Fanfics Brasil - Luz, câmera e ação Pânico em Lakewood

Fanfic: Pânico em Lakewood | Tema: Pânico, Scream, Eu sei o que vocês fizeram no verão passado, Assassinato, Ficção adolescente, Mortes


Capítulo: Luz, câmera e ação

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Um casal se beijava apaixonadamente, ignorando completamente o filme que passava na frente deles.


Uma menina do lado direito do casal, tentava prestar atenção no filme e comer a sua pipoca, mas o som dos estalos dos beijos, a irritava sobremaneira.



Então, de repente, a menina tirou uma faca de médio porte, normalmente, usada para cortar carnes e empalou o estômago do rapaz ao seu lado. Ele urrou de dor, medo e surpresa. A menina do lado começou a gritar, vendo o sangue do seu amado fluir como uma torneira.


A assassina ficou ali, discursando sobre: “Como era um absurdo as pessoas não respeitarem o silêncio do cinema”, enquanto a namorada da vítima tentava estancar o sangue.


O pessoal do clube de cinema lançava um pouco da pipoca que comiam no telão e riam absurdamente daquele filme trash. Eles assistiam aquele curta-metragem, produzido por antigos alunos da escola, na sala de vídeo. Era uma sala pequena com poltronas acolchoadas, paredes acústicas, um telão modesto e um pequeno palco. A sala deveria comportar cerca de quinze pessoas, confortavelmente.


A atenção de todos foi capturada, quando a luz se ascendeu. Eles pararam a algazarra ao perceber que quem ascendera a luz, era uma mulher alta, que trajava um terninho grafiti, saia preta social e saltos que faziam aquele barulho irritante, quando batiam no chão.


Os garotos encaravam o decote dela, que dava uma prévia dos seios fartos, sem falar do rosto redondo, olhos puxados e aquele cabelo imensamente liso que iam abaixo da metade das costas.


– Fizeram a resenha que pedi ou ficaram apenas enrolando? Preciso de uma equipe eficiente para o projeto do final do ano.


A turma de adolescentes baixou a cabeça e procuraram não fazer contato visual com ela.


– Está faltando, gente… - disse ela contando os alunos rapidamente. - Thiago! Vá chamar o restante do pessoal que falta! Vamos começar os ensaios do teatro também!


O garoto de apenas quinze anos se levantou, como se tivesse acabado de receber um castigo. Ele saiu da sala e viu que o corredor estava pouco movimentado. Como de praxi, ele ligou sua câmera e começou a registrar o caminho que fazia. Conforme as pessoas o viam se aproximando, dispersavam e se escondiam o máximo possível da sua câmera.


– Ora, ora, Lakewood High! - o menino, ria do desespero das pessoas.- Do que tem tanto medo que seja registrado?


O jovem rapaz ajeitou os seus óculos e sorriu ao focar numa jovem conhecida. Ela estava distraída observando outros alunos pela janela.


– Olha aqui, Thiago! Hoje não é um bom dia! - disse a menina ao se perceber filmada.


– Poxa Lívia… - ele voltou a filmar a menina. - Esse será um documentário importante para o clube de cinema.


– Sai pervertido!


Thiago ficou muito chateado ao perceber que alguém havia empurrado a sua câmera que demorou cerca de um ano para comprar. Economizara absurdamente a sua mesada para poder ter uma câmera profissional, mas ao perceber de quem se tratava, ele quase permitiu que aquela menina a quebrasse.


Leah fazia parte do Top 3 de garotas gostosas que ele jamais iria, pegar. Ele só voltou a órbita da Terra quando ouviu que uma outra menina do seu top 3 estava desaparecida.


– Ou então, ela finalmente achou o blogueiro e…


Thiago conseguiu o que queria: a atenção de alguém. Porém Leah foi mais rápida e puxou Olívia que foi arrastada pelo corredor, nitidamente confusa sobre o que havia acabado de acontecer.


O menino nerd ficou profundamente frustrado e continuou a caminhar a procura da sala de projeção. Infelizmente depois da última reforma, separaram a sala de vídeo, da de projeção. Para se rodar um filme era necessário que alguém fosse para o segundo andar para poder monitorar a sala.


