Fanfics Brasil - Capítulo 19 (VI) ❤O Visconde Que Me Amava❤

Fanfic: ❤O Visconde Que Me Amava❤ | Tema: Romance


Capítulo: Capítulo 19 (VI)

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– Na noite em que ela morreu, a chuva piorou, e, segundo me contaram, os trovões e
relâmpagos eram terríveis como ninguém jamais vira. – Mary inclinou a cabeça ligeiramente
para o lado e perguntou: – Você se lembra da velha árvore retorcida no quintal da casa, aquela em que você e Anahí sempre tentavam subir?
– Aquela rachada ao meio? – indagou Rachel.
Mary assentiu.
– Ela se partiu na noite em que sua mãe morreu. Seu pai disse que foi o som mais terrível que ele já tinha ouvido. Os trovões e relâmpagos vinham um atrás do outro, sem intervalo, e um raio atingiu a árvore no minuto exato em que um trovão sacudiu a Terra.
Ela parou, fitou as próprias mãos e prosseguiu:
– Imagino que você não tenha conseguido dormir. Eu nunca esqueci aquela tempestade, mesmo morando num condado próximo. Não sei como alguém poderia ter dormido. Seu pai
estava com sua mãe. Todos sabiam que ela estava prestes a morrer, e em meio à tristeza esqueceram-se de você. As pessoas se preocuparam tanto em mantê-la afastada, e naquela noite a atenção delas foi desviada. Seu pai me contou que estava sentado ao lado de sua
mãe, segurando sua mão enquanto ela agonizava. Não deve ter sido uma morte serena.
Doenças pulmonares não costumam ser. – Mary ergueu os olhos. – Minha mãe faleceu do mesmo modo, então eu sei. O fim não é tranquilo. Ela lutava para respirar e sufocava bem diante de meus olhos.
A velha senhora engoliu em seco várias vezes, então encarou Rachel.
– Só posso imaginar – murmurou – que você tenha testemunhado a mesma coisa. Alexander apertou a mão de Rachel.
– A diferença é que, quando minha mãe morreu, eu tinha 25 anos – falou Mary –, e você, 3. Não é o tipo de coisa que uma criança deva ver. Eles tentaram fazer você sair, mas você se recusou. Se debateu e gritou muito, então...
Mary parou, engasgada com as próprias palavras. Levou ao rosto o lenço que Alexander lhe dera e vários momentos se passaram antes que ela fosse capaz de continuar.
– Sua mãe estava quase morrendo – disse ela, com a voz um pouco mais alta que um sussurro. – E, assim que apareceu alguém forte o suficiente para tirar você de lá, um clarão irrompeu no quarto. Seu pai contou...
Mary interrompeu a narrativa e engoliu em seco.
– Seu pai contou que o que aconteceu em seguida foi a coisa mais sinistra e terrível que ele
já tinha testemunhado. O relâmpago iluminou o quarto como se fosse dia e o clarão durou mais que um instante, ao contrário do que costuma ocorrer. Parecia pender do ar. Ele olhou e viu que você tinha ficado paralisada. Nunca me esquecerei da maneira como ele descreveu.
Disse que era como se você fosse a própria imagem do pavor.
Alexander se remexeu no sofá.
– O que foi? – indagou Rachel, virando-se para ele.
Ele balançou a cabeça, incrédulo.
– Foi assim que você ficou ontem à noite. E foram exatamente nessas palavras que eu pensei.
– Eu...
Rachel olhou de Alexander para Mary, mas não sabia o que dizer.
Alexander apertou a mão dela mais uma vez e ela se virou para Mary e pediu:
– Por favor, continue.
Ela consentiu.
– Você estava com os olhos fixos em sua mãe, então seu pai se virou para ver o que a assustara tanto, e foi nesse momento que ele... que ele viu...
Rachel soltou delicadamente a mão de Alexander e se levantou. Arrastou uma poltrona para perto da cadeira de Mary e se sentou. Pegou a mão dela nas suas e murmurou:
– Está tudo bem, Mary. Pode me contar. Eu preciso saber.
A mais velha assentiu mais uma vez.
– Foi nesse instante que ela morreu. Estava sentada muito ereta. Seu pai disse que ela não levantava da cama havia dias, mas, ainda assim, sentara-se ereta. Segundo ele, ela estava rígida, com a cabeça para trás e a boca aberta, como em um grito silencioso. Então veio o trovão e você deve ter pensado que o som tinha saído da boca de sua mãe, porque berrou como ninguém jamais ouvira e saiu correndo, pulou na cama e a abraçou. Todos tentaram arrancá-la de lá, mas você não queria sair. Continuava gritando o nome dela, então ouviu-se uma pancada terrível e em seguida o barulho de estilhaços de vidro. Um raio tinha partido o galho de uma árvore e ele atingiu a janela. Havia cacos por toda parte, e o vento, a chuva, os trovões, e mais raios... E, em meio a tudo isso, você não parava de gritar. Mesmo depois que ela estava deitada sobre os travesseiros, morta, seus bracinhos ainda agarravam o pescoço dela e você soluçava, implorando que ela acordasse e não fosse embora. Você simplesmente ficou lá, tiveram que esperar que se cansasse e pegasse no sono para tirá-la do quarto.
O cômodo ficou em silêncio por um minuto e então Rachel finalmente disse bem baixinho:
– Eu não sabia. Não sabia que tinha assistido a tudo isso.
– Seu pai contou que você não falava sobre o assunto – explicou Mary. – Não que pudesse, de qualquer maneira. Depois do acontecido, você dormiu por várias horas e, quando acordou, ficou claro que pegara a doença de sua mãe. Não com a mesma intensidade: sua vida não corria perigo. Mas você tinha ficado doente e não estava em condições de falar da morte dela. E, ao se recuperar, não falava disso. Seu pai tentou, porém, sempre que mencionava o assunto, você balançava a cabeça e cobria os ouvidos com as mãos. Até que ele parou de tentar.
Mary olhou para Rachel fixamente.
– Ele disse que você pareceu mais feliz quando ele parou de tentar. Fez o que considerou o melhor para você.
– Eu sei – sussurrou Rachel. – E, na época, acho que foi o melhor. Mas agora eu precisava saber. – Ela se virou para Alexander, em busca não de conforto, mas de algum tipo de confirmação, e repetiu: – Eu precisava saber.
– Como você se sente agora? – perguntou ele com suavidade mas de forma direta.
Ela ficou pensativa por um momento.
– Não sei. Bem, acho. Um pouco mais leve.
Então, sem nem ao menos perceber, ela sorriu. Foi um sorriso lento e hesitante, mas um sorriso. Virou para Alexander com uma expressão de surpresa.
– Parece que um peso enorme foi tirado dos meus ombros.
– Você se lembra agora? – indagou Mary.
Rachel balançou a cabeça.
– Não, mas ainda assim me sinto melhor. Não consigo explicar. Acho que é bom saber, mesmo que eu não consiga lembrar.
Mary emitiu um som abafado, depois se levantou da cadeira, foi até o lado de Rachel na poltrona e abraçou-a com força. Ambas choravam, soluçavam e riam ao mesmo tempo. Eram lágrimas de felicidade, e quando Rachel enfim se afastou e olhou para Alexander, viu que ele
também estava secando uma lágrima.
Ele disfarçou e assumiu uma postura digna, mas ela vira. Naquele instante, soube que o amava. Com cada pensamento, cada emoção, cada pedacinho de seu ser, ela o amava.
E, se ele nunca retribuísse seu amor... Bem, ela não queria pensar nisso. Não naquele momento tão profundo.
Provavelmente, nunca.



