Fanfic: Felicidade - Vondy | Tema: Dulce, Christopher, Romance, novela

Sim, eu dirijo com eficiência. E pontualidade é sinal de educação. Sempre sou pontual e espero que as outras pessoas o sejam também. - Dulce fez uma pausa. - Bem, quanto à mediocridade e à indecisão, o senhor não encontrará nenhum desses dois traços em meu trabalho.
- Tenho certeza de que é uma profissional competente. A senhorita trabalha para a agência Morrison e, portanto, não precisa dizer mais nada sobre suas qualificações. Contudo, não é primeira pessoa que eles mandam para este serviço, nem a segunda. Você é a quinta candidata, srta. Maria. A tarefa de contratar uma nova secretária está se revelando muito mais difícil e entediante do que eu imaginava.
A notícia de que cinco pessoas haviam sido recusadas confundiu ainda mais Dulce. Para entrar nos livros da agência Morrison, era necessário ser muito bom na profissão. Talvez os candidatos é que tivessem rejeitado o serviço. Não, isso era muito improvável. Na certa, o conde não se contentava com qualquer coisa. Mas trabalhar com ele seria um desafio. E ela estava realmente precisando de um desafio.
No fundo de sua mente, algo lhe dizia que o conde era conhecido por alguma coisa que não seus livros; algo que parecia ser muito interessante. Não via a hora de chegar o momento em que ele falasse um pouco a respeito de seu trabalho, para tudo se esclarecer. Era um novelista, Finn dissera, mas tinha certeza de que jamais lera suas novelas, apesar de ser assídua leitora de romances. A menos que ele usasse um outro nome para assinar os livros.
- Desculpe - ela falou -, mas não estou compreendendo. quero dizer, se tem certeza de que meu trabalho será satisfatório, por que quis me entrevistar? E o que aconteceu com as outras pessoas da.
- Porque tenho preferências muito claras a respeito das pessoas com as quais trabalho. - Dulce sentiu a irritação dele, apesar de a voz continuar calma. - Eu pretendo contratar seus serviços por seis meses e, nesse tempo, você deverá morar em minha casa. Por experiência e por necessidade, sou extremamente cauteloso com as pessoas que hospedo sob meu teto.
Dulce baixou os olhos. Era difícil ficar chateada, mas esta notícia a deixara furiosa. Na segunda-feira de manhã, ia dizer umas verdades para Phillis! Como a dona da agência não a avisara de que o conde exigia que se morasse no lugar? Para ela tanto fazia, era livre para ficar onde quisesse, mas aquela entrevista teria começado muito melhor se soubesse das exigências do conde. Ou de sua existência, pelo menos! Afinal, havia chegado ali esperando trabalhar para um homem chamado Finn!
E agora estava ali sentada como uma tola, enquanto o conde aguardava com ar de expectativa, a testa levemente franzida. A lealdade para com a agência a impedia de revelar que não tinham lhe dado os detalhes sobre o serviço, mas isso a deixava numa situação constrangedora.
- Bem, garanto que conseguirei me adaptar ao ritmo de trabalho que me for exigido - ela começou. - Sua casa é muito bonita, pelo que conheci até agora. Saberei respeitá-la, assim como respeitarei o fato de que parece gostar de uma vida tranqüila, bem privativa.
O olhar do conde era tão intenso que perturbava Dulce, fazendo-a temer ser a quinta pessoa rejeitada. Quando ele se levantou, ela pensou que a pequena e formal entrevista estivesse terminada.
- Gostaria de beber uma taça de vinho, srta. Maria? Ou talvez prefira algo quente, chá, talvez? - ele perguntou, surpreendendo-a.
- Sim, obrigada, eu. gostaria de um conhaque, se fosse possível. Mas uma dose pequena, por favor. Estou dirigindo.
O conde levantou e foi servir a bebida. A maneira como andava, seus movimentos, tinham algo de hipnotizador. Quem era esse homem? De onde o conhecia? Da televisão?
Ele serviu duas taças de conhaque com movimentos precisos, como se pensasse antes de fazer cada gesto. E certamente devia ser assim! Era um homem cauteloso e Dulce admirou a confiança que exalava dele.