Fanfic: A Cupido | Tema: Ponny

***

-- Eiko, você pode levantar sua bunda gorda e vir me ajudar? -- Nina berrou da cozinha.

-- Pensei que a Nina não estivesse aqui -- comentou Ian.

-- Eu estava brincando, apenas para ver sua reação.

-- EIKO, CADÊ VOCÊ?

-- Será que é uma boa ideia deixar minha sobrinha aqui? -- Ian brincou e Anny deu um sorriso amarelo, ela gostava de deixar uma boa impressão.

-- Claro, Nina não é assim...

-- Anny, finalmente! -- Nina surge entre o arco que divide a sala da cozinha. -- Você sabe que o Eiko é um perigo na cozinha!

Erick fez uma careta ao ouvir o apelido novamente, levantou do sofá com mau humor e seguiu em direção ao corredor que dava para os quartos.

-- Se ele é, eu sou mil vezes pior! -- admitiu a loira um pouco sem graça.

-- Ah, oi Ian, tudo bem? -- Nina passou a mão pelos cabelos escuros para dar uma amenizada no frizz e retirou o avental.

-- Está tudo ótimo comigo, e com você? -- Ele a olhou de uma maneira sexy, esperando a resposta.

-- Er, igualmente. Não esperava sua visita.

-- Bom, eu não ia subir mas já que estou aqui, o que acha de darmos uma volta?

Anny arregalou os olhos azuis e fitou a irmã, movimentando a cabeça em concordância. Conhecia Ian desde de pequena e sabia que por trás (bem por trás mesmo) daquela aura de pegador, ele escondia um cara muito romântico. Bom, ela sempre viu um lado romântico em todo mundo, então talvez isso não devesse ser levado muito em consideração.

-- É claro que ela aceita -- Anny disse antes que Nina recusasse o convite. -- Só um minutinho.

A loira pegou a mão da irmã e a arrastou até o quarto. Ao chegar lá, sentou Jully sobre a cama, já esperando o ataque de fúria da mais velha. Nina a fuzilava com o olhar mas mantinha-se calada.

-- Eu adoro aquele seu vestido florido, deveria ir com ele -- Anny opinou, abrindo o closet da irmã.

-- Anny, eu não quero ir -- Nina confessou. Parecia cansada.

-- Como é? Tem certeza que quer desperdiçar a chance de ter um encontro com o Ian? Você conhece ele, sabe que se recusar não terá outro. -- Anny titubeava enquanto Nina prosseguia com a cara carrancuda.

-- Não quero ser só mais uma... -- ela tentava convencer Anny, mentalizando o quanto Ian era canalha.

-- Não será só mais uma se fizer as coisas direito -- contrapôs Anny.

-- Ina -- Jully balbuciou.

-- Tá vendo, até a Jully shippa vocês dois -- Anny falou convencida.

-- Ela não sabe nem o que é isso, só está me chamando -- Nina rebateu, pegando a pequena, que estava com um sorrisão no rosto.

-- Aff, me dá ela -- Anny tomou Jully dos braços de Nina e a empurrou para dentro do closet. -- Só saia daí quando estiver impecável!

***

-- Não voltem tarde crianças -- Erick brincou, enquanto fechava a porta do apartamento.

-- Eles crescem tão rápido -- Anny falou toda emocionada, mas foi interrompida pelo chorinho fino de Jully, que estava dormindo profundamente no quarto da irmã.

-- Pode ficar aqui na sala, eu busco ela -- Erick se ofereceu e rumou até o quarto, retornando de lá segundos mais tarde.

-- Nay! -- a bebê esticou os bracinhos quando avistou Anny e mesma a pegou.

-- Você quer dar uma voltinha, Jully?

Ela bateu as mãozinhas em concordância e aninhou-se a Anny.

-- Você quer ir comigo? -- Anny fitou Erick, que recusou com a cabeça ao mesmo tempo em que se jogava sobre o sofá.

-- Tenho que editar o próximo vídeo do canal.

-- Bom, eu estou de saída! -- Anny pôs Jully no carrinho de bebê e se dirigiu ao elevador.

Ela pressionou o botão e a porta de metal abriu, com cuidado, ela empurrou o carrinho para dentro da cabine e entrou logo em seguida. O elevador parou no andar logo abaixo, mas não havia ninguém, então ela retornou a apertar o botão `T` quando ouviu uma voz familiar:

-- Espera!

Ela pôs a cabeça para fora da cabine e avistou Alfonso, meio ofegante. O moreno adentrou a cabine aparentando estar bem irritado, porém, Anahí não deixou de notar o quanto ele estava bonito naquele jeans apertado e com a jaqueta de couro, que ela pediu aos céus para ser sintético, ou então ele teria um ponto bem negativo com ela.

-- Oi -- ela falou depois que a porta fechou. Não sabia o motivo, mas sentiu vontade de se aproximar de Alfonso

-- Oi -- respondeu ele, pouco a vontade.

-- Não sabia que morava aqui -- Anny tentou puxar assunto.

-- E eu não moro, mas o meu pai sim.

