Fanfic: Use-me - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Amadaaaaa?! Cadê Vcs?

Dulce

Paco estava desaparecido há dois meses. Eu tinha voltado a andar sempre olhando por cima do ombro quando saía de casa, mas às vezes esquecia que ele poderia aparecer a qualquer momento. O que me deixava um pouco mais vontade era que Christopher e eu havíamos comprado uma casa.

Juntos.

Christopher tinha alugado o apartamento há cerca de um mês, e as coisas estavam caminhando tranquilamente. Nossa nova casa de dois andares era feita de madeira, com acabamentos brancos nas varandas e o portão vermelho. O terraço da frente era gostoso, e o quintal de trás tinha uma piscina exatamente do jeito que queríamos. Também tinha quatro quartos, o que significava que cada um tinha o próprio escritório, e uma cozinha enorme onde Christopher fazia café da manhã para mim todos os sábados de manhã.

Era perfeito.

Para a nossa festa de inauguração, acabamos fazendo uma noite do pôquer como eu havia sugerido. E apesar de Christopher ter me ensinado a jogar, todos, incluindo Christian, Tomás e Jack, acabaram perdendo para ele. Eles brincaram que nós poderíamos comprar algo para casa com o ganho do jogo. Então compramos uma banheira de hidromassagem para o deck dos fundos para deixar o nosso pequeno paraíso no subúrbio mais aconchegante.

Tudo era perfeito…

Com exceção de não sabermos onde estava o Paco.

Tentávamos não pensar sobre o assunto, mas era inevitável. Paramos de ir a qualquer lugar, exceto o trabalho e casa e, por mim tudo bem, porque tudo o que eu queria era ter Christopher seguro. Se nós nunca tivéssemos começado a namorar, então nada disso teria acontecido. Eu poderia estar trancafiada no porão do Xavier ou morta, mas Christopher nunca teria sido baleado. É louco pensar que um encontro ao acaso acabou se transformando em um jogo onde eu e Christopher estávamos tentando ganhar. O jogo do amor. Eu só esperava que não tivéssemos que lutar por nossas vidas, porque não era assim que o amor deveria ser. As pessoas não devem ter que morrer por ninguém para ficarem juntas.

Felizmente, Christopher e eu ainda estávamos vivos.

Nos últimos dois meses, também decidi que não conseguiria fazer reportagens externas, com matérias especiais ou qualquer coisa do tipo. Eu precisava ficar no estúdio onde me sentia segura. Conversei com Christopher e meu chefe, e tomei a decisão de não fazer nenhum trabalho de campo até Paco ser preso. Isso significava que a matéria que eu queria fazer sobre a ilha flutuante iria para outra pessoa. Eu estava chateada, mas Christopher me disse que ele me levaria lá quando fosse inaugurado, e isso era tudo o que eu realmente queria fazer de qualquer maneira.

Hoje, no entanto, eu estava indo para o último jogo da temporada do Blackhawks. Christopher conseguiu um monte de ingressos de cortesia: Zora, Celina, Vicky, Maite, meus irmãos, suas famílias, meus pais, os pais de Christopher, sua irmã, Mia, e o marido, Miguel. Ele nos colocou em uma sala vip no último andar do estádio com comida, bebidas, TVs que transmitiam o jogo – e a apresentação do programa de Christopher antes e durante o jogo –, bem como a vista de todo o gelo.

Seria ótimo.

Ele me emprestou sua camiseta de Crawford de novo, e depois de chegar ao estádio com Maite e Christian, nos encontramos com todos os outros e esperamos para ser acompanhados até a sala. Uma senhora finalmente apareceu, e depois de confirmar que nossos ingressos eram para a área vip, nos levou em grupos até lá. Eu estava no último grupo para subir.

— Ei, mana — disse Théo, apoiando o braço sobre meu ombro enquanto entrávamos na sala. Paramos na frente da televisão que estava no mudo, onde Christopher e Tomás estavam transmitindo. — Christopher é o melhor cara que você já namorou.

Eu o afastei de brincadeira.

 — Eu sei, mas você só está dizendo isso porque o seu sonho de ganhar ingressos para assistir ao Hawks se tornou realidade.

— Eu salvei a vida dele — ele respondeu.

— É verdade, mas ele só foi baleado no ombro.

— Apenas se sinta sortuda por nós termos aprovado o cara — Poncho falou.

— Deixe sua irmã em paz — minha mãe ralhou — e vão cuidar de seus filhos.

Cada um dos meus irmãos tinha dois filhos, e as crianças estavam escoradas no o parapeito da sala, como se tivessem se esquecido do estádio. Tyson, o caçula de Poncho, estava com a barriga apoiada na grade, olhando pra baixo, como fosse o Superman. Cohen, o mais velho de Poncho, e Jacob, o mais novo de Théo, estavam olhando para Tyson como se estivessem a dois segundos de fazer exatamente o mesmo.

