se passavam antes que se desse conta de sua presença. Era assim que acontecia agora. Dulce sentou-se a seu lado em silêncio, sentido no ar a tristeza que o invadia. Algum tempo se passou antes que ela comentasse algo.


— O céu está muito bonito esta noite — disse, e por algum tempo o conde permaneceu imóvel. Afinal, virou-se.


— Descreva o céu para mim, Dulce... Pinte-o com palavras.


Com palavras? Dulce sentiu um princípio de pânico, pois não queria desapontá-lo ao mesmo tempo que não sabia o que esperava que ela dissesse.  


— Vamos, Dulce, não pense, não tente escolher as palavras. Você tem uma maneira muito agradável de descrever coisas, sabia? Isso é uma dádiva. Devia experimentar escrever também, de verdade. Por favor, descreva este cenário para mim.


E foi o que ela fez, as palavras saindo com facilidade, sem preocupação. Descreveu tudo: as árvores, as sombras que a lua projetava no chão, as estrelas, o perfil do Solar Serena recortado contra o céu claro. Naqueles poucos minutos, sentiu-se imensamente feliz. Como era maravilhoso poder dar prazer a alguém de uma forma tão simples. Como era maravilhoso que o conde lhe houvesse pedido para fazer isso.  Poderia ter continuado para sempre. Gostaria de caminhar com ele pelo jardim, ao redor da casa, pelo mundo inteiro, descrevendo tudo que fosse vendo. Mas abruptamente aquele momento mágico terminou, quando o conde se levantou.


— Desculpe, tenho de ir agora.


— Christopher?


— Tenho de pensar sobre o texto de amanhã. Boa noite.


Era como se levasse uma bofetada no rosto e lágrimas rolaram pela face de Dulce. Ela o observou enquanto se afastava, parecendo carregar consigo uma enorme tristeza. Havia sido uma troca maravilhosa, mas Uckermann dava a impressão de estar de luto como se... Subitamente ela compreendeu. Christopher Uckermann era um homem de luto. Chorava a morte de alguém ou alguma coisa. Pensou nas contradições de seu estilo de vida, vivendo num solar repleto de arte e cores. Podia vê-lo caminhando pela biblioteca enquanto ditava, as mãos acariciando com suavidade as esculturas que haviam na sala.


Sim, Christopher Uckermann estava de luto por sua arte. Sua verdadeira arte, que jamais seria capaz de criar outra vez enquanto vivesse. Aquela casa, a beleza dos objetos artísticos, dos quadros que ele outrora pintara: residia aí todo o problema de sua natureza. Christopher havia deixado o passado para trás. Conseguira eliminar tudo e todos de sua vida. Exceto a arte. Exceto a beleza. Exceto aquelas coisas sem as quais não conseguiria sobreviver. Ele conhecia cada recanto da casa, cada detalhe por mais escondido que estivesse. Podia ver a beleza que o circundava tanto quanto ela. Ou talvez até melhor.


No meio da noite, Dulce ainda pensava sobre ele e as lágrimas lhe desciam pela face. Chorava não por causa de Christopher, mas por si mesma. Podia ouvir as palavras de Alan, a acusação de Alan: "Você está se apaixonando por esse homem" ...E seu coração tinha de admitir a verdade. "Sim, estou. Estou!", ela pensou. "E não me importo com isso! Sei que vou sofrer muito, pois ele jamais sentirá nada por mim..." Agora não se enganava mais: sabia que ia acontecer. Desde o começo... aquele sentimento de excitação misturado ao desconforto... Era isso!  Ela sorriu com tristeza lembrando das anotações do diário. Tantos eufemismos, tantas racionalizações para esconder o que realmente sentia por Christopher! Que coisa mais tola, tentar enganar a si mesma. Por que não admitira que se apaixonara por ele desde o princípio... e que isso lhe dava medo?


Era inevitável que se apaixonasse por Christopher, assim como era inevitável a dor que tal sentimento traria. Sim, claro que haveria muita dor e sofrimento, pois seu amor era impotente, frágil, destinado a queimar por um homem que jamais sentiria seu calor. A frieza, a desolação e a infelicidade que formavam o centro da personalidade de Christopher Uckermann eram intocáveis. Havia tantos caminhos, tantos muros protegendo aquele interior mais íntimo e profundo de sua natureza. Mas sabia que no fundo, bem no fundo, ele era um homem que já não se importava com nada. Sim, ainda vivia, até criava. Mas seu coração era como uma pedra de gelo...


Como uma mulher poderia derreter esse gelo... mesmo que descobrisse o caminho que levava até seu coração? Ela seria incapaz disso. Era verdade que, durante as ocasiões em que conversavam, havia uma troca instintiva entre os dois, a sensação de que compreendiam um ao outro sem precisar de palavras. Mas então ele se afastava de repente, como se estivesse desapontado consigo mesmo. Ele não queria travar contato com as pessoas. Simplesmente não precisava das pessoas.


Havia perdido a visão, a habilidade para pintar, e agora estava de luto. Para sempre. Tinha sido tola de pensar que ele conseguira se ajustar! Nada e ninguém poderia jamais consolar aquele tipo de dor. Era fácil compreender agora por que muitas vezes a tristeza do conde parecia algo concreto e tangível.  Seria impossível escrever tudo aquilo em seu diário e não havia sentido em fazer isso. O que sentia por Christopher era muito grande, muito vulnerável para ser posto em palavras. Portanto, escreveria somente uma sentença, algo que só ela pudesse compreender mais tarde. Então escreveu: "Pinte-me de azul".



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Autor(a): mjrpoke

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



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  • Vondy Forever Postado em 21/01/2021 - 19:42:33

    Cade vc? Queremos mais capitulos

  • Vondy Forever Postado em 11/01/2021 - 19:18:00

    Queremos mais cade vc?

  • lariiidevonne Postado em 08/01/2021 - 19:46:02

    Como assim não tem capítulos? :(

  • lariiidevonne Postado em 07/01/2021 - 23:33:46

    Conde danadinho haha

  • lariiidevonne Postado em 07/01/2021 - 23:33:24

    Continua

  • Vondy Forever Postado em 07/01/2021 - 19:34:17

    Vai ter mais capitulos hj?

    • mjrpoke Postado em 07/01/2021 - 19:36:22

      Vai sim, a partir das 20:40 vou postar mais dois capítulos ;)

  • Vondy Forever Postado em 07/01/2021 - 18:05:00

    Continua

  • lariiidevonne Postado em 07/01/2021 - 10:45:53

    Já temos um Ucker muito interessado na Dul haha

  • lariiidevonne Postado em 07/01/2021 - 10:45:08

    Continua

  • lariiidevonne Postado em 06/01/2021 - 20:19:08

    Posta maaaais


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