Fanfic: Felicidade - Vondy | Tema: Dulce, Christopher, Romance, novela

Mais uma vez Dulce o seguiu pelo corredor. Por mais estranho que fosse, reconhecia que estava nervosa e isto era uma tolice. Talvez não tivesse tanta confiança em si mesma como mulher, mas não duvidava de seu valor como profissional!
Foi tentando se convencer disso que afinal deparou com o conde Christopher Uckermann de Nimes. Ele estava sentado atrás de uma grande mesa, de costas para a janela. Enquanto seguia Finn para o interior do aposento, Dulce teve de se controlar para não parar e encarar aquele homem.
A visita ao Solar Serena a tinha deixado continuamente surpresa, mas até agora nada podia se comparar ao choque de encontrar o conde face a face. Ele não era nem um pouco omo havia imaginado!
Dizer que era bonito seria pouco para descrevê-lo. Era um homem belíssimo, seu rosto parecia uma escultura, com os traços perfeitos. Seus cabelos eram negros a não ser pelas têmporas, que se tingiam de cinza apesar de ele parecer ter só trinta e poucos anos.
Suas roupas elegantes e formais acentuavam um certo ar dramático da beleza daquele homem. Seus ombros eram largos e ele parecia esperar, as mãos cruzadas sobre a mesa, o rosto impassível, sem sombra de sorriso.
Dulce teve certeza de estar diante de alguém muito poderoso. Seus olhos negros tinham algo de implacável, de duro. Sim, era um homem que devia saber o que desejava na vida e sempre obter o que queria.

Aqueles olhos negros a seguiram quando Dulce se aproximou, e o primeiro pensamento dela, ainda que ridículo, foi de que gostaria de ser uma mulher bonita. Oh, por que não tinha usado pelo menos um pouco de maquilagem para vir a essa entrevista? Até sua confiança profissional a estava abandonando agora.
- Monsieur conde. srta. Maria. - Finn a conduziu até uma das duas pequenas poltronas de couro, com uma mesinha entre elas, ambas viradas para a mesa do conde. A sala era grande e Dulce ficou contente de estar longe do conde, sentindo que uma emoção muito forte a invadia, algo que ia além de um simples nervosismo. Havia alguma coisa familiar naquele homem, embora nunca o tivesse visto antes.
Dulce sentou-se e o cumprimentou com um pequeno movimento de cabeça, ainda se controlando para não encará-lo fixamente. Nesse momento, Finn pegou a bolsa que ela havia colocado na mesinha entre as poltronas e colocou numa espécie de prateleira debaixo da mesa. Dulce o olhou curiosa, achando que aquela era uma preocupação exagerada com a ordem. Mas Finn permaneceu com uma expressão neutra que nada revelava. Foi só quando ele saiu que o conde resolveu falar de negócios.
- Srta. Maria, há duas coisas de que realmente não gosto: mediocridade e indecisão.
Dulce arregalou os olhos, espantada com a declaração e encantada com a voz do conde. Ela era grave e calma, com muitas nuanças, lembrando aqueles veludos escuros que mudam de cor quando se passa a mão no tecido. Aquela voz tinha um controle deliberado, era tranqüila e profunda, mas podia esconder uma centena de emoções diferentes. Sem saber ao certo o porquê, ela pensou que jamais gostaria de estar por perto daquele homem num momento em que ele estivesse furioso ou descontrolado.
A observação dele a tinha tomado de surpresa, não era a maneira tradicional de se começar uma entrevista. O conde estava constatando um fato. Será que esperava algum comentário?
- Mas eficiência e pontualidade são duas coisas das quais gosto muito e parece que você possui ambas as qualidades em vista de sua chegada tão pontual, apesar de toda a neve. - ele completou.
Dulce continuou sentindo-se confusa. Sua confusão só não aumentava pelo fato de o conde não fitá-la nos olhos quando falava, apesar de olhar para seu rosto. Em outras pessoas, essa atitude na certa significaria falta de honestidade. Mas, com relação ao conde, isso parecia impossível. Estava sendo extremamente direto e se tinha algo a esconder decerto não se relacionava com aquela entrevista.