Fanfics Brasil - CAPITULO 01 - A MUDANÇA MALIBU: O CÉU É O LIMITE

Fanfic: MALIBU: O CÉU É O LIMITE | Tema: VONDY


Capítulo: CAPITULO 01 - A MUDANÇA

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DULCE


 

The story of my life, i give her hoooooope!


O barulho em bipes do despertador ao lado da cama era camuflado com o som da JBL de Cal – meu irmão mais velho – tocando do outro lado da porta só para me provocar. Resmunguei jogando o travesseiro sobre os meus olhos e ouvidos, afim de tentar dormir só mais um pouco, afinal, quem acorda às sete da manhã em pleno o sábado?


— Cal, desliga esse som. – gritava Blanca, minha mãe, do andar de baixo.


— Quando eu for famoso senhorita Blanca Saviñón, me agradecera por todos esses ensaios no corredor, e terá orgulho de ser não só a melhor confeiteira de Burbank, com também mãe do homem mais famoso de toda Califórnia. 


A medida que descia as escadas a voz de Cal ficava mais baixa, porém, era previsível ouvir o seu repetido discurso de todas as manhãs. Levantei forçadamente, olhando mais uma vez para o relógio para me certificar de que não tinha mais nenhum minuto, avistei da janela Fernando – vulgo meu pai – conversando com o vizinho e segurando o jornal, aquela era a minha deixa para correr para o banheiro, senão levaria uns belos gritos e os gritos do senhor Fernando Espinosa não é o melhor bom dia do mundo.


— Bom dia filha.


Blanca cumprimentou-me ao me ver descer as escadas.


— Bom dia mãe. – sentei na mesa ainda sonolenta, porém aquele cheiro, aquele maravilhoso cheiro de bolo e brownies despertou uma fome até poucos minutos inexistentes no meu estomago, não é me achando, mas a minha mãe é a melhor doceira e boleira de toda Burbank. — Cadê o papai?


E antes que pudesse terminar a pergunta, a porta principal abre e Fernando entra segurando o jornal, já estava todo arrumado para mais um dia de trabalho, Fernando comentava sobre como os casos de polícia eram anunciados erroneamente no jornal. Revirei os olhos e voltei a tomar meu café.


— Já está pronta filha? – questionou Fernando, parece que finalmente notando a minha presença a mesa, bebericando do café, ainda olhando para o jornal. — Sabe que não gosto de chegar atrasado.


— Não precisa se preocupar pai, a Annie ficou de passar aqui para irmos juntas.


Fernando largou o jornal de imediato sobre a mesa e Blanca me olhou com um olhar de repreensão.


— Sabe que não gosto daquela garota e que já a proibi de ter qualquer tipo de vínculo com ela.


E vamos a minha discussão de rotina. Argh! Ter um pai policial não era fácil, mesmo que Burbank não tenha todo esse perigo que Fernando alega, a sua autoproteção era exacerbada até mesmo com os meus amigos de infância.


— Não sei qual é o problema com a Annie, somos amigas desde a infância, todo esse julgamento contra ela, é porque ela não é convertida?


— E esse não é um grande problema? – sentia-me pressionada com a pergunta de Fernando, porém, não o respondi. — Sem discussões, irei deixa-la na igreja e depois seguirei para a delegacia.


Subi as escadas para pegar todo meu material e via da janela mamãe colocando os bolos para o café dos jovens da igreja dentro da viatura. Era um tanto irônica essa reação dos meus pais sobre a Anahí, já que aprendemos todos os dias com a palavra do Senhor que devemos aceitar todos a sua maneira sem preconceito. Anahí era minha melhor amiga, sempre estivemos juntas em todas as fases, obviamente não em todos os momentos já que Anahí era uma adolescente e jovem com mais liberdade, principalmente agora que estava na faculdade, coisa da qual eu também não pude participar.


— Tem um pouco de paciência com o coroa, é só pra te proteger. – pediu Cal, me olhando do portal do quarto.


