Fanfic: Un poco de tu amor, para poder vivir (adaptada) | Tema: Rebelde

Tem mais um vídeo com uma lição de vida para refletirmos.

Na casa de Ninel e Bia...

Bia chega com o copo d`água e sua bolsa.

Bia: Sabe o que é ficar 2h em uma delegacia de polícia? Eu não sabia, fiquei sabendo hoje.

Ninel: Que coisa mais desagradável, que vergonha...

Bia: Desagradável é pouco, Ninel, eu poderia ter morrido ou a Belinda ou o filho dela (interrompe ela).

Ninel: Pelo amor de Deus! Nem fala uma coisa dessa!

Bia: Tive que pedir licença lá do hospital para ir lá depor, a polícia veio aqui cedinho, a perícia estava aqui, tinha um monte de homem aqui na sala, uma maior confusão, mil perguntas e eu ainda tive que ir até lá, assinar um monte de papel que eu nem sei o que estava escrito e pensa que essa história vai acabar por aí? Não porque, se tiver um desdobramento, eu vou ter que voltar lá não sei quantas mil vezes, lá no hospital, a Nick já me olha você sabe como, não é? Sabe o que vai acontecer? Vou acabar me ferrando, Ninel, eu vou acabar perdendo o lugar de paliativista que é tudo que eu mais quero na minha vida (despeja tudo).

Ninel: Vem cá, me dá esse copo d`água, me dá essa bolsa, senta aqui, você está muito nervosa, isso não vai fazer bem a você, relaxa agora, relaxa.

Paola: Eu já falei para ela, ela está assim desde que levantou de manhã, acho que nem dormiu esta noite.

Ninel: Ai Paola, passa um cafezinho para a gente, por favor.

Paola: Tá, já passei, já vou servir.

Bia: Como é que eu iria dormir? A hora que eu fechava o olho, eu escutava aqueles tiros todos de novo, eu vi aquele maluco invadindo aqui o apartamento, os vizinhos entrando, a polícia chegando, os gritos chamando pela Karlinha (chega o café).

Ninel: Amiga, oh, passou, tá? Acabou, você está bem, a porta está sendo trancada e isso não vai acontecer outra vez.

Bia: Isso é o que a gente não sabe, né Ninel?! Por que você acha o quê?! Que esse bandido vai ficar preso?! Daqui há uma semana esse cara está solto! Está soltinho da silva! (cruza os braços)

Porteiro: Uma semana? Amanhã mesmo (pessimista).

Paola: Isso se já não estiver na rua em uma hora dessas (realista).

Bia: Aí vai voltar aqui procurando por ela (suspira).

Ninel: Desculpa, eu lamento mesmo, eu tenho que pedir desculpas porque é minha irmã, então, me sinto um pouco culpada... (se sentindo culpada)

Bia: Não Ninel, que culpa você tem? Ela é sua irmã, mas ela é adulta! Ela é maior de idade! Eu que peço desculpas que eu estou nervosa, mas você sabe como é minha vida, né? Ninel, eu lido com a morte todo dia e, agora, esse setor novo que eu vou trabalhar, nossa, é só com pacientes terminais, eu sou forte, eu aguento o tranco, foi por isso que eu escolhi a medicina, agora, você... (choraminga) lidar com essa... (pensa) violência gratuita, sabe? Um bandido, drogado, armado na sua frente, isso é muito pior do que muita coisa que a gente vê lá no hospital, né?

Ninel: Eu sei, é, eu sei, vem cá agora, bebe seu café, dá um gole (observa ela tomar). Dá outro gole, agora, será que eu posso te dar uma boa notícia? (Bia toma outro gole).

Bia: Depois de hoje, tudo que eu estou querendo mesmo, é uma boa notícia (suspira novamente).

Ninel: Estou apaixonada (as duas sorriem).

No hotel...

Recepcionista: Boa tarde, Dr. Juan.

Juan: Boa tarde, alguma coisa para mim?

Recepcionista: Já mandei subir toda a correspondência.

Juan: Ótimo (já ia subir, mas foi interrompido).

Recepcionista: A Sra. está lá em cima esperando.

Juan: A Sra.? Que Sra.? (sem entender)

Recepcionista: A sua Sra.. Dr., a sua esposa (sem saber das últimas novidades).

Juan: D. Nailea continua sendo uma Sra., mas não é mais a minha Sra., entende? (sussurra)

Recepcionista: Ah, desculpe Dr., eu... (pensou) eu não sabia.

Juan: Já deveria ter desconfiado (sai).

