Fanfics Brasil - SMS Pânico em Lakewood

Fanfic: Pânico em Lakewood | Tema: Pânico, Scream, Eu sei o que vocês fizeram no verão passado, Assassinato, Ficção adolescente, Mortes


Capítulo: SMS

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A manhã de segunda-feira estava clara e aconchegante. Olívia se aninhava no colchão macio e se envolvia cada vez mais no cobertor que a aquecia. Pena que o despertador em forma de coruja começou a piar e a menina abriu um dos olhos, decepcionada. Ela se virou e ficou encarando o ventilador de teto que girava e lançava o vento em seu rosto. Ela coçou os olhos que ressecavam com a brisa e esticou o braço para alcançar seu óculos de armação quadrada, em cima da cômoda.


De repente, o mundo começou a ficar nítido e a entrar em foco. 2 graus de miopia podem acabar com sua vida.


Então a menina teve um estalo. Deu um pequeno impulso e alcançou o celular em cima da escrivaninha. Desbloqueou a tela, acessou um aplicativo qualquer e suspirou ao perceber que sua última mensagem para @Alvin havia sido visualizada e não respondida.


Não tinha alternativa. Ela se levantou e se dirigiu ao banheiro dentro do quarto. Ela desfez-se preguiçosamente do seu baby-doll prateado e tomou uma rápida ducha quente. A água batia em seu rosto e a fazia lembrar-se de como se achava boba, por achar que um menino tão culto e romântico a esperaria por tanto tempo sem ao menos um encontro.


Quando ela fechou o registro, decidiu que também se fecharia para esses pensamentos. Ela saiu do box, secou-se com sua toalha e depois enrolou os cabelos ondulados, negros como a noite, nela. Se encaixou perfeitamente num roupão branco e desceu para a cozinha. Ela procurava por alguém, mas tudo que achou, foi um papel dobrado em duas partes, ao lado de uma mesa posta de café da manhã.


“Nem todo mundo pega no segundo tempo às segundas”, leu o recado com a letra de sua mãe. Olívia riu e sentou-se para comer. Serviu-se de algumas torradas e leite fresco, mas não demorou dez minutos para terminar de comer, subir e terminar de se arrumar. Depois de mais dez minutos, ela estava impecavelmente pronta.


O seu uniforme padrão para Lakewood High School era uma calça jeans surrada com rasgos na altura do joelho, uma camisa preta com estampa de bandas de rock, uma camisa social quadriculada e uma bandana que segurava sua franja.


O spotify estava aberto em seu celular e ela ouvia o último álbum da Avril Lavigne, enquanto passava seu brilho labial, porém o pausar da música e o som característico da entrada de uma mensagem SMS, a fez deixar seu brilho cair e correr para o celular. Infelizmente, não era quem ela queria, mas a mensagem a levou abrir a sua janela e encarar o opala vermelho que estava estacionado a sua porta. Um jovem alto de corpo esguio ia na frente, enquanto um casal ia atrás.


– Boooora Veadaaaa! - disse a menina negra com cabelos dreads que usava apenas um top branco e uma calça jeans escura. - Acabou a moleza, Gata!


Olívia sorriu, fechou a janela e desceu. O motorista abriu a porta e ela se sentou ao lado dele, cumprimentou o casal que estava abraçado no banco de trás e eles saíram com o carro.


– E aí, Leah? Você e Joe se divertiram muito nas férias de verão?


– Sabe como é, né gata? A gente só vive uma vez!


– Aposto que foi sexo o verão inteiro! - disse o motorista que obcecadamente tentava proteger seus cabelos arrepiados da ação do vento. - Ainda bem que eu sou um menino de família!


– Você quer dizer, virgem, né Edu? - disse o rapaz ao lado de Leah.


Pareceu que alguém havia apertado um interruptor, pois as bochechas do Edu ascenderam. O rapaz fechou a cara e lançou um olhar de morte ao amigo pelo retrovisor do carro.


– Joe! - disse Olívia num tom sério.


– Só disse verdades, Olívia! Além do mais, a culpa do Edu estar na seca é…


A freada brusca quase jogou a cabeça de Olívia dentro do porta-luvas. Joe se levantou e já ia fazer menção de discutir, quando Edu calmamente apontou pra cima.


