Fanfic: Felicidade - Vondy | Tema: Dulce, Christopher, Romance, novela

Estava curiosa. que tipo de lugar era aquele? Parecia uma fortaleza!
No muro alto ela logo viu uma placa: "Solar Serena". Que lindo nome para uma casa, dava uma sensação de tranqüilidade! A placa era pequena, como se fosse uma tímida admissão de que a casa realmente existia. Este sr. Finn devia ser um homem que apreciava de fato a privacidade!
Seu pensamento foi confirmado quando, surgindo não se sabe de onde, do outro lado do portão, apareceram dois enormes cães pastores alemães, latindo e mostrando os dentes pontiagudos. Dulce deu um salto para trás. Com aquelas feras, como seria possível entrar na casa? Será que queria mesmo entrar ali?
De repente, ouviu à sua direita uma voz perguntando quem estava ali. No primeiro momento ficou confusa, pois não via ninguém. Mas logo compreendeu que se tratava de um interfone instalado no muro. Aproximou-se do aparelho e falou com voz clara:
- Dulce Maria. Sou a enviada da agência Morrison.
- Aqui é Finn - a voz tornou a falar. - Está de carro?
- Naturalmente.
- Então pode entrar. Vou abrir os portões.
- E quanto aos cães?
- Não se preocupe, srta. Maria. Assim que abrir os portões eles não a incomodarão.
"Espero que sim", ela pensou em dizer, olhando outra vez os enormes cães e imaginando se não seria melhor voltar para o carro e ir para casa, desistindo da entrevista e do serviço. Mas essa não seria uma atitude própria da sua natureza. Esse tal sr. Finn devia ser um pouco excêntrico, mas quem sabe acabaria se revelando uma pessoa divertida. Agora estava curiosa para conhecer o tal homem. Sim, ia fazer a entrevista, pelo menos.
Como se fossem comandados por controle remoto, os cães pararam de latir e se conservaram quietos quando o portão se abriu. Dulce dirigiu devagar pela alameda, olhando os animais que se afastavam, parecendo terem perdido o interesse pela visita. Visita?! Bem, ela se sentia muito mais como uma intrusa e era grata pela proteção do carro.
Os jardins estavam encobertos pela neve. Havia algumas árvores e ao longe podia se ver um bosque gelado. A alameda tinha ficado para trás e agora, a poucos metros de distância, ela já podia avistar o solar.
Era uma casa em estilo georgiano, muito bonita e elegante, de tijolos aparentes. A julgar pelo tamanho do terreno, não era tão grande como se poderia pensar a princípio. Duas enormes árvores guardavam a entrada principal, onde Dulce estacionou. O lugar era mágico, parecia um cartão de Natal. A cada minuto que passava, sua curiosidade por aquele tal sr. Finn se tornava maior.
Quando subiu os degraus da escada de pedra até a porta, foi o próprio sr. Finn quem atendeu. Era estranho, pensava que algum criado a fosse receber, mas teve certeza de que era ele pois, ao ouvir a voz pelo interfone, imediatamente a tinha associado com um rosto e agora percebia que sua intuição estava correta.
Era impossível adivinhar sua idade, talvez cinqüenta anos, talvez sessenta. Tinha poucos cabelos e o que restava era cortado bem curto. Seus olhos eram azuis, profundos, como se pudessem enxergar dentro das pessoas. Usava um terno de modelo muito antigo e bastante formal.
"Sim", Dulce pensou, "justamente como eu esperava! Ele é realmente um homem excêntrico!" Ela o cumprimentou com formalidade.
- Boa tarde, meu nome é Dulce Maria. Tenho um encontro marcado com o sr. Finn às três horas. - Era melhor falar desta maneira, pois afinal não tinha certeza absoluta de que aquele fosse o homem.
- Eu sou Finn - ele confirmou, fechando a porta atrás de Dulce. - Você está onze minutos adiantada - continuou com voz neutra e Dulce não soube dizer se aquilo era um elogio ou sinal de descontentamento. Estendeu a mão para cumprimentá-lo.
- Prazer em conhecê-lo, sr. Finn. Eu. bem, suponho que precise de meus serviços de secretária. A agência. - Ela se calou pois aquele homem a amedrontava, ainda que não compreendesse o porquê disso.