Fanfic: Pânico em Lakewood | Tema: Pânico, Scream, Eu sei o que vocês fizeram no verão passado, Assassinato, Ficção adolescente, Mortes
Os lábios estalavam, os dedos deslizavam dos cabelos até a nuca e agarravam o pescoço fino, em busca de controle e excitação. Na rádio do Voyage, tocava um rock melódico que parecia aquecer ainda mais a chama daquele casal.
O vento farfalhava a copa das árvores e assoviava fantasmagoricamente, os grilhos cricrilavam e volta e meia, ouvia-se o som de algum graveto partindo-se.
– Não é excitante? - a jovem desprendeu-se dos braços fortes do rapaz e ele a encarou com desânimo. - Estamos no meio de uma floresta, tarde da noite, dando uns amassos e sem ninguém por perto!
– Sim, é! Agora podemos continuar? - ele a puxou e ela empinando o corpo para frente, permitiu que ele beijasse seu pescoço e que sua língua descesse pelo seu busto.
A menina soltava alguns gemidos prazerosos. Ela segurava no cabelo curto do rapaz e ele suspirava de dor, mas parecia envolvido com aquela pegada mais bruta. Até que usando de sua força, ele lançou-se com seu corpo por cima da menina e sobre ela, continuou a beijá-la.
– Um momento! - ela empurrou o seu peito de modo que separou os seus lábios dos dele.
– Sim, eu trouxe! - disse o rapaz mostrando um preservativo.
– Não é isso! - ela empurrou-o e ele voltou desanimado ao seu lugar.
Ela se sentou e se jogou no banco do carona e parecia extasiada.
– Eu preciso confessar uma coisa! - o menino virou o rosto e revirava os olhos sem a menor paciência. - Eu só aceitei sair com você, porque você aceitou o meu fetiche!
– O que adianta aceitar e não conseguir aproveitar ele?
– Eu não deveria falar disso pra você… - ela sorria como se estivesse no meio de um jogo de sedução. - Mas estamos no meio de um conto do blogueiro! Dá azar, citar a obra dele sem dar a ele os direitos autorais!
– O único que está com azar aqui, sou eu.
– Você não sente? - disse a menina olhando extasiada para o rosto sério do garoto que apoiava a sua testa no volante, transbordando frustração. - A morte está nos rondando! Eu posso sentir!
– Isso porque eu achei que a @Romântica estava me enrolando. Isso deve ser algum tipo de castigo.
Quando o rapaz olhou para o lado, a jovem estava sem a sua blusa. Ela alisava os seios dentro do sutiã e a frustração do rapaz desapareceu. Ela mordia o lábio inferior, sensualmente, e começou a encarar o ficante com nítido desejo. Rapidamente os rostos se encontraram, os lábios voltaram a se tocar, as mãos percorriam os corpos e o jovem já havia sacado o preservativo novamente.
– Hum? - ambos encararam o seu redor, quando ouviram o som de graveto quebrando bem próximo deles.
– Não foi…
– XI! - a garota quase gritou.
A menina abriu um sorriso ainda mais excitado. Ela abriu a porta e olhou a floresta escura. O rapaz tentou puxá-la para dentro, mas ela deu um tapa em sua mão e saiu. Ele piscou os faróis algumas vezes, mas ela parecia hipnotizada pela adrenalina e pelo perigo. Ela abraçava o próprio corpo e encarava cada moita, cada canto escuro, desejando que alguém pulasse em cima dela.
De repente a buzina do Voyage a assustou e ela encarou o ficante com nítida reprovação.
– Eu estou indo embora!
– Você não entende! Eu sei que… - disse ele arregalando os olhos.
O jovem abaixou a cabeça, mas a luz dos faróis produzia um crepúsculo que não o permitia discernir o que via. Ele só escutava um som que o remetia a um sufocamento. Ele baixou a luz dos faróis e ascendeu a lanterna do seu celular. De repente, seus olhos se arregalaram ao ver a jovem sufocando com o seu próprio sangue.
Havia uma figura sinistra às suas costas. Deveria ter entre 1 metro e setenta à 1 metro e setenta e cinco de altura. A pessoa trajava uma capa preta de chuva com capuz e uma máscara cirúrgica que lembrava o rosto de um fantasma. Ele havia empalado a menina nas costas, na altura do seu coração.
Quando o cérebro do jovem processou o que estava havendo, o assassino empurrou a jovem que caiu morta sobre a relva e correu na direção do carro. O jovem conseguiu bater a porta a tempo e a travou. Pegou as chaves do carro e não conseguia encaixá-las na ignição. O som da faca arranhando o vidro era insuportável e ele não resistiu em olhar para o seu perseguidor e se surpreendeu ao não ver ninguém.
Um silêncio perturbador tomou a floresta e o rapaz ficou olhando de um lado para o outro a procura dele, até que começou a tentar novamente, mas deixou as chaves caírem sob seus pés. Os pés desesperados mais empurravam as chaves, do que as traziam para perto. O rapaz gritava, chorava e procurava por sinais do seu perseguidor, até que o vidro do lado do motorista explodiu com uma pancada e o rapaz abaixou para se proteger.
O assassino conseguiu empalar a sua faca na coxa esquerda do rapaz. O sangue começou a fluir, assim como os gritos que se misturavam ao choro dele. O recém-chegado abriu a porta, puxou a sua vítima pelas pernas e o jogou sobre o tapete de folhas secas da floresta.
O jovem chorava e encarava aquela figura medonha com pavor. Ele tentava arrastar-se de costas e seu perseguidor caminhava lentamente até ele.
– AH! - ele soltou o segundo grito, quando teve sua outra coxa empalada. - Por que está fazendo isso? O que eu fiz para você?
O jovem viu seu executor rondar-lhe e agachar para ficar na altura de seus olhos. A máscara dava uma impressão de que ele estava sentindo pena ou quem sabe curiosidade da sua expressão de dor.
– Eu prometo que não farei mais, seja lá o que for que eu tenha feito! Foi aquela menina que quis vir aqui, ela ficou falando daquele tal blogueiro… Eu juro que nunca li nada dele… Você pode me deixar em viver? Por favor…
A morte mascarada inclinou a sua cabeça, como se considerasse a pergunta, mas balançou a sua cabeça negativamente. O rapaz gritou e o assassino deslizou a sua lâmina pela garganta dele. O sangue começou a esguichar como uma fonte e aquele mesmo som característico de sufocamento começou. O jovem tentava inutilmente conter o sangramento, até que sua vida começou a esvair rapidamente, seus olhos se tornaram inexpressivos, toda movimentação findou-se.
Havia agora um casal a menos de jovens em Lakewood.
Autor(a): chander
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