— Fala isso, porque ele não fica tanto no seu pé.


— Bom, até que fica, porém, de maneira diferente.


Desci as escadas furiosa, sem se despedir de Blanca. E aquele era o início de um maravilhoso dia de sábado. Bati a porta da viatura tentando demonstrar a minha raiva, mas Fernando não se importou, estava concentrado demais no rádio para prestar atenção em mim.


A caminho da igreja muitas coisas começavam a passar pela a minha cabeça, como por exemplo o fato do Cal ter a liberdade como qualquer jovem e eu ter que seguir os dogmas da igreja arisca, não tive direito a ter uma vida universitária porque o papai afirma que vou casar-me com Pablo  – o filho do pastor e meu atual namorado – e iremos cuidar da igreja para todo o sempre, mas o que ele não sabe é que não quero viver nessa prisão.


É doloroso ouvir todas as aventuras que Cal – meu irmão – vive na Woodbury. Porém, não posso sentir inveja do meu próprio irmão, porque como ele disse, ele também vive na sua própria prisão, Cal sonha em ser modelo famoso, em estar em todos os outdoors de Burbank, ser ainda mais desejado pelas mulheres, mas o papai o obrigou a cursas finanças e negócios em Bury e bom, o sonho de Cal de cursar mídia e cultura ficou para depois.


— Tchau filha, tenha um bom dia.


Forcei um sorriso não muito contente para o Fernando. Não que eu não gostasse de cuidar das crianças da igreja ou cuidar do coral, afinal, amo cantar. Mas queria expandir a minha carreira, ser alguém reconhecida, sonho em estar nos palcos, nos holofotes das câmeras. Acho que isso está no sangue de quem nasce em Burbank.


— Um assalto!


O grito de Anahí saindo de trás de uma arvore da calçada da igreja quase me fez derrubar os bolos que Blanca – minha mãe – preparou.


— Não é muito bom ficar perdida em pensamentos assim, poderia ser um assalto de verdade. – Cruzou os braços me olhando.


O jeito debochado de Anahí era automático e talvez isso incomodasse tanto os meus pais. Posso alegar que o bairro que moramos é um dos mais seguros e tranquilos de Burbank, já que é sempre patrulhado pela a equipe do Espinosa – meu queridíssimo e amado pai. Anahí me ajudou com algumas sacolas, para que pudesse abrir a igreja, ela cheirava mal, mas especificamente cheirava a álcool, seus cabelos loiros estavam completamente bagunçados e isso era sinal de que estava de virote de mais uma de suas festas universitárias.


— E então a festa foi boa Annie? – juntei as sobrancelhas sorrindo, adentrando a igreja.


— Estamos em solo sagrado, logo não posso te explicar com mais detalhes...


— Então deixemos que sua cara e a minha imaginação expliquem tudo.


Nós duas gargalhamos, enquanto preparava a mesa do café da manhã das crianças do coral.


— Nem nos seus maiores sonhos, você poderia conseguir imaginar o que fora a festa da noite passada.


— Ual, então foi realmente inacreditável. – Ria, porque esse era o seu discurso sempre que perguntava sobre suas festas, uma mais incrível que a outra – pra variar.


— Não mexe nisso Annie. – Pedi ao vê-la pegar alguns salgadinhos.


— Qual é Dul, me deixa cerrar esse café, não quero nem ouvir a bronca que vou ouvir ao chegar em casa.


— Até parece que não é acostumada.


Anahí deu de ombros. Como queria ouvir tudo que Anahí viveu na noite passada, sonhar não fazia mal a ninguém, poder me imaginar um pouco na história. Lembro que uma das vezes que Anahí chegou de virote da noite de sexta para o sábado na igreja ela trouxe-me uma bebida colorida para experimentar, e por pouco quase não vomitei, fiquei me imaginando em uma dessas festas, acho que não saberia nem me comportar direito. O som da porta da igreja abrindo me fez sair dos meus devaneios. Olhei para Anahí que logo revirou os olhos.


