Fanfic: Quebrando as paredes do destino | Tema: Rebelde, vondy, ponny

30 de dezembro de 2016

Dulce

   Hoje acordei me sentindo feliz, vou para a casa dos meus avós em Monterrey, eu não sei explicar, mas parece que quando vou visita-los eu me sinto finalmente em paz. Não que eu não goste de Guadalajara, mas é que lá é diferente. 

  Tô arrumando as malas e ansiosa para encontrar a Anahi, minha melhor amiga de infância que também mora lá. Faz algum tempo que não vou visita-los, a escola tem tomado uma boa parte do meu tempo, e com meu 3º ano se aproximando, ficou ainda mais difícil.

  Amo essa sensação de férias, de liberdade, de não precisar pisar o pé tão cedo na escola. 

  Tenho tantas novidades para contar pra Annie, inclusive que terminei com o idiota do Pablo, como minha amiga não me avisou que eu estava entrando em uma cilada? Tá bom, eu sei que ela avisou diversas vezes, mas não custava nada avisar mais um pouquinho né?! Acordo dos meus pensamentos quando ouço meu pai gritar

- Dulce minha filha, sua mala está pronta? Já tínhamos que ter chegado lá! Falei pra sua avó que íamos almoçar lá, e já são 11h da manhã.

- Não tô conseguindo fechar a mala pai, vem me ajudar

- Não sei pra que você e sua mãe precisam de tanta roupa!! - meu pai resmunga mas consegue me ajudar a fechar a mala.

Organizamos tudo dentro do carro e seguimos rumo a Monterrey. Consigo dormir a viagem toda, pois não consegui pregar o olho essa noite de tanta ansiedade.

Chego na casa dos meus avós e já vou correndo abraçá-los, minha nossa, como eu senti saudade! 

- Oi vó, oi vó - digo, olhando pro lado pra ver se mais alguém tinha chegado.

- Oi minha querida, pensei que vocês não vinham mais - meu avô diz me abraçando. 

- Ora Dulcinha, você emagreceu muito, que que foi hein? Sua mãe não anda te dando comida não? - vovó diz e eu sorrio de lado, ela nunca muda.

- É que ano que vem é o ano de vestibular vovó, tô estudando igual uma doida, pra ver se passo logo de uma vez, pra não precisar de cursinho.

- Sei menina, mas não deixe de comer, você tá muito desnutrida. Leva sua mala pro seu quarto, ele tá arrumado já - afirmo com a cabeça e dou espaço pros meus pais cumprimenta-los e vou pro meu quarto.

Chegando lá, dou de cara com a Annie já deitada na minha cama, e vou correndo abraçá-la e fazer cócegas só porque ela não gosta

- Para Dulce, sério, tava com saudade mas desse jeito ela já até passou - Annie diz se contorcendo de rir, paro de fazer cócegas e ela me abraça.

- Meu Deus Annie, como eu senti saudade!!! 

- Eu também Dulcita, temos muito o que conversar mocinha - sorrio de lado e afirmo com a cabeça.

Minha avó chega no quarto nos chamando pra almoçar e descemos a escada. O que eu mais sinto falta de Monterrey? É disso, da minha família unida e da minha melhor amiga. Não tem nada no mundo melhor do que isso.

***

*Atenção: essa parte da história contém relatos sobre um relacionamento abusivo vivido por uma das personagens*

Dulce

  Depois do almoço, vou pro quarto com a Annie para conversarmos enquanto meus tios não chegam. Annie deita na cama e eu sei que ela tá esperando eu começar a falar.

- Então Annie, terminei com o Pablo. - a cara de espanto da minha amiga fez valer a pena eu esperar para contar pessoalmente.

- Como assim Dulce? Me explica isso direito. Ele te fez algo? - sorrio de lado. Annie nunca gostou dele. 

- Você sabe como nosso relacionamento era conturbado, há uns dias atrás ele chegou a achar que eu o havia traído, disse que tinham me visto com outro cara na rua e contaram pra ele. Mas Annie, você sabe que eu nunca faria isso, e desde que começamos a namorar eu nem saio de casa, não tenho uma amizade mais em Guadalajara. 

- Por isso digo que era um relacionamento abusivo Dul, eu percebo isso porque te conheço desde criança, você sempre foi uma pessoa feliz, que tinha um brilho surreal, e desde que vocês começaram a namorar, vejo esse brilho se apagando....

- No nosso último dia juntos, antes de terminarmos, ele gritou comigo Annie e chegou a levantar a mão pra mim, foi nessa hora que percebi que não tínhamos solução, e que o certo era terminar. Eu não quero um cara que não me respeita, amiga. - Annie tem os olhos arregalados e suspira.

- Ainda bem que você enxergou isso Dul, sério, eu fico imensamente feliz dele não ter chegado a tanto.

- E sem falar Annie, que você sabe o quanto ele me pressionou pra sexo, dizia que se a gente tava namorando, eu tinha que transar com ele para ele não me trair. - digo com os olhos cheios de lágrimas.

- Vem cá amiga, me dá um abraço. E para de chorar por esse idiota! Você se livrou. Eu te amo tá?! E você não está sozinha. - Abraço Annie e limpo minhas lágrimas, o que seria de mim sem ela hein?! 

  Passamos o resto do dia conversando e jogando conversa fora. Annie me conta sobre um vizinho lindinho que mudou para a casa ao lado da sua, que ela ainda não sabe o nome dele mas que logo descobrirá. Sei que ela evita falar sobre Pablo porque não quer me ver mal de novo e agradeço por isso.

- Annie, você podia dormir aqui comigo hoje. - digo sorrindo e depois faço uma cara de cachorrinho sem dono.

- Eu durmo, mas com uma condição. - Annie diz e eu movimento a mão para ela prosseguir.

- Só se a gente fizer uma noite do pijama, maratonar Gossip Girl e fazer um brigadeiro. - sorrio concordando com a cabeça e Annie começa a pular de felicidade. 

- Amanhã o Chris chega e eu não quero nem ver o escarcéu que ele vai fazer quando souber que fizemos isso sem ele. - digo isso entre risos

- Que nada dulcita, depois a gente faz com ele também. - Annie diz enquanto arrumamos meu quarto, ou melhor, nosso quarto para nossa noite do pijama.