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Autor(a): zellmagn

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 15



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  • nathalia_muoz Postado em 17/05/2021 - 18:34:59

    Hola pon más por favor

    • zellmagn Postado em 10/11/2021 - 13:41:18

      Estou voltando a postar

  • nathalia_muoz Postado em 07/05/2021 - 22:34:41

    Hola a vas a continuar la historia?

  • nathalia_muoz Postado em 08/04/2021 - 21:44:20

    Holaaa Continúaaa adoro esta historia

  • nathalia_muoz Postado em 10/03/2021 - 20:24:16

    Donde estas??? Vuelve

    • zellmagn Postado em 30/03/2021 - 14:31:05

      Voltei 😍😍

  • nathalia_muoz Postado em 27/02/2021 - 00:00:47

    O salto un capítulo creo

  • nathalia_muoz Postado em 27/02/2021 - 00:00:13

    Hola creo que le 4 capítulo y el 5 se repite

    • zellmagn Postado em 27/02/2021 - 00:17:15

      Já corrigi. Obrigada

  • nathalia_muoz Postado em 25/02/2021 - 01:36:12

    Nueva lectora, me encanta la historia

  • nathalia_muoz Postado em 25/02/2021 - 01:35:42

    Continúa por favor

  • lariiidevonne Postado em 20/02/2021 - 22:12:21

    Continua por favor

    • zellmagn Postado em 22/02/2021 - 18:16:20

      Postei Bem-vinda

  • lariiidevonne Postado em 20/02/2021 - 22:12:05

    Amando!


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