Fanfic: Un poco de tu amor, para poder vivir (adaptada) | Tema: Rebelde

No necrotério...

Bia e Bel entram no necrotério pra identificar o corpo de José.

Legista: Boa noite, qual das duas é... (é interrompido)

Bel: Eu (interrompe ele).

Legista: Ele teve uma sequencia de paradas cardiorrespiratórias, todas as manobras de ressucitação foram feitas, mas, infelizmente, não foi possível reanimá-lo. E tinha algum histórico de doença cardiorrespiratória? (Bel nega com a cabeça)

Bel: Não, que eu saiba não, nunca se queixou, mas fugia de médico, não gostava, além disso, ele fumava muito, vivia com tosse, um pouco de falta de ar (ela tira o lençol, identica o marido, começa a chorar e é consolada pela amiga).

Fora do necrotério...

Bia: Como é que você vai fazer com o Dylan? (abraçada nela)

Bel: Não sei, tô na dúvida, conversar com ele, contar de alguma maneira o que aconteceu, não sei, perguntar se quer ver, se despedir do pai, o que é que você faria no meu lugar? Me ajuda (Bia suspira).

Bia: Acho que eu falaria Bel, falaria sim e se ele quiser, se ele pedir, também deve se despedir do pai, é um direito que ele tem, sabe? Depois, mais velho, não sei, talvez ele se entristeça de você não dá esse direito a ele, penso assim, eu acho mais certo (a amiga concorda).

Bel: Tem razão, sabe, eu... (suspira) pra você eu posso falar porque você é como uma irmã, mais do que uma irmã, você é uma verdadeira amiga, coisa que muitas irmãs não são, então, muitas vezes, eu imaginei que isso poderia me acontecer, ficar viúva ainda moça, com filho pequeno, eu ficava querendo saber como seria isso, como eu me sentiria, qual seria a sensação de perder aquele homem que, mesmo não sendo (nega com a cabeça)... mesmo não sendo o grande amor da minha vida, meu Deus, foi um dia esse grande amor, mais do que tudo, foi pai do meu filho, eu pensei nisso muitas vezes e, algumas vezes... (limpa o nariz com o lenço) algumas vezes, eu cheguei a desejar isso, juro, não tenho vergonha de contar pra você, algumas vezes eu pensei que poderia ser tão bom ter a chance de recomeçar a vida, encontrar alguém que me amasse do jeito que eu queria ser amada, nem sei se isso é possível, se alguém... (deixa a frase morrer) não sei, eu só pensei assim algumas vezes, ontem mesmo, ontem eu fiquei... (nega com a cabeça) ontem eu fiquei tão irritada... (chora) fiquei tão irritada que eu cheguei a ter ódio dele, eu cheguei a pensar que ele poderia morrer e me deixar em paz com meu filho, é isso, Bia, que tá me fazendo sofrer ainda mais porque ninguém tem o direito de querer a morte de qualquer pessoa, nós somos médicas, nós trabalhamos com isso, tudo que a gente quer é que as pessoas vivam (nega com a cabeça de novo).

Bia: Mas também que sejam felizes (se abraçam).

Na Casa Peregrín...

Bel estava chorando e o filho aparece com um desenho.

Dylan: Olha o que eu fiz, mãe (dá para ela).

 (finjam que é o desenho que o Dylan fez)

Bel: Muito bonito, filho.

Dylan: Olha, eu, você e o papai.

Bel: Lindo, lindo, você desenha muito bem, senta aqui, filho (ele senta). Eu preciso contar uma coisa muito importante pra você, o papai, filho, ele não vai mais voltar (segura na mão dele).

Dylan: Ele ficou zangado porque eu chorei ontem?

Bel: Não, filho, não, ele não ficou zangado com você, mas ele não vai voltar (ele olha para as roupas dele todas lá).

Dylan: Mas as roupas dele, tão todas aí (ela acaricia o rosto dele).

Bel: Meu Deus, não sei como dizer, não sei, as roupas dele tão aqui sim, filho, mas ele não vai voltar, o papai viajou pra sempre, pra muito longe, ele morreu, filho e a gente vai ter que ficar sem ele, a gente vai ter que viver sem ele porque... (olha pra cima) não sei, porque Deus quis assim, você lembra do vovô?

Dylan: Lembro.

Bel: Ele ficou doentinho, depois ele... (afirma com a cabeça) ele foi embora, não voltou mais, lembra? E você quis dar um beijo nele, você quer dar um beijo no papai? Você quer se despedir dele? (eles se abraçam)

Na Pousada Conde...

Paty: Só vamos a Cidade do México pra fazer um exame que ficou faltando e voltamos logo em seguida, isso já tá entendido, não tá?

Ernesto: Claro.

Paty: Fazer uma revisão do que fizemos aqui em Cancún que foi o hemograma completo, glicemia de jejum, sorologia pra rubéola, urina, olha aqui, esse é o pedido de HIV que eu esqueci de entregar no laboratório (mostra pra Karla).

Kah: Esse não é obrigatório (empurra pra mãe).

Paty: Calma (espantada).

Kah: Esse não é obrigatório, eu sei, eu li esse papel, o que essa médica idi***ta ta pensando? Que eu tenho AIDS, é? Eu naó vou fazer esse exame mesmo, esquece! (grossa)

Ernesto: Se a médica pediu, Karla, você vai ter que fazer.

Kah: Não venha não, que ninguém pediu sua opinião (ríspida).

Bob: Agora a discussão é todos os dias? Café da manhã, almoço, jantar? Dá um tempo, Karla (bravo).

Kah: Vocês que deveriam me dar um tempo, isso sim, pressão pra todo lado (suspira).

Paty: Você que pediu isso com seu comportamento (a filha coloca a mão na cabeça).

Kah: Eu pedi foi sossego, meus problemas são meus, eu sei me virar sozinha (chateada).

Bob: Bom, vocês tem que ir que o ônibus não espera (limpa a boca).

Kah: Nós vamos de ônibus? Não vai dar pra ir de carro não? (Bob olha pro relógio)

Bob: Não, não dá, alguém tem que ficar aqui, não tem? (o enteado sorri)

Paty: E vamos rápido que ainda temos que pegar seu pai.

Kah: O pai também vai? Quê que é? Vocês querem fazer uma festa em custa dessa gravidez? (ignorante)

Paty: Aqui, nessa casa, não se pensa só em você não, tá enganada, hein e, além do mais, seu pai ainda nem sabe dessa gravidez, ele tá indo pra fazer exames, a Ninel marcou pra ele.

Kah: Ninel, Ninel, Ninel, só se fala Ninel aqui nessa casa, de ônibus, que pobreza (suspira).

Ernesto: Tá querendo ir de helicóptero é? Isso é só com a Ninel (a irmã coloca a mão na cabeça).

Kah: Essa sabe viver a vida.

Paty: Essa que trabalha, que dá DURO pra ter o que tem.

Kah: Tô sabendo o duro que ela dá (sarcástica).