Fanfic: MALIBU: O CÉU É O LIMITE | Tema: VONDY

DULCE

— A qual é Dulce, vamos, você não pode perder essa oportunidade. – Alexia puxava o meu lençol com objetivo de me fazer despertar. — Você não pode me abandonar. Está um dia lindo lá fora. – disse abrindo as cortinas do quarto.

— Cadê a Maite? – resmunguei ainda sonolenta.

— A May saiu com Poncho e bom, me abandonou, só tenho você garota.

Alexia insistia em irmos para o Pacific Park no píer antes de irmos vê o treino do Dax, poderia alegar que a bebedeira de ontem não tinha me feito muito bem, mas a festa terminou cedo, afinal, era só uma recepção.

Não sei o que tinha na cabeça quando topei fazer essa viagem, tudo bem que as coisas lá em casa não estavam as mil maravilhas, mas de onde tirei a ideia de que vir a uma viagem com o Christopher iria me fazer bem?

— Dul, se você não levantar dessa cama agora, eu vou...

— Lex, estamos indo, cadê você?

A voz do Christopher batendo do outro lado da porta fez com que meu coração disparasse a 220v por hora. O “Cadê você” na frase deixava nítido que ele não contava com a minha presença.

— Dul, vamos, o Ucker não é muito paciente.

— Tá, tá bem. – sentei na cama. — Vai com eles que prometo que alcanço vocês, eu juro...

— Por Deus? – provocou.

— Lex. – a repreendi.

A segunda batida na porta fez com que Alexia finalmente saísse do quarto.

Poderia ter ficado no quarto curtindo a minha fossa de fim de namoro, a minha ressaca, o meu arrependimento, mas não, preferi cumprir a promessa que fiz a Lex, e cá estou eu, perdida nesse píer movimentado de Santa Monica.

Sou uma péssima turista.

O telefone de Lex chamava, chamava e ninguém atendia, mas pudera, uma barulheira toda dessas.

Até que uma mão me puxou pelo o braço e ao olhar, era ele, Christopher.

— Onde está Lex? – perguntei, soltando-me da sua agressividade.

— Em algum dos brinquedos. – disse ríspido.

— E para onde estamos indo?

— A Lex ficou de nos encontrar no ponto dos treinos depois de curtir a sua adolescência.

Meu coração estava inebriado com o seu perfume. Christopher não me olhava nos olhos desde que viajamos, não me dirigia a palavra, conversava com todo mundo menos comigo. A festa ontem, ele mal esteve presente e o meu coração curioso ficou enciumado por pensar que ele poderia estar no quarto com alguma garota. Tudo bem, que não o havia tratado bem no acampamento, mas acho que não merecia toda essa falta de educação.

— E porque está me ajudando? – questionei confusa, já que ele me odeia tanto poderia ter me deixado perdida no píer.

Christopher parou de caminhar e finalmente me olhou, e meu Deus, como seus olhos eram lindos.

— Porque você faz tantas perguntas? Não pode simplesmente se contentar por estar te ajudando? Aposto que não saberia nem voltar para o hotel.

Claro que ele tinha que me ofender de algum jeito.

— Grosso.

Foi tudo que disse, não era o melhor momento para bancar a orgulhosa, afinal ele tinha razão, eu sequer saberia voltar para o hotel, já que cometi a burrice de sequer salvar o nome do hotel na minha mente.

— Mimada. – sussurrou.

Christopher caminhava a minha frente em passos largos e ao olha-lo de canto posso jurar que ele estava rindo de mim.

Ao chegarmos ao local da competição Alexia já discutia com algumas pessoas, mas ainda não sabia o porquê, mas ao me ver chegar com Christopher ela correu em minha direção.

— Achei que tinha parado no Alasca.

— Bom, foi quase isso. – sorri, colocando as mãos nos bolsos do short, olhando Christopher de braços cruzados olhando o mar ao lado de Paco.

— Vem. – Alexia me puxou pelo punho. — Vai começar.

Os surfistas eram extremamente charmosos e bronzeados, cada um mais lindo que o outro e Alexia estava em êxtase com isso, o que me arrancou boas risadas. Até que o Daxton começa a ficar com uma boa pontuação ao que entendi pelos comentários estridentes de Lexia.

— Não sabia que o McLaren era tão bom. – comentou Christopher.

— Quem é ele? É de Malibu? – questionei.

— O filho do prefeito de Malibu, alguém que você não deve conhecer.

Paco me encarou prendendo o riso com o comentário de Christopher, que por sinal, estava ainda mais concentrado na competição que a Alexia.

— Claro, papai. – ri por dentro, e ele me olhou rapidamente desviando o olhar.

Os gritos de Alexia “Isso Dax, vamos meu garoto” chamava atenção de todos que estavam como expectadores da competição. Daxton passa para a próxima etapa e Alexia grita rodopiando, agarrando o pescoço do Cal – vulgo meu irmão – beijando calorosamente. Abri a boca em formato de “O” tentando entender desde quando eles estão juntos, o que significava que Cal e eu estávamos distantes.

— Isso po;rra! – gritou Christopher batendo as mãos em comemoração, abraçando a Maitê, empurrando Paco, e o susto veio.

Christopher me abraçou e o calor do seu corpo junto ao meu fez com que me perdesse no realmente estava acontecendo, em questão de segundos correspondi ao seu abraço, respirei fundo.

— Desculpa pelo acampamento. – sussurrei próximo ao seu ouvido.

E Christopher me encarou se afastando.

Ótima reação Dulce! Aquele não era o melhor momento obvio, mas né, eu não sou muito boa com momentos.