O segundo andar estava deserto por ser o horário de almoço. Por isso, Thiago ao chegar na sala, simplesmente entrou sem bater e com sua câmera em punho. Ele, pelo som, percebeu que o filme ainda estava rodando e um som esquisito no meio do som das bulbinas. Thiago foi se aproximando da sala que tinha janelas grandes e com vidro transparente. Ele ouvia a voz de dois meninos.


– Se eu soubesse… Eu estaria no clube de cinema e não jogando com os lobos.


– Eu prefiro te ver jogando, porque assim, eu posso me imaginar tirando toda aquela roupa e equipamento suado de você e te agarrar desse jeito.


Thiago fez uma cara de nojo e sentiu o suco gástrico subir até a garganta, quando ele uniu aquelas falas apaixonadas aos sons que agora, ele identificava como som de beijos. Ele fez menção de ir embora, mas olhou a sua câmera e teve uma ideia nefasta.


Um, dos perigosos, Lobos estava se pegando com um cara do clube de cinema. Teria a arma perfeita para chantagear o jogador e assim, garantir um ano pacífico para todos os nerds da escola.


O menino então equilibrou a sua câmera numa mão só e a ergueu, torcendo para que, os pombinhos não estivessem de frente para o vidro. Ele também torcia para que a luz baixa não atrapalhasse a visão dos dois.


– O que foi isso? - Thiago desesperou-se quando o seu celular tocou e despertou os pombinhos.


O menino se colocou de pé e escondeu a câmera atrás de si, a tempo de um rapaz abrir a porta da cabine. Ele parecia assustado e suado. A lente dos seus óculos estavam absurdamente embaçadas, sua respiração ofegante e seu uniforme todo amassado.


– O que está fazendo aqui?


– A Sra Kim pediu para chamar quem estivesse operando aqui em cima.


– Poderia ter me ligado! - o cara estava nitidamente nervoso. - O que você estava gravando aqui?


– Nada! - o menino disfarçou. - Bateria no fim! Vou indo, Rafa!


O rapaz acompanhou o adolescente sair com pressa da sala de filmagem. Ele alisou o cabelo curto, liso e castanho em tom de preocupação.


– Será que ele me gravou?- disse a outra pessoa que estava lá dentro.


– Eu não sei. Mas eu juro que não vou…


– Deixa comigo… Eu sei exatamente o que fazer com esse bisbilhoteiro.


 


~ X ~


 


Olívia nunca matara uma aula sequer, mas devido às últimas circunstâncias, a morena resolveu ir direto para casa. Ela olhava para os lados, como se estivesse sendo observada e seguida. Os vizinhos e as pessoas que passavam pela rua, estranhavam o comportamento da menina e ela nem percebia.


Quando entrou, fez questão de trancar a porta, passar o trinco e ligar o alarme. O silêncio a incomodava bastante, e dando passos curtos e quase inaudíveis, ela vasculhou cada cômodo para certificar-se que não sofreria nenhuma emboscada.


O “bep” do alerta de SMS a fez tremer do alto da cabeça à planta dos pés. Demorou para verificar, mas respirou aliviada, percebendo que se tratava de uma mensagem de Leah. “Cadê tu, veada?”, a mensagem arrancara-lhe um sorriso e quebrou aquele espírito paranoico que havia se apossado dela.


 Enquanto tomava banho, pensava na possibilidade de tudo que passara nessa manhã, pudesse ser uma pegadinha de alguém. Também pensava na desculpa que daria a sua mãe quando chegasse, e por fim, planejava o que estudaria primeiro para passar o tempo.


“Tá tudo bem?”, Edu havia ligado por duas vezes e agora estava mandando uma mensagem. Joe também havia ligado e para o seu pavor, sua mãe também.


Olívia ligou o notebook em cima da mesa e se dirigiu ao guarda-roupa para pegar roupas limpas. Sem que a menina percebesse, a webcam ligou automaticamente, e ela continuou a procurar por um short e uma camisa confortável, ainda trajava o seu roupão.



De repente, ela ouviu o som de algo caindo no banheiro e se dirigiu com a roupa na mão para lá. Quando voltou, estava vestida e faminta. Correu no andar de baixo e pegou um prato com biscoitos e um copo de leite.


– Quem mandou você se ativar? - disse a menina percebendo a cam ligada.


Além de desativar, Olívia acessou a sua conta do Spotify e colocou sua playlist de músicas do Oasis para tocar. Jogou-se na cama de costas para o notebook e começou a folhear suas anotações de química, mas novamente o bep das mensagens, roubaram a sua atenção.