— Merda — Poncho murmurou e foi salvar o filho da queda. Théo seguiu atrás.

Olhei para o bar e vi as duas esposas pedindo bebidas. Eu também precisava de uma.

— Obrigada, mãe. Quer uma bebida?

— Claro. Uma taça de vinho. Eu vou conversar um pouco com a Alexandra.

Sorri e fui em direção ao bar. Meus amigos já haviam formado uma fila.

— Então, quando vocês dois vão morar juntos? — perguntei a Maite e Christian.

Os olhos de Christian se arregalaram.

— Nós não somos tão apressados quanto você e Christopher — respondeu Maite.

— Ah, qual é... — resmunguei e apontei o polegar na direção de Christian.

— Este aqui continua fofocando com os rapazes toda semana, falando sobre o quanto ele fica sempre na sua casa e essas coisas. “Maite faz o melhor café”, “Maite faz uma omelete pra mim todas as manhãs”, “hoje à noite, quando for pra casa da Maite”...

— Nós entendemos. — Christian riu como se estivesse envergonhado. Eu sorri.

— Então, novamente, quando vocês vão morar juntos?

Eles se olharam e encolheram os ombros. Eu ri levemente e entrei na fila, logo após minha cunhada pegar suas bebidas.

— Dul, o que você vai querer? — perguntou Zora. Eu parei ao seu lado.

— Dois vinhos tintos, por favor.

O bartender começou a encher uma taça de vinho borgonha.

— Como é a casa? — perguntou Celina.

— É boa. Grande. — Eu ri.

— Já batizou o lugar todo? — perguntou Zora.

Meus olhos se arregalaram, e olhei para os meus pais e os de Christopher. Então voltei a cabeça para as meninas e sorri.

— Só isso que você gostaria de saber, né?

— Exatamente — afirmou Vicky.

Dei de ombros e não confirmei que elas estavam, de fato, pensando corretamente. Até mesmo a piscina, uma vez. Ainda estava frio demais para realmente desfrutá-la, mas eu sabia que passaríamos muito mais tempo ali no verão.

Sem mais gracejos e provocações, as luzes acima do gelo diminuíram, indicando que jogo estava prestes a começar. Depois de entregar a bebida à minha mãe, fui me sentar ao lado do meu pai e Victor, nos assentos da primeira fila da sala vip.

— Ei, garotinha — papai me cumprimentou.

— Ei, papai.

— Eu estava falando com Victor sobre ir a um jogo do Cubs. Você e Christopher querem ir?

Pensei por um momento. No passado, eu gostava mais de beisebol do que hóquei, mas o esporte nunca tinha sido minha praia antes de Christopher.

— Vou perguntar a ele.

Meu pai voltou para o pai de Christopher e começaram a conversar novamente. Observá-los conversar estava aquecendo meu coração. Era o que eu sempre quis. Agora eu tinha um homem, minha família o amava, eu o amava e vivíamos juntos. Até minha mãe e Alexandra estavam conversando, ambas rindo. Emocionei-me ainda mais.

O time do Blackhawks saiu de um túnel escurecido para o gelo, onde eles patinavam na frente da rede e depois para o centro da pista, onde formavam uma linha, de frente para o gol na linha vermelha. Depois que o hino nacional foi cantado, o jogo finalmente começou.

O disco caiu na pista, e os jogadores começaram a patinar, entrando em qualquer posição que precisavam para obter o puck e tentar fazer um gol. De onde estávamos, ainda podíamos ouvir os patins atravessarem o gelo quando os jogadores paravam, se atiravam contra os adversários nas laterais, causando choques sempre que alguém atirava o disco.

— Senhorita Saviñón? — Eu olhei para cima e uma senhora com calças pretas e uma camisa polo Blackhawks estava parada ao meu lado.

— Sim?

— A cada intervalo temos brincadeiras para os fãs. Estávamos pensando se você gostaria de participar de uma durante o segundo intervalo?

Isso significava que eu perderia a apresentação de Christopher. Hesitei, mas minha família e meus amigos começaram a gritar:

— Vai! Vai! Vai!

— Você pode ganhar alguns prêmios. Talvez até uma nova camiseta.

— Pelo amor de Deus, vá, Dul!

Eu ri, pensando que talvez eu pudesse ganhar uma camisa do Crawford ou Kane ou a de qualquer outro se eu realmente ganhasse.

 — Tudo bem, claro.

— Ótimo. Voltarei no meio do segundo tempo para buscá-la e levá-la ao gelo.

Posso ver a manchete agora...

Notícias de Última Hora:

Dulce Saviñón é muito ruim nos esportes. Ela também caiu de bunda no gelo.