– Sinal vermelho! Desculpa! - disse ele sem medo de perceberem o cinismo.


– Edu! - chamou Olívia num misto de susto e pena.


– Desculpa…


Com mais cinco minutos, eles adentraram o estacionamento da escola e se dividiam entre animados e decepcionados com o retorno das aulas. Leah foi a primeira a descer e Joe ficando olhando ela com dúvida. Ela voltou e deu um longo beijo estalado no rapaz.


– A partir de agora não temos mais nada! A bela Leah está saindo para caçar hoje.


– O quê? - exclamou o garoto. - Mas… Mas…


– Só vivemos uma vez! Você não estava prestando atenção?


A menina saiu em direção a um grupo de rapazes grandes e musculosos, dos quais Joe sentia um ódio profundo. Eles tinham aquele ar de invulneráveis, celebridades e topo da cadeia alimentar.


– Essa garota é uma vagabunda! - bufou ele.


– E você sabia disso quando resolveu chamá-la para sair. - respondeu Olívia ácida.


– Eu era virgem!


– Então que se curasse da sua virgindade, mas sem se apegar!


– Okay Boys! - Olívia entrou no meio dos amigos e entrelaçou os seus braços nos deles. - Parece que somos o trio de perdedores de novo! Vamos aproveitar a nossa vida entediante, invisível e fora dos holofotes!


O ar de tensão se quebrou com o riso dos meninos e com seus passos sincronizados, eles passavam pelo mar de estudantes dos quais há um ano e meio pelo menos, eles conviviam e não faziam ideia de seus nomes. O sinal de entrada soou estridentemente e o trio se separou para guardar seus materiais em seus armários.


Olívia sorriu ao ver o interior do seu armário decorado com os pôsteres das suas bandas favoritas e alguns poemas que escrevia.


– Lívia…


– Edu? - respondeu a menina saindo de órbita.


As pessoas passavam de um lado para o outro, sem dar a menor atenção ao casal de amigos, mas parecia que Edu estava sendo observado por uma plateia inteira. O jovem de quase um metro e oitenta suava, mesmo com o ar-condicionado central deixando o ambiente fresco. Olívia estranhou o fato dele não conseguir manter contato ocular ou conseguir terminar uma fala sem gaguejar.


– Aconteceu alguma coisa?


– Não, está tudo bem comigo… é que… Bem, eu queria saber se você… Bem! Você sabe que terá a vigília hoje dos dez anos do atentado de Lakewood, você vai?


– Não sei, Edu. Eu estava pensando em ficar em casa e organizar as matérias para eu poder estudar.


– Ah, entendo… - ela notou que ele ficou estranhamente, decepcionado. - Eu deveria imaginar que…


A atenção de Olívia foi roubada pelo seu bolso que estava vibrando. Ela o alcançou e arregalou os olhos, quando notou que era uma notificação do seu aplicativo de bate-papo. Um sorriso espontâneo se abriu em seu rosto e Edu deu alguns passos para trás, frustrado.


– Mais tarde, eu falo com você, Edu! - e ela saiu com o celular na mão com o seu rosto nitidamente vermelho de excitação e ansiedade.


Ele finalmente havia respondido. @Alvin respondeu à @Romântica: “Pensei em você o final de semana todo. Logo, logo, você terá uma surpresa”. A menina leu e seu coração respondia a cada letra daquela mensagem. Os seus dedos respondiam rapidamente, mesmo que a sua turma já estivesse toda em sala.


“Posso te ligar mais tarde?”. Ele enviou a solicitação pedindo o telefone para contato. Ele tentou tantas vezes e em todas as vezes, ela disse a mesma coisa: “Eu não estou pronta ainda”. Porém, nesses dois dias longe dele, Olívia pensou em seus medos infantis e impulsionada pelo conselho da Leah, ela respirou fundo e aceitou a solicitação.


– Só vivemos uma vez! - ela disse antes de confirmar a solicitação que liberaria o seu número. Ela fechou os olhos, como se aquela atitude fosse gerar uma reação em cadeia de desgraças, mas nada aconteceu. Só o seu crush que enviou um emoticon de coração em agradecimento.