Na cobertura...

Juan estava descutindo com Nailea.

Juan: Eu não tenho que te dar satisfação do que faço ou deixo de fazer, será que você não percebeu até agora que nós estamos divorciados?! (ríspido)

Nailea: Divorciados, mas tendo que manter o respeito mútuo.

Juan: E no QUE eu lhe faltei o respeito, Nailea? O que é que está acontecendo?! Você está ficando maluca?! (sussurra)

Nailea: Olha aqui, Juan, o nosso divórcio ainda não é coisa pública, nem TODOS os nossos amigos sabem disso, é só mesmo um grupinho mais íntimo.

Juan: Eu vou providenciar que saia nos jornais, é isso que você quer? (tira sarro)

Nailea: O que eu quero, é que a transição seja feita suavemente, delicadamente, principalmente, por causa das nossas filhas.

Juan: Nailea, por favor, nossas filhas já são adultas, estão carecas de saber que o nosso casamento já acabou há muito tempo! E, depois, todos os casais que nós conhecemos já se separaram, pelo menos, uma vez.

Nailea: Isso não é verdade, a Gabi e o Carlo ainda não se separaram, Lipe e Tiaré.

Juan: São casos raros.

Nailea: Mas existem... (pensa no que falar) casamentos felizes e duradouros, casais que... (pensa de novo) a cada 5, 6 anos, fazem uma nova lua-de-mel, voltam aos mesmos lugares da primeira viagem, aí visitam as mesmas igrejas, vão aos mesmos restaurantes, riem de mãozinhas dadas, por exemplo, quando... (pensou no que falar) lembram do prato que comeram, do... (pensou de novo) nome do garçom e algum fora que deram certamente, aí procuram se hospedar no mesmo hotel, na mesma suíte, tudo igualzinho a primeira lua-de-mel, então Juan, existem casamentos felizes e duradouros sim.

Juan: Nosso casamento... (pensou no que iria falar) foi feliz enquanto foi e duradouro, ficamos juntos... (pensou novamente) 30 anos.

Nailea: QUASE 30 anos, mas os últimos 5 anos foram muitos infelizes.

Juan: Por isso nos separamos.

Nailea: Não, você mudou da água para o vinho, nos últimos anos, você não era mais o homem que eu conheci (ele ri).

Juan: Todos nós mudamos, Nailea, só não muda quem já morreu, estamos vivos, em permanente mutação.

Nailea: Sim, mas pode se mudar para melhor, mas você mudou para pior (ele ri de novo).

Juan: É o que você acha.

Nailea: Não, pergunte a suas filhas (muda de ideia). Não, não pergunta nada não porque... (pensa no que vai falar) as filhas estão sempre do lado do pai, porque há uma concorrência natural entre pessoas do mesmo sexo, principalmente, entre... (pensa novamente) mães e filhas, eu, por exemplo, morria de ciúmes do meu pai, agora, a Anahí, basta olhar para ela que a gente pode ver que ela te adora e não me suporta.

Juan: Não é verdade, você está se fazendo de vítima (sem acreditar).

Nailea: Não, todos sabem disso, todos sempre viram a preferência que ela tem por você, Juan, quando você comprou o iate, você pensou em dar meu nome, Nailea, mas ela não permitiu e você obedeceu e colocou Anahí (dando um exemplo).

Juan: Ela era muito jovem, mimada (querendo justificar).

Nailea: Mas você também pensou em... (pensa no que dizer) 3 meninas para homenagear nossas 3 filhas, mas, mesmo assim, ela não aceitou, ela queria porque queria só o nome dela, SÓ o nome dela e você fez a vontade da princesa.

Juan: Nailea, para quê falar disso agora?! Que importância tem isso?! Depois eu vendo o iate, o dono, certamente, vai colocar o nome da mulher, da filha, da amante, só apagar o que está escrito, providenciar um novo registro e pronto (perdendo a paciência).

Nailea: Ah, mas, então, venda o iate, não foi com ele para Cancún por que disse que tinha um sujeito que tinha se interessado?

Juan: Existe, pronto, mas eu pensei melhor, achei que devo ficar com ele, pelo menos, mais um tempo.

Nailea: Tudo bem, mas nós combinamos que você iria vender o iate e me dar o dinheiro porque de verdade... (frisa) de verdade, você, quando comprou o iate, me deu de presente (sorri ironicamente).

Juan: Quando eu vender o iate, se... (frizou na palavra) vender o iate, eu lhe dou o dinheiro.