— Bom dia meu amor. – Pablo me cumprimentou com um selinho breve. — Porque chegou tão cedo?


— Parece até que não conhece seu sogro. – Sorri de canto. — Não queria se atrasar para o trabalho. – Falamos em uníssono.


— Podemos compreender, deve ser ansiedade para o grande evento de hoje à noite. – lembrou Pablo. — Tente ser mais compreensiva, e bom, fico feliz em vê-la tão cedo.


Pablo me deu um abraço apertado e Anahí gesticulava aproveitando que ele estava de costas, Pablo era calmo, o namorado perfeito para toda princesa, cheio de regras e limites, nunca me desrespeitou na espera do casamento, seguindo todos os passos de acordo com a igreja. Pablo tinha a sua função na igreja, eu cuidava do coral e ele da escolinha das crianças, nem todos conseguiam ir à escola, mas se pudessem passar uma hora e meia na igreja já era um bom começo. Pablo seguiu para a sua sala e Anahí soltou o riso que estava preso.


— Para com isso Annie, não estava tão ruim.


— Mentir é errado dona Dulce Maria. - brincou Anahí. — Ele precisa de umas dicas de moda, o informe que estou quase terminando a faculdade, como uma indireta, ou direta mesmo.


— Eu achei bonitinho.


Pablo vestia um cardigã mostarda e bom nós morávamos em Burbank, até mesmo no inverno ainda era calor nesta cidade, então, as suas vestes não eram muito apropriadas. Não demorou muito, Paul e Christina – pais de Pablo e pastores da igreja – adentrando pela porta lateral.


— Bom dia meninas. – disse Paul, despejando um beijo na minha testa. — Anahí, que felicidade a ver por aqui, veio ajudar a Dulce?


Anahí quase engasgou com a ideia.


— Não há nada melhor para fazer em um sábado de manhã.


Christina e Paul riam juntos.


— Estaremos na espera de que um dia você venha fazer parte do nosso time. – disse Christina. — Deus é paciente e nós também.


Paul e Christina eram os melhores sogros que alguém poderia ter, amorosos e tranquilos, sempre colocando Deus a frente de todas as decisões, viviam pela a igreja, não há um momento em que eles não estejam aqui, sempre protegendo as crianças e cuidando de todos os jovens. Um casal inspirador. Assim, que Paul e Christina se despediram, Anahi caiu novamente na gargalhada e logo lhe dei um beliscão.


— Shh.. seja boazinha.


— Qual é? Até que me comportei bem. – Limpava a boca com guardanapo. — Será que eles sonham mesmo que um dia irei me converter? Mas nem louca.



O nível de ansiedade do senhor Fernando Espinosa estava passando de todos os limites, ele já havia reclamado da camisa malpassada do Cal umas três vezes, a mamãe pedia que tivéssemos paciência, mas isso era o que mantinha nossa família – a paciência. Passamos a semana inteira se preparando para essa homenagem que o papai receberia, mal tivemos tempos de mandar bordar os vestidos. Fora as festas da igreja que íamos, acho que essa era a primeira vez em tempos que iriamos sair em família, e obvio, tinha que ser pelo trabalho árduo do papai.


— Aposto que terão vários fotografo, jornalistas...


— Você não me vá aprontar nada Claudio, é um grande dia para o departamento. – Repreendeu Fernando.


— De toda forma preciso me preparar caso seja entrevistado.


Revirei os olhos aos risos com a esperança do meu irmão. Blanca não parava de arrumar o uniforme de Fernando e aquele clima estava me deixando enjoada.


Salva pela campainha.


Sorri ao ver Pablo, um alguém com quem posso conversar sobre outro assunto.


— Boa noite. – Cumprimentou o senhor Lyle.


E lá estava toda família de margarina da televisão junta.


