Fanfic: Cartas Encontradas - Vondy | Tema: Vondy

Quando cheguei em casa eu estava possesso, Jonny veio ao meu encontro falar algo, mas eu não ouvi uma palavra e apenas me desviei de sua pessoa. Assim que entrei no quarto Dulce terminava de prender os cabelos, quando me viu tive certeza que um olhar de medo percorreu seu rosto, eu devia estar o próprio Diabo naquele momento.

- Algum pro-problema? - Gaguejar, tá aí uma coisa que eu nunca tinha a visto fazer antes.

- O que aconteceu ontem, Dulce?

- Do que você está falando? - Perguntou nervosa desviando o olhar do meu. 

- EU FUI NA CIDADE HOJE E SABE QUAL A FOFOCA DA VEZ? QUE A CANTORA MASCARADA TRANSOU COM ALFONSO HERREA. ESSA MERDA É VERDADE?

Ela estava com medo de mim, pois a vi se encolher na cadeira. Reparei que seus olhos estavam cheios de lágrimas.

- Desgraçado! Ele disse que não falaria nada - Falou em prantos.

Naquele momento senti meu mundo girar, eu ainda tinha um fio de esperança de que tudo não passasse de um boato.

- Vagabunda! Desgraçada! - Esbravejei.

- Deixe-me te explicar, por favor.

- Explicar o que? Que tinha acabado de fazer sexo comigo e foi abrir as pernas para outro?

- Pare de falar asneiras, e me escuta, se em algum momento você sentiu nem que seja um carinho por mim, sente-se e me escute.

Minha única vontade era de sair dali, ir até a casa de Herrera e mata-lo, mas decidi ouvi-la. 

- Tudo começou assim...

"- Bom dia Alfonso, aconteceu alguma coisa para ter me chamado com certa urgência?

- Bom dia querida, por favor sente-se - Disse sorrindo - Não aconteceu nada de tão grave.

- Está me assustando - Confessei.

- Eu te chamei aqui para me esclarecer uma dúvida.

- Qual?

- Como eu devo te chamar? De Dulce Uckermann ou Cantora Mascarada?

- Oi? Que bobeira é essa? - Perguntei rindo nervosa.

- Oh querida, não precisa mentir para mim. Eu vi que você é a cantora - Falou enquanto deslizava a mão pelo meu rosto.

- Tudo bem, eu sou a cantora sim, mas por favor não conte a ninguém.

- Claro, jamais faria alguma coisa para prejudicar uma amiga. Desde o dia em que te vi no meu baile eu te queria, você era a mulher que eu sempre desenhei nos meus sonhos, e já faz dias que eu não consigo dormir com ninguém porque toda maldita hora você invade meus pensamentos, e sabe o que me resta? - Neguei assustada com a cabeça - Me resta me masturbar pensando em você nua na minha cama, como se eu ainda tivesse 12 anos.

- Eu preciso ir - Falei me levantando, mas ele segurou meu braço.

- Não vou te obrigar a nada meu anjo, porém se você sair por aquela porta, junto com você sairá nosso segredinho, e todos vão ficar sabendo que Christopher Uckermann  está casado com uma mulher da vida, que se exibe em cima de um palco. Coitadinho, é capaz de perder até o título de nobreza, de Duque para pé rapado, até daria um ótimo livro, não acha?

- O que você quer?

- Não ficou claro, querida? Eu só quero uma coisinha básica, nada demais, quero te possuir, só isso. Além do mais, eu sei que você já deve estar acostumada. 

Eu não consegui conter minha fúria e lhe atingi com um tapa certeiro no rosto.

- Nervosinha ainda por cima? Mas como eu disse, você quem vai escolher o destino do seu maridinho, se quiser que seu segredo seja guardado fique, senão a porta está aberta.

Mil coisas passavam por minha cabeça, Christopher sempre deixou bem claro que não gostava que eu cantasse, e sempre zelou muito por sua reputação, eu não poderia arruinar sua vida, acabar com tudo aquilo que ele vem construindo desde a adolescência. Lágrimas rolavam sem cessar pelo meu rosto, eu queria sair correndo dali, mas eu sabia que não podia.

- Ótima escolha, venha - Falou me pegando pela mão e me puxando.

E no quarto ele fez tudo o que queria comigo, me abusou de todas as maneiras possíveis e impossíveis, cada estocada era uma nova onda de dor que atingia meu corpo, cada toque era uma nova lágrima que escorria pelo meu rosto. Ele fez questão de gozar por cima de meu corpo, me mostrando que eu era suja. Além da agressão física ele me agredia psicologicamente, me chamando de diversos nomes. Aquela tortura parecia que nunca ia acabar.

- E aí, gostou? Tenho certeza que dou de 10 a 0 daquele corno do Uckermann. 

- Cala a boca!

- Grita comigo de novo que eu fico excitado novamente e ai já sabe, né?

Então me calei, o medo de tudo acontecer de novo era muito grande. Me vesti o mais rápido que consegui.

- Ninguém saberá da cantora mascarada, e ninguém saberá disso aqui - Gesticulei com as mãos me referindo ao que havia acabado de acontecer.

- Trato feito, querida. Sempre que precisar estarei aqui a sua disposição - Disse sorrindo me dando uma piscadela.

Eu saí o mais rápido que conseguia, ignorando completamente a dor dilacerante entre minhas pernas, a dor em meus seios do tanto que ele apertou e chupou, a dor no meu maxilar do tanto que fui obrigada a fazer-lhe oral... Eu estava acabada, estava humilhada, fui usada como se eu não fosse nada, como se eu fosse um lixo.
Decidi passar no teatro e disse a Benedita que tudo estava acabado, eu não podia mais ser a cantora mascarada. "

- E isso é tudo - Falou secando algumas lágrimas.

Meu estômago deu um nó, eu estava enjoado com tudo aquilo. Minha raiva por Alfonso era tanta que atingia um nível que eu nunca imaginei ser possível. Estuprar uma mulher? Que tipo de homem ele era?

- Eu não ligo para a porra de um título de nobreza! Você devia ter falado comigo, eu jamais permitiria aquilo Dulce, ser abusada para proteger minha reputação? Que merda você estava pensando? No fim ele tinha razão, você se vendeu, independente se não tenha sido por dinheiro, eu JAMAIS comeria uma mulher sem querer pela minha ou por qualquer outra reputação - Falei saindo do quarto.

- Onde você vai? - Perguntou vindo atrás de mim.

- Não é óbvio? Vou matar Alfonso Herrera - Falei pegando uma pistola no meu escritório e saindo em seguida.