– Thiago? - disse a menina estranhando. - “Como vão os estudos?”


Olívia ergueu uma sobrancelha e perguntou como ele sabia que ela estava estudando e principalmente, em casa. Esperou um pouco e não houve resposta. Cinco minutos após, chegou a resposta com um arquivo que demorou ser baixado: era um vídeo.


A garota saltou da cama, apavorada, quando se viu no vídeo, deitada sobre sua cama e estudando, ao som de “Stop crying your heart out”. Olívia encarou o notebook e viu a webcam ativada e correu para fechar o aparelho. O ar parecia que não conseguia entrar em seus pulmões, foi quando uma raiva sem limites a tomou. Ela pegou o celular e ligou para o menino nerd.


O telefone chamou, chamou e chamou, mas acabou caindo na caixa postal.


– Se você invadir o meu notebook de novo, eu juro que vou ao Xerife Carlson, você me ouviu?


A garota sentou na cama novamente e estava bufando de raiva. Enfiou uns três biscoitos na boca e mastigou muito irritada. Até que novamente, o aviso da chegada de um novo sms, a obrigou a revirar os olhos e pegar o celular a ponto de jogá-lo contra a parede.


“Ih, foi mal, você costumava ter um senso de humor melhor”, ele escreveu.


– Foi você que me mandou mensagens e me ligou com voz de psicopata mais cedo? - digitava quase rachando a tela do celular.


“He, he, he…”.


Olívia bufou de ódio e jogou o celular de qualquer jeito sobre a cama. A fome havia passado, a concentração para estudar havia passado, só a raiva do Thiago que não passava. A menina resolveu ligar seu ventilador, deu uma última olhada no notebook para ver se estava fechado e resolveu tirar um cochilo.


~ X ~


O vapor que saía dos vários chuveiros formava uma espécie de neblina no vestiário masculino. Mais um dia de treino árduo havia acabado e os meninos tomavam uma ducha para relaxar.



– Ora, ora! - disse Forlin saudando um rapaz de corpo esguio, pele muito branca, olhos redondos e negros e o rosto tomado por acnes. - Mais uma falta e o treinador vai te expulsar do time.


O rapaz, recém-chegado, cumprimentou os amigos de time com aperto de mãos e socos punho a punho. Em seguida, ele sentou-se num banco de madeira, onde estavam Forlin e mais dois rapazes.


– Já decidiu quem você vai chamar para o baile de regresso? - perguntou o recém-chegado.


– Kleyton Roy Samba Carlson! - o menino torceu o nariz. Detestava quando faziam esse trocadilho ridículo. - Eu preciso? Na semana do baile, meu armário estará cheio de cartas de amor. Elas imploram para ficar com o Forlin.


Alguns dos jogadores do time se despiram das toalhas que estavam enroladas em seus corpos e atiraram na direção do jovem orelhudo.


– Bittencourt, Bucci! - chamou Kleyton. - Preciso de um favor de vocês!


A dupla de amigos se entreolhou, mas ao verem o rapaz saindo do vestiário, não demoram para irem atrás dele.


~ X ~


Thiago caminhava pela parte detrás da escola, onde havia uma pequena área gramada. Doge estava de costas, atrás de uma árvore e próximo do seu rosto, saía uma fumaça com cheiro adocicado que fazia os olhos do menino nerd arderem.


Por segurança, ele desligou a sua câmera para não registrar o passatempo favorito do amigo.


– Céus, Thiago. Pensei que era alguém da coordenação!


– Pela altura da fumaça seria mais fácil o corpo de bombeiros.


– Porque me perturba no meio do meu relaxamento?


– Eu acabei de gravar algo que vai garantir que perdedores como nós, nunca fiquem tensos de novo.


– Ei, Lokinguo?


Os cabelos da nuca de Thiago se arrepiaram na hora. Ele colocou a câmera para trás e encarou a dupla de valentões que usavam a jaqueta dos Lobos. Ambos eram da mesma estatura deles, mas tinham um físico mais corpulento.


– O que você ia mostrar para o maconheiro? - perguntou o menino mais moreno que tinha traços bem infantis.


– Eu filmei minha vizinha transando! - foi a primeira coisa que lhe veio a cabeça. - Pornô amador de qualidade. Se quiser, eu te mando, Bucci.