Ao perceber as horas e os corredores praticamente desertos, Olívia correu para a sala do segundo ano.


O senhor Rodney já havia preenchido metade do quadro com datas, fatos históricos e teorias do porque seu time de beisebol favorito conquistaria o Estadual desse ano. Ele lançou nela, um olhar reprovador, mas nada falou.


– Tirou a BV do Edu? - disse Joe ao pé de seu ouvido na carteira de trás.


– De onde você tira essas ideias?


– Você é muito cega, garota!


– Creio que a senhorita está com o conteúdo em dia para ter a ousadia de chegar atrasada e conversar na minha aula, certo Srta Rodrigues?


A morena foi pega de surpresa e avermelhou-se com a risada dos colegas de classe. Joe chegou a encarar alguns deles, ameaçadoramente, mas foi completamente, ignorado.


– Se ninguém mais tiver algo mais importante que a minha aula, eu gostaria de continuar.


De repente, todos foram pegos por várias e várias notificações de mensagens de texto. Até o jovem professor que beirava os trinta anos e vestia uma calça social acinzentada, camisa social branca abotoada e uma gravata vermelha, pegou seu celular e viu uma mensagem automática.


– Bem pessoal, como podem ver, este é um SMS convidando a todos para a vigília hoje a noite. Hoje faz 10 anos desde o massacre!


– Mas Sr R! - disse um garoto alto com o rosto tomado de acnes. - O senhor não acha meio sádico, fazer uma festa em comemoração da morte de alguns jovens?


– Olha, Sr Doge, não é uma comemoração. Eu me lembro desse evento fatídico e demorou muito para que a cidade se recuperasse. Não estamos comemorando a morte de jovens, estamos nos lembrando de que podemos viver nossas vidas novamente e ao mesmo tempo, podemos orar por aqueles que já foram.


– Mas e se outro maluco resolver recomeçar uma chacina?


Um grande burburinho começou na sala de aula e Joe foi alvejado por algumas bolas de papel por sugerir algo tão macabro.


– Deus repreenda o que você acabou de sugerir, Joe!


O restante da manhã foi entediante para Olívia. A ansiedade fazia com que o tempo se arrastasse. Ela olhava o celular de minuto em minuto e esperava que ele tocasse a qualquer momento. Ela queria ouvir a voz daquele garoto que havia conseguido despertar algo que nenhum outro conseguiu.


– Oops! - ela sentiu um ombro chocar-se contra o seu e obrigou a derrubar alguns livros.


– Me desculpe! - o rapaz voltou para ajudá-la.


Ela levantou a cabeça e encontrou aquele par de olhos azuis que a assustaram, de tão lindos que eram. Eram como o céu num dia de verão ou o fundo de um lago com águas cristalinas. A segunda coisa que ela reparou foi a jaqueta prateada com detalhes em azuis. Uniforme oficial do time de Hockey da escola: Os Wolves.


O rapaz era alto, tinha braços fortes e quando ele foi se levantando, Olívia ficou constrangida por bater quase no umbigo do rapaz. Ele tinha um sorriso simpático e infantil. Seu cabelo era cortado bem baixo e isso ressaltava suas orelhas de abano.


– Aqui está! - ele arrancou a menina do seu torpor, entregando-lhe seu material. Ela mal conseguiu agradecer. - Bem, eu vou indo. Tente andar com mais cuidado.


– Bora Forlin! - chamou um dos amigos.


Olívia ficou ali, parada, observando aquele rapaz tão simpático que por um momento, se sentiu mal por ter falado de Leah. Seria ela, uma “Maria Jaqueta”? Era melhor seguir para o seu habitat natural antes que pagasse mais algum mico.


A sala de leitura era onde normalmente a menina poderia ser encontrada. Ela sempre gostava de ficar nas mesas próximas a ala de literatura romântica. Mas não os contos atuais, Olívia sempre foi atraída pelos romances medievais. Os dramas, o romantismo cafona e exagerado, normalmente pulava as cenas de sexo e voltava a ler nas batalhas.


