Fanfic: Un poco de tu amor, para poder vivir (adaptada) | Tema: Rebelde

Na ala da obstetrícia do hospital...

Kah estava sendo atendida pelo Ucker.

Kah: Demora isso? Dói? (Ucker estava com o gel para examinar o útero)

Ucker: Karla, dobre a perna pra mim por favor (responde ela). Não, não dói nada e também não demora, sabe, Karla? Eu tô muito feliz que você tenha começado o pré-natal, você vai ver, a ultrassonografia é um barato, as mamães adoram fazer, olha lá o seu filho, essa aqui é a cabecinha dele, tá vendo? Ele ainda é um embrião (mostrando pra ela e pra Paty).

Paty: Olha Kah (fala com Ucker). Meu Deus, na minha época não era assim não (sorri).

Ucker: Eu não vi nenhum sinal de perda sanguinea, você ficou bem depois daquele susto?

Kah: Acho que sim (ele afirma a cabeça).

Ucker: E aí? Você prefere menino ou menina? (sorri)

Kah: Tem a terceira opção (ele ri).

Paty: Karla! (Fala com Ucker) Desculpe Ucker, o que a gente quer é que tenha saúde, sexo não importa (nega com a cabeça).

Ucker: Vamos escutar o coraçãozinho dele agora, tá? (mostra) Tá vendo que é forte e ritmado? (sorri)

Kah: Nossa! Já é assim? (Bia chega)

Bia: Atrapalho? (fecha a porta)

Paty: Claro que não, querida, chegou bem na hora, escuta só o coraçãozinho do meu neto, Bia (Bia sorri).

Bia: Olha que emoção (fala com Ucker). Tá tudo bem, Ucker? (ele sorri)

 (Ucker sorrindo)

Ucker: Tá tudo perfeito com a nossa amiga aqui, idade gestacional de cerca de 11 semanas (olha a Kah). É, Kah, o seu laudo fica pronto em meia hora, você pode se vestir e parabéns, tá? (ele levanta)

Bia: Dá tempo de tomar um cafezinho comigo, Paty? (sorri)

Paty: Ah, correndo um pouquinho dá, meu bem (afirma com a cabeça).

Ucker: Bom, eu tenho que ir, você se veste e se cuida, tá? Fica feliz que seu filho tá bem, com licença (ela afirma com a cabeça).

Paty: Obrigada (o casal sai). Dá um abraço, filha, essa criança vai fazer você muito feliz, viu? Ela vai ser a sua salvação (se abraçam).

No refeitório do hospital...

Um pouco mais tarde, Paty vai tomar café com Bia.

Paty: A Ninel me contou por telefone e nós vamos até lá agora pra ela nos apresentar o noivo (coloca a xícara de café na mesa).

Bia: Ai, ela tá tão feliz, você tem que ver.

Paty: É, mas precisava ser um homem tão mais velho do que ela, Bia? (não gostando muito da ideia)

Bia: Ah, dona Paty, 20, 25 anos, hoje em dia o que importa, né? O que importa é o amor.

Paty: Mas se o amor acaba, mas você acredita que eu fiquei pensando nisso em relação a mim mesmo? Casei com o David sendo bem mais velha.

Bia: Tá vendo o que a sra. tá falando? Isso acontece (Ernesto chega).

Ernesto: Licença.

Paty: Cumprimenta a Bia, filho (sorri).

Bia: Oi, nossa, tá um homão, hein? (ele beija ela na bochecha)

Paty: É, mas juízo que é bom... (fala com o filho) Ernesto, se você quer comer alguma coisa, peça logo que eu não quero voltar de ônibus depois de escurecer e ainda temos que passar na casa da Ninel (Bia sorri).

Ernesto: Posso ficar, mãe?

Paty: Você solto aqui na Cidade do México? Que é isso? De maneira nenhuma (nega com a cabeça).

Ernesto: Então por que eu vim? Não tinha nenhum exame pra fazer.

Paty: É, mas eu falei pra você, teimoso, quis vir de qualquer jeito (avista o ex marido). Oh, seu pai (vira para o cardiologista). E aí, Dr.? (levanta)

Dr.: Ele tá bem, mas para de fumar então, vai ficar melhor ainda.

Paty: Tá ouvindo, Roberto?

Roberto: Tô, obrigado Dr. (sorri).

Dr.: Com licença (sai).

Paty: Roberto, aproveitando que seu coração tá bom, que a gente tá aqui no hospital pra qualquer emergência, né? Eu vou logo te contando duas novidades da família que você não tá sabendo (eles se sentam).

Roberto: Fala, Patricia (o filho ri).

