Fanfic: Cartas Encontradas - Vondy | Tema: Vondy

Acordei com um leve chacoalhão, quando abri os olhos me deparei com uma Dulce assustada.

- O que foi? - Perguntei preocupado.

- Sua mãe

- O que tem ela?

- Ela não está nada bem, já mandei chamar o médico

Me levantei tão rápido que até senti uma tontura, vesti a camisa de qualquer jeito e segui correndo para o quarto dela. A cena que vi partiu meu coração em mil pedaços, ela estava deitada branca como um papel, profundas olheiras e sangue num pano que ela usava para cobrir a boca quando tossia.

- O que foi mãe? - Perguntei me sentando ao lado dela com suas mãos entre as minhas.

- Eu cumpri minha missão nessa Terra, meu filho.

- Do que a senhora está falando?

- Eu estava só esperando te ver casado novamente, feliz.

- Mamãe... Eu preciso te confessar algo.

- Eu sei querido, Dulce não era sua noiva.

- Como a senhora soube?

- Christopher, acha mesmo que eu era idiota o suficiente para não saber que Dulce Maria era uma cantora de ópera que nem sabia da sua existência?

- Me perdoa?

- Não tenho nada que te perdoar, e vocês dois serão muitos felizes - Falou apertando a minha mão e a de Dulce - Querida, cuide bem desse cabeça dura.

Mesmo sem conhecê-la direito vi os olhos cheios de lágrimas de Dulce.

- Nós vamos ficar bem Dona Rosália.

Minha mãe então sorriu antes de dar seu último suspiro, meu mundo começou a girar, e depois senti os braços da minha "esposa" me enlaçando em um aconchegante abraço, e então eu desabei no choro. Eu amava minha mãe, ela era a única coisa que ainda me restava nessa vida desgraçada.

- Eu estou com vossa graça  Christopher.

E derrepente com aquelas simples palavras eu não me senti mais sozinho, ela estava comigo, ela estava ao meu lado.

- Obrigado.

Ela então levantou minha cabeça e secou minhas lágrimas antes de me dar um rápido selinho.

Os dias seguintes Dulce cuidou de mim com tanto carinho que nem parecia a mulher que eu havia conhecido.

- Quer que eu traga um pedaço de bolo? - Perguntou enquanto sentava-se ao meu lado na cama.

- Estou cheio do almoço.

- Tudo bem então.

Ela ia se levantando para partir quando eu segurei em seu braço.

- Obrigado, não sabe como sua companhia vem sendo importante para mim.

- Eu também tenho que te agradecer.

- A mim? Pelo que? - Perguntei confuso.

- No dia do casamento eu ouvi vossa graça me defendendo do meu pai - Respondeu com um sorriso triste que cortou meu coração.

- Lamento que tenha ouvido.

- Está tudo bem.

- Desculpe, mas seu pai é um tremendo idiota.

E pela primeira vez naquele dia ela sorriu.

- E eu sou obrigada a concordar - Falou dando uma piscadela e saindo do quarto logo em seguida.

Superar a morte de minha mãe foi algo muito difícil, mas já estava na hora de reagir, e voltar ao trabalho. Fiquei impressionado quando vi que enquanto estive ausente Dulce cuidou muito bem dos negócios, fez inclusive alguns investimentos muito interessantes.
Já fazia alguns dias que ela passava mais tempo na rua do que em casa, e eu sabia que ela estava aprontando alguma coisa, só me restava saber o que.

- Ontem a senhorita chegou tão tarde - Comentei enquanto estávamos sentados a mesa almoçando.

- Eu tenho minha vida e vossa graça tem a sua.

- As pessoas vão começar a falar.

- Olha minha cara de quem se importa.

Ódio. Essa era a palavra que me definia quando Dulce agia daquele jeito, quem ela pensava que era pra me enfrentar daquela maneira? Um dia ela iria me pagar por todas aquelas mau criações.

- Tens que me respeitar - Esbravejei nervoso.

- Não preciso!

- A lei diz que eu posso fazer o que quiser com você

- Pois então faça se tiver coragem - Falou olhando dentro dos meus olhos.

IN SO LEN TE isso que ela era, eu me levantei furioso a agarrei pelo braço e a prensei contra a parede, e ela ainda continha aquele sorrisinho debochado e aquele olhar desafiador, maldita seja!

- Mulher impossível.

Foi as palavras que falei antes de tomar sua boca com a minha, foi um beijo tão selvagem e agressivo, de um jeito que eu nunca havia recebido antes. No final ela mordeu meus lábios com uma certa força, doeu, e o mais estranho foi que eu gostei. Senhor amado, o que estava acontecendo? O que aquela garota estava fazendo comigo?