Fanfic: Pânico em Lakewood | Tema: Pânico, Scream, Eu sei o que vocês fizeram no verão passado, Assassinato, Ficção adolescente, Mortes
Thiago saiu do laboratório de informática com o seu casaco cobrindo a cabeça. Seus pais tentavam tapá-lo da visão dos outros alunos que o fotografavam sem permissão, às gargalhadas e gritando palavras e expressões de baixo calão. Os inspetores tentavam afastar os alunos e mandá-los de volta a sala, mas era uma missão impossível.
– Você vai pagar por nos ter humilhado dessa forma! - disse seu pai ao pé do ouvido.
~ X ~
A banda tocava animada, enquanto os casais coreografavam com bastões e fitas. Os meninos encaixavam suas mãos nas cinturas das moças e as erguiam, jogavam para o ar e faziam acrobacias. Elas se fingiam de apaixonadas, magoadas e abriam espacates graciosos.
De repente, a banda se misturou aos dançarinos e perto do fim, todos formaram uma pirâmide humana. Eles continuaram imóveis, mesmo depois que a música acabou e ficaram olhando para a mulher loira que encarava eles com tédio, enquanto mascava o seu chiclete.
Ela vestia uma calça esporte amarela, gema de ovo, uma camiseta preta, regata e um casaco de pano fino do mesmo tecido e cor da calça. Na parte detrás do casaco estava bordado o dizer: “Bees”, em preto e prata, e com uma vírgula embaixo que pegava todo o nome.
– CHATO! - ela gritou com seu megafone, mesmo não sendo necessário. – É assim que vocês querem ganhar o Estadual? Nem vão passar nas eliminatórias! CHUVEIRO!
A pirâmide se desfez em desânimo e irritação, mas uma mensagem viral que chegou a todos os celulares ao mesmo tempo, desviou a atenção daquele esporro cruel. Risadas que se misturavam à ânsia de vômito chamaram a atenção da colt que quando foi repreendê-los, acabou recebendo a mesma mensagem.
Ela sacou o celular e notou que se tratava de um vídeo. Seus olhos azuis se arregalaram, quando ela percebeu que se tratava de um aluno do colégio em momentos íntimos e solo. Alguns alunos riam da reação da treinadora que colocou o seu celular no bolso e ameaçou cortar do time quem guardasse uma abominação como aquela no celular.
– Ei, Leah! - chamou a professora.
– Sim, Srª Madison.
– Você sabe se Ylliana está doente? Ela não costuma faltar o treino.
– A mãe dela também não sabe dela, treinadora! Mas não se preocupe, ela deve ter tido uma noite muito boa! Só isso.
A treinadora dera uns tapas pesados no ombro da marona que saiu com sua mão no lugar da pancada. A Srª Madison sacou seu celular novamente e começou a digitar uma mensagem de texto.
“Espero que continue com sua boca fechada, vadia!”, enviou a mensagem, olhando instintivamente ao seu redor para ver se algum treinando estava olhando.
O banheiro estava bem ocupado. Meninas faziam fila apenas de toalha, esperando a sua vez de tomar aquela ducha quente e refrescante. Até que uma menina loira viu uma colega de equipe digitando uma mensagem freneticamente. Ela foi andando na ponta dos pés para ler a mensagem.
– VAMOS VER! - ela tomou o celular da mão da companheira e a menina entrou em pânico. – COM QUEM ESSA ABELINHA AFRICANA ESTÁ ZUMBINDO!
– PARA SKYE! - bradou ela, explodindo de vergonha. - ME DEVOLVE!
– “Querido Bucci, estou com saudades. Tenho vontade de ser a lua cheia que atrai o seu uivo”.
O banheiro explodiu num grande e sonoro: “Annnnnnnnnnnnm”. A tal Skye devolveu o celular a companheira que estava prestes a ter um ataque de choro. A menina pegou seu celular e correu para os vestiários de tanta vergonha.
– Desnecessário, hein Skye.
– Sai Vadia! - respondeu para Leah que abriu um sorrisinho de canto de boca. - Ela vai sobreviver! Se fosse a Ylliana teria sido muito pior.
– Isso é verdade. Abelhas e Lobos não se combinam.
Ambas sorrira, lançaram um olhar secreto uma a outra e foram direto para as cabines para banharem-se.
~ X ~
O celular de Bucci vibrou dentro de sua jaqueta, no meio da aula de biologia. Ele colocou o livro de embriologia de pé e aberto, para que, pudesse ler o SMS de uma das abelhas.
– Quem é? - perguntou Bittencourt apenas movendo os lábios.
O amigo mostrou o celular e o colega abriu um sorriso perverso. Eles se cumprimentaram sem que a professora visse e o dono do celular voltou a sua atenção para a mensagem.
Skye descobriu sobre nós. Eu não posso mais te ver, leu ele, enquanto revirava os olhos. Suas narinas dilataram e ele nitidamente queria socar alguma coisa. Bittencourt encarou a agitação do amigo e pediu para ver a mensagem.
– Que vacilo, mano. Você estava tão perto.
– O que eu faço?
– Diga algo que faça ela se sentir segura. Você sabe que para ser um lobo de verdade, você não pode ser… Você sabe! Virgem!
Bucci respirou fundo, encarou a professora e começou a digitar, a primeira coisa romântica que veio a cabeça.
– Sr Bucci! - a voz anasalada da professora fizera a sua alma gelar por um instante. - Para que se formem gêmeos univitelinos é preciso que:
– Os irmãos sejam unidos?
Uma explosão de risadas rachou com o silêncio da sala de aula. A professora abriu um sorriso falsamente cortês e pediu para que o jovem se levantasse.