O grande salão o estava lotado com todos do departamento e suas respectivas famílias, uns convidados, alguns fotógrafos e jornalistas – como esperado por Cal – Pablo apertava minha mão e aquilo me confortava, como queria que Anahí estivesse aqui, fico a imaginar seus comentários sobre as vestes das pessoas. Sentamos a mesa marcada com “Família Espinosa” que estava bem à frente do palco principal, e as homenagens da noite não demoraram muito para começar.


— Será que dá pra você guardar esse celular. – Repreendeu Pablo, em quase sussurro.


Estava a mandar fotos discretas para Anahí e dando belas risadas através das mensagens que ela me enviava.


— Acho que não foi essa a educação que te dei Dulce. – Acrescentou Blanca, em um tom não muito animador.


Paul e Christina fingia não perceber aquela situação olhando diretamente para o palco. Finalmente Fernando subiu ao palco, fazendo com que todos os olhares se virassem para o meu queridíssimo pai. O apresentador enaltecia meu pai a cada frase, a cada palavra, confesso que ele merece, Fernando vive por aquela delegacia, lá com certeza é a sua segunda família ou muitas vezes a primeira família.


— .... e gostaríamos de saber se o senhor aceita o desafio Malibu?....


As palavras do apresentador me fizeram ter um devaneio, um quase desmaiou, comecei a ver estrelinhas em cima da minha cabeça igual nos filmes. Um pouco zonza. Mamãe estava em êxtase, Cal nem se fala. Pablo estava com os olhos lacrimejando, Paul e Christina contentes porem aparentemente um pouco penosos. Fernando acabara de ser transferido para trabalhar em Malibu, por uma temporada, pra sempre talvez?


— Como? O papai já sabia disso?


— Silencio, Dulce Maria, o seu pai irá discursar. – pediu Blanca, concentradíssima no palco.


Meu sonho estava em Burbank, todas as minhas possíveis oportunidades de sucesso na carreira como cantora estavam em Burbank, os melhores estúdios estavam em Burbank. Mesmo que me sentisse presa, esperava pelos meus 21 anos para finalmente ter a minha independência, pensava que se me casasse com Pablo talvez fosse um pouco mais livre, não posso manter um namoro a distância.


Fora que tinha as minhas crianças na igreja. Malibu tinha igreja? Não consigo pensar em nada mais que apenas praias, surfistas e patricinhas de Beverly Hills em Malibu. Cal não parava de aplaudir de pé, estava feliz, não sei por qual razão alguém estaria feliz de morar em uma cidade com pouco menos de 15 mil habitantes.


Era um pesadelo.



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Autor(a): raissasampaio

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Olá chicas! Desculpem não ter postado capítulo ontem, estou com objetivo de postar 1 capitulo ao dia, e como não postei ontem, vou postar 2 hoje para compensar vocês. Sejam bem-vindas. Comentem!! DULCE Aqueles aplausos, todos abraçando Fernando me causavam ainda mais raiva. — Mãe, a senhora tem que fazer alguma coisa ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 62



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  • mypoisonvondy Postado em 08/06/2021 - 22:44:38

    Faz uma maratona por favorzinho kkkkkkkk

  • mypoisonvondy Postado em 08/06/2021 - 22:44:11

    Continuaaaa, estava sumida

  • taianetcn1992 Postado em 08/06/2021 - 07:32:09

    cade tu ???

  • mypoisonvondy Postado em 31/05/2021 - 15:57:43

    Continuaaaa

  • taianetcn1992 Postado em 27/05/2021 - 13:15:47

    MAIS MAIS MAIS

  • taianetcn1992 Postado em 14/05/2021 - 04:33:27

    mais mais mais

  • aquelaqueescreve Postado em 13/05/2021 - 22:20:41

    continuaaa

  • aquelaqueescreve Postado em 11/05/2021 - 00:31:46

    Tô super curiosa kkkkk

  • aquelaqueescreve Postado em 11/05/2021 - 00:31:32

    Continuaa

  • capitania_12 Postado em 04/05/2021 - 18:56:46

    Continua aa


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