– Deixe-me ver então!


Thiago nem lutou muito, acabou levando um soco no pé da orelha e desequilibrando-se, ele caiu aos pés de Doge que continuou imóvel. Os meninos soltaram algumas risadas e foram embora com a câmera na mão.


– Uma mão? - Doge finalmente despertou e ajudou o amigo a levantar.


– Merda Thiago! O que você fez com esses caras?


– Ainda vou descobrir!


Doge abriu um sorriso quando viu o menino com o cartão de memória na mão. Ambos saíram correndo pelo outro lado, antes que a dupla de brutamontes retornasse.


Eles foram direto para o laboratório de informática. Doge nem percebeu quando impestiou o corredor com o cheiro da erva, apenas seguiu seu melhor amigo.


Para a sorte deles, não estava havendo aula naquele horário e também não havia sinal de nenhum lobo.


Eles se sentaram num computador que ficava contra a visão da janela e rapidamente Thiago encaixou o cartão de memória no adaptador e dentro de uma relação de vídeos, ele clicou no mais recente.


Depois de alguns segundos de lentidão, o vídeo abriu no programa responsável e os meninos se muniram de fones de ouvido. O som da porta se abrindo, fez com que se levantassem, mas eles ficaram tranquilos ao verem que se tratavam de alunos quaisquer.


A imagem estava bem ruim. A luz estava baixa e eles não escutavam conversas, apenas o estalar dos lábios que se batiam com ferocidade e desejo.


– Você me trouxe aqui para ver, 4men, cara?


– Um desses dois faz parte dos lobos. Se descobriremos quem é, podemos chantageá-lo em busca de proteção!


O nariz de Doge se torceu, mas depois ele pareceu curtir o plano. Eles tentavam decifrar quem era a pessoa, mas infelizmente só aparecia as costas de Rafa.


– Droga! Eu perdi minha câmera por nada! - Thiago bufou.


– Cara! O que mais tem no seu cartão de memória?


– Não cara, não clica…


Doge clicou num arquivo de quinze dias atrás. A filmagem era de um quarto. Uma garota andava de um lado para o outro, apenas de sutiã e calcinha.


– Cara! Como você conseguiu um vídeo da Ylliana?


– Cara! - respondeu ele, certificando-se de que ninguém estava vendo. - Eu baixei um malware que me permitiu hackear a cam de várias minas da escola. Eu só tenho que dar sorte de elas estarem com pouca roupa e gravar. Não é porque nunca irei pegá-las que eu nunca vou ganhar um nude delas.


– Deixa eu ver de quem mais tu tem!


Thiago tentou impedir, mas o amigo clicou num outro vídeo aleatório e de repente um vídeo muito íntimo de Thiago foi projetado. O amigo saltou da cadeira em direção a parede com cara de nojo e Thiago correu para fechá-lo.


– CARAMBA CARA! - todos olharam na direção dele e ele se abaixou para falar. - Porque você tem um vídeo se masturbando no seu cartão de memória.


– Eu mandei você não clicar, agora eu não me… - um temporizador foi acionado na tela e Thiago ficou desesperado. - Não! Não! Não!



– O que foi, man?


Doge estranhou quando o cursor na tela começou a se mover. Eles olharam para cima da mesa e o mouse estava imóvel. O temporizador mostrava quantos segundos faltavam para o upload e ambos ficaram desesperados.


– Ele é o meu Malware! Tem que obedecer a mim!


– Cara, essa merda está sendo enviada!


– Enviada para onde? Eu nunca coloquei que era para enviar arquivos.


De repente o celular de Thiago apitou, assim como o de Doge, assim como de todos no laboratório de informática e até onde eles podiam ver pelo vidro, das pessoas no corredor também.


– Cacete! O colégio inteiro vai me ver batendo bronha! - disse o garoto desesperado.


Um novo SMS chegou e o nerd se assustou em ver quem era.


– “Você já se aproveitou muito do show dos outros. Hoje, será você o dono do show! Xoxo Ylliana”.


 



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Autor(a): chander

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Thiago saiu do laboratório de informática com o seu casaco cobrindo a cabeça. Seus pais tentavam tapá-lo da visão dos outros alunos que o fotografavam sem permissão, às gargalhadas e gritando palavras e expressões de baixo calão. Os inspetores tentavam afastar os alunos e mandá-los de volta a sala, mas era ...


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