Fanfic: Cartas Encontradas - Vondy | Tema: Vondy

Conforme o tempo ia passando Dulce e eu estávamos cada vez mais próximos, ela ainda fazia suas apresentações todas as noites, as vezes eu ia para assistir, as vezes não, mas ela sempre estava maravilhosa, mas uma coisa estava me assustando, com tamanho sucesso todos queria saber quem era aquela mulher por de trás da máscara.
Outra coisa que estava me deixando desconfortável era a relação dela com Herrera, cada vez estavam mais amigos, agora ela também o fazia visitas, e eu não gostava nada daquilo. Quando ele viesse até meu Castelo ela ainda estava sob minha proteção, agora na residência dele era ela sozinha.

- Vai para algum lugar? - Perguntei.

Havíamos acabado de transar e ela já se levantou correndo para se trocar.

- Eu tinha me esquecido completamente que o Alfonso me enviou uma carta pedindo para ir até sua casa que ele quer conversar comigo.

- Porra Dulce, acabamos de fazer amor e você já vai sair correndo para ir ver outro homem?

Ela parou de pentear os cabelos e me encarou nervosa. 

- Pensei que já tivéssemos superado essa fase de ciúmes bobo.

- Eu deixei vocês serem amigos e tudo mais até agora, mas hoje será o último dia em que você irá até a propriedade dele. A partir de amanhã se vocês quiserem se ver terá de ser aqui.

- Tudo bem ciumentinho - Falou vindo até mim e me dando um selinho antes de partir em seguida.

Ela saiu de casa ainda era de manhã e voltou só a noite, coisa que de cara estranhei, ela sempre voltava antes do sol se pôr.
Quando ela entrou minha intenção era de repreende-la, e brigar com ela por aquele ocorrido, mas assim que ela adentrou eu vi em seu olhar que ela não estava bem.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa? - Perguntei preocupado.

- Não, por que a pergunta? - Ela estava mentindo.

- Você nunca volta tarde assim, e está com um semblante... Triste. Aquele desgraçado te fez alguma coisa? - Questionei furioso.

- Não, se acalme. Alfonso apenas insistiu demais para que eu o acompanhasse para o jantar, já que a cozinheira havia feito cordeiro assado e ele sabia que era meu prato favorito. Enquanto vinha passei no teatro e avisei Benedita que resolvi dar uma pausa na cantora mascarada.

- O que? Por que? - Perguntei incrédulo, cantar era a vida de Dulce.

- Preciso de um tempo para mim, e no final você tinha razão, uma cantora nunca será respeitada. 

E ela simplesmente saiu andando rumo para o nosso quarto, alguma coisa estava muito errada e a verdade é que eu estava com medo de descobrir o que era. 

No dia seguinte acordei bem cedo, Dulce ainda dormia tranquilamente ao meu lado. Minha vontade era de ficar ali, mas eu precisava resolver uns assuntos na cidade, então rapidamente me arrumei, peguei me cavalo e saí.
Devia ter alguma grande fofoca rolando, as pessoas estavam reunidas em diversos grupinhos conversando. Eu odiava essas conversinhas, então minha intenção era de apenas resolver meus assuntos e ir embora o mais rápido possível, porém não consegui cumprir minha missão.

- Senhor Uckermann, bom dia - Disse Ferdinando se afastando das pessoas com quem conversava e vindo até mim. Eu mereço!

- Bom dia, como vai?

- Muito bem, hoje o dia está belíssimo, não?

Não sei porquê quando alguém vai fazer uma fofoca tem que falar do tempo antes, é como se fosse um ritual.

- É mesmo, nada como um belo dia ensolarado.

- Oh sem dúvidas. O senhor ficou sabendo da cantora mascarada?

Meu corpo todo gelou, deviam ter descoberto tudo, que ela era Dulce, minha esposa.

- Não... O que?

- O senhor Herrera tirou a sorte grande.

- Não entendo - Falei confuso.

- Sabe aquele moleque que trabalha para ele?

- Sim.

- Espalhou pra todo mundo que viu Alfonso transando com a cantora, acredita?

Instantâneamente uma raiva ferveu por todo meu corpo, aquilo era mentira obviamente. Mas mesmo assim, era impossível controlar a fúria diante aquela calúnia.

- Ele deve estar apenas querendo chamar atenção, sabe onde posso encontrá-lo? Vim até a cidade justamente para ver se o encontrava, tenho um serviço para ele - Menti, eu tinha ido até a cidade para assinar uns documentos, mas agora precisava encontrar aquele menino de qualquer maneira.

- Não acho que o garoto esteja mentindo, até porque ele não teria nada a ganhar com isso, e outra ele contou com riquezas de detalhes.  A ultima vez que o vi estava lá na venda.

- Obrigado - Respondi e sai apressado até a venda, e realmente ele estava lá. Apenas o peguei pelo braço e o arrastei para fora até um canto isolado.

- Me larga!

- Eu vou te largar quando esclarecer esse negócio da cantora mascarada com Herrera.

- Esclarecer o que? Eu os vi transando só isso.

- Eu sei que está mentindo, acho bom me falar o que realmente está acontecendo, senão eu vou te matar aqui mesmo - Falei furioso, e era verdade, no estado que estava senti que poderia mata-lo com um simples soco.

- E-eu... Alfonso me pagou para espalhar o boato, mas ele realmente estava com uma dama ontem sem querer eu os vi, só não sei dizer quem era, se de fato se tratava da cantora mascarada.

Eu o soltei com brutalidade, as coisas se encaixavam, Dulce passou a tarde toda na casa daquele homem e voltou toda estranha. Respirar parecia ter se tornado a coisa mais difícil, segui correndo até meu cavalo, eu precisava passar tudo aquilo a limpo com Dulce. E se tudo aquilo for verdade, eu vou matar os dois sem nem pensar duas vezes.