Nailea: E se não vender? (ele suspira)

Juan: Eu lhe dou o dinheiro da mesma maneira, o valor dele de mercado, se é isso que TANTO te preocupa, está te faltando alguma coisa por acaso?

Nailea: Não, é que eu quero... (pensou no que dizer) entrar de sócia com a Gabi, ela... (pensou no que iria dizer) está pensando em expandir o negócio dela lá de fotografia e... (pensa no que vai dizer) e eu estou precisando de dinheiro e fora a mesada, essas coisas (ele afirma com a cabeça).

Juan: Tudo bem, eu vou providenciar (ela sorri sem jeito).

Nailea: Quem foi que jantou com você no iate e depois veio até o Iate Clube?

Juan: Não interessa, já disse.

Nailea: Aposto que desceu no iate e desfilou com essa... (deu ênfase na palavra seguinte) mulherzinha que veio com você, só para me humilhar.

Juan: Não é uma mulherzinha, Nailea e, ainda que fosse, qual o problema? Eu posso desfilar com eu quiser.

Nailea: Não no meu iate e me expondo diante dos meus amigos porque, eu tenho certeza, que você encontrou lá 4 ou 5 dos novos velhos amigos de... (pensa) felicidade e de viagem.

Juan: Só o Zé Maria e a Maria Luisa.

Nailea: NÃO! Mas parece uma coisa, eu comentei com a Anahí, oh, eu disse a ela que eles estariam lá e que veriam você com outra mulher, justo eles que são FELIZES, ah, é muita humilhação, você me inferiorizou diante deles, agora eles devem estar pensando: "A Nailea não deve ser feliz, nunca soube ser feliz"... (choraminga)

Juan: Pelo amor de Deus, Nailea, para com isso, eu tenho muito o que fazer! Eu não posso perder o tempo com o capricho de uma ex-mulher! E o nosso casamento acabou não foi por sua única culpa, não! Foi culpa nossa! E culpa também... (pensou) da fatalidade, do destino, de qualquer outra coisa que você queira (interrompendo ela).

Nailea: Tudo bem, eu vou embora, mas, só me diga quem foi que jantou com você em Cancún e veio até o Iate Clube? (pensa melhor) Não, não me diga nada não (muda de opinião). Ou melhor, me diga sim (fica indecisa). Nem sei, se é melhor saber ou não saber (vê a cara dele). Não foi aquela modelo? (ele fica calado) Juan! É aquela modelo, Juan? Nova que fez a Anahí caí na passarela em Cancún, a principal concorrente da nossa filha, concorrente e rival, é ela? Juan, se for ela, é imperdoável, é a SUPREMA humilhação da Anahí, é ela? (Ele não fala) Não me provoca, você me conhece, fala, me responde (vê que ele não fala). Fecha a boca, não fala nada, eu descubro, mas, se for ela, você me paga (ela ia saindo, mas volta). Seja ela ou seja qualquer outra pessoa, você há de ser muito infeliz, muito mais infeliz do que diz que foi comigo, você vai sentir saudades de mim, você vai morrer de saudades, escreve o que estou dizendo, de praga de ex-mulher, humilhada, ofendida, homem nenhum escapa (ela sai).

No escritório...

Juan estava com Lipe.

Lipe: Olha aí, vai começar o boletim econômico da MaFê.

Começa o noticiário.

MaFê: Boa tarde...

Lipe: Que moça é essa? Essa prima da Tiaré é uma tentação, o parentesco é que atrapalha, já imaginou você com ela na cama e ela te falando sobre economia, de dólares, de bolsa de valores, de câmbio? Deve ser excitante, viu? (ri safado)

Continua o noticiário.

MaFê: A economia americana continuará sendo o motor que guiará o crescimento econômico mundial, será? O otimismo da secretária não está contagiando ninguém. Já começaram as apostas para saber quem vai ocupar o lugar da economia no mundo, Índia ou China? Esses dois países emergentes não param de crescer, esperar para ver os efeitos da crise, fico por aqui, até o próximo boletim, a qualquer momento.

Lipe: Ela não pode falar tudo que sabe, não viu? Eles seguram lá na TV, as notícias sobre economia são sempre as mais policiadas, o que você acha? (sorri)

Juan: Quero mais que o mundo abra falência (Lipe desliga a TV).

Lipe: O que é que há com você? (vê que ele não está bem)

Juan: O que há, é que eu acho... (muda de ideia) acho não, tenho certeza... (deixa suspense) tenho certeza que estou apaixonado (os dois riem).