Fanfic: Use-me - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Postei bastante hein!!! Continuem comentando amoras! Bjs

Dulce

Eu não fazia a menor ideia da razão do Christopher ter agido como se quisesse matar o Paco. Tudo bem que eu não fiquei feliz nas poucas vezes em que esbarramos com a ex dele, mas nunca quis bater nela. Bom, admito, talvez eu quisesse esbofeteá-la, mas provavelmente nunca chegaria a fazer isso. Mas quando Christopher partiu pra cima de Paco, eu sabia lá no fundo, que se os dois estivessem sozinhos naquele salão, socos teriam sido trocados. Mas por quê? O que Paco fez que poderia ter causado aquela reação em Christopher? Desde que estamos juntos, Christopher sempre foi doce, amável e não tem um pingo de maldade no corpo.

Voltei para a sala onde o jogo de pôquer prosseguia. A mesa estava cheia, exceto pelo assento de Christopher, e Christian olhou para mim quando caminhei diretamente até onde Jack e Maite estavam.

— O que diabos foi aquilo? — perguntou Christian. Dei de ombros.

— Ele não me disse.

O jogo de cartas continuava enquanto conversávamos.

— Eu vou te dizer — Paco cuspiu, me parando no caminho. — A cadela sempre corre porque ele tem medo de mim.

Olhei para Paco.

— Medo de você? Como você o conhece?

— Sim, cara. Esclareça isso — Tomás rosnou, ácido permeando suas palavras. — Diga-nos como você conseguiu que uma das pessoas mais amáveis que conheço tenha ficado tão irritado daquele jeito.

Paco jogou algumas fichas no centro da mesa.

— Seu garoto é um maricas. Sempre foi, desde o Ensino Médio.

Ensino Médio? Eles se conheceram na escola?

Christian levantou-se, fazendo com que a cadeira caísse no chão de madeira.

— Vá se foder, cara! — Ele apontou para Paco. — Quem diabos você acha que é?

— Ooooh, Christian ficando todo agressivo é bem atraente... — assobiou Maite ao meu lado.

A cada palavra que Paco dizia, mais eu queria dar na cara dele. Mas, eu era uma figura pública, e não queria ser demitida se alguma coisa vazasse na internet, então tive que manter a calma, mesmo sendo difícil.

— Cavalheiros — advertiu o crupiê —, Se isso continuar, terei que pedir a todos que se retirem da mesa.

— Ele é quem devia sair — Christian cuspiu, apontando na direção de Paco.

— Vamos nos acalmar — afirmou Jack. — Comece o jogo, e quando terminar, todos podemos sair.

Os outros jogadores concordaram sacudindo as cabeças. Christian se recostou e olhei de volta para Paco. Ele estava sorrindo. O que eu tinha visto nele? Como cheguei a pensar que poderíamos nos casar? Eu não precisava saber a história completa sobre Christopher e Paco para ter certeza de que meu rompimento com ele havia sido a melhor coisa que poderia ter me acontecido. Foi isso que ocasionou a ligação de todos os pontos, fez com que as estrelas e luas se alinhassem. Foi um livramento, certeza.

Eu queria voltar para o Christopher e confortá-lo, dizer-lhe que não me importava com Paco e, de fato, nunca mais queria falar dele. Estava me matando ser paciente e dar tempo a Christopher, mas, claro, algo aconteceu para fazer com que ele agisse assim depois de todos esses anos.

Atirei olhares mortais na direção de Paco durante todo o jogo de pôquer até vê-lo fora. Os únicos que sobraram foram Christian e Tomás. Eles eram realmente bons, e Christopher estava certo. Não se tratava apenas de ter sorte, era preciso habilidade. Eu queria tanto que ele estivesse jogando e se divertindo, como fazia com os amigos em casa.

 — Eu vou atrás de Christopher. Nos encontre quando acabar aqui, ou trinta minutos antes da meia-noite — eu disse a Maite.

— Tudo bem. Vou assistir...

— Christian. — Eu pisquei para ela.

Maite sorriu.

— Você me conhece tão bem.

Eu ri e fui em direção à porta. Christopher queria que eu falasse com Maite sobre Christian, mas não havia necessidade. Aqueles dois acabariam se arranjando sozinhos.

Fui até o bar onde Christopher disse que estaria. Trinta minutos já haviam se passado e se ele precisasse de mais tempo, então... Bem, eu não sabia o que fazer porque estávamos em um barco, pelo amor de Deus.

A neve tinha parado de cair, e quando cheguei ao bar ao ar livre, vi Christopher de pé debaixo de uma lâmpada de aquecimento conversando com um homem mais velho. Christopher virou-se e sorriu assim que me viu. Aparentemente, dar-lhe algum tempo valeu a pena. Todo mundo digere a raiva de forma diferente e descobrir que Christopher somente precisava de tempo para esfriar a cabeça, era maravilhoso.

Christopher estendeu a mão e a peguei ao chegar ao seu lado.

— Otis, esta é minha namorada, Dulce. Otis estendeu a mão e eu o cumprimentei.

— Claro. Você apresenta o último noticiário da noite...

— Na verdade, ela está mudando para o horário nobre. Vai apresentar as primeiras notícias da noite — afirmou Christopher.

Eu sorri.

— Amanhã é o meu primeiro dia.

— Parabéns. — Sorriu Otis.

— Obrigada.

— Otis possui um bar de karaokê. Meus olhos se arregalaram.

— Sério?

— Sim, e fiquei sabendo que você adora cantar. Meu rosto esquentou.

— Isso é exagero. Este cara aqui — apontei o polegar na direção de Christopher — que é o cantor de karaokê.

Todos nós rimos.

— Bem, se vocês dois quiserem aparecer e cantar com o coração e a alma, me liguem. — Otis entregou a Christopher seu cartão.

— Obrigado, cara. Tenho certeza de que podemos fazer isso qualquer noite dessas — respondeu Christopher.

— É melhor eu procurar minha esposa. Ficar preparado para a virada do ano e essas coisas. Foi um prazer conhecer vocês. — Nós apertamos as mãos novamente.

— Quer uma bebida? — Christopher perguntou depois que Otis foi embora.

— Quero.