Paty: A primeira é que a Ninel vai se casar, pois é, ela vai se casar com um homem rico e um pouco mais velho que ela, a segunda... (nervosa) é que a Kah tá grávida, é isso mesmo que você ouviu, ela já tá de 3 meses e... (ele faz bico) e o pai da criança... (olha ele) Tá tudo bem mesmo, Roberto? Tá dando pra aguentar? Então escuta o resto, o pai da criança, o pai do nosso neto ou neta, né? Ele tá preso, é um marginal.

Roberto: Patrícia.

Paty: Eu sei que é muita coisa pra um pai ouvir, assim, de repente, mas aconteceu, é a vida e vamos ter que enfrentar o problema, agora vamos, tá? Que a Ninel quer nos apresentar o noivo, vamos? (procura a Kah) E a Kah, onde é que ela tá?

Ernesto: Ela deu uma saída.

Paty: Uma saída pra onde?

Ernesto: Não sei, ela pegou um uber, disse que ia direto pro apartamento da Ninel (a mãe nega com a cabeça).

Na delegacia...

Kah estava querendo saber informações de Jack.

Delegada: O que você é dele? Eu posso saber?

Kah: Namorada, mulher, qualquer coisa (grossa).

Delegada: Sabe por que ele tá aqui?

Kah: Alguma m-e-r-d-a ele fez.

Delegada: Boca suja, vou te dizer o que ele fez, esse aqui é um auto de prisão em flagrante (mostra o papel pra ela).

Kah: Então ele tá f-e-r-r-a-d-o?

Delegada: O que é que você acha? Escuta só o que seu marido, namorado, seja lá o que for aprontou, porte de arma ilegal, disparo de arma de fogo, violação de domicílio e ameaça e ele não é primário, tá sabendo? (Kah ri)

Kah: Mais ou menos (bate os dedos na mesa).

Delegada: Ele já tem uma passagem pela polícia por porte de arma e agressão(muda de assunto). Qual o seu nome? (Kah fica séria)

Kah: Karla.

Delegada: Karla? Só isso?

Kah: Perguntou meu nome, quer saber meu sobrenome também, Karla Conde Cossío.

Delegada: O que é que você faz?

Kah: Estudo, tô na faculdade.

Delegada: Trabalha?

Kah: Não.

Delegada: Vive de quê?

Kah: Você tá me interrogando por quê? Eu vim fazer uma visita, não tô presa.

Delegada: Vive de quê? (insiste)

Kah: Moro com minha mãe em Cancún.

Delegada: E ele tá sabendo dessa visita?

Kah: Eu ia mandar um pombo correio avisando (dá um sorriso sarcástico).

Delegada: Gosta de fazer gracinha, né? (fala com o escrivão) Pode levar a garota, mas manda fazer uma revista completa e fica lá, olho vivo que essa daí deve ser da mesma laia.

Na sala de visitas...

Kah chega ao encontro de Jack.

Kah: Tudo bem?

Jack: Sumiu, né? Ficou de sacanagem comigo e agora aparece.

Kah: Não tive culpa, minha irmã me levou pra Cancún quase amarrada, tô lá com minha mãe me enchendo o saco.

Jack: E me deixou na pior.

Kah: Não sabia onde você tava.

Jack: Eu liguei pro telefone que você me deu, da pousada da sua mãe, só que me diziam que não era lá.

Kah: Nem me deixaram recado.

Jack: Sacanagem, né? Mas eu vou sair daqui, o advogado já entrou com o pedido.

Kah: A delegada falou que não vai ser fácil, você não é primário, tem que autorizar (afirma com a cabeça).

Jack: O juíz tem que autorizar, eu sei, ele vai autorizar sim (ela afirma com a cabeça).

Kah: Vai dar certo (afirma de novo com a cabeça).

Jack: Tenho conta pra acertar aí fora, tá ligado? (muda de assunto) Apareceu agora por quê, hein?

Kah: Porque só agora que deu, né? Sabe, Jack?

Jack: O quê?

Kah: Eu quero te dizer que... (para)

Jack: Bora, fala logo.

Kah: Eu tô grávida.

Jack: Quem foi que disse isso?

Kah: O médico, né? Fiz exame e tudo, lá no hospital, fui lá com minha mãe, eu quero tirar, mas eu não tenho grana pra bancar.

Jack: Você não tem nada que tirar não (ela sorri).

Kah: Não? Você não quer que eu tire?

Jack: Claro que não, isso pode ser bom pro juíz me deixar sair, tá ligado? Pode amolecer o coração dele, entendeu? Criança precisa de um pai por perto, né não? (ela para de sorrir)

Na Casa de Ninel e Bia...

Kah já estava na casa de Ninel quando os pais e o irmão chegam.

Ninel: Ai, até que enfim, achei que tivesse se perdido (beija os pais).

