Fanfic: Pânico em Lakewood | Tema: Pânico, Scream, Eu sei o que vocês fizeram no verão passado, Assassinato, Ficção adolescente, Mortes
O primeiro dia de aula sempre era tranquilo para a bibliotecária. Na verdade, era a oportunidade perfeita para arrumar os exemplares, catalogar pedidos novos, checar as devoluções, cobrar os devedores, etc...
A tarde seguia lenta e monótona. Poucos alunos insistiam em ficar na biblioteca lendo, portanto, não tinha com quem trocar, conversar, sugerir um bom livro, então... Decidiu escutar Michael Jackson em seu fone e continuar com sua leitura.
– Sra Rodrigues! - ela ouviu lá longe e abriu um sorriso sem graça por não saber exatamente quantas vezes a aluna a teria chamado. - Onde está a Olívia?
– Na aula, eu presumo. - respondeu, sem disfarçar a cara de estranhesa. - Aconteceu alguma coisa, Leah?
– Nós estavamos no banheiro conversando e aí... - a garota ficou na dúvida em dizer que Olívia estava conhecendo um menino. Não sabia como era o relacionamento entre mãe e filha. - Ela entrou na cabine do banheiro e eu fiquei esperando do lado de fora, mas ela demorou muito e eu voltei para a sala e ela não voltou.
– Não Leah! - o instinto materno a levou a responder e digitar rapidamente em discar em seu celular o número de sua filha. O telefone tocou, tocou, tocou e ela não atendeu. O nervosismo começava a se espalhar pelas veias daquela mãe. - Leah! Ela estava falando com alguém? Chegou a ligar para o Edu? Joe?
O apito da chegada do SMS cortou o interrogatório. Ainda mais, quando a mãe percebeu que era de Olívia. “Desculpe não poder atender. Estou meio ocupada agora”.
– O que ela disse?
– Disse que não me atendeu, porque estava ocupada! - a mulher geniosamente, discou novamente e levou o telefone ao ouvido. - ELA VAI FICAR UMA SEMANA DE CASTIGO!
Os poucos alunos da biblioteca a encararam assustados, a bibliotecária se desculpou em silêncio e virou-se para Leah com seus olhos pegando fogo por detrás do par de óculos.
– “Por favor, mamãe... É importânte! Se duvida, venha ver com seus próprios olhos”. - foi que a mãe leu.
– Pode ir, Sra Rodrigues! Eu seguro as pontas aqui, ela parecia muito estranha hoje, cedo.
A Sra R. lançou um olhar duvidoso a Leah, mas decidiu seguir a mensagem de Olívia e deixou a biblioteca nas mãos da líder de torcida.
Os corredores estavam pouco movimentados, mas logo logo o sinal do final do primeiro dia soaria e rapidamente, os alunos saíram apressados como bestas selvagens no cio. Era assim que a mulher de quase quarenta os via.
Ela olhou o gramado pela janela e admirou o céu alaranjando por conta do final da tarde. O lado de fora estava vazio, a não ser, pela única figura que parecia se dirigir aos ginásios e por aquela jaqueta característica, algum dos lobos resolvera matar aula.
– ” Está ficando quente, mamãe! Você sempre foi boa em esconde-esconde?”- Algo ressoava dentro da Sra R e ela sabia que aquela pessoa não era a sua filha.
– “O que você fez com a minha filha, seu desgraçado? Eu vou chamar a polícia”.
Uma SMS cheia de risadas que foram interpretadas como deboche e em anexo um pequeno vídeo. A respiração da Sra R estava ofegante e as lágrimas começaram a sobressaltar em seus olhos, quando ela abriu o arquivo e viu um vídeo curto de sua única filha, destraidamente, estudando em seu quarto. Pela qualidade, parecia ser um vídeo gravado por uma webcam.
– ” Ela é muito parecida com você, quando você tinha a idade dela. Eu sinto saudade daquele tempo”.
A mulher deixou até o celular cair depois daquela declaração. Ela encarava o seu redor, enlouquecidamente e sua mente parecia trabalhar à quilômetros por hora. Ela relutou e relutou, mas abaixou-se e pegou seu telefone.
Tentou a todo custo segurar a emoção e ligou para o número da sua filha. Novamente caiu na caixa postal, mas a mulher saltou em seu lugar, quando percebeu que um número desconhecido estava entrando em contato.
– Olá, senhorita R! - disse uma voz aveludada e fria que parecia rasgar a sua alma. - Não é assim que você gosta de ser chamada?
– O que você quer com a Olívia?
– Contar a verdade! Contar sobre os segredos dessa cidade podre, dessas pessoas podres, pessoas que tentam viver com seus pecados, mas sem se arrepender ou pagar o preço deles.
– Então, você é o juiz que trará a justiça a Lakewood?
– Para ser mais preciso, minha cara, eu sou o anjo da morte. - A bibliotecária sentiu os cabelos em sua nuca ouriçarem-se. - Mas deixe-me ir, porque o meu primeiro sacrifício acabou de chegar aqui no vestiário feminino do colégio... - A Sra Rodrigues podia ouvir a voz de um menino chamando por uma garota e instântaneamente, ela saiu do colégio e encarou na direção dos ginásios. A poucos minutos, ela havia avistado um menino indo para lá. - Espero que tenha uma ótima tarde... Cilene.
Foi aí que o sistema nervoso da mulher atacou e cada célula do seu corpo começou a tremer. Ela largou o celular sobre o gramado e correu para fora do colégio. Algo muito grave estava acontecendo e não deveria se tratar apenas de um trote, já que, ninguém a conhecia como Cilene, pois Cilene foi a única sobrevivente do massacre de Lakewood, há dez anos atrás.
Autor(a): chander
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