-- Entendi -- pelo tom de Alfonso, Anahí notou que ele não estava muito a fim de papo, então voltou sua atenção para a bebê.

-- Sem querer ser invasivo, mas eu também não sabia que tinha uma filha -- Alfonso disse depois de um tempinho, referindo-se a Jully.

-- Quê?! -- Anny pigarreou. -- Você é louco? Ela não é minha filha, só estou de babá.

-- Calma, eu só estava brincando.

Antes que Anny pudesse dizer alguma coisa, ou ao menos revidar a brincadeira, a porta do elevador se abriu e Alfonso saltou para fora sem nem sequer se despedir. Um conversível prateado e uma morena muito bonita estavam à espera dele em frente ao prédio.

Anny empurrou o carrinho até a calçada e ficou observando até o carro sumir de sua vista.

-- Quer ir a casa da May? -- Ela fitou Jully com um sorrisinho, ainda pensando no encontro estranho do elevador. A pequena sorriu e ficou encarando-a, então ela considerou isso como um sim.

***

-- Jully! -- Berrou Dul ao avistar a bebê, de imediato Jully estendeu os bracinhos para que Dulce a botasse no colo. -- Posso?

-- Claro. May está?

-- Sim, ela está lá em cima -- Dulce falou, enquanto acomodava Jully em seus braços.

Anny subiu as escadas que davam para o quarto de May e ao chegar em frente à porta pediu para que uma das criadas a anunciasse. Conhecia May há séculos, e não havia nada que a morena odiasse mais do que quando alguém entrava em seu quarto sem bater.

-- Ela permitiu que a senhorita entrasse -- avisou a empregada, fechando a porta por detrás de si.

Anny não entendeu bem o por quê dela não ter lhe dado passagem, mas mesmo assim girou a maçaneta e adentrou no enorme quarto da amiga, que repousava em sua poltrona de massagem. A televisão de tela plana estava ligada em algum canal de fofoca e Chewbacca, o Husky Siberiano de May, estava muito bem acomodado em sua cama. Sim, além de fanática por grifes, ela também era vidrada em Star Wars, mas isso era meio que um segredo, pois não queria que pensassem que ela era nerd ou algo do tipo. 

-- Bonsoir -- May disse ao avistar Anny. -- A que devo a honra de sua visita?

-- Trago péssimas notícias.

May se endireitou na poltrona e fitou Anny, agora um pouco mais séria.

-- Pode dizer -- ela incentiva.

-- Acho que Poncho tem uma namorada.

May explode em gargalhadas e, só quando sua respiração se normaliza, ela diz:

-- Eu já sabia, mas ela não é bem a namorada, é uma ex-ficante que vive enchendo o saco dele.

-- Como sabe disso? -- Anny quis saber.

-- Tenho meus contatos -- May riu pelo nariz e voltou sua atenção para a poltrona de massagem, retornando a posição anterior.

-- E esses contatos são confiáveis?

-- Óbvio! -- a morena revirou os olhos -- você está muito interessada, falando assim até parece que está a fim dele.

-- Q-quem? E-eu? Eu n-não! -- Anny gaguejou, fazendo com que May caísse na gargalhada. A morena adorava ver a amiga sem jeito.

-- Rum, espero, Poncho já é meu! -- Ela disse toda apaixonada.

-- Mas vocês já se falaram?

-- Sim, eu consegui o número do celular dele, já trocamos mensagens e tudo! -- Contou May. Anny ouvia tudo com uma certa inveja, não de Poncho em si, mas da amiga ter alguém. -- Mas e você? Andou juntando algum casal esses dias?

-- Er, não... os últimos foram o Pietro e a Samantha.

-- Então por que não me ajuda com o Poncho? -- ela indaga insatisfeita. -- Sabia que ele não gosta muito do nome dele? Ele me falou que prefere ser chamado por Poncho do que por Alfonso, mas eu acho o nome dele muito bonito e...

Mas Anny já não prestava mais atenção na tagarela da May, ela estava perdida no seu mundinho cor de rosa, onde a única dor existente é a que os saltos causam após algumas horas. Anny já sabia que algo em Alfonso era diferente, ele não era só mais um playboy do Elite Way. O estilo misterioso dele a deixava excitada para descobrir mais e ela precisava saber o que estava acontecendo. Nunca foi a fim de nenhum cara naquele estilo, na verdade, ela nunca foi a fim de nenhum garoto, então, mesmo sendo a ajudante mais requisitada na hora de juntar casais, ela não fazia a mínima ideia de como fazer para conquistar o cara que queria, e nem tinha mesmo certeza se esse cara era Alfonso. Pelo amor de Deus, ele tinham se visto umas três vezes, mal trocaram palavras e a sua melhor amiga já estava de olho, mas...

-- O que você acha? -- May perguntou.

-- O que eu acho do quê? -- Anny coçou os olhos e encarou May, que a fitava incrédula.

-- Qual vestido eu devo usar no meu primeiro encontro com Poncho?

-- Ah, quais eram as opções mesmo?

-- Deixa pra lá! -- May bufou, irritada.

Como sempre ela adorava ser o centro das atenções e quando era ignorada ficava muito furiosa.

***