Fanfic: ◇Uma Mulher Fora Dos Padrões◇ | Tema: VonDy

(Revisado)

Um pouco atrasado, na verdade muito, Christopher adentrou pelos portões do campus mais uma vez graças a bondade de Cícero, o porteiro.

Merda. Já era a quarta vez só naquela semana!

— Você precisa ter mais atenção aos seus horários, rapaz! — falou ele ao fechar o portão, obtendo a atenção do loiro.

— Eu tenho tentado, Cícero. Juro que tenho. — sorriu de lado, típico de quando ficava sem graça.

— Tante mais um pouco, tudo bem? Agora vá antes que a reitora descubra seu atraso. De pressa!

O loiro nem o esperou terminar a frase e se mandou em direção ao prédio. Bem, ao menos chegou a tempo de acompanhar a segunda aula desde o começo, faltando cinco minutos para a mesma começar.

Era o tempo suficiente para pegar o caderno no armário e completar a redação que precisaria entregar naquele dia. Claro, só daria tempo por ser apenas umas três linhas faltantes, as que não concluiu no intervalo passado, do contrário ele estava ferrado.

Assim ele fez, e sentou no batente da janelinha próximo a entrada.

Foi quando ele a viu.

Ruiva de um metro e meio no máximo, mas cheia de presença. Os cabelos eram tão vermelhos quanto uma rosa, estavam presos em um coque mal feito típico nerd estabanada, mas não havia nada que denunciasse bagunça naquela mulher. Correção, naquele anjo.

Tudo alí irradiava perfeição...

Ela passou pelo porteiro destribuindo sorrisos, talvez pelo fato de que estava atrasada como ele também estivera, e subiu degraus para adentrar no prédio, indo logo em direção aos armários. O seu armário era cerca de vinte armários de distância do dele, no lado esquerdo.

E por que ele se preocupou em reparar nisso?
Bem, talvez pelo fato de que ela era muito charmosa para ele nunca tê-la notado. Quem ela poderia ser?

Todavia, ignorando a bela moça ruiva, ele tinha menos de três minutos para finalizar sua redação antes da aula. Então ele terminou.

O sino tocou assim que ele dobrou o fichário.

Pegando a mochila e o objeto de cor marfim, Christopher andou em direção aos muitos que seguiam para a classe.

— Oi, com licença, será que poderia me ajudar? — uma voz suave o chamou enquanto lhe segurava o pulso, fazendo-o parar e virar para sua direção.

Era a ruiva angelical...

— Pode, por favor? — ela franziu o cenho, obtendo feições tão emotivas quanto fascinantes perante seus olhos atentos. 

— Ah..claro, o que precisa? — ele conseguiu dizer, alguns segundos depois.

— É que, bom, como eu me transferi de uma cidade próxima há um tempo e hoje é meu primeiro dia aqui eu..— ela explicava de forma direta, mas ele parou de ouvir, apesar de sua voz ser perfeita, quando se concentrou no fato de que ela estava olhando bem em seus olhos desde que começou a falar. E ela tinha belos olhos castanhos emoldurados por seus cílios negros e naturalmente elegantes..— ..daí achei que poderia me dizer onde fica a sala. Se quiser.

Bem, ao menos ele lembrava de que ela falou algo sobre anatomia e sala, logo deveria procurar pela sala para qual ele estava indo, por pura coincidência.

Sendo assim, sorriu suavemente ao apontar as pessoas que seguiam para ocorredor a direita, dizendo:

— Pode me acompanhar e ao pessoal que está indo por aqui então, nós vamos para lá.

Ela anuiu, sorridente.

— Perfeito!

......

— Então, está em qual período? — um pouco depois ele perguntou, quando subiam as escadas em direção a sala.

— Esse é o meu último, estou cursando fisioterapia e me formo no final do ano.

Ela parecia bem orgulhosa.

— Legal. Eu curso educação física e esse também é meu último período. — ele comentou, como quem não quer nada.

— Nossa, que coisa, acredita que eu quase fiz esse curso também?

— E por quê não fez? Eu acho bacana.

— Ah, eu descobri que preferia usar jaleco ao invés de leguins e tênis — deu de ombros, e ambos sorriram com aquilo.

— Bem, sendo assim eu acho seu argumento válido.


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Após a aula de Anatomia, Dulce seguiu para um caminho diferente do seu com uma loira da arquibancada da frente, e também uma morena, se tratava de ninguém mais ninguém menos do quê Anahí Portilla e Maite Herrera, as populares.

As vezes aquela universidade parecia uma espécie de seriado adolescente. Praticamente tinham os mesmos grupinhos e roteiro, totalmente clichê.
A garota rica era a animadora de torcida popular, líder seguida pelas garotas sem personalidade própria e que tinha o capitão do time de futebol como seu cão e fiel escudeiro devoto, quer dizer, seu namorado Alfonso Herrera, mas nas horas vagas também era uma influencer famosa.

Alfonso Herrera por sua vez tinha a "nobreza" no sobrenome, ele era o filho do prefeito da cidade mas tratado como um semi-deus por todos, logo, seu melhor amigo não poderia ser ninguém mais ninguém menos do quê Christian Chávez, filho do dono e fundador da Universidade, também conhecido por ser o namorado da filha do prefeito, Maite Herrera, uma influencer digital como sua melhor amiga Anahí Portilla.

Ah.. aquele pessoal era um pouco cansativo.

Eles estavam sempre juntos e sempre fôra assim, quase enjoativo, mas se falava por ali que só andavam com os de classe social elevada, o que não incluia caras como ele, então automaticamente se você não adava com eles ou com quem andava com eles, você era um excluído.

Só que Christopher não ligava para isso, estava ali há quase cinco anos pelo seu único proposito de vida, o diploma, não para ter amigos e ser parte de um grupinho popular.

Entretanto, a ruiva parecia se encaixar perfeitamente bem com eles, porquê naquele dia e nos dias seguintes ela só foi vista ao lado deles, porém, ele só soube que nunca mais falaria com ela quando descobriu de quem ela realmente se tratava, e adivinha só? Não era ninguém mais ninguém menos do que a filha da reitora, Dulce Saviñón.

Nem ferrando que ele teria chances.

Continua.