Se “Cinquenta Tons de cinza” dependesse dela para o sucesso, a escritora teria de mudar de profissão.


– Aqui de novo? - uma voz feminina em tom baixo quebrou a sua concentração.


– Olá mamãe… - a menina ofereceu a sua testa para que pudesse ser beijada. - Não estou só. Arthur e Lancelot estão aqui, comigo!


– Olívia, minha filha! - disse a senhora que beirava os trinte e cinco anos. Ela era magra, médio porte e cabelos longos e ondulados. - Você precisa de amigos! Eu sou suspeita em falar de livros, mas eles não podem ser uma fuga o tempo todo…


– Prometo que só vou ler esse e depois vou fingir que sou uma adolescente normal!


– Minha garota!


A Sra Rodrigues voltou ao seu balcão e começou a atender alguns estudantes. Olívia encarou o seu livro e a sua vontade de continuar, desapareceu. Ela sacou o seu celular e começou a digitar para o seu querido Alvin.


– Salve-me!


A menina jogou o celular sobre a mesa e se surpreendeu quando a mensagem “digitando” apareceu na janela de bate-papo. Ele perguntou o que havia acontecido e a menina contou sobre as suas inseguranças e como estava cansada delas.


– Acho que eu quero dizer que aceito te ver! - ela falava e digitava.


– Em breve! - ela leu e estranhou.


Ela retrucou, mas ele estava off. Olívia sentiu a frustração se tornando raiva e pegando as suas coisas, ela saiu da sala de leitura sem rumo. Ela via pelas janelas que alguns alunos estavam pelo jardim conversando, namorando, falando mal da vida dos outros, coisas de adolescentes normais.


Até que ela se assustou quando viu uma lente de câmera focada bem no seu rosto. Quando ela reconheceu o menino por detrás do equipamento, ela revirou os olhos. O garoto baixou o instrumento e abriu um sorriso amarelo, prevendo que ouviria um sermão daqueles. Ele era alto, branco, cabelos lisos, usava óculos e possuía traços indígenas.


– Olha aqui, Thiago! Hoje não é um bom dia!


– Poxa Lívia… - ele voltou a filmar a menina. - Esse será um documentário importante para o clube de cinema.


– Sai pervertido!


Thiago ia reclamar, quando viu que alguém ignorantemente empurrou seu equipamento, mas ao perceber aquela pele perolada, aqueles bustos socados dentro daquele top e aqueles lábios carnudos, ele emudeceu.


– Leah?


– Sim, veada! Estou procurando a Ylliana, a viu por aí?


– Porque eu saberia da líder das patricinhas da escola?


– A mãe dela me ligou dizendo que ela não voltou para casa ontem… A veada deve ter saído com algum macho e deve estar se divertindo até agora.


Olívia sentiu uma pontada de inveja. Queria ter essa imprudência, essa impulsividade, mas era tão metódica que até um ato impulsivo seria planejado.


– Ou então, ela finalmente achou o blogueiro e…


– Quem?


– Ninguém Olívia! Era uma obsessão que aquela vadia tinha.


– Obsessões matam, Leah.


– Eu que vou te matar, se você não desligar essa câmera!


A menina puxou Olívia pelo pulso e a arrastou até o banheiro feminino. Uma menina estava de saída e Leah aproveitou para usar uma cabine, enquanto Olívia ficou se olhando no espelho, confusa.


– Do que o Thiago estava falando? - Olívia ouviu o som da respiração carregada e percebeu que talvez esse assunto fosse desgastante para Leah. - Senão quiser responder, tudo bem.


– Sabe a vigília que terá hoje? Então! Foi o tal blogueiro, o responsável pelo massacre de dez anos atrás.


– Como assim? Deu a louca no Perez Hílton?


– O que algumas pessoas dizem! - Olívia riu do som da descarga. - É que ele surtou quando viu que seus contos estavam sendo roubados, plagiados e usados até em slogans para estabelecimentos na cidade.


– Mas o que um monte de estudantes tem a ver com isso? - Leah deu de ombros. - E o que aconteceu com ele?


