Fanfic: Use-me - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Pegamos um Uber até o Navy Pier e nos encontramos com Christian, Tomás, Jack e Maite. Todo mundo estava vestido como se estivéssemos em uma época onde o álcool era ilegal, e precisássemos frequentar clubes subterrâneos para beber e jogar cartas. A maioria das mulheres usava vestidos no estilo flapper, mas eu preferia a maneira como o vestido de Dulce abraçava suas curvas, embora eu não me importaria nem um pouco com um vestido curto onde eu poderia deslizar a mão por baixo, entre as franjas da barra.

— Este não é o mesmo barco do cruzeiro de bebidas? — Dulce perguntou enquanto entrávamos a bordo.

— Claro que é.

— Talvez eu e Mai possamos brincar de Jenga, então, ou alguma outra coisa.

— Você não quer me ver ganhar? — Sorri.

— Eu vou ganhar esta noite — afirmou Christian.

— Ah, qual é... Você perde toda semana — Tomás zombou.

— Só pode haver três vencedores, e esta noite um deles sou eu — Jack afirmou. Ele estava certo. Só haveria primeiro, segundo e terceiro lugar. O terceiro lugar ganharia quinhentos dólares, o segundo, mil dólares, e o primeiro lugar ganharia cinco mil.

Eu revirei os olhos.

— Vocês sabem que eu sou o melhor jogador.

— Embora eu acharia o máximo ver os quatro se engalfinhando em uma briga, acho que prefiro uma bebida — Dulce indicou.

— Certo — concordei. — Vamos pegar uma bebida, depois ver o esquema do jantar.

***

Já tínhamos jantado e bebido alguns drinks no momento em que o torneio começou. Noventa e nove competidores disputavam o primeiro lugar.

Havia onze mesas, cada uma com nove jogadores. Seis mesas no nível inferior, cinco no nível médio e a mesa final no nível superior. O vencedor de cada mesa passaria para o evento principal, então a mesa final contaria com onze jogadores. Os assentos foram escolhidos aleatoriamente, e eu estava em uma mesa com Jack. Eu venci.

— Você vai para a mesa final? — Dulce perguntou, um enorme sorriso no rosto.

— Claro que vou.

Ela empurrou meu ombro.

— Não seja tão arrogante.

— Eu jogo toda semana, Cupcake. É um hábito adquirido.

— Não é a sorte nas cartas? — Maite perguntou. Ela e Dulce haviam observado nosso jogo durante a última hora ou mais até eu ganhar.

— É mais do que apenas sorte. Você precisa saber quando “pegá-los e quando largá-los”. — E agora essa música do Christian Rogers vai ficar na minha cabeça. — Além disso — eu me inclinei mais perto e sussurrei: — Eu sou bom de blefe.

— Bom “conversa fiada”, isso é o que ele é — Jack falou.

— Não fique bravo porque você perdeu.

— Eu vou te acompanhar na próxima semana.

— Certo. — Sorri.

— As senhoritas não gostariam de nos acompanhar em outra bebida enquanto esperamos? — perguntei.

— Vocês não querem ver como Christian e Tomás estão indo? — Dulce perguntou.

Balancei a cabeça.

— Não. Não quero distraí-los. Melhor deixá-los quietos.

Chegamos a um bar no convés superior, e cada um pediu uma bebida.

Poucos minutos depois, Tomás chegou até nós.

— E aí? — perguntei.

— Dei uma surra. Assenti em aprovação.

— Eu ganhei também.

— Esse merda trapaceou. Eu ri.

— Não trapaceei porra nenhuma! Você que é ruim...

— Vamos dar uma volta no convés — Dulce disse a Maite. — Deixe os meninos compararem o tam...

— Cuidado, Cupcake. Lembre-se do que aconteceu na última vez que estávamos no barco...

Ela lentamente virou a cabeça para mim e estreitou os olhos, mas antes que pudesse responder, Christian chegou.

— Quem eu vou detonar na mesa final?

— Eu — respondeu Tomás.

— E eu — afirmei.

Christian olhou para Jack que balançou a cabeça.

— Christopher trapaceou.

— Cara, eu não trapaceio.

Observei Dulce se afastando. Quando eu disse que seu vestido abraçava cada curva, eu não estava brincando. Observar o cetim abraçando sua bunda a cada passo, estava fazendo meu pau esticar a calça. Não ajudava o fato de ser o mesmo barco onde transamos no banheiro. Eu ainda a desejava como sopa quente em uma noite fria.

Christian se moveu ao meu lado e se inclinou para sussurrar:

— Você vai me arranjar um encontro com a Maite?

— Vou conversar com a minha garota.

— Você é o melhor amigo, cara.

— Yeap — concordei.

— Você vai me deixar ganhar mais tarde também?

— Nope.

— Eu preciso parecer fodão pra Maite.

Gargalhei.

— Você vai precisar de mais ajuda do que ganhar num jogo de cartas.

***

A chave para ter melhores chances de ganhar era não chegar bêbado à mesa final. O problema foi que, no momento em que ele entrou no salão, desejei que estivesse mais bêbado do que um gambá.

Meu corpo ficou rígido, e a ira subiu pelas minhas veias.

Paco “filhodaputa” Álvarez entrou no salão e veio direto em direção à mesa final. Eu não sabia onde Dulce estava e isso era ótimo porque eu não queria que ela me visse perdendo a cabeça. Na última vez que vi Paco, eu estava sozinho e sabia que se ele tentasse algo, provavelmente eu levaria a pior na briga. Agora meus amigos estavam comigo, mas não havia para onde ir. Teríamos pelo menos mais duas horas no cruzeiro, e agora que eu sabia que Paco estava no mesmo barco, seriam as duas horas mais longas da minha vida.

Apertei os olhos em sua direção, desejando que um olhar pudesse matar. Ele olhou ao redor da mesa depois de sentar-se, e quando seu olhar encontrou o meu, imediatamente me reconheceu.

Ele sorriu.

Aquele idiota sorriu pra mim, e eu não queria nada mais do que voar através da mesa e lhe dar uma surra.

— Uckermann — ele disse secamente.

— Álvarez — retruquei. Eu podia sentir meus amigos olhando para mim, mas não afastei meu olhar mortal de Paco.

— Não sabia que você estava aqui.

— Idem.

Assisti uma mulher se mover para ficar atrás dele, colocando a mão em seu ombro. Ela se inclinou e perguntou:

— Posso te trazer algo para beber, doçura? Doçura?

Ela não conhecia esse cara... Porra! Onde Dulce estava?