Paty: O moço do uber ficou enrolando a gente, dando voltas (vê Kah). Karla, ainda bem que você já chegou que ainda voltamos hoje pra casa, viu? (beija o topo da cabeça dela)

Ernesto: Mamãe disse que você vai casar com um homem velho (fala com Ninel).

Ninel: Que homem velho, garoto? Tem nada de homem velho, é apenas um homem mais velho do que eu, inclusive eu posso te apresentar, quer? (bate na cabeça dele)

Ernesto: Pode ser (afirma com a cabeça).

Ninel: Amor, chegaram (ele estava sentado vendo toda a cena).

Paty: É isso que acontece, né? Quando se fala demais (sussurra).

Juan: Boa tarde (se levanta).

Ninel: Bom, vou te apresentar minha família, esse é meu pai, Roberto; minha mãe, Patrícia; meu irmão, o mais novo, Ernesto; e a Karla você já conhece (abraça ele).

Juan: Sim (fala com Roberto). Prazer, Roberto (aperta a mão).

Roberto: Prazer.

Juan: Como vai a senhora? Muito prazer (fala com a mãe da sua noiva).

Paty: Como vai? (aperta a mão)

Ernesto: Muito prazer (aperta a mão dele).

Juan: Ernesto, é o mais novo não é? (fala com Ninel)

Ninel: É, é o mais novo (fala com seus familiares). Bom, vocês querem beber o quê? Água, suco, refrigerante, um vinhozinho? 

Paty: Água.

Na casa de Lourdes...

Ninel e Juan estavam na casa da mãe do noivo.

Juan: Mãe, para com esse exame, assim Ninel fica constrangida.

Ninel: Fico nada, deixa sua mãe em paz.

Lourdes: Ele está sempre brigando comigo, deixa eu ver (fala pro filho). Aprovada (Ninel ri).

Juan: Que bom, mãe, eu já tava preocupado.

Lourdes: Muito linda (sorri).

Ninel: Muito obrigada (Lourdes aperta sua coxa).

Juan: Mãe! (toma um susto)

Lourdes: E ela tem carne porque todas as modelos que eu vejo só tem pele e osso, os homens não tem onde agarrar (Ninel ri).

Ninel: É, eu sei, algumas exageram mesmo (afirma com a cabeça).

Lourdes: Mas isso é burrice, minha filha, elas despertam admiração e inveja nas mulheres, mas não despertam desejo nos homens, pelo que eu saiba, desde meus tempos de juventude, toda mulher quer ser desejada, estou certa? (pega no braço dela)

Ninel: Certíssima (o filho puxa a cadeira pra mãe).

Lourdes: Então senta aí, minha filha (Ninel sorri).

Juan: Mãe (Lourdes senta).

Lourdes: Obrigada, filho, vamo tomar o nosso cafezinho, com esses biscoitinhos deliciosos, senta querido (ele puxa a cadeira pra sua noiva).

Juan: Um café? (vai servir o café pra mãe)

Lourdes: Sim (vira pra Ninel). Ninel, eu vi uma entrevista sua na televisão, semana passada, gostei muito da forma como você apresentou sua família, principalmente pelo respeito que você tem pelo seu pai e por sua mãe (Juan serve a noiva).

Ninel: Ah, eles merecem.

Lourdes: É, mas nem sempre os filhos reconhecem isso, Ninel, um homem é muito o que a mulher faz dele (o filho senta).

Juan: Viu só? Estou em suas mãos.

Ninel: Ummm.

Lourdes: Eu espero que você faça meu filho feliz porque ele está precisando, eu sinto que, de uns tempos pra cá, ele anda muito amargurado, meio perdido porque ele sai com umas mulheres, como é que eu vou dizer? Avulsas, mulheres avulsas, hoje uma, amanhã outra porque, nesse ponto, ele puxou o pai dele, o pai dele era muito mulherengo, me fez sofrer muito, para meu marido não escapava nenhuma (Ninel ri).

Juan: Oh mamãe (coloca a mão no rosto).

Lourdes: Tô falando a verdade (fala com Ninel). E ele, desde adolescente, é igual ao pai, era filha da vizinha, a sobrinha do farmacêutico, a moça da paderia e até a mulher do militar, esse militar tinha tanto ciúme dele que andava com uma arma na cintura ameaçando dar um tiro nele, depois ele casou e eu pensei: que bom, meu filhinho sossegou, que nada filha, ele fez a pobre da Nailea passar maus pedaços (ele fez não com o dedo pra Ninel não acreditar).

Juan: Meu Deus, mamãe, você tá me pintando de uma maneira que a Ninel vai sair daqui e nunca mais vai querer olhar na minha cara (coloca a mão no rosto de novo).

Lourdes: Mas eu só tô falando a verdade, filho (todo mundo ri).