– Disseram que ele morreu no mesmo incêndio que matou os outros alunos. Nunca conseguiram achar os seus restos mortais para identificá-lo, mas se ele estivesse vivo, certamente ele já teria voltado para acabar o que ele começou.


– Faz sentido!


Olívia sentiu o seu bolso vibrar e Leah lançou um olhar safado a ela. A menina ficou vermelha e invadiu a cabine, dizendo que de repente, ficara apertada. Ela estava num misto de raiva e ansiedade, percebendo que seu aplicativo a avisava de mais uma notificação.


“Você vai hoje a vigília?”. Ela leu, releu, leu novamente, respirou fundo e confirmou. “Hoje lhe contarei toda a verdade… Sobre mim e sobre essa cidade”.


A sobrancelha direita da Olívia se ergueu e ela sentiu algo estranho, crescendo dentro de si. Ela saiu da sua cabine e se percebeu sozinha dentro do banheiro. Ela ficou olhando para aquele número e se percebeu brutalmente ansiosa. Foi então que ela fechou os olhos, apertou sobre o número do rapaz e levou o celular até a orelha direita.


O som do telefone chamando era insuportável. A menina parecia que teria um ataque a qualquer momento, mas ninguém atendeu. Ela jogou o telefone sobre a pia e rodopiou até se chocar contra a parede. A menina se sentia uma verdadeira idiota e começou a xingar uns palavrões.


– AH! - ela gritou quando ouviu o seu telefone tocar. Ela se aproximou lentamente e notou que a descrição “número desconhecido” brilhava na tela do celular. - Alô?


– “Olá, Olívia!” - a voz era aveludada e cheia de malandragem. Parecia digitalizada, sarcástica e um pouco tenebrosa. - Você está ansiosa para conhecer a verdade?


– Porque está me ligando de um número bloqueado? Você está usando aquele aplicativo que disfarça a voz?


– Qual é o seu filme de terror favorito, Olívia?


– Você é um daqueles psicopatas da televisão, não é? Eu sabia que tinha alguma coisa errada.


– Coisa errada era aquele seu “crush” que enquanto conversava contigo e te mandava poemas plagiados, estava saindo com a vadia da Ylliana. Alias! Leah tem razão, ela é uma vadia”.


O coração da menina se acelerou e ela olhou ao seu redor. A chamada ainda estava correndo, enquanto a menina olhava para os vácuos que ficavam entre as portas e o chão. A adrenalina começava a ser liberada na corrente sanguínea e o medo começava a fazer as pernas bambearem.


A notificação de um sms a fez soltar um grito. Era uma mensagem com foto. A imagem estava escura, mas dava para ver um casal se beijando dentro de um carro no meio da floresta. Olívia reconheceu Ylliana, mas não sabia se aquele rapaz realmente era o seu Alvin.


– Como eu vou saber que esse não é outro rapaz? - ela estranhou quando um novo arquivo chegou por mensagem, mas dessa vez era um áudio. - O que é isso?


O homem não respondeu e ela não conseguindo se segurar, colocou a chamada em espera e baixou o áudio e colocou para ser reproduzido automaticamente após o download.


– “Isso porque eu achei que a @Romântica estava me enrolando. Isso deve ser algum tipo de castigo”.


Olívia tapou a boca para não gritar e o celular quase escapuliu por entre seus dedos. Algumas lágrimas começaram a empossar em seus olhos e seu coração parecia bater a mil por hora. Até que ela teve um estalo e ficou olhando aquela chamada em espera.


– A Ylliana não chegou em casa… Você fez alguma coisa com eles?


– Há, há, há… Você é espertinha como a sua mãe, querida Olívia!


– O que você quer? Porque está fazendo isso comigo?


– Como eu disse: Vou te contar toda a verdade. Sobre mim, sobre você e sobre essa cidade. Até mais, tarde…Ah! Não conte isso a ninguém ou haverá consequências.


A ligação caiu e Olívia sentiu suas pernas bambearem. Ela se apoiou na porta de uma das cabines e respirou profundamente. Quem sabe se ela se esforçasse, ela acordaria desse terrível pesadelo e voltaria a sua vida entediantemente normal.


 



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Autor(a): chander

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