– Fico muito feliz que lá nos Lobos só tenham exigido as suas habilidades corporais, Sr Bucci. - um burburinho começou, ainda mais quando viram as orelhas do jovem ficarem vermelhas de vergonha. - Agora, só apareça em minha aula de novo, quando seus pais assinarem a advertência que o senhor levará por usar celular em sala.
– Mas professora…
– Pode sair, Sr Bucci.
O garoto saiu soltando fogo pelas ventas. Encarou o corredor vazio e aproveitou para chutar uma lata de lixo. Queria xingar mais alto, mas sabia que já tinha problemas demais para uma tarde.
– Hum? - ele sentiu o seu celular vibrar e percebeu que era mais uma mensagem da abelinha.
“Obrigada por suas palavras, elas me fizeram me sentir melhor. Ah! Também quero recompensar você, me encontre no vestiário das abelhas. Vamos mostrar para elas que não temos medo de ninguém. Com amor, Kelley”.
Bucci verificou a quantidade de bateria do celular e abriu um sorriso vitorioso. Essa advertência veio super a calhar, afinal de contas, provaria do mel de uma abelha hoje.
~ X ~
A treinadora Madison estava sentada sobre a ponta da longa mesa da sala dos professores. Ela tomava seu café com alguns biscoitos. Quando sem qualquer aviso, a porta se abriu e o senhor Rodney entrou. Um clima de tensão pairou no ar. Eles faziam pouco contato visual e isso deixou o professor nitidamente desconcertado.
– Eu fiz o último depósito!
– SEU MALDITO! - Madison explodiu numa tentativa fracassada de sussurrar. - Quantas vezes, eu terei de dizer que aqui não é lugar para falar sobre isso?
– Era só pra você saber. Também garanti que seria o último depósito e se ela não excluísse o vídeo, eu a processaria.
– Claro, não é, inteligência rara! Ela nem tem mais armas contra nós, do que nós para ela!
– Algum plano melhor?
Madison encarou aqueles olhos castanhos, por detrás dos óculos quadrados do professor, com tanta seriedade que ele pensou que ela fosse agredi-lo.
– Torcer para que Ylliana Silverstone não esteja mais entre nós.
– Calma Madison! - ele tocou o rosto da colt carinhosamente. - Nós viemos para Lakewood para recomeçar! Não cometerei os mesmos erros, eu prometo.
– Nem eu! - ela tirou as mãos dele, do seu rosto. - Adeus, “Ro-ro”.
O professor de história assustou-se com o apelido carinhoso carregado de deboche, mas tudo que pode fazer, foi assistir a treinadora sair da sala dos professores, batendo a porta com toda a sua força.
~ X ~
O sol já estava começando a perder a sua força. O entardecer fazia com que o céu se tornasse laranja, logo, logo, o turno da tarde se findaria e o expediente escolar se encarraria. Bucci se aproveitou da baixa movimentação estudantil para seguir pelo campo de futebol, atravessar as quadras e chegar ao vestiário das líderes de torcida.
O jovem garoto deveria ter verificado a sua carteira, umas cinquenta vezes. Queria ter certeza que seu preservativo estava lá, não poderia perder essa chance por falta de “cuidado”. Ele puxou uma das porta e um dos lados abriu com um rangido fantasmagórico. Bucci deu uma última olhada ao seu redor e tremelicou-se de felicidade por ver que estava sozinho.
– Hello! - ele gritou, mas ninguém respondeu.
Bucci não via um palmo a sua frente. Todos os chuveiros estavam abertos na temperatura mais quente possível, então um verdadeiro nevoeiro estava instaurado no vestiário.
– KELLEY! - gritou o rapaz, começando a irritar-se. - Fala sério, Guilherme! É uma pegadinha que vocês armaram para o Bucci, não é?
Um som de metal brandindo fez o menino virar-se rapidamente e ele viu algo negro passando pela névoa.
– Quem está aí? - ele andava em direção a porta, mas sempre olhando ao seu redor. - Deixa eu te avisar desgraçado! Nunca se cerca um lobo, entendeu? NUNCA!
Um estrondo vindo de uma pancada violenta num dos armários fez o menino correr em direção a porta. Bucci puxou a maçaneta, mas a porta não vinha. Mal sabia ele, que haviam vedado a porta com um cabo de vassoura deitado, no lado de fora.
O garoto começou a bater à porta desesperadamente e também gritava por socorro, até que ele virou-se para o vestiário e ficou tentando ver algo através da névoa. Bucci começou a semicerrar a sua vista e percebeu que havia algo negro no meio da névoa. Parecia uma pessoa de média estatura que vestia uma capa de chuva negra, botas pretas de couro e uma máscara cirúrgica por dentro do capuz preto.
– HÁ, HÁ, HÁ! - rira o lobo. - Parabéns galera! Vocês me assustaram de verdade!
O novo visitante sacou uma faca de médio porte e Bucci voltou a ficar tenso. Aquela pessoa começou a dar passos lentos na direção do jovem e ele, por sua vez, resolveu correr na direção do encapuzado. Porém, o chão molhado foi contra ele e o menino escorregou, subiu cerca de um metro antes de dar com as costas no chão. Ele bateu com a nuca e o mundo girou um pouco.
Quando seus olhos focaram novamente, ele viu a máscara do encapuzado que parecia analisar o seu rosto, enquanto empunhava a sua faca. Bucci gritou, mas acabou ficando parado, enquanto o assassino empalava a sua testa com a faca.
O jovem lobo começou a se debater, enquanto o sangue fluía pela sua boca. O assassino observava atentamente os espasmos do jogador de Hockey e se adiantou para arrastá-lo pelos pés, sem se importar com o rastro de sangue que se misturava com a água que começava a inundar o banheiro. Ele simplesmente se foi com o corpo, até não poder ser mais visto no meio da névoa.
Autor(a): chander
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